Do Pior Ao Melhor: U2
Por Mairon Machado
No dia 25 de setembro de 1976, nascia uma das maiores bandas da história do rock, e com certeza, por mais detratores que discordem, a maior banda da Irlanda: U2. A carreira de Bono (vocais), The Edge (guitarra, vocais), Adam Clayton (baixo) e Larry Mullen Jr. (bateria) e recheada de altos, baixos e mais altos ainda. São 15 álbuns de estúdio no total, que dividem-se em blocos exatos de três discos, caracterizados por fases bem distintas ao longo desses 48 anos de carreira. Além disso, há vários ao vivos, e o projeto Passengers, ao lado de Brian Eno, que não irei incluir aqui por não ser um disco oficial do U2, apesar do quarteto se fazer presente.
Sei que causarei polêmicas aqui, mas ao mesmo tempo, deixo bem clara qual dessas fases é a minha favorita. Vamos então a esse Do Pior Ao Melhor, e esperando para ver o que o U2 irá preparar para uma nova fase, se é que ela virá, já que ao que parece, os caras deram de Elvis e parecem rumar à aposentadoria em Las Vegas.
15. Songs of Surrender [2023]
O último álbum do U2 é também o último disco que recomendo para alguém que não conhece a banda. A reinvenção de faixas clássicas do grupo não funciona em momento algum. Seja na versão enxuta (com 16 faixas) e principalmente na versão completa (com 40! músicas), o que fica ao final da audição é a pergunta “pra que lançarem isto?”. Sem Larry Mullen Jr. de forma direta, e tão pouco Adam Clayton, Bono e The Edge parece que resolveram brincar de tocar algumas músicas da banda em formato acústico, e decidiram gravar isso. A qualidade das versões ficou muito abaixo das originais. As melhorzinhas são “The Little Things That Give You Away” e “Peace On Earth”. O resto, todas ficaram abaixo ou bem abaixo, e das bem abaixo, impossível não citar “Desire” e “Two Heart Beat as One” como as piores. Essa versão dance de “Two Heart Beat as One” é no mínimo para levar os dois presos por alguns meses. As versões para músicas de Zooropa e Pop, caracterizadas por batidas eletrônicas, ficaram pífias, com admirável raiva para o que os dois fizeram com “If God Will Send His Angels”, que me deu vontade de socar o aparelho de som na primeira vez que ouvi. Por fim, “Cedarwood Road”, “Vertigo” e “Until The End of the World” ficaram tão desnecessárias que a prisão citada acima poderia se ampliar por mais alguns dias. Um dos piores discos desta década, e que creio ser o único a ser o mais fácil de posicionar aqui.
14. Songs of Innocence [2013]
O polêmico disco em parceria com a Apple inicia a quinta fase do grupo, a qual traz resquícios de todas as demais fases da banda. Em um disco bastante pessoal para Bono, destacam-se “Iris (Hold Me Close)”, “This Is Where You Can Reach Me Now” e principalmente “Cedarwood Road”, para mim disparada a melhor faixa do álbum. Também gosto de ouvir as homenagens aos Beach Boys (“California (There Is No End To Love)”) e aos ídolos punk Joey Ramone (“The Miracle (of Joey Ramone)”) e Joe Strummer (“This is Where You Can Reach Me Now”). Mesmo tendo uma que outra faixa aquém, no geral é uma boa audição. Porém, nada demais. Um disco que passa despercebido, que não nos traz aquela vontade de ouvir novamente, e assim, fica aqui em 14°.
13. All That You Can’t Leave Behind [2000]
Disco que marca o retorno do U2 ao sucesso de crítica entre fãs e imprensa, para mim é um disco bem passável. Tudo bem, aqui estão “Beautiful Day”, “Elevation” e “Walk On”, faixas que ganharam muito destaque na época, mas no final da audição, o que me passa é um disco arrastado e pouco criativo, vide as esquecíveis “Grace”, “Kite” e “When I Look at the World”, que acredito nem os membros do U2 lembram que existem. Curto bastante a simplicidade de “Wild Honey” e as experimentações de “New York”, assim como os bons clipes de “Stuck in a Moment You Can’t Get Out Of” e da citada “Walk On” (gravado no Brasil), mas no geral, por mais que tenha vendido mais de 15 milhões de cópias, não roda no meu aparelho há algum tempo.
12. October [1981]
A coisa aqui começa a complicar, mas October ainda não me convence. É um disco de transição dentro de uma banda que começa muito bem em Boy para chegar num patamar alto em War, e por isso fica bem estranho não curtir o mesmo. Mas com a sombra desses dois gigantes, acaba ganhando críticas. Apesar de ter faixas muito interessantes como “Gloria”, “I Fall Down”, e a belíssima faixa-título, somente com Bono acompanhado pelo piano, outras menos inspiradas como “I Threw A Brick Through A Window”, “Scarlet” e “Stranger in a Strange Land” acabam não convencendo. Falta algo nas músicas que tem nos outros discos dessa fase, que é a vitalidade, a guitarra pulsante de The Edge, e em essencial, uma música que marque. Talvez October melhore sua posição daqui uns anos, mas hoje, ainda não entra no meu Top 10.
11. Rattle and Hum [1988]
É difícil fazer um álbum gigante depois de um álbum gigante, e essa tarefa árdua recaiu em Rattle and Hum. Parcialmente gravado ao vivo, o álbum é a trilha sonora do documentário de mesmo nome, e trouxe um U2 voltado descaradamente para conquistar e manter o mercado norte-americano, principalmente ao incluir o monstro do blues B. B. King em “Love Comes to Town”, o rockabilly de “Desire”, as citações New Orleanas de “Angel of Harlem”, a parceria com Bob Dylan em “Love Rescue Me” (sendo que Dylan também é reverenciado na boa versão para “All Along the Watchtower”) e até na versão gospel de “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”. Isso acaba me incomodando um pouco, pois essa “norte-americanização” do som dos irlandeses é demasiada para o meu gosto, e parece que cada música crava uma bandeira com listras vermelhas e brancas, com 50 estrelas sobre um fundo azul, no nosso cérebro. Um bom disco, um tanto quanto longo, mas nada mais que isso. O documentário completo é bem melhor do que o que foi registrado aqui.
10. Songs of Experience [2017]
Bastante experimental, como o nome sugere, é o melhor disco da quinta fase da banda. Daqui sai a melhor música do U2 na última década, “13 (There Is A Light)”, simplesmente de fazer até as paredes da casa chorar. O melhor de Songs of Experience é a diversidade de estilos, que vão desde músicas para pular e cantar em alto e bom som, vide “American Soul” e “Lights of Home”, outra que também pode ficar com o status de melhor música do U2 na última década, e a leveza de “Summer of Love” e “Landlady” por exemplo. Mais destaques positivos para “The Little Things That Give You Away” e “Love is All We Have Left”, faixas nas quais os teclados são bastantes participativos, e com um pequeno deslize em “You’re The Best Thing About Me”, a qual é experimental demais para mim. Um disco que cada vez mais cresce nas audições, e merece mais atenção dos fãs.
9. The Unforgetable Fire [1984]
A grande guinada na carreira do U2 está aqui. Se antes eles eram uma banda com pouca expressão nos Estados Unidos, é com o início da segunda tríade que os caras conquistam “a América” em definitivo, começando com esse bom álbum. Eu tenho um coração dividido aqui. Se por um lado acho o mega-clássico “Pride (In the Name of Love)” uma canção que já deu o que tinha que dar, por outro lado “Bad” é uma das minhas canções favoritas de todos os tempos. Daí complica. “MLK” outra que se tornou famosa aqui, também não me passa tranquilamente. Como o disco tem de positivo as lembranças de Boy em “A Sort of Homecoming”, “Indian Summer Sky”, “The Unforgetable Fire” e “Wire”, mas perde-se em “4th of July”, “Elvis Presley And America”, “Promenade” (bem desnecessária), que me remetem à October, além das clássicas não me agradarem, entra bem abaixo nas minhas escolhas.
8. Boy [1980]
Belíssima estreia oficial da banda. Tudo soando novinho, a guitarra do The Edge revolucionando o rock no estilo de tocar, um Bono sedento por sucesso e por mostrar-se como um líder, e a cozinha Adam Clayton/Larry Mullen Jr. casando como manda o figurino das grandes cozinhas de todos os tempos. Eu me empolgo muito com a jovialidade do U2 aqui, atirando para um lado diferente do post-punk, seja nas festivas “A Day Without Me”, “I Will Follow”, “Stories for Boys” e “Out of Control”, ou na parte mais soturna de “An Cat Dubh”, a curta (e lindíssima) “The Ocean” e “Twilight”. Uma banda que experimentava novas sonoridades, calcada no baixo de Adam Clayton e nos timbres e notas inovadoras de The Edge. No fundo acho que a oitava posição é injusta para essa grande obra. O problema é que os irlandeses criaram mais sete obras que são espetaculares ao meu ver. A fórmula foi sendo adaptada com o passar dos anos, e assim, o U2 nunca mais gravou algo similar ao que foi feito aqui.
7. How to Dismont an Atomic Bomb [2005]
Misturando o que foi criado em The Joshua Tree com sons mais orgânicos, How to Dismont an Atomic Bomb trouxe ao mundo U2niano mais um grande clássico, “Vertigo”. A guitarra de The Edge está fantástica aqui, e também ao longo de todo o álbum, assim como a voz de Bono estava no auge. Gosto muito de várias faixas onde a distorção prevalece, destacando “City of Blinding Lights”, “Crumbs from Your Table”, “Miracle Drug” e “Yahweh”. Porém, entre tantas faixas pesadas, o zênite do álbum é a suavidade da fantástica balada “Sometimes You Can’t Make It On Your Own”, simplesmente de arrepiar. Outra bonita balada é “One Step Closer”, com Bono cantando como poucas vezes se ouviu na vida. Uma lástima terem registrado algo tão intragável como “A Man and a Woman”, fácil uma das piores canções da banda, se não, How to Dismont an Atomic Bomb estaria fácil no Top 5 deste Do Pior Ao Melhor.
6. War [1983]
Só por ter “Sunday Bloody Sunday”, War já tem muitos pontos. Daí ao ouvir “New Year’s Day”, outro clássico, uma das minhas faixas favoritas do grupo, não tem como não colocar War em uma posição boa. É o encerramento da terceira fase, que leva para as obras mais aclamadas pelo público e que torna o U2 o gigante que conhecemos hoje na sequência seguinte. War é um disco muito acima de October, mais bem acabado e com arranjos que grudam na mente. Os caras dão uma energia que faltava em seu antecessor, e assim, fincam na nossa mente boas faixas do calibre de “”40″”, “Like A Song …”, “Surrender” e “Two Heart Beat as One”. Como ponto negativo, a pior música do U2 para mim está aqui, “Red Light”, e por isso, assim como o grande deslize de “A Man and a Woman” no álbum da posição 7, War acaba não entrando no Top 5.
5. The Joshua Tree [1987]
Para muitos, este é o melhor disco do U2, e fim de papo. E entendo totalmente aqueles que amam The Joshua Tree. Afinal, o lado A (principalmente as quatro primeiras faixas) é quase um The Best of da banda, já que são simplesmente “Where The Streets Have No Name”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, “With Or Without You” e “Bullet The Blue Sky” responsáveis por apresentar o disco ao fã. Só clássicos, e só músicas únicas na discografia dos irlandeses. Lembro como foi a sensação de ouvir elas em sequência na turnê de aniversário do disco, simplesmente incrível. Mas acho que The Joshua Tree cai bastante nas demais faixas, principalmente no lado B. “In God’s Country”, “Trip Through Your Wires” e “One Tree Hill” são boas faixas? Sim, são. Mas perto do que as quatro citadas fazem, acabam soando realmente como músicas Lado B, e assim, não consigo curtir o TODO de The Joshua Tree. Se focasse só no Lado A, certamente o disco estaria em um Top 3 para mim. Só que as obras completas do U2 são mais importantes do que apenas quatro músicas!
4. No Line On The Horizon [2009]
Lembro até hoje a primeira vez que ouvi este disco, e como fiquei apaixonado pelo mesmo. Parecia que o U2 estava voltando às propostas audaciosas de fazer músicas diferentes e grudentas, que eu tanto curto. Um disco de hinos para a nova geração de fãs, os quais são a espetacular faixa-título, “Magnificent” e “Moment of Surrender”, e obscuridades incríveis a serem descobertas, chamadas “FEZ-Being Born”, talvez a última revolução musical dos caras, “Cedars of Lebanon” e as pauladas “Breathe” e “Get on Your Boots”. No Line on the Horizon soa redondinho do início ao fim, fez o U2 vender absurdamente e, encerra aquela que considero a segunda melhor tríade de lançamentos da banda, só superada pelo que foi produzido nos anos 90.
3. Achtung Baby [1991]
Achtung Baby abre a terceira fase do U2, que compreende este, Zooropa e Pop. É a fase mais criticada e crítica do grupo. Com o status de gigante, Bono e cia. dão-se a liberdade de fazer experimentações musicais, migrando para o mundo do techno-rock, misturando muitos elementos eletrônicos com guitarras distorcidas e baterias programadas, saindo da crueza musical que caracterizou o grupo nos anos 80, e assim afastando aquela geração de fãs. Mas conquistando novos ao longo do tempo, e cada vez mais seguidores dessa tríade nos últimos anos. Meu irmão Micael, colaborador aqui do site, é um dos fãs “oitentistas” que detesta o que ele chama de “bateção de lata que o U2 inventou” nessa fase, mas eu, pelo contrário, adoro cada segundo do que foi feito nestes três discos. Em especial sobre Achtung Baby, entendo todo o choque que ele causou na época. Concentrando-se só nas músicas, como não gostar de “Acobrat”, “Even Better than the Real Thing”, “Until the End of the World”, “The Fly”, “Zoo Station” e a encantadoramente fantástica “UltraViolet (Light My Way)”, com seus ritmos avassaladores e totalmente diferente de tudo o que o U2 havia feito até então? Acho este o ponto central desse período, os irlandeses não tiveram medo de evoluir musicalmente, não importa qual o caminho que iriam seguir, saindo do estilo que consagrou o grupo e, audaciosamente, explorando algo totalmente inédito, que só iria ser aperfeiçoado nos dois discos posteriores. E poxa, o disco simplesmente tem a melhor balada do U2, “One”. Quer mais? Somente em Zooropa e Pop para achar algo ainda melhor!
2. Zooropa [1992]
Durante muito tempo Zooropa foi meu preferido do U2, por culpa de três faixas: “Lemon”, “Numb” e “Stay (Faraway to Close)”, não por acaso os três singles do disco. Se fosse fazer um Top 3 das minhas músicas favoritas do U2, “Lemon” estaria lá ao lado de “Please” e “Bad” (com “”New Year’s Day” correndo por fora). Que música! Ela bate em mim de um jeito raro, que dá vontade de sair cantando e dançando pela casa, e mandando o mundo se foder. O disco é uma aula de techno-rock, de forma que só o U2 conseguiu fazer, e ao longo de quase uma hora, passamos por belezuras do porte de “Daddy’s Gonna Pay for Your Crashed Car”, a complexidade de “The First Time”, ou a enigmática “Some Days Are Better Than Others”. Têm-se ainda as surpreendentes “The Wanderer” (com Johnny Cash) e, como não citar, a espetacular faixa-título, que abre o disco e coloca a casa abaixo hipnotizando através da guitarra e do baixo, e os vocais sussurados de Bono. Muitas críticas contra a TV, contra o consumismo, contra tudo e contra todos, e que foram levadas ao extremo no álbum seguinte, que é justamtente o melhor da banda!
1. Pop [1997]
Chovam as pedras. Eu sei que vão me chamar de louco, mas tenho convicção que Pop é o melhor disco do U2. Totalmente conceitual, criticando “a americanização do mundo”, como o próprio Bono afirmou na época, ao se pegar esse conceito e como o U2 construiu as músicas para mostrar o que é a a ascensão e a queda do consumismo, criticando isto através de músicas sensacionais, sem se focar em ser um U2 de sucessos, a ficha cai. Eu demorei muito tempo para gostar de Pop (como cito aqui), para entender a obra-prima que os caras criaram aqui, detestava o disco, até que um dia, bateu. Uma pena que a ampla maioria dos fãs e da imprensa criticam o disco apenas por músicas individuais, e não pegam o todo. Do ritmo festivo e alegre de “Discothèque”, passando pela euforia de “Mofo” e “Do You Feel Loved”, chegando na decadência moral da sociedade em “Last Night on Earth” e “Gone”, para tudo sucumbir em “Wake Up, Dead Man!”, um sopro de esperanças para um povo viciado no consumismo, tudo foi feito perfeitamente ao meu ver, e tudo se encaixa. Talvez não seja tão perfeito, por que poucos compreendem o que cada segundo de Pop quer dizer. Mas tenho mostrado isto para alguns amigos, e acabo convencendo-os de que o que foi registrado no final da década de 90 é um prenúncio de tudo o que está acontecendo no mundo ainda hoje, e para pior. Pop e Zooropa são meus discos favoritos do U2, só que cada vez que ouço “Please”, Pop ganha mais e mais pontos. E joguem às pedras!
O Mairon é a única pessoa que conheço que considera a fase dos anos 90 como a melhor do U2. Fazer o quê? Não é a primeira vez que os gostos musicais do meu irmão são incompreensíveis para o restante da população… e, para quem acha que o cara faz de propósito, só para provocar debate e repercussão, lamento informar que ele realmente pensa isso que escreveu… enfim…
Mesmo assim, as baixas posições dadas a October e (principalmente) Rattle and Hum não deixaram de me surpreender! Caramba!
Só deixando claro que a expressão “bateção de lata” não foi criada por mim, mas sim por um amigo em comum (meu e do Mairon) ao ouvir Achtung Baby a primeira vez… Não que eu discorde muito desse conceito, deixemos claro aqui…
Como o mano já antecipou, sou mesmo dos anos 80 da banda, então, minha lista, hoje, (e sem maiores explicações, senão seria outro texto) seria:
15. Songs of Surrender
14. Songs of Innocence
13. How to Dismont an Atomic Bomb
12. No Line On The Horizon
11. Songs of Experience
10. All That You Can’t Leave Behind
9. Zooropa
8. Pop
7. October
6. Achtung Baby
5. Boy
4. The Unforgetable Fire
3. War
2. Rattle and Hum
1. The Joshua Tree
me surpreendeu ver o how to dismont e o no line on the horizon tão abaixo na tua lista , ao mesmo tempo que acharia que o pop e o achtung baby não entravam no teu top 10. Como disse no meu texto, acho o rattle and hum muito americanizado para o que o U2 fez, apesar de ser um belo disco. O DVD/VHS é muito melhor
A trilogia dos anos 90 eu acho bem abaixo dos discos dos anos 80, com certeza, mas TUDO o que veio depois consegue ser ainda menos atraente para mim. Eu nunca gostei do Pop ou do Zooropa, mas eles tem algumas músicas aqui e ali que eu consigo gostar MESMO, o que já acontece ainda mais raramente com as duas últimas trilogias…
E, realmente, o DVD/VHS do Rattle and Hum dá de 10 a zero no vinil/CD… Acredito até que seja a melhor coisa que o U2 já lançou, seguido de pertinho pelo DVD do show do Red Rocks (Under a Blood Red Sky – o DVD, não o EP, que é muito bom, mas muito curto também)…
Comecei a ouvir U2 nos anos 80, e de “Joshua Tree” em diante comprei os discos quando foram lançados – à exceção do “Pop”, que nunca me convenceu muito. Confesso que os últimos discos do grupo não me agradaram, ainda que tenha achado interessantes algumas das experimentações do “Songs of Surrender” que o Mairon criticou. Minha lista, ordenada do melhor para o pior (fica mais fácil, hehehehe), seria esta:
1) Zooropa
2) Achtung Baby
3) The Joshua Tree
4) The Unforgettable Fire
5) War
6) Boy
7) Rattle and Hum
8) How to Dismantle an Atomic Bomb
9) All That You Can’t Leave Behind
10) No Line on the Horizon
11) Songs of Experience
12) October
13) Songs of Innocence
14) Pop
15) Songs of Surrender
Mais de 30 anos se passaram e Zooropa continua pegando o topo para mim – ainda que às vezes o segundo ou o terceiro colocado o ultrapassem. Mas acho que o U2 no começo dos anos 90 lançou seus melhores trabalhos!
curioso saber que você curte Zooropa e Achtung Baby como eu, assim como colocou o October lá embaixo. Mas despreza o Pop hahahha. Mesmo com toda a parte conceitual do disco?
O problema do Pop para mim é juntar melodias que, na maior parte das vezes, não me atraem com arranjos que não valorizam as músicas. Já o October é um recheio meio insosso para um bom sanduíche, tem boas músicas, mas é como se fosse ricota sem sal no meio de duas fatias de uma baguete digna dos melhores padeiros…
🤣🤣🤣🤣🤣
Sensacional
Vou ler mais tarde com calma, mas já deixo aqui qual seria minha lista… Lembrando que o único álbum que não gosto é o que ficou em último lugar. Os 7 primeiros (da minha lista) considero irretocáveis. 8º e 9º considero excelentes. 10º ao 12º considero muito bons e o 13º e 14º considero bons.
15. Zooropa
14. Songs of Surrender
13. Songs of Experience
12. No Line On The Horizon
11. Songs of Innocence
10. Pop
9. How to Dismont an Atomic Bomb
8. October
7. All That You Can’t Leave Behind
6. Achtung Baby
5. Boy
4. The Unforgettable Fire
3. War
2. Rattle and Hum
1. The Joshua Tree
Vou ali pular da ponte e já volto. Zooropa em ultimo? Hahahahhaha. Agora sim me surpreendeu. Achei que todo mundo iria concordar que o pior disco do U2 é o Songs of Surrender
kkk Eu sei que você ama o disco. Tenho vários amigos que também colocam ele no Top 3, mas eu nunca curti esse álbum. De tempos em tempos, eu volto a escutar ele para ver se mudo de opinião, mas até hoje não bateu (e olha que eu comprei na época). O show era muito bom, mas curto poucas músicas do disco. Gosto de “Babyface”, “Stay” e acho que mais 1 ou 2 músicas, no máximo. O Songs of Surrender acho interessante, com altos e baixos. Algumas versões bacanas, outros fracas. Concordo que nenhuma versão bate a original, contudo. 🙂 Por isso em 14º.
Achei que era consenso que o Mairon não deveria participar desta série. Uma lista que confunde “melhor” com “favorito” e que no fim nem deve render discussão, pois é conhecida a fama de “do contra” do autor.
Pô Roberval, faz assim não. Se é Do Pior Ao Melhor é claro que é em questão do que eu gosto ou não, tanto que cito aquele que é considerado o melhor do U2 (no caso o Joshua Tree). Só de birra agora vou fazer mais textos desses …
Vou entrar na brincadeira, mas já aviso que os discos dos anos 80 serão “privilegiados”, até pela questão nostalgia…
1 The Joshua Tree
2 War
3 Rattle and Hum
4 Pop
5 Boy
6 The Unforgettable Fire
7 October
8 Achtung Baby
9 All That You Can’t Leave Behind
10 How to Dismantle an Atomic Bomb
11 Zooropa
12 No Line on the Horizon
13 Songs of Experience
14 Songs of Innocence
15 Songs of Surrender
A despeito de minha orientação mais roqueira, a alta posição de “Pop” no meu ranking não tem explicação…mesmo repleto de sons eletrônicos, sinto uma visceralidade e urgência nas canções, tem algo muito rockeiro neste disco e não sei o que é.
Show Marcio, legal ver o Pop em alta com você. Estou curioso tb com o No Line on the Horizon. Eu acho um belo disco, mas vejo que no geral a galera não curte. Não entendo o por que. Obrigado pelo comentário
ZOOROPA não é apenas o melhor disco do U2, é também um dos melhores discos de todos os tempos!!!
A banda estava com o ego nas alturas e era dona do mundo nessa época, então decidiu chutar o balde e fazer um disco experimental e inacessível para o grande público, que mesmo assim vendeu muto bem. Só artistas egocêntricos, arrogantes, pretensiosos e que não devem satisfação a ninguém fazem um disco como esse. Mas, como ZOOROPA é uma obra-prima, sou obrigado a engolir tanto ego e tanta soberba!
Creio que o fã típico do U2, seja lá o que isso queira dizer, ouviu este disco no máximo cinco vezes na vida, viu que aquela doideira toda não era pra ele e resolveu deixar o disco acumulando poeira na estante.
Sensacional Cleibsom. Sem mais. Obrigado por esse excelente comentário!!
“Daqui sai a melhor música do U2 na última década, “13 (There Is A Light)””
Aqui eu já havia perdido totalmente o respeito pelo texto da matéria sem nem precisar ver o resto.
“Uma lástima terem registrado algo tão intragável como “A Man and a Woman”, fácil uma das piores canções da banda”
Aqui foi como um tapa de mão aberta na minha cara. Eu realmente reli 3x pra ter certeza do que havia visto.
“1. Pop [1997]”
Isso aqui nem se comenta de tão grotesco que é.
Sério que você curte “A Man and a Woman”??? Bota música chata pra carai
Eu amo o “Zooropa”. Acho um álbum tão subestimado
No aguardo por um ranking do Depeche Mode!
Pô, DM seria muito interessante. Vai ser meu próximo Gabriel, mas creio que só para o ano que vem. Ou quem sabe me atraco na Discografia Comentada deles. O que você acha? Antecipo o primeiro lugar de qualquer forma: não tem como não ser Violator
Abraços
Oi, Mairon!
Ter uma discografia comentada deles seria ótimo também! Meu favorito também é o “Violator”, mas “Music For The Masses” e “Black Celebration” também disputam a posição hehehe.
Abraços!