Electric Priestess – Greater Evil [2023]
Por Thiago Reis
A banda Electric Priestess, com base em Grimsby – UK lançou recentemente seu segundo álbum de estúdio, após oito anos de hiato do lançamento de seu debut. Esse novo capítulo na história da Electric Priestess apresenta Kristian Snowden nos vocais, junto dos fundadores da banda Jordan Nicholas e Joe Peddie nas guitarras, Richard Osbourne no baixo e Martin Ellis na bateria. A produção e mixagem do álbum chamado Greater Evil ficou a cargo de Nigel Portas, com a gravação sendo realizada no Blue Dragon Audio Studios. Já a masterização foi feita por Andy Thomas-Downes, enquanto que a arte da capa (muito bonita, diga-se de passagem) foi feita pela Graviton Creations.
Diante de todas as informações sobre o disco, cabe ressaltar algumas influências da Electric Priestess, que vão de Black Sabbath (em todas as suas fases), a bandas como Led Zeppelin, Deep Purple, Glenn Hughes solo, doom de bandas como Candlemass e Trouble e Blues em geral. Greater Evil apresenta sete músicas que serão abordadas a partir de agora.
“Greater Evil” abre os trabalhos, com efeitos soturnos, lembrando um Deep Purple dos anos 1970 com um toque de maldade. Aparecem então os riffs a lá Master of Reality e vocais com influência de Candlemass antigo. Uma excelente mistura para se iniciar um álbum. As guitarras e baixo com uma produção mais “suja” também são um atrativo em “Greater Evil”. Após quase quatro minutos de música, temos algumas alterações de andamento e nos riffs, apresentando uma ótima dinâmica, sendo coroada com um solo de guitarra que contribui para o contexto geral da faixa. “Believe the Lies” é a seguinte, com riffs que remetem à fase anos 1980 do Sabbath, mais precisamente ao álbum Mob Rules. Outros riffs aparecem com uma dinâmica bem parecida com o som do Candlemass e algo que remete ao Vol. 4 do Sabbath. A cadência nos riffs que vem logo em seguida apresenta uma dinâmica bem interessante, deixando o som mais soturno e pesado. O solo mais uma vez se presta a auxiliar no contexto geral da canção, funcionando perfeitamente com a base. Após os quatro minutos, o destaque vai para os vocais de Kristian Snowden, com um peso característico dos melhores vocalistas de doom.
Seguimos com “Murder” e seus riffs e peso nos remetendo diretamente a algo que Dio tenha feito em álbuns como Angry Machines e Strange Highway, atrelado ao som sujo característico da banda, formam uma mistura interessante. Os vocais quando Kristian diz “Murder!” lembram muito Ian Gillan em Born Again, o que pode ser interpretado como um grande elogio. Aproximadamente aos dois minutos e quarenta segundos, o andamento dos riffs lembra o que o Sabbath fez em Sabotage, especificamente em “Megalomania”. A sequência de riffs se alternando é bem interessante, fazendo com que “Murder” seja uma das melhores faixas do trabalho. “Breaking Your Back” começa com uma guitarra bem stoner/doom, o que pode ser comprovado quando entram baixo e bateria, em um excelente trabalho rítmico. Em alguns momentos podemos associar os vocais ao que Zakk Wylde fez no início do Black Label Society, apresentando mais uma variação interessante para as linhas de voz. A parte instrumental apresentada aproximadamente aos três minutos chama bastante a atenção, pelo clima bem pesado, mostrando que “Breaking Your Back” pode entrar tranquilamente no set list da banda e agradar em cheio ao público.
“Manifest” apresenta riffs mais modernos, com certa influência do som praticado no final dos anos 1990, mas logo os vocais entram e sabemos que estamos diante de uma banda que pratica o stoner/doom. Os riffs após os dois minutos mais uma vez apresentam influência do Sabbath dos anos 1970, de álbuns como Master of Reality e Vol. 4, com destaque total para as guitarras de Jordan Nicholas e Joe Peddie, sendo este mais um som com características interessantes para funcionar bem ao vivo. “Oh Death” já pelo nome podemos presumir que terá grandes influências do doom metal e os fãs do estilo não se decepcionam, com uma introdução bem pesada e soturna, riffs lentos e cadenciados e baixo em destaque. Quando os vocais entram, temos o que podemos chamar de “Evil Blues”, com bases bem conectadas ao estilo blues, porém com um toque de maldade. O solo é o melhor de todo o álbum disparado, sendo este um dos grandes destaques em “Oh Death”.
Finalizamos com “Wake” e uma bela introdução no violão, conferindo um ambiente folk à música, com uma contribuição importante dos efeitos de chuva. Uma ótima forma de terminar o disco, com uma temática mais calma, com influência na proposta de faixas instrumentais como “Laguna Sunrise” e “Fluff” do Black Sabbath. No geral, Greater Evil entrega um som honesto, com ótimas influências, mas também com criatividade a ser destacada. Se você gosta de bandas como Black Sabbath, Candlemass, Trouble, Deep Purple etc, vale a pena conferir o som dessa jovem banda britânica, que segue muito bem os ensinamentos dos “pais do Heavy Metal”. Para os que ficaram curiosos com o som da banda, o álbum completo estará nas plataformas de streaming a partir de 04 de agosto.
Track list
- Greater Evil
- Believe The Lies
- Murder
- Breaking Your Back
- Manifest
- Oh Death
- Wake