Ted Nugent – Free-For-All [1976]
Por Daniel Benedetti
Free-for-All é o segundo álbum de estúdio do músico Ted Nugent. Foi lançado em setembro de 1976 pela Epic Records. O álbum de estreia da carreira-solo de Ted Nugent acabou fazendo sucesso, tanto de crítica quanto comercialmente. Em termos de paradas de sucesso, o disco conquistou a muito boa 28ª posição na principal parada norte-americana, a Billboard, alcançando a 56ª colocação na sua correspondente britânica.
O próprio Ted Nugent, em entrevistas, considera seu álbum de estreia da carreira-solo como seu melhor trabalho, afirmando: “Se alguém quisesse saber o que era rock n’ roll, esse é o único álbum que eles precisariam (ouvir)”.
Após excursionar extensamente, Nugent, já em 1976, entraria no estúdio The Sound Pit para gravar o sucessor de seu disco de estreia, o ótimo Free-for-All. Quando a gravação de Free-for-All começou, o guitarrista rítmico e vocalista principal, Derek St. Holmes, deixou a banda, citando crescentes conflitos pessoais e criativos com Nugent. Dois anos sólidos de convivência na estrada afetaram o relacionamento. Além disso, St. Holmes estava insatisfeito com a produção de Tom Werman, dizendo que o produtor estava diluindo o som da banda. Um ano antes de Bat Out of Hell lhe trazer sucesso internacional, o vocalista Meat Loaf foi contratado pelo produtor Werman para cantar no álbum. Meat Loaf recebeu a quantia de mil dólares por suas contribuições para o disco, que incluiu a elaboração de seus arranjos vocais e dois dias de sessões de gravação.
Meat Loaf afirma que, depois de concordar em fazer o álbum, ele recebeu uma folha com a letra contendo “apenas a letra”, sem arranjos. Não tendo ideia de como seriam as músicas, ele criou os arranjos vocais das músicas durante os dois dias de gravação. St. Holmes também fez o vocal principal em algumas músicas do disco, incluindo o single “Dog Eat Dog”. Ted Nugent nas guitarras, Rob Grange no baixo e Cliff Davies na bateria formavam a banda. Além do supracitado Tom Werman, Lew Futterman e Cliff Davies também assinam a produção.
“Free-for-All” abre o disco com um excelente riff de Ted Nugent, que também faz os vocais. Com Derek St. Holmes nos vocais, a incrível “Dog Eat Dog” é um clássico incontestável da carreira de Nugent. “Writing on the Wall” é uma faixa com mais de 7 minutos e tem uma incrível atuação de Ted nas guitarras a qual combina com os ótimos vocais de Meat Loaf. “Turn It Up” flerta até com o metal setentista, contando com a guitarra infernal de Nugent e St. Holmes nos vocais. Loaf retorna aos vocais em outra composição encorpada, com um riff pegajoso de Ted.
“Together” traz Loaf nos vocais em uma balada realmente muito tocante. “Light My Way” é legal, mas não tão brilhante, destacando-se pela atuação de St. Holmes. “Hammerdown” é um novo flerte com o Metal, trazendo peso e intensidade. A boa e empolgante “I Love You So I Told You a Lie” é blues rock, com inspirada entrega de Loaf. Muito se fala – e com razão – do ótimo álbum de estreia de Ted Nugent. Entretanto, Free-for-All é, no mínimo, tão bom e inspirado quanto seu antecessor. Em um Hard Rock extremamente vigoroso, às vezes flertando com o Metal, mas guiado pela exímia e inspirada guitarra de Nugent, este disco é imperdível para amantes do estilo.
capa gatefold externa (acima) e interna (abaixo) de Free-For-All
Free-for-All atingiu a boa 24ª colocação da principal parada norte-americana, enquanto ficou com a 33ª posição da sua correspondente britânica. “Dog Eat Dog” atingiu a modesta 91ª posição da principal parada de singles dos Estados Unidos. St. Holmes retornou oficialmente ao grupo após o lançamento do Free-for-All e se apresentou na turnê subsequente. A administração da banda pediu que ele voltasse por solicitação da Epic Records.
A crítica especializada, em retrospectiva, tem o álbum em alta conta. Segundo estimativas, Free-for-All supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos.
Track List
1. Free-for-All
2. Dog Eat Dog
3. Writing on the Wall
4. Turn It Up
5. Street Rats
6. Together
7. Light My Way
8. Hammerdown
9. I Love You So I Told You a Lie
Muita gente não gosta do Ted Nugent por causa de suas posições políticas. Por conta disso, sua obra acaba sendo subestimada, bem como o seu enorme talento na guitarra. Ninguém pode negar, no entanto, que, no palco, Ted vira bicho. Entretenimento puro, rock da maior qualidade.
Essas mesmas pessoas provavelmente enlouqueceriam de vez se soubessem que Nugent e Tom Morello, do Rage Against The Machine, são muito amigos! Mas, independentemente dessas tretas, os primeiros discos do Ted Nugent são muito legais e o cara sabe tocar muito!
Sobre a amizade entre o Nuge e o Tom Morello, eu já sabia. No caso, a despeito das posições políticas opostas, um reconhece o outro como artista, e se respeitam por isso. Sejamos sinceros: com certeza, há figuras que bradam em público odiar o Nuge, mas que, escondidos, fecham os olhinhos e tocam air-guitar na introdução de “Strangehold”…
Eu sempre achei complexo esse lance das posições políticas de artistas que gosto – já pensou ficar sem ouvir o Eric Clapton por conta de suas declarações imbecis assumidas na pandemias?! Neste exato momento em que vos escrevo, ouço Wagner, um antissemita adorado pelos nazistas… Confesso que não sei o que pensar e ouço-os do mesmo jeito. Boa postagem, obrigado por compartilhar, Daniel Benedetti, sou fã do Ted Nugent (mais um desses que sigo ouvindo)!
Valeu, Marcelo Freire, obrigado.
Pois é, eu continuo ouvindo Clapton e Nugent, mesmo não concordando com nada que digam.
Saudações!