Na Caverna da Consultoria: Michel Camporeze Téer
Por Thiago Reis
Tivemos o prazer de bater um papo com um grande fã da banda Dr. Sin e detentor da maior coleção de itens relacionados à banda do Brasil e possivelmente do mundo, Michel Camporeze Téer. Especializado em marketing e com a experiência de já ter trabalhado com a própria banda, Michel nos conta em detalhes sobre sua paixão pelo colecionismo, fala da dificuldade em encontrar determinados itens relacionados ao Dr. Sin e claro, nos conta sobre a paixão que todos nós compartilhamos, a música!
Olá Michel, seja bem-vindo à nossa Caverna. Por favor, apresente-se aos leitores e obrigado por compartilhar sua paixão pela música conosco.
Sou publicitário, trabalho com marketing e sempre fui apaixonado por música, fotografia, vídeo e tecnologia (não necessariamente nessa ordem).
Quais suas primeiras lembranças do começo de sua paixão pela música?
Venho de uma família apaixonada por música, meu pai tocava violão, meu avô era acordeonista, minha avó era cantora amadora e cresci nesse meio, apreciando música. Ter esse background foi fundamental para me arriscar a essa arte também. Toquei guitarra por muitos anos, mas nada sério. Hoje me considero um ouvinte, apenas.
O que a música significa para você?
Penso que a música é a arte que mais nos aproxima do criador. Me sinto muito bem onde tem boa música rolando, então a música significa quase uma garantia de bem estar.
Que “manias” relacionadas com a sua coleção você tem? E qual a sua rotina na audição e curtição de seus discos?
Não me considero um cara de muitas manias, mas se tenho uma em relação ao que coleciono, é que gosto de manter os itens organizados. A minha rotina de audição é bem aleatória, de acordo com o momento… a única rotina que tenho é que estou sempre ouvindo música.
Como é constituída sua coleção? Quais as mídias predominantes em suas prateleiras e os números por favor?
Tenho todo tipo de item na minha coleção: CDs, LPs, DVDs, chaveiro, boné, K7, Demos, bootlegs, documentos, livro, songbook, credenciais, letras escritas à mão (originais), baquetas, palhetas e por aí vai…
O vinil tem ganhado força nos últimos anos. Novos lançamentos têm saído tanto nas redes de streaming quanto em vinil. A que você atribui isto?
Tenho muitos LPs no meu acervo, gosto muito do formato. As capas ficam mais detalhadas, o chiado do vinil na agulha atribui um charme especial na audição. De fato o ritual da audição é diferente, mas confesso que ele vai na contramão do ritmo de vida que temos hoje. Geralmente as pessoas ouvem música no ônibus, no carro, indo para o trabalho e no intervalo das atividades do dia a dia. Para ouvir o vinil precisamos criar um ritual onde paramos de fazer tudo o que precisamos para ouvir música. Isso faz a audição ser especial. E por conta desse ritual que o vinil exige, tem feito sucesso entre os audiófilos do mundo inteiro.
Você acredita que as mídias físicas têm vida longa, ou é algo que tende a se extinguir em breve?
É difícil prever o futuro, mas analisando o que temos visto nos últimos 10/20 anos eu acredito que chegará o momento em que a música se tornará 100% desassociada a mídia física. É triste para quem gosta de folhear um encarte e ler a ficha técnica para saber quem tocou no disco, quem é o produtor, o engenheiro de som e etc, mas se observarmos o rumo que esse mercado vem tomando… é difícil imaginar um futuro diferente para o produto físico.
Qual o primeiro disco que comprou e por que? Você ainda o tem?
O primeiro disco que comprei foi o Still Got the Blues do Gary Moore. Na época eu estava aprendendo a tocar a música. Na sequência vieram: Whitesnake, Iron Maiden… Ainda tenho o LP, gosto muito do Gary Moore, uma pena que nos deixou tão cedo.
Você já se desfez de algum disco e se arrependeu depois? Qual?
Por ser publicitário eu sempre penso e repenso antes de adquirir qualquer coisa. Quando eu compro alguma coisa é porque quero muito. Isso me livra desse tipo de situação de ter de me desfazer de algo. Por conta disso eu nunca passei por essa situação.
A partir de que momento você decidiu que sua coleção seria focada em Dr. Sin e projetos paralelos de seus membros?
Essa decisão foi fácil, quando comecei a fazer aulas de guitarra o meu professor de guitarra (Marcello Silva) me apresentou várias bandas e contava histórias delas… Na medida em que ia conhecendo as bandas, eu notei que a sonoridade do Dr.Sin era a que mais me chamava a atenção.Pesquisando os trabalhos da banda e dos músicos, fui me identificando ainda mais com a banda e com eles individualmente, no âmbito musical.
O que o Dr. Sin tem de tão especial e diferente em relação a outras bandas?
Uma das coisas que mais chamou a minha atenção é que os 3 tem uma identidade musical particular. O Andria é um absurdo tocando baixo, e ainda canta como ninguém. O Edu é um fenômeno na guitarra e o Ivan vai na mesma linha.
Já os ouvi tocando country, blues, jazz e em todos os estilos eles sempre desempenhavam a mesma qualidade musical como se fossem “nativos” no estilo, e ainda conseguem adicionar suas características. Dessa forma você pode ouvir eles tocando música gospel e ainda falar “caramba, são eles tocando”. Acho isso incrível! Aliás, tenho um CD gospel que eles gravaram.
Qual foi o item relacionado à banda que você mais teve trabalho de conseguir?
Acho que posso destacar o LP Dr.Sin (foram mais de 20 anos de buscas em sebos, lojas de discos e afins) e também o CD da Silvinha Araújo (Kinema) no qual o Dr.Sin gravou uma música deles que só existe na demo do primeiro CD e se chama “It’s far for so long”.
Dos álbuns do Dr. Sin, qual é o que você tem mais versões?
Tenho vários, praticamente todas as versões dos CDs. Todas as versões tem suas peculiaridades, algumas tem músicas extras, outras tem o encarte diferente e coisas do tipo. Vou listar alguns desses discos abaixo:
Dr.Sin (primeiro CD) tenho em LP e outras 2 versões, a da Warner alemã (1993) e Paradoxx (2004).
Brutal: Primal Records (1995), Laser Company (1995 c/ bônus “Holy Man”), Mória Records (2001), Unimar Music (2005) e também a versão japonesa da Canyon Internacional (1998) que mudou o nome desse CD de Brutal para Silent Scream.
Insinity: Paradoxx Music (1997), Canyon International (versão japonesa – 1998) e Unimar Music (2005).
Alive: Laser Company (1999), Moria (2001) e Unimar Music (2005.)
Dr.Sin II: Dr.Sin (2000 – que vem com a revista), a versão americana, chamada Shadows of Light (2001), uma versão sem o logo espelhado (por uma falha da gravadora) e também a versão da Unimar Music (2005).
10 Anos Ao Vivo: a versão da Unimar Music (2003) e Unimar Music (2005).
Listen to the Doctors: Trinit DC (2 versões: 2005 e 2006).
Bravo: Versão com o CD acrílico e versão de envelope, ambas de 2007.
Animal, Intactus e BHA, saíram apenas uma tiragem desses trabalhos.
Você também coleciona bootlegs ao vivo da banda? Quais são os seus favoritos?
Sim, sou apaixonado por essas gravações não oficiais, sejam demos ou gravações ao vivo. Tenho demos dos 3 primeiros cds do Dr. Sin e diversos shows, incluindo a gravação do primeiro CD solo do Edu Ardanuy que a Warner adquiriu os direitos e que nunca foi lançado. Nele tem a “Baião atômico”, que mais tarde foi lançada como “Same old story” no Dr. Sin II, tem também a “Arena”, que foi lançada no Brutal como “Isolated” e assim vai…
Os preferidos sempre são esses inéditos.
Ao vivo destaco dois: A primeira é a gravação do primeiro show da banda (em vídeo) que aconteceu no Black Jack, no dia 12/01/1992. Nesse show tocaram várias músicas inéditas. A segunda é gravação do show de pré-lançamento do CD Listen to the Doctors. Nesse show eles tocaram músicas que foram tocadas praticamente apenas nesse show, como “Just what the Doctor Ordered” (Ted Nugent), “Somebody get me a Doctor” (Van Halen), “Dr.Feelgood” (Mötley Crüe), “Doctor Robert” (Beatles) e “Shed your skin” (do Brutal que raramente faz parte do repertório da banda).
Dos inúmeros projetos paralelos dos membros do Dr. Sin, qual é o que você mais curte?
Gosto de praticamente todos, mas destaco o disco que lançaram com a cantora de Santos, Dani Varani, lançado em 2007.
O Tritone (Edu Ardanuy, Frank Solari e Sergio Buss), lançado em 1998, é uma orquestra de guitarras.
O Pó de Guaraná, cd country / rock lançado pelo Eduardo Araújo no qual a banda base dele era o Dr.Sin.
O Top Line Jazz Band – Busic Family and Friends, CD do saudoso André Busic.
O Wild, cd solo do Edu Ardanuy é um trabalho incrível.
Das versões importadas dos álbuns do Dr. Sin, quais são as mais curiosas?
Sem dúvidas as importadas. O Dr.Sin tem 4 CDs lançados no exterior, Dr.Sin, Brutal, Insinity e Dr.Sin II. O primeiro CD é idêntico ao nacional, mas todos os outros são muito diferentes.
O Brutal japonês tem um outro título (Silent Scream), um encarte completamente diferente, incluindo um encarte extra com todas as letras em japonês, a ordem das músicas é completamente diferente e tem uma música bônus (Futebol, Mulher e Rock n Roll) que saiu originalmente no disco seguinte, o Insinity.
O Insinity japonês tem uma qualidade gráfica superior à versão nacional, porém tem apenas 12 músicas (o brasileiro tem 15), mas dessas 12 músicas, 2 são músicas bônus do CD Alive (“Free to Fly” e “Experimental Dog”).
O Dr.Sin II canadense mudou completamente o projeto gráfico, o nome do disco, que passou a se chamar “Shadows of Light”, e algumas músicas ganharam outros nomes. Me lembro que quando levei ele para a banda autografar eles não sabiam do que se tratava, pois, não haviam visto ainda essa versão.
Tem algum item do Dr. Sin que você ainda não conseguiu e está perseguindo até hoje?
Há uma versão raríssima do primeiro CD deles nacional de 1993 e um K7 desse mesmo trabalho que não tenho. Colecionadores de bootlegs sempre estão à procura de gravações inéditas, essa busca é eterna…
Você tem uma larga experiência com produção de shows ao lado do Dr. Sin. Conte-nos sobre essa experiência.
Trabalhei em uma produtora de shows no qual o Dr.Sin fazia parte do casting. Foi uma experiência incrível poder contribuir com a trajetória deles, viajar com a banda e acompanhar e entender como tudo funcionava de perto… Me sinto privilegiado por ter tido essa oportunidade.
Em especial, o Dr. Sin passou por uma importante mudança de formação. O que você tem achado da sonoridade atual da banda?
Mudanças são difíceis de digerir, em especial quando estamos falando da nossa banda do coração. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer – até que aconteceu… Cada músico tem suas características e no meu ponto de vista o Edu Ardanuy é um cara fora da curva. Sendo assim, acredito que sem o Edu não dá para ser como era antes. Mesmo assim, já vi alguns shows dessa nova formação e é de se valorizar o trabalho do Thiago Melo. Não apenas pela qualidade musical, porque para tocar as músicas do Dr.Sin isso é um requisito indispensável, mas também pelo cara aceitar a missão de dar continuidade no legado musical da banda. Ele já declarou ser um fã da banda, respeita a história do Doctor.
Voltando à coleção, qual é aquele álbum que você faz questão de apresentar para quem vai visitá-lo em termos musicais?
Isso depende muito do tipo de som que a pessoa gosta. Se ela gostar de um som mais pesado, eu apresento o Brutal, por exemplo. Uma coisa que gosto bastante do Dr.Sin é que cada disco tem uma sonoridade, uma pegada diferente. Isso possibilita uma apresentação para pessoas diferentes de uma forma personalizada.
Qual o disco mais “mosca branca” que você tem? E qual o “arroz de festa”?
O mais mosca branca? Dos lançados oficialmente acho que é o CD da série Confissões de adolescente que tem “Emotional Catastrophe” e o CD do Malmsteen Live in Brazil (1998) no qual vem com o CD com 3 músicas do Dr.Sin ao vivo que leva o mesmo nome Live in Brazil. Destaco também o CD do Tritone, é uma raridade. Parando para pensar um pouco mais, destaco também os singles em vinil do Taffo e Anjos da Noite, amostras invendáveis para rádio. Não oficialmente, um show do Cherokee (banda dos irmãos Busic) gravado da mesa de som, datado de 1987. Nesse show teve participação dos saudosos Hélcio Aguirra (Golpe de Estado) e também do André Busic (pai do Andria e Ivan).
Considerando a coleção como um todo acredito que mais raridades sejam alguns rascunhos de letras de músicas escritas à mão. As credenciais de shows do Monsters of Rock (1994), Hollywood Rock (1993), diversas fotos do primeiro ensaio fotográfico que a banda fez (nunca publicadas oficialmente, feito pela Grace Lagoa) e também um livro de ficção científica inglês que tem uma capa no mínimo “interessante” para um fã da banda. O mais arroz de festa talvez sejam os relançamentos do Brutal, Insinity, Alive e Dr.Sin II feitos pela Unimar. Falo isso porque são mais fáceis de achar e estão em catálogo.
Chegou a hora das famosas listas rsrs
Listas são bem pessoais, não existe certo ou errado, então vou compartilhar aqui os meus preferidos de cada época, rs.
Quais os dez melhores discos da década de 60?
The Who – My Generation (1965)
The Beatles – Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967)
Jimi Hendrix – Are You Experienced? (1967)
Jeff Beck – Truth (1968)
Cream – Wheels of Fire (1968)
Led Zeppelin – Led Zeppelin II (1969)
Led Zeppelin – Led Zeppelin (1969)
The Who – Tommy (1969)
Crosby, Stills & Nash – Crosby, Stills & Nash (1969)
The Rolling Stones – Let It Bleed (1969)
Quais os dez melhores discos da década de 70?
Yes – Fragile (1971)
John Lennon – Imagine (1971)
Led Zeppelin – Led Zeppelin IV (1971)
The Doobie Brothers – The Captain and Me (1973)
Tim Maia – Racional Vol. 1 (1974)
Abba – Waterloo (1974)
Rita Lee & Tutti Frutti – Fruto Proibido (1975)
Rush – Fly by Night (1975)
O Terço – Criaturas da Noite (1975)
Van Halen – Van Halen (1977)
Toto – Hydra (1979)
Quais os dez melhores discos da década de 80?
Patrulha do Espaço – Patrulha do Espaço (1981)
Rush – Moving Pictures (1981)
Michael Jackson – Thriller (1982)
Yes – 90125 (1983)
Inox – Inox (1986)
Toto – Fahrenheit (1986)
Golpe de Estado – Golpe de Estado (1986)
Golpe de Estado – Forçando a Barra (1988)
Guns ‘n’ Roses – Appetite for Destruction (1989)
Anjos da Noite – Anjos da Noite (1989)
Wander Taffo – Wander Taffo (1989)
Quais os dez melhores discos da década de 90?
Van Halen – FUCK (1991)
Mr.Big – Lean into It (1991)
Guns N’ Roses – Use Your Illusion I & II (1991)
Golpe de Estado – Quarto Golpe (1991)
Joe Satriani – The Extremist (1992)
Aerosmith – Get a Grip (1993)
Patrulha do Espaço – Primus Inter Pares (1994)
Megadeth – Youthanasia (1994)
Dr.Sin – Brutal (1995)
Cavalo Vapor – The Greatest Hits (1997)
Quais os dez melhores discos da década de 2000?
Dr. Sin – Dr.Sin II (2000)
Frank Solari – Acqua (2003)
Steve Morse’s band – Major impacts II (2004)
Velvet Revolver – Velvet Revolver (2005)
Tempestt – Bring ‘Em On (2006)
Jeff Scott Soto – Beatiful Mess (2007)
Dr.Sin – Bravo (2007)
Pedra – II (2008)
Work Of Art – Artwork (2008)
Quais os dez melhores discos da década passada?
Mr. Big – What if (2010)
Dr.Sin – Animal (2011)
Van Halen – Some kind of Truth (2012)
Black Country Communion – Afterglow (2012)
Golpe de Estado – Direto do Front (2012)
The Dead Daisies – The Dead Daisies (2012)
The Winery Dogs – The Winery Dogs (2013)
Plexiheads – Let Me Show You Something (2013)
Revolution Saints – Revolution Saints (2015)
Cash – High Level, Low Profile (2020)
Quais foram as suas últimas aquisições?
O LP do primeiro CD do Dr.Sin, procurei ele por muitos anos, mas sempre era caro demais ou estava em um estado de conservação ruim. Outros itens recentes foram 2 CDs de coletâneas da Warner Music de 1994, ambos contendo músicas do Dr.Sin. Raridades difíceis de serem encontradas.
Além de discos, você possui algum outro tipo de coleção?
Quando pequeno eu colecionava marcas de cigarro, figurinhas, mas nunca levei a sério, passava um tempo e eu desencanava. Não me considero um colecionador, mas tenho praticamente tudo das bandas Golpe de Estado e Patrulha do Espaço. Gosto muito do nosso rock!
Indique três lojas/sites para os colecionadores continuarem a aumentar suas coleções, e o porquê das mesmas.
Boa parte do meu acervo eu consegui por meio do amigo Luiz Calanca, da loja Baratos Afins. Indico também a Aqualung, Die Hard e Animal Records, todas na Galeria do Rock – SP. Para quem mora longe, recomendo acessar o site dessas lojas…
Que bandas atuais você indica para nossos leitores conhecerem?
Indico a nova banda do Edu Ardanuy, a “Sinistra”. Também destaco outras que recém lançaram trabalhos como: Carro Bomba, Golpe de Estado e “Uma banda chamada Z”. Tenho conhecido várias bandas legais depois que comecei a acompanhar um programa no youtube chamado RMH. Recomendo a todos!
Indique três discos que mudaram sua vida, e conte o porquê?
Appetite for Destruction (Guns ‘n’ Roses): Sem esse disco eu jamais teria me interessado em comprar uma guitarra e prestar mais atenção em música.
Dr.Sin I: Ouvi esse disco pela primeira vez quando o meu professor de guitarra me falou “ouve essa banda, você vai gostar”. Me lembro que ouvi o CD no repeat por horas. A partir daí notei que seria um grande fã da banda. Foi o começo de tudo!
O DVD 10 Anos Ao Vivo: Eu estava passando por um momento difícil naquele ano e naquela altura a banda aprovou um esboço de um projeto gráfico que eu havia feito para ilustrar a gravação do DVD deles. Pra minha surpresa eles gostaram e foi uma virada de chave na minha vida ver o meu primeiro projeto gráfico nas gôndolas das lojas de CD e o pessoal vestindo a camiseta nos shows com uma arte minha. Nunca vou me esquecer disso.
A sua coleção tem fim? Chegará um dia onde você vai olhar e dizer “tenho todos os álbuns que preciso” ou isso não existe para nenhum colecionador?
Certamente não existe. Sempre falta algo, especialmente em relação aos bootlegs.
Conte para nós algo curioso que você passou ou vivenciou relacionado com um item de sua coleção, ou um artista que você teve contato, enfim, algo que aconteceu por conta da sua paixão pela música
Muita coisa na minha vida aconteceu por conta do meu sentimento em relação à banda. No início dos anos 2000 eu fiz um curso de HTML, era o início da internet e eu precisava praticar o que aprendia no curso. Nessa época eu comecei um site para a banda sem muitas pretensões, e ele foi recebendo acesso de todo o Brasil e exterior. Nunca imaginei que um mês depois eu estaria me correspondendo com fãs da Argentina, USA, Japão, Canadá, Portugal e até da Indonésia. Hoje isso é comum, mas na época era algo completamente fora da curva. Foi interagindo com esse pessoal que consegui muitas das raridades que tenho hoje.
Esse site tinha mais de 300 páginas com reviews, releases, fotos inéditas, entrevistas exclusivas, notícias e tudo mais… Por meio deste site conheci uma fã e hoje somos casados – estamos juntos há mais de 17 anos. Ela super me apoia e é minha companheira em tudo… Esse foi o início do Dr.Site, um portal que ficou no ar por 18 anos. Isso também me estimulou bastante a estudar publicidade e hoje trabalhar com marketing nas plataformas digitais.
Michel, novamente muito obrigado por participar de nossa Caverna, e que bom que você está aqui para contar sua história. Fique à vontade, este espaço é seu.
Agradeço o convite para participar. Foi muito bacana reviver algumas histórias e boas lembranças. Agradeço também à Verinha, minha parceira de vida, ao Dener Ariani, Wagner Cremonezi, ao Hélcio (nenê), ao Luiz Calanca (Baratos Afins), Marcello Silva, Nazir Correa, Fausto Oliveira e obviamente aos músicos do Dr.Sin e equipe – roadies, empresários, produtores e amigos, sem o qual não estaríamos batendo esse papo.
Sensacional. Adorei a matéria.
Parabéns Thiago. Mandou muito bem novamente.
E Parabéns Mi.
Você é um autêntico fã. Que da importância aonque realmente importada na cena.
O amor pela música.
Valeu pela ponte, Dener. Foi incrível fazer essa matéria em seguida, com dois colecionadores de bandas nacionais. Vamos em frente, meu amigo! E parabéns Michel pela bela coleção e por toda sua paixão pela música!
Nossa, excelente material…
Ficou show!!! Parabéns!!!!!
Não sou grande fã da banda, apesar do show no Hollywood Rock ter sido um dos grandes momentos daquele evento, mas tenho que admitir que a coleção é muito massa. parabéns Michel e Thiago!!
Obrigado pelos comentários. Bacana que gostaram da matéria, foi uma viagem no tempo contar algumas histórias… Up the Sin!