Twisted Sister – Under the Blade [1982]
Por André Kaminski
Já tivemos algumas postagens aqui dando um breve histórico dos americanos do Twisted Sister. Não há muito o que acrescentar a grande história da icônica e bem humorada banda da boneca de batom vermelho Dee Snider.
Apenas acrescentando alguns detalhes em relação a este disco, o fato é que sua sonoridade é praticamente única dentro da curta discografia deles. Produzido pelo eterno Pete Way, baixista e líder do UFO, a banda aqui difere bastante do glam metal que viria adotar poucos discos após. A banda se concentra em fazer mesmo um heavy metal bem mais britânico, com dedo óbvio de Pete nessa direção, fazendo com que seu som se aproxime mais do Iron Maiden e do Judas Priest do que do Dokken e do Mötley Crüe. Claro que há algumas doses de farofeiras bem comuns entre os hards americanos do período, mas há de se constatar que essa mistura desse estilo com o NWOBHM (e umas pitadas de Alice Cooper) fez muito bem à sonoridade deste disco, que é rico, empolgante e muito divertido. A formação que gravou este álbum foi Dee Snider (vocais), Eddie Ojeda (guitarra), Jay Jay French (guitarra), Mark Mendoza (Baixo) e o falecido batera A.J. Pero. Aliás, raro uma banda com tanta longevidade manter a mesma formação que gravou todos os seus discos de estúdio.
Aquele heavy metal britânico já surge logo de cara na faixa de abertura “What You Don’t Know (Sure Can Hurt You)”. Empolgante, fazendo todo um suspense inicial para depois cairmos naquele heavy perfeito para sair batendo cabeça, a banda já demonstra o talento de seus músicos e o premeditado sucesso que viriam a ter logo depois. “Bad Boys (of Rock ‘n’ Roll)” já lembra um pouco mais das canções que a banda iria se focar nos dois discos seguintes (junto a uma pequena influência punk à la New York Dolls).
“Run for your Life” já cadencia mais com riffs pesados parecendo uma mistura de guitarras mais lentas do Sabbath com a velocidade do Judas. Mais peso ao estilo Maiden se segue em “Sin After Sin” outra canção daquelas de chacoalhar os cabelos.
Abrindo o Lado B, tem a possivelmente música mais pesada da carreira inteira da banda que é “Destroyer”. Curioso como aparentemente esta e “Sin After Sin” teve o propósito de mencionar justamente os títulos de discos do Judas e do Kiss. O álbum não possui um single, mas a que tem mais cara disso é a autointitulada “Under the Blade” esta puro NWOBHM. Outra que destaco é a que finaliza o disco “Day of the Rocker” onde a banda demonstra sua maior técnica além de uma influência de blues rock dando aquele toque de variedade ao trabalho.
Em resumo, um discaço deles que você deveria botar para ouvir agora mesmo. Rock e metal dos bons, clássico, animado, energético e com aquele humor característico deles.
O Twisted Sister fez suas últimas tours em 2016. Recentemente, indicados ao Metal Hall of Fame, eles se reuniram para tocar no início desse ano. E Dee Snider declarou que a banda retornará em 2024 para tocar em comícios democratas para as eleições americanas de 2024. Além disso, também lançam compilações e materiais ao vivo com alguma frequência nos últimos anos.
Tracklist
- What You Don’t Know (Sure Can Hurt You)
- Bad Boys (of Rock ‘n’ Roll)
- Run for your Life
- Sin After Sin
- Shoot’Em Down
- Destroyer
- Under the Blade
- Tear It Loose
- Day of he Rocker
De longe a pior banda de rock que o mundo já viu, no mesmo nível de Manowar e Mercyful Fate. Eu conheci o Twisted Sister em 2005 através de um cover que assisti pela televisão que uma cantora então adolescente fez para “We’re Not Gonna Take It”, mas só pouco depois que ouvi alguns álbuns deles na íntegra anos mais tarde é que percebi o quanto essa banda nos anos 80 era realmente muito ridícula…
Ouvi agora, motivado pela resenha – fazia uns 35 anos que não escutava esse disco, eu acho!! O Twisted Sister nunca foi minha praia, mas este, “You Can’t Stop Rock’n’Roll” e o “Stay Hungry” são discos divertidos e inconsequentes, hard rock bom para se ouvir sem se preocupar muito com o resto do mundo – depois do “Come Out and Play” não ouvi mais nada deles. Ao ouvir o disco pela primeira vez em tantos anos, só reconheci “Run For Your Life” – a música que me chamou a atenção quando adolescente e chamou novamente agora quando veterano, hehehehehe. E dizer que o Metallica abria os shows deles na época do “Stay Hungry”…
Bandaça! Adoro o Twisted Sister. Esse não é o meu favorito deles, mas é um bom disco. E os caras conseguiram criar 4 clássicos logo de cara, hein… “What You Don´t Know (Sure Can Hurt You)”, “Destroyer”, “Under The Blade” e “Shoot Em´ Down”.