Tygers of Pan Tang – Spellbound [1981]

Tygers of Pan Tang – Spellbound [1981]
Robb Weir, Rocky, Briand Dick, John Sykes e Jonathan Deverill. Tygers of Pan Tang em 1981

Por Daniel Benedetti

O Tygers of Pan Tang foi formado em 1978, em Whitley Bay, Inglaterra, e esteve ativa até 1987 em um primeiro momento, reformando-se em 1999 e seguindo viva desde então. O nome da banda é derivado de Pan Tang, um arquipélago fictício da série de fantasia Elric of Melniboné, de Michael Moorcock, cujos magos mantêm tigres como animais de estimação.

O conjunto musical foi formado pelo guitarrista Robb Weir (nascido Robert Mortimer Weir, 1958), Richard “Rocky”; Laws (baixo), Jess Cox (vocal) e Brian Dick (bateria). O grupo tocava em clubes e foi contratado pela gravadora local independente Neat Records antes que a MCA lhe oferecesse um grande contrato. Depois do lançamento de vários singles, “Don’t Touch Me There”; (1979), “Rock N’ Roll Man” (1980) e “Suzie Smiled” (1980), o conjunto lançou seu primeiro álbum, Wild Cat, em 1980. O disco alcançou a 18ª posição na principal parada britânica de álbuns na primeira semana de seu lançamento. Posteriormente, John Sykes (ex-Streetfighter, tempos depois em bandas como Thin Lizzy, Whitesnake e Blue Murder) foi adicionado como segundo guitarrista.

Imagem do pôster autografado que acompanha a versão original inglesa

John James Sykes nasceu em 29 de julho de 1959, em Reading, Berkshire, na Inglaterra. Ele se interessou pela guitarra aos quatorze anos, quando seu tio lhe mostrou como tocar alguns dos licks de Eric Clapton. Naquela época, Sykes e sua família moravam em Ibiza, na Espanha, onde seu pai e seu tio eram donos de uma discoteca. Nos dois anos seguintes Sykes treinava canções de blues em um velho violão de cordas de náilon. Após três anos na Espanha a família Sykes voltou para Reading. Lá John iniciou um relacionamento e basicamente desistiu da música por um ano e meio.

Sykes não voltaria a tocar até se mudar para Blackpool, quando foi convidado a entrar na banda Streetfighter, através de seu amigo Mervyn Goldsworthy, que mais tarde seria baixista em bandas como Diamond Head, Samson e FM. Paralelamente, Jess Cox teve um desentendimento com os outros caras do grupo e saiu do conjunto, sendo substituído pelo vocalista do Persian Risk, um cara chamado Jon Deverill.

Parte traseira do pôster

Spellbound é o segundo álbum de estúdio do Tygers of Pan Tang e, como já citado, é o primeiro trabalho da banda com o guitarrista John Sykes e o vocalista Jon Deverill. “Gangland” é o típico som da NWOBHM, abrindo o álbum com uma porrada. Já “Hellbound” é rápida e furiosa, indo bem diretamente ao clímax. Em “Mirror” temos uma faixa mais cadenciada e que conta com uma atmosfera mais angustiante. “Blackjack” possui uma inegável pegada Judas Priest enquanto “The Story So Far” possui um riff bem legal e uma musicalidade que lembra o Thin Lizzy.

Em Spellbound, fica evidente que a adição de um vocalista muito bom como Jon Deverill aumentou as possibilidades do grupo, bem como a chegada do ótimo John Sykes elevou o patamar das composições. Quando faz seu Heavy Metal, o grupo é certeiro e, embora não crie nada novo, o que faz é muito bem-feito como nas faixas “Take It”, “Blackjack” e na clássica “Hellbound”. Entretanto, é quando flerta com outras possibilidades que o disco traz novo brilho: “Mirror” (a qual me lembrou bastante “Remember Tomorrow” do Maiden) e a “Lizzyana”, “The Story So Far” são as minhas canções preferidas do disco.

Encarte do vinil

Spellbound atingiu a 33ª colocação na principal parada britânica de discos. O single, “Hellbound”, alcançou a 48ª posição na parada britânica de singles. “Hellbound” foi gravada pela banda americana de thrash metal Heathen como uma faixa bônus para o álbum Victims of Deception, bem como pelo tributo alemão à NWOBHM Roxxcalibur em seu segundo lançamento de 2011, Lords of the NWOBHM, enquanto “Gangland” foi gravada pelos gigantes do thrash metal alemão, a banda Kreator, em 1987, no seu single “Behind the Mirror” e no EP Out of the Dark … Into the Light, em 1988.

Esta mesma formação do grupo lançaria, ainda em novembro de 1981, o terceiro álbum da banda, Crazy Nights, o último com o guitarrista John Sykes.

Contra-capa do LP

Formação:
Jon Deverill – Vocal
Robb Weir – Guitarras, Backing vocals
John Sykes – Guitarras, Backing vocals
Richard “Rocky” Laws – Baixo, Backing vocals
Brian “Big” Dick – Bateria

Faixas:
01. Gangland – 3:43
02. Take It – 4:27
03. Minotaur – 0:22
04. Hellbound – 3:30
05. Mirror – 4:34
06. Silver and Gold – 3:35
07. Blackjack – 3:15
08. The Story So Far – 3:29
09. Tyger Bay – 3:28
10. Don’t Stop By – 4:04

7 comentários sobre “Tygers of Pan Tang – Spellbound [1981]

  1. Ótimo disco de uma banda que merecia muito mais sucesso do que teve. Neste disco, “Hellbound”, “Take It” e “The Story So Far” provam que eles não deviam nada para seus colegas mais famosos da NWOBHM. Ler o texto me fez ouvir o disco novamente depois de um bom tempo, e ele não perdeu nada na minha avaliação; mais ainda, fui atrás de mais informação sobre o Tygers e descobri que eles tinham lançado um disco novo este ano, o bom “Bloodlines” – vale conferir, claro que não é tão bom quanto os clássicos do começo dos anos 80, mas é um álbum bem feito e com músicas bem interessantes.

  2. Bom disco. Favorito de muitos, mas eu prefiro o primeiro. Gosto do vocal do Jess Cox. Ele foi cotado pra ser vocal do Metallica segundo a bio escrita pelo Mick Wall.

  3. Spellbound é um clássico que deveria ter mais repercussão. Talvez a instabilidade tanto estilística, quando de formação tenha atrapalhado a banda. Sugiro que ouçam os discos novos que estão excelentes, em especial o Ritual

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