Blue Öyster Cult – Cultösaurus Erectus [1980]
Por Daniel Benedetti
Cultösaurus Erectus é o sétimo álbum de estúdio da banda de rock norte-americana Blue Öyster Cult, lançado em junho de 1980.
Em 1979, o grupo havia lançado seu sexto álbum de estúdio, Mirrors. Para Mirrors, em vez de contar com os produtores anteriores Sandy Pearlman (que passou a gerenciar o Black Sabbath) e Murray Krugman, o Blue Öyster Cult escolheu Tom Werman, que havia trabalhado com artistas como o Cheap Trick e o Ted Nugent.
O disco apresentou a produção mais brilhante da banda até o momento. Também deu a Donald “Buck Dharma” Roeser, vocalista dos maiores sucessos do conjunto, maior destaque como cantor principal, vocalizando quatro das nove músicas. No entanto, as vendas resultantes do álbum foram decepcionantes. A associação de Pearlman com o Black Sabbath levou o produtor de Heaven and Hell do Sabbath, Martin Birch, a ser contratado para o próximo disco do Blue Öyster Cult. O álbum fez com que a banda retornasse às suas raízes do hard rock e, embora os irmãos Bouchard e o guitarrista Roeser tivessem vocais principais, Eric Bloom cantaria a maioria das faixas. O resultado foi positivo, com Cultösaurus Erectus (1980) recebendo boas críticas.
A banda era formada pelo guitarrista e vocalista Eric Bloom, o também guitarrista e vocalista Donald “Buck Dharma” Roeser, o tecladista Allen Lanier, o baixista Joe Bouchard e o baterista Albert Bouchard.
A capa do álbum traz a parte central da pintura Behemoth’s World, do artista britânico Richard Clifton-Dey.
“Black Blade” traz letras do escritor de fantasia e ficção científica Michael Moorcock e é sobre Stormbringer, uma espada negra empunhada por Elric de Melniboné, o personagem mais famoso da mitologia de Moorcock. Já a canção “The Marshall Plan” é um jogo de palavras, conectando o programa econômico pós-Segunda Guerra Mundial com a fabricante britânico de amplificadores. “Black Blade” abre o disco com uma sonoridade profunda e bem atmosférica, sendo uma ótima composição. “Monsters” contém trechos inspirados em jazz que a tornam muito interessante. “Divine Wind” possui uma sonoridade mais bluesy, sendo mais cadenciada, com ótimo trabalho da guitarra de Roeser. Todas as 3 primeiras canções tem o Eric Bloom como vocalista principal.
Trazendo Roeser nos vocais, “Deadline” é uma faixa mais acessível e divertida, com boas intervenções da guitarra. Bloom retorna aos vocais na mais agressiva “The Marshall Plan”, uma das preferidas do disco. Trazendo Albert Bouchard nos vocais, “Hungry Boys” tem uma influência de rockabilly que a torna bem saborosa.
Com Joe Bouchard nos vocais, “Fallen Angel” traz uma sonoridade que relembra os primórdios do grupo. “Lips in the Hills” é mais rápida e direta, flertando com o Metal enquanto “Unknown Tongue” relembra os álbuns anteriores do grupo: ambas trazem Bloom no vocal principal.
Embora seja um pouco menos badalado que outros discos, Cultösaurus Erectus é um dos melhores trabalhos desta grande banda. Como de costume, o grupo traz o Hard Rock como base sonora, mas com diferentes abordagens e ótimas execuções. Flertes com Blues, Jazz, Rockabilly ou mesmo o Metal enriquecem as composições, tornando-se difícil a previsibilidade dos caminhos que seguirão durante as músicas. Cultösaurus Erectus atingiu a 34ª posição da Billboard 200, enquanto ficou com a 12ª colocação de sua correspondente britânica. Há estimativas de que o disco supere a casa de 500 mil cópias vendidas nos Estados Unidos. “Fallen Angel”, “Deadline” e “The Marshall Plan” foram os singles lançados para promoverem o disco.
Embora o álbum tenha vendido mais do que seu antecessor, ele “estagnou” no status Ouro. No entanto, durante esse período, o Blue Öyster Cult ainda lotava grandes locais. A turnê de promoção de Cultösaurus Erectus tinha a banda coliderando arenas esportivas, nos Estados Unidos, com o Black Sabbath na Black and Blue Tour.
Bela recuperação de um disco meio esquecido. O BÖC normalmente é mais lembrado pelos três primeiros álbuns e por “Agents of Fortune”, mas fez muita coisa boa e este “Cultosaurus Erectus” é uma prova disso. Acho “Black Blade” uma das músicas mais legais deles em todos os tempos, em especial a versão do “Extraterrestrial Live”. E queria destacar a contracapa do disco, que é cheia de jogos de palavras e alusões à história da banda, como os ovos encontrados em Stalk-Forrest, a reconstituição dos Cultosaurii feita a partir de esqueletos encontrados em Oaxaca, o crânio encontrado pelo prof. von Pearlman…
Massa, Marcello, valeu por enriquecer demais meu texto. Muito obrigado!
Eu gosto muito dessas postagens de discos em que são feitas resenhas de álbuns lançados há um bom tempo e que não são os clássicos, pois me possibilitam desvendar o que eu não procuraria por conta própria, como é o caso desse texto – aliás, ótimo texto. Muito obrigado, André, por compartilhá-lo.
Opa, obrigado pelo elogio ao texto. Só vi hoje.