Mastodon – Crack The Skye (2009):
Por Daniel Benedetti
O Mastodon foi formado em 13 de janeiro de 2000, depois que o baterista Brann Dailor e o guitarrista Bill Kelliher se mudaram de seu estado natal, Nova York, para Atlanta, Geórgia, e conheceram o baixista Troy Sanders e o guitarrista Brent Hinds em um show da banda de metal High on Fire. Eles descobriram que tinham uma apreciação mútua das bandas Melvins e Neurosis, das lendas do heavy metal Iron Maiden e do Thin Lizzy, e, desta maneira, começaram a trabalhar juntos na música. Em uma entrevista de 2009, Kelliher revelou que a primeira vez que Hinds compareceu a um ensaio com a banda, ele “apareceu tão bêbado que não conseguiu tocar”.
A banda gravou uma demo de nove canções em junho de 2000, que contou com Eric Saner nos vocais. Depois de apenas alguns meses, Saner deixou a banda por motivos pessoais, e as canções de 9 Song Demo foram regravadas com vocais de Hinds e Sanders. Em 2001, a Reptilian Records lançou um disco contendo três das faixas regravadas. No mesmo ano, o Mastodon fechou um contrato com a Relapse Records, e mais cinco das canções regravadas foram lançadas como Lifesblood EP.
O primeiro álbum de estúdio do Mastodon, Remission, foi lançado em 28 de maio de 2002, e trazia as canções “Crusher/Destroyer” e o primeiro single da banda, “March of the Fire Ants”. Coincidindo com um videoclipe de “March of the Fire Ants”, uma edição de luxo de Remission foi lançada em outubro de 2003. Esta versão do álbum continha um cover da música “Emerald”, do Thin Lizzy, e um DVD bônus com um show filmado profissionalmente no The Masquerade em Atlanta.
O segundo álbum completo da banda, Leviathan, foi lançado em 2004; é um álbum conceitual vagamente baseado no romance Moby-Dick, de Herman Melville. A banda foi aclamada pela crítica por Leviathan e o disco foi eleito o álbum do ano pela Kerrang! e pela Terrorizer. Leviathan foi seguido pelo lançamento de Call of the Mastodon em 2006, uma coleção remasterizada das nove primeiras canções da banda, bem como um DVD de entrevistas e filmagens de shows chamado The Workhorse Chronicles, que inclui material dos primeiros dias da banda como um quinteto. Muito do material de Call of the Mastodon é anterior ao álbum Remission.
O terceiro álbum de estúdio da banda, Blood Mountain, foi lançado em 12 de setembro de 2006, seguido por uma turnê de divulgação junto com o Tool na Europa e com o Slayer na Austrália e Nova Zelândia. O álbum em ficou em nono lugar na parada de melhores álbuns do ano da revista Rolling Stone. A Metal Hammer do Reino Unido o elegeu como o melhor álbum de 2006 em sua enquete de final de ano. O álbum foi votado em 5º lugar pela Kerrang! em sua lista de final de ano, bem como nº 6 e nº 1, respectivamente, nas listas de Melhores Álbuns de 2006 e Melhores Álbuns de Metal de 2006 da PopMatters.
Gravado entre abril e setembro de 2008, Crack the Skye é o primeiro disco a apresentar o baterista Brann Dailor como o terceiro vocalista principal da banda. Segundo entrevista presente no DVD The Making of Crack the Skye, este álbum representa o elemento éter, que seria composto pelas almas e espíritos de todas as coisas, tema intimamente relacionado ao contexto do álbum.
Como os elementos fogo, água e terra já foram representados pelos três primeiros álbuns da banda, Remission, Leviathan, Blood Mountain e o sétimo álbum da banda, Emperor of Sand, respectivamente, o elemento ar é o único elemento clássico que ainda não foi representado por um álbum do Mastodon, já que seus álbuns de estúdio seguintes, The Hunter e Once More ‘Round the Sun, não representam um elemento, nem são álbuns conceituais.
Durante a composição do disco, Brent Hinds ouvia In the Court of the Crimson King, do King Crimson todos os dias como inspiração, enquanto Dailor e Troy Sanders ouviam Animals, do Pink Floyd. Paul Romano, que tinha feito toda a capa do álbum do Mastodon até aquele ponto, criou a arte de Crack the Skye. A peça apresenta várias imagens etéreas intimamente ligadas ao conceito geral do disco. Brendan O’ Brien foi o produtor do disco, oficialmente lançado em 24 de março de 2009.
“Oblivion” é bastante pesada e intensa, uma verdadeira porrada, com muitas alternâncias de dinâmica. “Divinations” é mais direta, mantendo o peso, sendo bem agressiva. “Quintessence” possui uma energia progressiva, com várias melodias, mesmo não abrindo mão de peso. Com mais de 10 minutos, “Czar” possui um toque oriental em sua melodia, constituindo-se em uma faixa, digamos, bem viajante. “Ghost of Karellia” é uma música incrível, cujo riff principal é hipnotizante. “Crack the Skye” é uma verdadeira porrada, bem pesada e bastante intensa. “The Last Baron” é caótica e totalmente brilhante por seus mais de 12 minutos.
Crack the Skye atingiu a 34a posição da principal parada britânica e a 11a colocação de sua correspondente norte-americana. Crack the Skye foi nomeado um dos álbuns mais bem recebidos de 2009 por várias publicações musicais. A revista Classic Rock colocou-o em terceiro lugar em seus melhores álbuns de 2009, enquanto a Kerrang! colocou-o em 4º lugar em seus melhores álbuns de 2009. A revista Time colocou Crack the Skye em terceiro lugar em sua lista dos 10 melhores álbuns de 2009, o ano. Rhapsody chamou-o de 7º melhor álbum de 2009. O álbum também foi eleito o álbum nº 1 de 2009 pelos críticos e colaboradores da Metal Hammer. Em 2014, TeamRock colocou Crack the Skye em 57º lugar em sua lista dos 100 melhores álbuns progressivos de todos os tempos. O álbum foi homenageado com o Prêmio Metal Storm de 2009 de Melhor Álbum de Metal Alternativo.
A fim de divulgar seu novo álbum, o Mastodon fez uma turnê com o Metallica na última parte da etapa europeia de 2009 da World Magnetic Tour da banda de Thrash. No outono de 2009, eles embarcaram com o Dethklok na turnê “Adult Swim Presents” junto com Converge e High on Fire. Em 17 de outubro de 2009, eles gravaram um DVD documentando a turnê no Aragon Ballroom em Chicago. The Hunter, o quinto álbum de estúdio da banda, seria lançado em 2011.
Formação:
Brann Dailor – Bateria, Percussão, Backing vocals, Vocal em 1 e 6
Brent Hinds – Guitarra-solo, Banjo, Vocal exceto em 5 e 6
Bill Kelliher – Guitarra-base
Troy Sanders – Baixo, Vocal em 5
Músicos Adicionais:
Rich Morris – Teclados e Mellotron
Scott Kelly – Vocal em 6
Brendan O’Brien – Backing vocals
Faixas:
1. Oblivion
2. Divinations
3. Quintessence
4. The Czar
5. Ghost of Karelia
6. Crack the Skye
7. The Last Baron