Ouve Isso Aqui: Bandas que Renasceram
Editado por André Kaminski
Tema escolhido por Fernando Bueno
Com Anderson Godinho, Daniel Benedetti, Davi Pascale, Líbia Brígido, Mairon Machado e Marcello Zapellini
Estava ouvindo alguns discos da discografia do Angra aleatoriamente, quando cheguei em Rebirth. Lembrei de praticamente tudo o que aconteceu na época com a troca de mais da metade da banda e era difícil imaginar que eles dariam a volta por cima. Aí pensei nesse tema de renascimento. Bandas que teriam tido seu renascimento por diversos fatores e cheguei a cinco exemplos com diferentes motivos para cada um deles estarem aqui nessa lista. Lembra de mais algum exemplo? Coloque lá nos comentários. (Fernando Bueno)
Angra – Rebirth [2001]
Fernando: Trocas de integrantes são normais desde quando a música é música. Incompatibilidade musical, brigas por grana ou por ciúmes e todo e qualquer motivo que cause separação, mas uma troca de três quintos de uma banda de uma vez só não é toda hora que acontece. Saem André Matos, Ricardo Confessori e Luis Mariuti e ficam os guitarristas Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro. Os remanescentes buscam pessoas de destaques em outras bandas e conseguem o improvável: prosperar mesmo depois de um trauma tão grande. Edu Falaschi, um ótimo compositor, Aquiles Priester, um baterista com uma técnica absurda e um então novato Felipe Andreoli, que se tornaria uma peça chave da banda ao longo de todos esses anos. O nome do disco, Rebirth, e sua faixa título, deixam claro como tudo foi encarado por todos os envolvidos, mas quem deixa de lembrar a faixa de abertura de fato do disco, “Nova Era”, com seus versos que dizem que a ‘Nova Era traz as cinza de volta à vida’. Mais explícito impossível.
Anderson: Nesse contexto de renascimento acredito que o Rebirth seja icônico. A banda perdia nada menos que três integrantes sendo um deles um dos melhores vocalistas de metal que já ouvi, o finado André Matos. É um álbum fortíssimo, com, os então, novos integrantes mostrando a que vieram: Aquiles Priester destruindo na bateria e o vocalista Edu Falaschi em sua melhor forma. Praticamente todas as músicas se tornaram clássicos e são cantadas a todos os pulmões nos shows da banda. Particularmente, “Nova Era”, “Millenium Sun” e “Running Alone” são as que mais me agradam. Realmente um álbum clássico que fez o Angra ressurgir! Qualquer lista de Angra que não coloque esse álbum no top 3, pode desconfiar
André: Um exemplo bem sucedido de renascimento quando se esperava que tudo iria ruir. Após a saída de três membros importantíssimos, a dupla de guitarristas Rafael e Kiko recrutou três caras muito bons para darem continuidade ao Angra. Por mais admiração que eu tenha a Andre, Luis e Ricardo, não tenho como negar que os melhores e meus favoritos discos da banda são Temple of Shadows [2004] e este Rebirth. “Nova Era”, “Millenium Sun”, “Acid Rain” e “Running Alone” estão entre as melhores composições que eles já fizeram. Quem ganhou aqui foi o ouvinte que recebeu Angra e Shaman fazendo música de alta qualidade.
Daniel: Este pra mim é um dos melhores álbuns do Angra. Colocou a banda novamente nos trilhos e possui algumas faixas emblemáticas do grupo como “Nova Era”, a faixa-título ou mesmo “Rebirth”, além de outras menos badaladas como “Millenium Sun” e “Running Alone”, das quais gosto muito. Heavy Metal mais intricado, com doses de progressivo, dando um novo – e ótimo – rumo para o grupo.
Davi: Comecei a ouvir Angra, assim que o Angel´s Cry foi lançado e fui impactado de imediato. As músicas eram excelentes e a banda tinha nível gringo, algo não muito comum na cena metal brasileira até então, portanto fiquei bem frustrado quando recebi a notícia de que Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori não estavam mais no grupo. Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt tiveram a coragem de reformular o Angra (muitos acreditavam ser o fim) e iniciaram um segundo capítulo nessa história. Rebirth trazia o Angra de volta à sonoridade clássica (ou seja, a mistura de power metal, música brasileira e prog metal) e provava que as escolhas haviam sido acertadas. Na real, já conhecia os músicos envolvidos por conta do Symbols e do álbum Nomad do Paul Di´Anno. Hehehe O repertório é brilhante. Só não gosto muito de “Judgement Day” e de “Visions Prelude”. O restante do álbum é perfeito. Para mim, o terceiro melhor disco da carreira do Angra (ficando atrás apenas de Holy Land e Angel´s Cry) e o melhor disco dessa lista.
Líbia: Mesmo sendo um álbum após mudanças importantes dos integrantes, acredito que desperta memória afetiva em muitos de nós. A banda desde seu inicio transbordava maturidade profissional, mesmo sendo muito jovens. Esse quarto lançamento está carregado de aprendizados práticos quanto a produção, em todos os seus aspectos elevaram ao máximo a criatividade nas composições. É um álbum muito dinâmico com riffs de guitarra técnicos e melódicos, cozinha espetacular, vocais poderosos e líricos, e melodias de teclado que tornam o som rico e majestoso. Quanto as faixas mais marcantes, logo vem a faixa título “Rebirth”, essa desperta a memória afetiva que comentei, a “Nova Era” tanto quanto. Mas minha favorita é a “Millennium Sun”, que é uma obra de arte completa quanto a execução instrumental, além dos questionamentos que nos acompanham até hoje, então ela é transcendental. Portanto, temos aqui uma formação marcante, assim como a anterior, caiu como uma luva.
Mairon: O disco da estreia de Edu Falaschi substituindo Andre Matos. É um disco corajoso, já que é praticamente impossível substituir o maior vocalista do metal nacional, e chato! O álbum começa bem, com a ótima “Nova Era”, mas depois cai numa pomposidade gigantesca, e não chega nem perto dos clássicos Angel’s Cry e Holy Land. Não dá de entender a tentativa nada eficaz de soar inovador em “Unholy Wars”, misturando elementos “brasileiros” com o rock pesado. E pra piorar, é dose aturar os vocais em “Acid Rain” e “Bleeding Heart”, com pianinhos insuportavelmente insuportáveis que a colocam fácil como a mais chata de Rebirth, os tecladinhos irritantes da interminável “Running Alone”, as cordas e o coral mal encaixados na inaguentável “Heroes of Sand”, e a sonolência de “Visions Prelude” e da faixa-título. Disquinho muito pomposo de uma banda que se tornou pomposa comandada por dois seres extremamente pomposos (Rafael Bittencourt e o citado Edu Falaschi). O Angra não necessitava ter seguido adiante.
Marcello: Não conheço bem a história do Angra, uma banda que, apesar de sua inegável qualidade, nunca me chamou muito a atenção. Por isso tenho pouco a dizer sobre eles, e vou me ater ao álbum em si. Após a banda ter rachado ao meio, com apenas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt permanecendo, a nova formação com Edu Falaschi, Aquiles Priester e Felipe Andreoli estreou neste disco comercialmente muito bem-sucedido (o mais vendido da carreira do grupo). Aliás, acho que fazia uns vinte anos que não o ouvia… após a instrumental de abertura “In Excelsis”, “Nova Era” é o verdadeiro cartão de visita do (então) novo Angra para os fãs: pesada, rápida, bem elaborada e com excelente trabalho de vocais (Edu Falaschi não é tão bom quanto Andre Matos, mas isso não significa que ele seja ruim, pelo contrário – Matos era um ponto fora da curva). Em seguida, a ótima “Millenium Sun”, com sua introdução ao piano, é uma das músicas que mais gosto deste disco. “Acid Rain” é representativa de tudo o que não gosto muito no estilo, com seus vocais metidos a canto medieval e a tentativa de encaixar 2561 ideias diferentes numa música de seis minutos. Mas é bem feita, sem dúvida. “Unholy Wars” é o maior destaque do álbum, com mais de oito minutos e uma introdução muito interessante. A faixa-título é muito bonita e também chama bastante a atenção, dando destaque à interpretação emocionada de Edu Falaschi. O peso volta com “Judgment Day”, que tem uma variação bem interessante no refrão – aqui as ideias diferentes contribuíram para a música. “Visions Prelude” (com a música adaptada de Chopin) encerra o álbum com suavidade. “Rebirth” é um bom disco, mas, como não conheço bem a discografia do Angra, não posso colocá-lo em comparação com os demais sem correr o risco de ser injusto. O fato é que a banda sobreviveu a uma crise muito forte e renasceu, atingindo grande sucesso – certamente, se este álbum tivesse fracassado, o Angra não estaria mais na ativa, para a tristeza dos seus milhares de fãs.
Fleetwood Mac – Fleetwood Mac [1975]
Fernando: Quando Peter Green saiu do Mac, ainda em 1970, ele levou junto consigo a linha blues rock que a banda apostava. Passado alguns anos de transição e em 1974 Chrstine McVie se viu com uma companheira na banda: Steve Nicks. O renascimento do Fleetwood Mac se dá muito mais por uma radical mudança sonora e essa sim rumo ao sucesso inacreditável. O álbum de 1975, autointitulado, foi apenas uma excelente aquecimento para o que viria no ano seguinte na forma de Rumours. Uma das coisas mais incríveis é que os relacionamentos amorosos (sim, no plural!) entre os integrantes da banda quebraram o relacionamento pessoal entre os membros, mas o relacionamento como músicos se manteve e todo esse furacão de emoções ajudou-os a criar discos sensacionais.
Anderson: Essa é daquelas bandas que todo mundo ouve, sabe quem são, sabem cantar algo… menos eu. Já ouvi uma coisa ou outra, sei da importância da banda, mas opinar sobre uma história que não conheço e sobre músicas que não gosto seria injusto! Deixo para os colegas dissertarem com a devida qualidade.
André: Nunca fui grande fã da banda e ainda acho a babação em cima de Rumours [1977] um tanto exagerada. Mas ainda gosto mais deste disco do que do sucessor. Buckingham e Nicks deram uma cara nova a uma banda que havia perdido diversos membros importantes. É um trabalho bacaninha de uma banda que depois seguiu por este soft rock, mas ainda prefiro a fase mais blues e psicodélica deles.
Daniel: Tentei começar a ouvir, mas eu curto o Fleetwood Mac do Peter Green, mais voltado ao blues. Não passei da terceira música.
Davi: Esse é o disco que marca a estreia do casal Lindsey Buckingham e Stevie Nicks. Aqui já temos o Fleetwood Mac enveredado no cenário pop, com uma sonoridade bem distante daquele blues que faziam no início da carreira. A única música que nos remete um pouco ao período inicial é (a boa) “World Turning”, o restante do álbum já nos dava uma dica do que iriam aprontar no ótimo Rumours. Dentre o material apresentado aqui, minhas músicas favoritas ficam por conta do rock “Blue Letter”, da envolvente “Rhiannon”, além das divertidas “Sugar Daddy” e “Say You Love Me”.
Líbia: Quando falam que essa fase foi a mais bem-sucedida comercialmente, identifico que conheci Fleetwood Mac a partir dessa era. Ouvindo aqui, em uma manhã calma, chego a me sentir em um lugar diferente da Terra, tenho essa sensação boa principalmente quando ouço a faixa “Warm Ways”, é realmente muito agradável ouvir. Outra que vai lá no coração a joia poética, assombrosa e acústica “Landslide”, essa música capta tão bem as emoções das grandes mudanças da vida, onde a incerteza toma conta mas você tem que seguir em frente. Adoro como a “World Turing” evolui, Christine e Lindsay dão show aqui, uma incrível aula de guitarra e vocais, e depois é difícil não se empolgar com as batidas. Lendário.
Mairon: Essa nova fase do Fleetwood Mac não é do meu agrado, mas é inevitável que se diga que é a de maior sucesso, vide o estrondoso Rumours [1977]. O embrião musical está aqui, com canções acessíveis (“Blue Letter”, “Say You Love Me” E “Suggar Daddy”) e grudentas (“I’m So Afraid”, “Monday Morning” e “World Turning”), além de bonitas baladas (“Over My Head” e “Warm Ways”). Todas curtinhas, certeiras para tocar nas rádios. A alternância dos vocais é algo bem interessante aqui. Melhor faixa para o derretimento vocal de Stevie Nicks em “Rhiannon”, seguida pela delicadeza dos violões e do órgão na lindona “Crystal” e pela simpatia de “Landslide”, outra com o vocal sedutor de Nicks e belos violões. Não há uma “The Chains” aqui, mas até que comparado com o gigantismo de Rumours, Fleetwood Mac não fica devendo em nada.
Marcello: O período imediatamente anterior da carreira do Fleetwood Mac (os anos 1973 – 74) foi descrito aqui, então não vou ficar me repetindo. O primeiro álbum da banda gravado com o então casal Stevie Nicks e Lindsey Buckingham demorou mais de um ano para atingir o topo da parada americana, mas daí em diante o Fleetwood Mac passaria anos sem saber o que é um fracasso comercial. Desde a saída de Jeremy Spencer em 1970, o grupo vinha se aproximando de uma sonoridade mais pop, e “Fleetwood Mac” mostrou essa cara. Após a animada “Monday Morning”, de Buckingham, Christine dá as caras com a bonitinha “Warm Ways”, e Buckingham volta com “Blue Letter”, com Stevie harmonizando. A cantora finalmente aparece com “Rhiannon”, um dos maiores sucessos da banda – e uma das melhores músicas do disco. Stevie também compôs “Crystal”, mas, curiosamente, Lindsey assumiu o vocal principal nessa música. Ainda há espaço para a bela “Over My Head”, de Christine, mais uma prova da sensibilidade da Songbird para compor baladas. No lado B, Christine abre os trabalhos com a animada “Say You Love Me”, divide os vocais com Buckingham em “World Turning” (uma rara parceria entre os dois) e canta e assina “Sugar Daddy”. Depois de ter dominado o lado A, Buckingham encerra o disco com “I’m So Afraid”, que seria o veículo para longos solos de guitarra ao vivo. Mas é Stevie Nicks a responsável pelo melhor momento deste lado, com a belíssima balada “Landslide”. No todo, “Fleetwood Mac” não está à altura de Rumours, que o sucedeu, e provavelmente desagradou os fãs da fase blues da banda, mas é um ótimo álbum, que fez o Mac não somente renascer das cinzas, como também se tornar uma das bandas mais bem-sucedidas da história. Recentemente, um álbum ao vivo gravado na turnê de Rumours trouxe versões para oito das onze músicas deste disco – quem gosta dele precisa conferir.
King Crimson – Discipline [1981]
Fernando: De 1969 até 1974 Robert Fripp testou de tudo para colocar suas ideias musicas para fora. Foram várias formações e todas elas produzindo música de alta qualidade. Acreditando que não tinha mais para onde levar o King Crimson ele encerra a banda e vai fazer outros projetos musicais. Porém em 1981 ele resolve promover o renascimento do grupo, trazendo apenas Bill Bruford da antiga formação junto de Adrian Belew e Tony Levin, ambos multi-instrumentistas, para alargar ainda mais as fronteiras musicais do King Crimson. Discipline, o disco vermelho, é o primeiro de três discos que habituou-se a serem chamados de “A Trilogia das Cores”, por conta das suas capas de cores chamativas. Aqui agregam influencias até do post-punk, new wave e minimalismo para criar uma esrutura sonora que nunca havia sido abordada durante sua carreira como um dos pilares do rock progressivo da década de 70. Beat, o disco azul, de 1982 e Three of a Perfect Pair, o amarelo, de 1984 fecham essa fase da banda para um novo hiato e posterior volta, porém aí seguindo um pouco da linha que foi traçada aqui.
Anderson: Esse divide opiniões, talvez dessa lista seja o que mais faz isso. Por um viés, muitos falam que a banda se adaptou aos ‘tempos’ modernos da época, para outros trata-se de outra banda. Porém, a crítica de modo geral aclamou o álbum e, na atualidade, muitos colocam como um álbum fundamental dentro do rock progressivo. Ainda em tempo, dois membros que se tornariam essenciais nessa nova sonoridade da banda aparecem nesse material: o guitarrista Adrian Belew e do baixista Tony Levin. Discipline tornou-se ‘Cult’.
André: Dentro das gigantes progs, o rei carmesim é uma das que menos vou atrás de material. Como eu conheço pouco de King Crimson perante as outras, não sei muito bem o que foi a virada de mesa aqui, exceto pela banda possuir uma sonoridade mais oitentista. O que posso falar com toda a certeza é que Bill Bruford rouba a cena neste disco. Mas o geral das composições em si não me brilham os olhos.
Daniel: Por si só, este disco não é ruim, apesar de uma pegada Pop/New Wave que não é muito a minha praia. Entretanto, levando-se em conta ser um álbum do King Crimson, está abaixo do material produzido anteriormente. Devo apenas destacar as duas faixas instrumentais que encerram o disco, pois são as que mais me lembram da sonoridade mais clássica da banda.
Davi: Depois de um hiato de sete anos, Robert Fripp e Bill Bruford retornaram o King Crimson com um novo lineup (onde incluía o monstro Tony Levin) e uma nova sonoridade. O grupo manteve o lado experimental, mas foi buscar referências nos segmentos que estavam em voga na época (em especial, a new wave). Decisão sábia, uma vez que a cena musical já havia mudado bastante. Contudo, devo dizer que esse é um disco que não me agrada. Claro, os músicos são brilhantes, mas as composições não me prendem a atenção. O ponto alto do disco, para mim, é o bonito trabalho de guitarra em “Matte Kudasai” e o impressionante trabalho de baixo em “Frame By Frame”.
Líbia: Ouvir King Crimson é sempre uma experiência, especialmente quando se fala em Discipline [1981]. Demorei algum tempo para conseguir compreender, mas quando você menos espera está se divertindo com o que a banda tem a oferecer. Para quem é ligado aos detalhes musicais e é grande conhecedor do estilo deve ser uma aventura. E por isso podemos dizer que é uma das mais puras bandas de rock progressivo, pois eles fugiam do padrão da época, quando ouço acho tudo muito originário. A faixa mais comum é a “Matte Kudasai”, tem uma boa levada e lindos vocais. As outras podem nos deixar perturbados nas primeiras audições, principalmente a faixa “Discipline”, porém estranhamente conquista e nos deixa concentrado. A química é muito boa, causa sensações desconfortáveis e em seguida momentos de calmaria, parece a vida, sabe? Provavelmente durante todos esses anos que se passaram muitos queimaram a língua, depois tiveram que voltar atrás, espero que isso aconteça por muitos séculos. Nesse lançamento a banda triunfou fazendo algo único.
Mairon: Lembro da primeira vez que ouvi este disco, e a trilogia colorida de retorno, e da sensação de “puta merda” que fiquei ao final de cada um dos álbuns. Afinal, eu esperava algo na linha dos anos 70 clássicos da trupe de Robert Fripp, e nunca esses invencionismos que estão aqui. Hoje, ouvindo depois de muitas outras audições fracassadas, percebo quanto Fripp seguiu a linha que desenvolveu anos antes junto de David Bowie na fase Berlin (junto de Adrian Belew), mas com algo que não consigo aturar, que é a voz do Belew. Enquanto ele está calado, a coisa funciona bem, vide a excelente introdução de “Frame By Frame”. Não à toa, a melhor música para mim é a viajante “The Sheltering Sky”, totalmente instrumental. Salvam-se ali ali a bonita criação de “Matte Kudasai” e o ritmo hipnotizante de “Thela Hun Ginjeet”. Mas basta ele entrar cantando que não dá de aturar, e aí vem os estragos de “Elephant Talk”, e uma das coisas mais insuportáveis que já ouvi no prog que é a faixa-título. Não entendo a aclamação que fazem deste disco, considero-o chato demais, e só nao é o pior do KC por que ainda veio o Beat e toda a parafernália de discos “esquizóides” pós-anos 90, que me dizem que Fripp deveria ter seguido como carreira solo, e não manchado uma brilhante história daquela que um dia foi uma das cinco maiores bandas do progressivo britânico.
Marcello: No final de 1974, Robert Fripp declarou simplesmente que o “King Crimson tinha deixado de existir”. Após a coletânea “A Young Person’s Guide to King Crimson”, o guitarrista se engajou em vários projetos, e no começo dos anos 80 articulou sua volta aos holofotes com uma nova formação do Crimson, que incluía o velho colega Bill Bruford, o baixista Tony Levin e, pela primeira vez na história da banda, um segundo guitarrista, Adrian Belew, que se encarregava do vocal principal. O Crimson dos anos 80 lançaria uma trilogia de álbuns com capas quase padronizadas, em cores diferentes, e este é o primeiro – e o melhor desse período, na minha opinião. Entretanto, o álbum se inicia com a chatinha “Elephant Talk”, salva pela musicalidade inacreditável dos quatro integrantes do grupo. Fico imaginando o fã do Crimson, que sete anos antes guardara “Red” na sua capa após ouvir a linda “Starless”, colocando a agulha no vinil de “Discipline” e ouvindo isso aqui. “Frame by Frame” é bem melhor, com as guitarras de Fripp e Belew dando um show à parte. A bela “Matte Kudasai” (“Please Wait” em japonês) traz o melhor momento vocal de Adrian Belew no álbum, e é uma das minhas favoritas do disco. A seguir, a tensa “Indiscipline”, apesar do vocal que vai do sussurrado ao histriônico de Belew, mostra que a banda continuava afiadíssima instrumentalmente. O melhor ficou para o antigo lado B; começando com “Thela Hun Ginjeet” (ou “Heat in the Jungle” em linguagem disléxica) destaca a percussão impressionante de Bruford e, mais uma vez, as guitarras de Fripp e Belew se entrelaçam de maneira impressionante, o disco trazia duas instrumentais, “The Sheltering Sky” e a faixa-título, e aí temos o Rei Escarlate em seu habitat natural. Presença obrigatória em qualquer lista dos melhores discos dos anos 80, “Discipline” mostrou que o Crimson era progressivo por estar à frente do seu tempo (o que seria do Primus, por exemplo, sem essa trilogia?). Fãs dessa fase da banda precisam conferir a maciça box set “On (And Off) the Road 1981-1984”, ou então os álbuns ao vivo lançados por Fripp, para ver realizado o potencial das músicas de Discipline.
Aerosmith – Done With Mirrors [1985]
Fernando: Vocês já imaginaram os Rolling Stones sem o Keith Richards? Impossível não? Porém, guardadas as devidas proporções, foi exatamente o que aconteceu com o Aerosmith por um tempo com a saída de Joe Perry. É até curioso que muita gente sequer saiba disso, mas todos sabem que a banda teve diversos problemas por conta da vida desregrada de seus integrantes. Isso culminou com sua saída e também por algum tempo o outro guitarrista Brad Whitford tb esteve fora da banda. Não fosse esse períodos de alguns anos o Aerosmith poderia ser a formação fixa mais longeva da história. Escolhi trazer o Done With Mirrors para a pauta por ser o disco que marcou o retorno da dupla de guitarristas, mas esse é um disco bem irregular e sabemos que o renascimento do Aerosmith se deu mesmo com a sequencia Permanent Vacations (1987), Pump (1989) e Get a Grip (1993), sendo que a sua carreira nesses 30 anos que se seguiram o lançamento de Get a Grip uma eterna tentativa de reaver o sucesso qualitativo desses 3 discos. Os lançamentos caíram bastante de qualidade até por tentarem por diversas vezes repetir as fórmulas que deram certo e sem tentar criar coisas novas e diferentes. Porém o Aerosmith se mantem como uma das bandas mais amadas até hoje.
Anderson: Esse sim um álbum de retorno de suma importância. O retorno de Joe Perry, a questão das drogas, a musicalidade são temas que podem ser abordados. Portanto, mais do que um bom álbum, foi algo determinante para a continuidade da banda. Sobre as músicas em si, algumas se destacam como a agitada “Let the Music Do the Talking” ou “She’s on Fire” com sua introdução blues. Pode não estar nas listas de melhores da banda, mas em significado com certeza é um dos mais importantes.
André: Não sei se este disco valeu a pena entrar com este tema visto que Joe Perry “foi e vortô” um tanto quanto rápido da banda. Acho que um Helloween com a entrada de Deris e o Sabbath com a primeira entrada de Dio se encaixariam melhor. Enfim, o Aerosmith quando se preocupa mais com a qualidade e menos com as rádios solta coisas boas, caso deste álbum que eu gosto bastante. “Let the Music Do the Talking” e “Gypsy Boots” são a prova que a banda poderia seguir criando vários bons discos antes de virar um pastichão radiofônico.
Daniel: Não me entendam mal: não é que Done With Mirrors seja horrível, não é o caso, mas, quando comparado ao que a banda fez nos anos setenta, a diferença é brutal. No entanto, levando-se em conta o álbum anterior, Rock in a Hard Place, de 1982, podemos enxergá-lo como uma grande melhoria. É uma questão de perspectiva.
Davi: Esse álbum marcava o retorno de Joe Perry ao conjunto e acredito que seja por isso que tenha sido indicado, mas na minha opinião, a verdadeira reviravolta foi no álbum seguinte – Permanent Vacation – onde os músicos se reinventaram e voltaram a soltar fumaça. Nesse aqui, ainda faziam seu som tradicional. Aquele fabuloso hard rock setentista cruzado com blues, mas o repertório não era tão forte quanto de seus álbuns anteriores. Não chega a ser um disco ruim, mas não encanta. Minhas faixas preferidas são “Shame On You”, “She´s On Fire” e “Let The Music Do The Talking”. É verdade que essa última foi criada em cima de uma canção do Joe Perry Project de mesmo nome e ainda tinha o riff de “Draw The Line” no momento do solo, mas está valendo…
Líbia: Conheci Aerosmith bem após esse lançamento, no tempo “Fly Away From Here” e “Jared” passavam direto na MTV, tenho uma memória afetiva bem forte com os 00’s, gosto daquela fase. Logo, quando ouço eles nos anos 70’s e 80’s, penso em quanto essa banda consegue ser versátil sem perder a essência. Então Done With Mirrors foi outra ótima surpresa, ainda não tinha parado para apreciar essa joia que parece pouco falada. Tem um bom rock com todas as ótimas características do Aerosmith, suas boas influências de blues e guitarra cheia de vitalidade. Não tem como ser ruim, você ouve tranquilamente e o astral do dia melhora que uma beleza. De primeira gostei muito das faixas “My fist Your Face”, “Shame On You” e “She’s On Fire”. Vou ouvir mais vezes, foi uma ótima indicação.
Mairon: Considero este o mais fraco do Aerosmith. Done With Mirrors começa muito bem, com a ótima “Let the Music Do the Talking”, uma regravação de uma canção do primeiro álbum solo de Perry, com nova letra e melodia, onde o slide guitar de Perry lembra “In My Time of Dying’ (Led Zeppelin), e tem em “Gypsy Boots” a sua melhor faixa, pegada, lembrando os bons tempos dos anos 70. Mas depois, desliza enntre canções apáticas e de pouca inspiração (“Shame on You” e “Shela”), e faixas animadas que relembram bem os anos 70 (“She’s on Fire”, com um ótimo trabalho de slide ao violão, e “The Hop”, trazendo a harmônica de Tyler). No meio disso, “The Reason a Dog” está na lista de piores canções que o grupo fez, e se quer chega a ser percebida pelo ouvinte. Ainda escapa-se, com poucas sobras, o duelo vocal de Perry e Tyler em “My Fist Your Face”.A versão nacional incluiu “Darkness”, ótima faixa com um grande trabalho de piano por Tyler, e que lá fora, só saiu no CD e k7. Deixou como legado o início de um retorno triunfante, que foi aclamado dois anos depois com o essencial Permanent Vacation. Comentei mais aqui.
Marcello: Após sete álbuns, o Aerosmith chegou ao final dos anos 70 tendo que lidar com os excessos de seus integrantes e, pior ainda, com a saída de Joe Perry. Logo a seguir, Brad Whitford também pediu as contas. Durante quase seis anos, apenas um álbum de estúdio foi lançado (“Rock and a Hard Place”), Steven Tyler entrou e saiu da rehab algumas vezes, os guitarristas levaram adiante seus projetos, e o futuro do grupo era branco (sim, isso mesmo – não é linguagem politicamente correta, e sim alusão ao que a banda adorava utilizar pelas vias respiratórias…). Aí ocorreu o inimaginável: Perry e Whitford voltaram para o grupo, que assinou contrato com a Geffen depois de anos na CBS. E o primeiro disco do novo/velho Aerosmith foi este Done With Mirrors. O disco começa muito bem com a regravação de “Let the Music Do the Talking”, que Joe Perry gravara com sua banda solo, e segue a todo vapor com três rocks bem ao estilo do grupo, “My Fist Your Face”, “Shame on You”, “The Reason a Dog”. “Shela” tem um riff de guitarra rítmica menos aerosmithiano, mas é outra boa composição. “Gypsy Boots” é mais um rock pesado e rápido, no estilo que a gente espera, com “She’s on Fire” reduzindo um pouco o peso, com o vocalista cantando de um jeito que lembra um pouco “Walk this Way”. “The Hop” traz novamente o peso e a velocidade, e conta com bom solo de harmônica de Steven Tyler. A bluesy “Darkness” encerra o último disco do Aerosmith que não trouxe nenhuma balada enjoativa, nem clips superproduzidos; infelizmente, vendeu menos do que se esperava e a banda meio que o renegou. É uma pena, porque dos discos posteriores, só “Honkin’ on Bobo” honrou o passado rockeiro dessa grande banda americana.
Lynyrd Skynyrd – 1991 [1991]
Fernando: Banda no auge, discos de sucesso e shows lotados. O que mais poderia acontecer de errado para uma banda que estava voando para o estrelato? O que aconteceu que durante esse vôo o avião caiu e matou mais da metade dos integrantes do grupo. Uma tragédia inacreditável! Seu então mais recente disco Streets Survivor colocava na capa a formação da banda envolta por chamas e isso deu calafrios em muita gente. A capa foi trocada logo em seguida, mas a banda, obviamente não sobreviveu. Mais de 10 anos depois os remanescentes trazem o irmão do vocalista morto para cantar em uma turnê de comemoração e o liga deu certo. Decidiram reformular a banda e em 1991 sai o primeiro disco dessa nova formação de renascimento do Lynyrd Skynyrd. Longe de ser comparável com os discos dos anos 70, o disco é bastante competente. A maior preocupação que tinham era se os fãs iriam aceitar esse retorno, mas isso logo foi resolvido e todo mundo abraçou a música que o grupo criou a partir dali.
Anderson: Aqui é delicado. Para muitos a banda acabou após as tragédias que os acometeram, e muitas vezes eu penso sobre isso também. Por mais que eu goste de algumas coisas que surgiram nessa fase ‘Johnny boy’… não é a mesma coisa, não é a mesma banda, os irmãos Van Zant são deveras diferentes (em minha opinião, inclusive nos valores morais). Sobre o álbum, é apenas interessante. Soa nostálgico em “Money Man” ou mesmo em “Good Thing”. Possui boas músicas como “Keeping the Faith” ou “Backstreet Crowley”, mas não convence. É como costumo dizer: cover deles mesmos. Talvez se tivessem usado outro nome soaria melhor. É um retorno no fórceps, direto das catacumbas do rock ‘n’ roll.
André: Sou suspeito para falar mas dentre os discos que ouvi, não tem um que eu considere ruim do Skynyrd, antes ou após a tragédia. Então essa volta foi mais por uma questão de “um retorno muito bem vindo” do que alguma reviravolta da banda mesmo levando em consideração seu trágico acidente. Ouvir maravilhas como “Smokestack Lightning” e “Keeping the Faith” é sempre um deleite para mim.
Daniel: Apesar de não considerá-lo necessariamente ruim, este álbum fez de uma banda totalmente singular algo que jamais havia sido: genérica. Fruto da reunião dos sobreviventes da banda, o disco mostra um conjunto competente na execução, mas composições são apenas medianas.
Davi: Em 1987, exatos 10 anos após o fatídico acidente, o Lynyrd Skynyrd voltou aos palcos. A excursão gerou o (bom) álbum ao vivo Southern By The Grace of God. Se alguém tinha alguma dúvida se iriam ou não voltarem a gravar, essas dúvidas caíram por terra em 1991, quando lançaram seu sexto álbum de inéditas. O vocalista Ronnie Van Zant e o guitarrista Steve Gaines foram substituídos por Johnny Van Zant e Randal Hall. Os caras ainda trouxeram de volta o guitarrista Ed King, com quem tinham gravado os 3 primeiros álbuns. Não tinha muito como a coisa dar errada… e não deu! Os músicos não inventaram moda e entregaram um álbum típico de southern rock com canções deliciosas – como “Smokestack Lightning”, “Good Thing” e “Backstreet Crawler” – e uma mixagem mais moderna (para a época). Um bom disco dessa grande banda.
Líbia: As vezes vejo comentários sobre ser uma “banda cover” por não ser a formação original e etc. Mas esse é um tipo de banda, que na minha opinião, faz sentido continuar. Pois tem uma ligação familiar bem próxima, apoio, e o mais importante: Boa música. Para quem acompanhou a lendária formação, deve ser difícil digerir por questões nostálgicas. 1991 é um grande lançamento, aqui temos um grupo engajado, trazendo tudo de si, Johnny Van Zant faz um trabalho incrível, canta tão bem quanto seu falecido irmão, a banda está com uma forte conexão, o que torna um álbum todo empolgante, cheio de vitalidade. Foi um lindo retorno, com muitas pressões, mas persistiu, e vem fazendo um excelente trabalho.
Mairon: Cerca de 14 anos desde o acidente fatal da banda, com projetos paralelos dos membros restantes do Lynyrd, como a Rossington-Collins Band, e dos irmãos de Ronnie Van Zant, como a .38 Special e a Johnny Van Zant Band, além de um disco tributo, o Southern By the Grace of God, o Lynyrd Skynyrd volta à ativa, com Johnny assumindo os vocais. A retomada da “marca” original causa certo impacto perceptível como a voz de Johnny: apesar de muito semelhante à de Ronnie (o mesmo com o irmão Donnie), sentia-se que era algo completamente diferente. Estão aqui Ed King e Gary Rossington nas guitarras, Billy Powell no piano, Artimus Pyle na bateria e Leon Wilkeson no baixo, e Johnny carregando o carisma e talento do sangue Van Zant, além de Randal Hall na guitarra, Kurt Custer na bateria e mais um trio de vocais femininos, que fazem um bom trabalho em faixas como “Good Thing”. 1991 consegue o êxito de ser um retorno digno para o grupo, mas sempre com aquele ar de passado. E com alguns defeitos, como a tentativa fracassada de emular “Simple Man” em “Pure & Simple“, e até mesmo em “Mama (Afraid To Say Goodbye)”, na qual a banda se sai um pouco melhor, ou as modernices de “It’s a Killer” e “I’ve Seen Enough”. Ao mesmo tempo, gosto dos solos de “Smokestack Lightning” e “Backstreet Crawler”, e claro, um disco do Lynyrd tem que ter mulheres e dinheiro se fazendo presentes, o que ocorre nas boas “Souther Women” e “Money Man”. Destaco “End of the Road“ e a agitada “Keeping the Faith“ como as melhores, de um disco que retomou o legado da banda, e que continuou na ativa por muito tempo, lançando discos tão bons ou até melhores que esse impactante retorno.
Marcello: Após o acidente que vitimou a banda original, alguns sobreviventes (Allen Collins, Gary Rossington, Billy Powell e Leon Wilkeson, junto com a futura esposa de Gary, Dale Krantz) formaram a Rossington-Collins Band, lançando dois álbuns e acabando por conta do comportamento errático de Allen Collins, que posteriormente sofreria um acidente de carro que o deixou tetraplégico, mas ainda assim ajudou a organizar uma volta do Lynyrd Skynyrd em 1987 para uma turnê (registrada no álbum ao vivo “Southern by the Grace of God”). Rossington, Powell e Wilkeson se reuniram a Artimus Pyle, outro sobrevivente, e Ed King (que participou dos primeiros discos), bem como a Johnny (irmão caçula de Ronnie Van Zant) e Randal Hall (terceiro guitarrista) e lançaram o álbum “1991” – o primeiro que comprei da banda, e que muito me entusiasmou na época. Hoje, nem tanto, e não é porque o disco seja ruim, pois não é. O problema é que o Lynyrd Skynyrd era liderado por um compositor fora do comum, Ronnie Van Zant, e suas músicas fazem falta aqui. Ainda assim, tem coisa muito boa no álbum, como as faixas de abertura (“Smokestack Lightning” e “The End of the Road”), “Southern Women” (com a coautoria de Dale Krantz-Rossington, que participa do álbum nos backing vocals), a pesada “Good Thing” (com o saudoso Billy Powell dando um show no piano) e “Backstreet Crawler”. Mas em compensação tem inutilidades como “Money Man” (com Randall Hall dando uma canja no vocal), a enjoativa “Pure and Simple” e “Mama (Afraid to Say Goodbye)”. No todo, um disco honesto e decente, mas quando se trata de Lynyrd Skynyrd, isso é pouco. Após a gravação, Pyle deixou a banda e Kurt Custer (que foi creditado no disco, mas não tocou) entrou em seu lugar, fazendo com que o Lynyrd Skynyrd iniciasse uma rotina de mudanças de formação, perdendo paulatinamente os membros originais até a morte de Rossington. O grupo continua até hoje sob a liderança de Johnny Van Zant e Rickey Medlocke, que fez parte de uma das primeiras formações como baterista, embora seja outra banda em eterna “turnê de despedida”. Antes da morte de Gary Rossington, Johnny falou em um novo disco de estúdio – por enquanto, nada saiu, e acho que nem sairá.
Como sempre, muito legal participar da seção! Acho que preciso pegar umas aulas de concisão no texto para os demais consultores…
Muito bacana a sacada da ideia e textos …pararabéns aos envolvidos…
Mairon não gosta do Rebirth. É um polemista!
Pelos comentários ele não gosta de quase nenhum….hahahahah
um pequeno reparo: o nome do disco do Lynyrd Skynyrd é “Street Survivors”
De fato! Acho que o fogo cercando os músicos na foto original levou o Fernando Bueno a se enganar no título – e se alguém tinha percebido até agora, não tinha comentado!
TEns razão…vou até fazer o ajuste. Muito obrigado! Sei lá pq me confundi
O disco de 1975 do Fleetwood Mac até que é bacaninha e se encaixa muito bem em listas como essa, ouvi e achei bem interessante (só não gostei é da faixa “Landslide” por ser a mais fraca da bolacha), mas eu prefiro mil vezes o sempre elogiado Rumours. Gostaria de acrescentar ao tema dessa lista o disco Blood of the Nations, do Accept – que foi o campeão da lista dos melhores de 2010 e da lista dos melhores da década de 2010. Esse sim, foi um verdadeiro renascimento dentro do heavy metal. A história, pra quem quiser saber, está toda aqui no site…
O legal é ver as diferenças de gosto… Eu acho “Landslide” muito bonita. E concordo com você, “Rumours” é melhor que o “Fleetwood Mac” de 1975!
“Landslide” é o único ponto fraco da bolacha de 1975 do FM para mim (pergunte para a Miley!), enquanto o Rumours para mim não tem nenhum ponto fraco em seu tracklist (embora eu admita para mim mesmo que as canções mais fracas dele são as cantadas pela saudosa Christine McVie, com todo o respeito a sua memória, apesar de gostar muito delas, principalmente a “You Make Loving Fun”). E sobre o Blood of the Nations? O disco que eu citei do Accept se encaixaria muito bem nessa lista (embora seja o meu segundo favorito da fase atual da banda), qual a sua opinião, amigo Marcelão?
Fui atrás do “Blood…”, que não ouvia faz um tempão, e de fato ele é bem marcante como renascimento de uma banda que todo mundo já dava como passado. Preciso agora ouvi-lo na perspectiva dos posteriores para ter certeza de como posicioná-lo numa lista da banda! Acho que Mark Tornillo se encaixou bem no Accept, e mesmo a banda tendo mudo muito de formação, ainda consegue honrar o passado. Obrigado pela lembrança!
Valeu, Marcello… Pelo menos até o The Rise of Chaos (último disco com Peter Baltes na formação), o Accept dessa fase atual foi simplesmente impecável!