Raven – Wiped Out [1982]

Raven – Wiped Out [1982]

Por Daniel Benedetti

A banda Raven foi formada em 1974 em Newcastle, na Inglaterra, pelos irmãos John (baixo/vocais) e Mark Gallagher (guitarra) e Paul Bowden (bateria).

A banda começou a criar um som enraizado no hard rock britânico, com tendências de rock progressivo e um movimento de se arriscar musicalmente. Com as apresentações ao vivo altamente energéticas do Raven e a interação entre os membros da banda, o grupo desenvolveu uma imagem e estilo únicos, descritos como “atléticos”.

O grupo começou a usar equipamentos de vários esportes (hóquei, beisebol, etc.) e a incorporá-los à execução de seus instrumentos (por exemplo, cotoveleiras e máscaras de hóquei eram usadas para tocar pratos). A música da banda começou a se desenvolver em um amálgama único de velocidade e poder – influenciando fortemente os gêneros de speed/thrash metal e power metal. O grupo começou tocando em pubs locais e clubes no Nordeste da Inglaterra – ocasionalmente abrindo shows para bandas punk como Stranglers e Motors.

Eventualmente, a banda assinou contrato com o selo Neat Records, voltado ao metal e com sede em Newcastle, Inglaterra. O grupo lançou seu primeiro single, “Don’t Need Your Money”, em 1980, e embarcou para uma série de shows no Reino Unido, abrindo para bandas como Ozzy Osbourne, Motörhead, Whitesnake e Iron Maiden.

Já com o baterista Rob Hunter, o primeiro álbum do Raven, Rock Until You Drop, foi lançado com aclamação da crítica em 1981, levando a banda para uma turnê pela Itália e Holanda.

Com produção de Keith Nichol e da própria banda, Wiped Out foi gravado já em 1982 no Impulse Studios, em Wallsend, na Inglaterra. Seu lançamento aconteceu em 3 de junho daquele mesmo ano pelo selo Neat Records. Há faixas verdadeiramente clássicas dentro da New Wave of British Heavy Metal como “Bring the Hammer Down”, “Fire Power”, “Read All About It” e “Battle Zone”, todas, muito acima da média. “Faster than the Speed of Light” traz uma pegada bem Motörhead enquanto “Hold Back the Fire” flerta mais com o metal setentitsa. Ainda há “Star War”, a qual oscila entre passagens mais cadenciadas com outras mais aceleradas, mesmo mantendo o peso em ambas as dinâmicas.

Não há dúvidas de que Wiped Out é um álbum expoente da New Wave of British Heavy Metal, optando por uma abordagem bem direta e bem agressiva, abusando da intensidade. Os vocais de John Gallagher por vezes lembram os de Rob Halford, porém, a sonoridade do grupo é mais acelerada e mais intensa.

Wiped Out não conseguiu atingir as principais paradas de sucesso, a britânica e a norte-americana, em posições de destaque, mas é apontado como um álbum influente para as vertentes speed/thrash do heavy metal.

Barulho suficiente foi feito para o mercado americano tomar conhecimento do Raven e a Megaforce Records, de Nova Jersey, contratou o grupo, lançando seu próximo disco nos Estados Unidos, All for One, em 1983. O Raven foi para os Estados Unidos em 1983 e fez extensas turnês com a “Kill ‘em All for One” com os jovens thrashers do Metallica (em sua primeira turnê) como banda de abertura.

Em 2005, a revista alemã Rock Hard colocou Wiped Out na 495ª posição de seu livro The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time.

Formação:

John Gallagher – Baixo, Vocal

Mark Gallagher – Guitarra

Rob Hunter – Bateria

Faixas:

  1. Faster than the Speed of Light – 4:22
  2. Bring the Hammer Down – 4:19
  3. FirePower – 3:08
  4. Read All About It – 3:01
  5. To the Limit – To the Top – 7:54
  6. Battle Zone – 3:34
  7. Live at the Inferno! – 3:54
  8. Star War – 5:35
  9. UXB – 3:25
  10. 20/21 – 1:36
  11. Hold Back the Fire – 5:40
  12. Chainsaw – 5:17

3 comentários sobre “Raven – Wiped Out [1982]

  1. Grande banda! Bati muito a cabeça durante a adolescência ouvindo “Live at the Inferno”, o álbum ao vivo que encerrou a primeira – e melhor – fase da carreira do Raven. Essa é só para quem viveu a época, mesmo: tinha uma gravação em fita cassete de segunda geração – minha cópia foi gravada a partir de outra fita. Não gostava muito dos vocais, mas o som era bom demais para se perder! Só fui saber como era a arte da capa muitos anos depois, na Internet.

  2. Escutei o álbum no Spotify. Achei o instrumental bacana (em vários momentos, os arranjos me remeteram ao Iron Maiden), mas achei o trabalho vocal fraco. De todo modo, bacana ver matéria deles por aqui.

  3. Sou um entusiasta da NWOBHM. As vezes eu ficoouvindo um monte de bandas que eu sei que são ruins, mas é legal ficar garimpando. Esse disco eu demorei a ter e é um dos preferidos.

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