Sammy Hagar – Standing Hampton [1981]

Sammy Hagar – Standing Hampton [1981]

Por Daniel Benedetti

No final da década de 1970, Sammy Hagar estava desfrutando de um sucesso moderado como artista solo, pela Capitol Records, e sob a tutela do homem de recrutamento da empresa, John Carter Jr., em álbuns como Nine on a Ten Scale (1976) e sucessos como “Red” (na verdade, autointitulado, de 1977), que construiriam sua persona e estilo, levando-o ao apelido “The Red Rocker”.

Entretanto, Hagar sentiu que Carter não apostou em seus pontos fortes como “um cara do heavy metal” e, em vez disso, tentou gerar sucessos no Top 40 (como um cover de “(Sittin’ On) The Dock of the Bay” de Otis Redding) com pouco sucesso.

Sammy Hagar abriu para o Boston durante sua turnê “Don’t Look Back” de 1978/1979, e estava programado para continuar em San Bernardino, Califórnia. Antes do show, Hagar foi substituído no projeto pela promissora banda de clubes de Los Angeles, The Knack. Hagar se separou de Carter para seu álbum Street Machine, de 1979, que ele mesmo produziu. Hagar também compôs músicas que se tornaram hits para outras bandas, notavelmente “I’ve Done Everything for You”, um top 10 de Rick Springfield. Bette Midler gravou duas músicas de Hagar, “Keep on Rockin” e “Red”.

Eddie Van Halen abordou Hagar quando eles tocaram juntos em um festival, em 1978, e disse a ele que Montrose era sua banda favorita, referindo-se a si mesmo como um “Montrose freak”. Hagar afirmou que o estilo de tocar guitarra de Eddie foi fortemente influenciado por Ronnie Montrose.

Hagar deixou a Capitol para ingressar na recém-formada Geffen Records e fez algumas mudanças de pessoal, incluindo alistar o amigo de longa data e ex-companheiro de banda do Justice Brothers, David Lauser, como seu baterista. Seu primeiro lançamento na Geffen seria Standing Hampton.

Hagar disse que, originalmente, o disco se chamaria One Way To Rock. Foi um fã britânico que lhe contou sobre o termo que veio a ser o título. Na gíria cockney rimada, um “Hampton” é uma “substituição para pênis” (Hampton Wick rima com “Dick”). Um que está “em pé” (Standing) seria uma referência a uma ereção. Isso levou à arte da capa que mostra um cavalheiro cumprimentando uma mulher se despindo. As notas do encarte afirmam que a arte da capa foi inspirada no trabalho do pintor surrealista Paul Delvaux.

O disco foi gravado no Goodnight L.A. Studios, em Los Angeles, nos Estados Unidos, durante a metade do ano de 1981, sendo oficialmente lançado em 6 de janeiro de 1982, pelo selo Geffen Records. A produção ficou a cargo de Keith Olsen.

Além de Sammy Hagar nos vocais e na guitarra, o disco contou com Gary Pihl nas guitarras, Bill Church no baixo e David Lauser na bateria.

“I’ll Fall in Love Again” é um Hard Rock acessível, com bons vocais de Sammy. A excelente “There’s Only One Way to Rock” é uma das grandes músicas da carreira-solo de Hagar. “Baby’s on Fire” traz peso e um ótimo refrão. Já “Can’t Get Loose” é menos inspirada, soando (hoje) bem datada. Para os padrões do álbum, diga-se que “Heavy Metal” faz jus ao seu nome. “Baby, It’s You” é mais voltada ao chamado AOR, abusando da suavidade. “Surrender” é uma música mais direta, com cara dos anos 80. “Inside Lookin’ In” tem um aspecto mais contido e ótimos vocais de Hagar, novamente. “Sweet Hitchhiker” é mais acelerada e vai direto ao ponto. Uma divertida versão para a clássica “Piece of My Heart”, eternizada por Janis Joplin, encerra o disco.

Quem conhece os álbuns anteriores de sua carreira-solo, entende a mudança da sonoridade que Standing Hampton representa, fugindo daquele Hard mais anos 70 dos trabalhos antecessores, para um Hard/AOR cada vez mais pulsante na carreira de Hagar. Aqui há músicas incríveis como “There’s Only One Way to Rock” e “Heavy Metal” e que já apontam do que Sammy seria capaz nos anos vindouros.

Standing Hampton chegou ao bom 28º lugar da principal parada norte-americana, a Billboard 200. Ficou também com a 84ª colocação na principal parada britânica, país este em que o single “Piece of My Heart” conquistou a 67ª posição em sua parada desta natureza. Standing Hampton foi seu álbum mais vendido até então, graças a músicas como “There’s Only One Way to Rock”.

Curiosamente, a versão britânica do álbum foi lançada com uma entrevista bônus, de 45 rpm, chamada Conversations with Sammy Hagar. Ainda em 1982, Sammy Hagar lançaria o álbum Three Lock Box, o qual traria ainda mais sucesso para o vocalista. Resta afirmar que, segundo estimativas, Standing Hampton supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

Canções:

  1. I’ll Fall in Love Again
  2. There’s Only One Way to Rock
  3. Baby’s on Fire
  4. Can’t Get Loose
  5. Heavy Metal
  6. Baby, It’s You
  7. Surrender
  8. Inside Lookin’ In
  9. Sweet Hitchhiker
  10. Piece of My Heart

2 comentários sobre “Sammy Hagar – Standing Hampton [1981]

  1. Discaço do Sammy Hagar. Eu confesso que só conheci o trabalho dele quando meu irmão comprou o 5150 do Van Halen, e só muito tempo depois que consegui algo da carreira solo do cara. Não bate o trabalho dele com o Montrose (também porque aí é covardia), mas os discos-solo do Sammy até ele entrar no Van Halen são no mínimo interessantes. Valeu a lembrança, vou ouvir de novo ainda hoje!

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