Joe Bonamassa – Sloe Gin [2007]

Joe Bonamassa – Sloe Gin [2007]

Por André Kaminski

Joseph Leonard Bonamassa, carinhosamente chamado de Joe por todos, é um caso raro no rock recente: conseguiu fazer uma carreira solo sem a princípio, ser conhecido em alguma banda de sucesso. Apenas lançou um disco com a banda Bloodline em 1994 que não vingou no mercado. Aí nos anos 2000,lançou uma série de discos solo aclamados pela crítica e que resultou em boas vendas e uma carreira solo do qual pôde se orgulhar. Fiel ao seu blues rock de grande influência dos anos 60 e 70, Bonamassa se tornou aquela figura lendária de guitarrista famoso e com uma reputação tão grande quanto seu ego e sua personalidade forte.

Quando Bonamassa lançou Sloe Gin [2007], ele já tinha anteriormente outros cinco álbuns solo e uma carreira já bem consolidada. Foi uma época bem produtiva com lançamentos de discos a cada 1 ou 2 anos e que se mantém até hoje, sendo raríssimos àqueles que receberam alguma crítica mais negativa seja pela imprensa ou os fãs.

Este disco apresenta 11 canções em que 7 são covers e 4 são composições próprias de Joe com algum outro parceiro. Falarei aqui brevemente daquelas que considero mais destacadas embora o disco todo seja muito bom.

A formação que gravou o álbum é Joe Bonamassa (vocais, guitarra), Carmine Rojas (baixo), Anton Fig (bateria) e Rick Melick (teclado). Também há no disco algumas orquestrações e outros instrumentos adicionais.

O disco abre com “Ball Peen Hammer” um cover de Chris Whitley em que Bonamassa capricha no punch de suas guitarras e adiciona uma bela orquestração no terço final da música. Outro cover que ficou muito bom foi “Seagull”, clássica do Bad Company em que o velho tio Bona faz jus à canção com uma versão, em minha opinião, tão boa quanto a original e mais pesada (embora sejamos francos, Paul Rodgers é ainda melhor vocalista).

“Dirt in my Pocket” é a primeira das canções originais do guitarrista e, claro, não faz feio em meio a tantos clássicos do blues rock. Bastante influenciada pelo blues setentista de Rory Gallagher, a música traz aqueles lindos bends de guitarra típicas do estilo e do qual todo mundo que ouve adora de cara. A faixa título “Sloe Gin” vem de uma canção gravada pelo ator Tim Curry (que também já lançou alguns discos) e mais uma vez Joe imprime sua marca especial em riffs e bends de guitarra deixando a música ainda mais rocker.

Segue com “Another Kind of Love”, do recém falecido John Mayall (aliás, Bonamassa é fã de vários blues rockers ingleses) e aqui o guitarrista solta a sua voz típica dos caras blues naquele tom meio rouco/drive dos anos 60. Para finalizar os destaques, “Around the Bend” é mais uma canção própria do autor deste disco e é uma linda balada country rock e do qual este nos mostra que nem só de blues vive o homem.

No saldo geral, um ótimo álbum de Joe Bonamassa. Mais do que recomendado, é um disco que é uma bela porta de entrada ao som ou a discografia que o guitarrista de gênio forte lançou há alguns anos e do qual você pode se deliciar ao som de muito blues, rock, os dois misturados e outras influências.

Tracklist

01. Ball Peen Hammer

02. One of These Days

03. Seagull

04. Dirt in my Pocket

05. Sloe Gin

06. Another Kind of Love

07. Around the Bend

08. Black Night

09. Jelly Roll

10. Richmond

11. India

5 comentários sobre “Joe Bonamassa – Sloe Gin [2007]

  1. Ótima escolha. Joe Bonamassa tem sido essencial para manter o blues vivo, mas acho que o ritmo alucinante com que ele lança discos acaba prejudicando-o um pouco. Tentei colecionar e não consegui acompanhar, muitos discos para importar! Desse “Sloe Gin” o melhor mesmo são as covers, ele consegue trazer um toque pessoal às músicas e ainda ser mais ou menos fiel aos originais. Esse ano sai novo do Black Country Communion – espero que venha coisa boa!

    1. Acompanhar tudo dele é difícil mesmo, Marcello. Mas sempre dá de pescar bons discos como esse!

  2. O novo do Black Country Communion já saiu (agora em junho) e é uma das melhores coisas que já ouvi nos últimos tempos, fica a dica para quem curte esse tipo de som…

    No mais, ótima resenha desse prolífico guitarrista! Para colecionistas, ele é um ótimo desafio – eu ando na onda da música clássica há alguns meses, lendo muito, estudando e, é claro, ouvindo, e caras como Mozart, Vivaldi, Haydn representam desafios semelhantes. Na verdade, na música clássica ainda há outra montanha a ser escalada nesses casos: os maestros – uma coisa é ouvir a 9ª sinfonia de Beethoven com o Karajan, outra é ouvi-lo com o Celibidache, e por aí vai.

    Obrigado, André Kaminski, por compartilhar.

    1. Também curto música sinfônica, Marcello.

      Pega também Arcangelo Corelli para ouvir. É o meu favorito entre os italianos.

      1. Aí é só alegria… Não tem tempo ruim com esses barrocos, não é verdade? Já que me sugeriu o Corelli, te retribuo sugerindo o Georg Philipp Telemann, é curtição na certa.

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