Ozzy Osbourne – No Rest for the Wicked [1988]

Ozzy Osbourne – No Rest for the Wicked [1988]

Por Daniel Benedetti

No Rest for the Wicked é o quinto álbum de estúdio da carreira-solo de Ozzy Osbourne, lançado em 28 de setembro de 1988 pelo selo Epic Records. Jake E. Lee e Ozzy Osbourne desfizeram sua parceria em 1987. Naquele ano, Ozzy relembrou o quinto aniversário da morte do guitarrista Randy Rhoads com Tribute, uma coleção de gravações ao vivo de 1981. Em 1988, Osbourne apareceu no filme The Decline of Western Civilization Part II: The Metal Years e disse à diretora Penelope Spheeris que “a porra da sobriedade é uma merda”.

Compacto shaped de “Miracle Man”

No Rest for the Wicked é a estreia do guitarrista Zakk Wylde. Depois da demissão de Lee, Osbourne recebeu uma fita demo de Wylde e mais tarde o contratou após um teste. O baixista/letrista Bob Daisley retornou à banda de Osbourne depois que os dois se desentenderam em 1985. Assim que a gravação do álbum foi concluída, Daisley foi novamente dispensado, sendo substituído pelo ex-colega de banda de Osbourne no Black Sabbath, Geezer Butler, para turnês promocionais subsequentes. “Miracle Man”,”Crazy Babies” e “Breaking All the Rules” foram lançadas como singles acompanhadas de videoclipes. A música “Hero” era uma faixa bônus oculta não listada no CD original e nos lançamentos em fita cassete de 1988.

A música “Miracle Man” foi uma farpa dirigida ao televangelista Jimmy Swaggart. Swaggart há muito criticava a música e as apresentações ao vivo de Osbourne, antes de ele próprio se envolver em um escândalo de prostituição em 1988. Já a canção “Bloodbath in Paradise” faz referência aos assassinatos promovidos por Charles e a Família Manson.

Randy Castillo, Geezer Butler e zakk Wylde (acima). Ozzy Osbourne (abaixo)

O diretor criativo John Carver foi contratado pela administração de Osbourne para conceituar e dirigir a capa do álbum No Rest For the Wicked. O conceito de Carver era retratar Osbourne como Jesus Cristo, com o fotógrafo Bob Carlos Clarke tirando a foto da capa. Além de Osbourne, Daisley e Wylde, a banda continha o baterista Randy Castillo e o tecladista John Sinclair.

Single de “Breaking All The Rules”

“Miracle Man” abre o disco mostrando o talento do guitarrista Zakk Wylde, com um riff e solo bem inspirados. “Devil’s Daughter” soa mais simples e menos inspirada. A ótima “Crazy Babies” traz Zakk novamente inspirado e ótima atuação vocal de Ozzy, assim como o respeitável uso de vocais de apoio. O ótimo riff de “Breaking All the Rules” traz uma música bem pesada, inspirada e remetendo aos melhores momentos da fase Jake E. Lee. Outra excelente composição é a pesada e intensa “Bloodbath in Paradise”.

Com uma musicalidade mais melancólica, a boa balada “Fire in the Sky” é mais um ponto alto do disco. Outra boa canção é a pesada “Tattooed Dancer”, com Zakk detonando. “Demon Alcohol” é mais genérica. “Hero” também resgata a sonoridade da fase Lee, com boa atuação de Ozzy nos vocais. A chegada de um jovem (na época), talentoso e criativo guitarrista como Zakk Wylde fez muito bem para a carreira de Ozzy Osbourne, revigorando sua sonoridade. Na fina linha entre o Hard e o Metal, o disco conta com ótimos riffs e solos muito inspirados. Ozzy também faz uso de suas qualidades vocais, imprimindo sentimento às boas canções do disco.

Ozzy Osbourne e Zakk Wylde. Duas lendas no palco

No Rest for the Wicked foi bem, atingindo a 13ª posição na principal parada norte-americana de álbuns, enquanto ficou com a 23ª colocação na principal parada britânica. Dos singles, apenas “Miracle Man” atingiu a principal parada britânica desta natureza, mas apenas no modesto 87º lugar.

Se na época a Revista Rolling Stone detonou o disco (através de Jimmy Guterman), hoje a crítica, em retrospectiva, tem o disco em boa conta, como o crítico canadense Martin Popoff em seu The Collector’s Guide to Heavy Metal: Volume 2: The Eighties (dá uma nota 9 em 10). Um EP ao vivo (intitulado Just Say Ozzy) com Geezer no baixo foi lançado dois anos depois. Em 1988, Osbourne fez um dueto com Lita Ford na balada “Close My Eyes Forever”, alcançando a 8ª posição na Billboard Hot 100. Em 1989, Osbourne se apresentou no Moscow Music Peace Festival, na União Soviética. O álbum, segundo estimativas, supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

Contra-capa de No Rest For The Wicked

Track List
1. Miracle Man
2. Devil’s Daughter (Holy War)
3. Crazy Babies
4. Breaking All the Rules
5. Bloodbath in Paradise
6. Fire in the Sky
7. Tattooed Dancer
8. Demon Alcohol
9. Hero

2 comentários sobre “Ozzy Osbourne – No Rest for the Wicked [1988]

  1. Esse foi um álbum que não dei o devido valor na época do lançamento. Um amigo me emprestou o LP, ouvi-o uma vez só e deixei de lado, devolvendo logo depois. Posteriormente comprei o CD e percebi que era muito melhor do que lembrava! Não é top 5 do Ozzy para mim, mas é um álbum bem melhor que quase tudo que ele lançou depois de “No More Tears”. Obrigado por fazer lembrar dele, vou colocar na minha lista para ouvir de novo pela primeira vez em muito tempo…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.