Melhores de 2024: Por André Kaminski

Melhores de 2024: Por André Kaminski

Ouvi muitos discos desse ano de 2024. Muitos mesmo, de vários estilos dentro do rock e de alguns outros. O meu recorde de lançamentos do ano ouvidos no próprio ano. E na verdade, ainda estou atrás de muitos que deixei passar e alguns que fui lembrado nas nossas listas de 10 melhores publicadas em nosso site até o momento (e do qual, faço questão de ir ouvir por inteiro, talvez não imediatamente, mas nesse 2025 vindouro).

Diferente dos anos anteriores, não publicarei apenas meus 10 favoritos. Vou dar uma de revista especializada e logo depois colocarei minha lista de 50 melhores discos que ouvi no ano. Se achou que algum disco importante não está na lista, ou é porque não o ouvi, ou é porque o ouvi mas não entrou entre meus favoritos.

Vamos lá, espero que curta ou que possa conhecer aquele que lhe for mais desconhecido.


10º Speedworld – Sunset Speed [synthwave]

Um projeto eletrônico que busca reviver aquele espírito de música presente em filmes e em jogos de corrida dos anos 80 e 90. Esse excelente disco traz 10 faixas cheias de velocidade e melodias que o farão ter vontade de comprar um carro conversível e sair acelerando pelas ruas à beira da praia. Só cuide o excesso de velocidade!


9º Kingfisher Sky – Feeding the Wolves [symphonic metal]

Veterana banda holandesa mas ainda bastante desconhecida do grande público, eles lançam este ano seu melhor trabalho que é este Feeding the Wolves. Apostando nas linhas mais progs do seu metal sinfônico, as belas orquestrações são o que chamam mais atenção embora a banda não deixe de utilizar instrumentos folclóricos como fazia em discos anteriores. O estilo vocal de Judith Rijnvind me lembra o da falecida Dolores O’ Riordan, do The Cranberries. Ou seja, aquela voz feminina firme e madura, sem ser aguda. Disco bonito e que me atraiu bastante, e por isto está aqui.


8º The Joey Buckley Band – Evelyn [classic rock]

Delicioso rock estilo anos 60, da linha Steppenwolf, The Animals e Free. Guitarras ardidas, vocais estilosos, aquela cozinha de baixo e bateria grooveada e aquele puro suco de rock ‘n’ roll cru e sem firulas. Nada de letras complexas ou intrumentais intricados. Ouça “Mellowin Out” e “Big Dipper” para comprovar. Ah, e acredito que Joey Buckley se inspirou no Geddy Lee dos anos 2000 para frente na forma de cantar.


7º David Gilmour – Luck and Strange [soft rock]

Finalmente o meu guitarrista favorito fez um disco solo em que faz jus ao nome e importância que carrega para o rock. Bem menos progressivo e muito mais soft e blues, Gilmour finalmente coloca suas grandes qualidades em criar lindas melodias de guitarra e violão em prol de canções com a sua cara. Melhor deixar mesmo o lado prog/psicodélico com Waters mesmo. Adorei “Yes, I Have Ghosts” junto com a harpa e vocais de sua filha. É este e On an Island [2006] que são os melhores discos de sua carreira. Mas no momento, fico com a beleza deste.


6º Veniet – Hallucination Hell [melodic death metal]

Banda brasileira com seu matador álbum de estreia em um estilo que não costuma ser muito tocado pelas nossas bandas. O Veniet se destaca tanto pelo seu instrumental pesado das guitarras de Tiago James e Bruno Shitaki e ao baixo de Thiago Vieira, quanto a velocidade da bateria de Lucas Fontana e os vocais de Lean Van Ranna, conhecido principalmente pelos fãs do metal cristão visto este ter gravado muitos singles e EPs em diferentes bandas com esta temática. Este sabe ir do vocal limpo ao rasgado e ao gutural com uma naturalidade impressionante. E o disco empolga, pode ir sem problemas se você curte bandas como Children of Bodom e Wintersun.


5º Blood by Design – Gods of the Elements [thrash metal]

Projeto de um único integrante só que faz tudo, o americano Jake Weatherman, dos quais você vê uma mistura do peso do Exodus, dos grooves do Pantera e do Black Label Society e um vocal urrado à la Derrick Green do Sepultura. Com uma temática mística sobre deuses dos quatro elementos da natureza, o que ele nos apresenta é uma espécie de Thrash Metal Opera muito bem azeitada e de bom gosto. Se não fossem os créditos, jamais imaginaria que é um sujeito só fazendo tudo. Melhor thrash do ano de 2024.


4º Project Arcadia – Of Sins and Other Tales [power metal]

A Bulgária não é lá muito conhecida no meio do metal. Eu mesmo não lembro de cabeça muitas bandas de lá. E fiquei bem surpreso com este prog/power metal de tamanha qualidade vindo da nação de Hristo Stoichkov. Este é seu terceiro disco, longos 10 anos após lançar o anterior A Time of Changes [2014]. Não sei ao certo o que ocorreu, mas o guitarrista Plamen Uzumov foi o único remanescente e todo o restante da banda saiu (ou foi saída) em 2015. Com uma banda nova, Uzumov lidereou este retorno do Project Arcadia em um belíssimo disco de power cheio de agudos, baterias velozes e solos fritados. Eu sempre gostei e continuarei gostando e por isso recomendo muito este aqui.


3º Negativus – Detestabilis [death/groove metal]

Essa foi uma das descobertas mais legais que tive este ano. E ao pesquisar sobre, descobri que são BRs! Mais precisamente da Paraíba. Pense em um instrumental foda, mas foda mesmo. Guitarras monstro, bateria e baixo cheios de técnica e fúria. Eles meio que pegam uma sonoridade tipo a do Pantera e do Sepultura como base e a fazem ainda mais extrema com vocais guturais em português. Riffs e riffs de todos os gostos. Tem riffs death, thrash, black, groove, doom, lentos, rápidos e sempre muito pesados. O festival de ofensas e xingamentos em português é garantido com “Tal Pai (Tal Filho da Puta)”, “Vermes” e “Merda de Pessoa”, as minhas três favoritas.


2º Nightwish – Yesterwynde [symphonic metal]

Ah o Nightwish, Nightwish. Ô banda que amo mas que adora judiar seus ouvintes fiéis. Marko Hietala, um vocalista e membro importante da banda se foi, embora o próprio estivesse apagado nos dois últimos lançamentos que participou. Veio o baixista Jukka Koskinen que não canta, mas faz um trabalho competente no baixo. Sem qualquer tour de promoção e entrando imediatamente em um hiato que durará sabe-se lá quantos anos, este disco Yesterwynde veio a tona. Diferentemente dos dois discos anteriores com Floor, que não envelheceram bem na minha opinião, este é o melhor disco da fase da cantora holandesa. Primeiro porque finalmente Tuomas resolveu compôr letras que não forçam Floor a quase engasgar ao cantá-las para encaixarem com o instrumental. Segundo que o disco deixou de se auto-plagiar e agora temos arranjos diferenciados sem ficarem notáveis certas cópias de riffs e melodias. Ou seja, soa como o Nightwish sem muito daquela sensação de “já ouvi isso antes”. E terceiro que Tuomas finalmente fez as pazes com Emppu e deixou o baixinho brilhar mais com solos de guitarra e riffs mais marcantes. É a minha banda favorita que lançou o melhor álbum desde Imaginaerum [2011], então, eu fico feliz que os finlandeses tenham, aparentemente, voltado aos eixos.


1º Corvus – Immortals [AOR]

O Nightwish pode ser minha banda favorita, mas meu disco favorito do ano é este aqui. Eu que adoro um bom AOR, me deliciei com este disco da banda britânica Corvus, que não sei por qual motivo, não ganhou atenção ou boas resenhas internet afora. Enfim, devo ser uma exceção daquelas mesmo. Um excelente disco daquele hard rock cheio de teclados e (para alguns) a vantagem de não ter um vocalista que cante agudo tal como um Steven Perry ou um Bobby Kimball do Toto. Immortals chama a atenção com suas belas melodias, refrãos cativantes e ritmos típicos hard rockianos que farão sua vontade de balançar os cabelos crescer a cada audição,


Além de meus 10 álbuns, segue mais uma lista de 40 discos para totalizar meia centena que eu acredito fortemente que devesse ouvir:

11º Mick Clarke – Winter Sun [blues rock]

12º Volcano Snail – Currents [hard rock]

13º Adecence – Postalgia [AOR]

14º Confinement – Facing Death [thrash metal]

15º The Old Dead Tree – Second Thoughts [progressive/gothic metal]

16º Night King – Inferno [heavy metal]

17º Monolithe – Black Hole District [death/doom metal]

18º Detlev Schmidtchen – The Tears Of Chronos [progressive rock]

19º Seven Spires – A Fortress Called Home [symphonic metal]

20º Paris – Hungry 4 Action [AOR]

21º Joe Valeriano – Sketches From My Soul [country/blues rock]

22º Opeth – The Last Will and Testament [progressive metal]

23º Funeral Dawn – Shadows And Rain [doom metal]

24º Epistemic Silence – A Comprehensive Introduction to Epistemic Silence [melodic death metal]

25º Krusade – Down Into Your Grave [thrash metal]

26º A Neverending John’s Dream – Coming Back To Paradise [hard rock]

27º Amy Helm – Silver City [folk]

28º Tactic – Tools Of The Trade [heavy metal]

29º A Secret River – Mirror Universe [progressive rock]

30º Marigold Bachman Blackout – Phoenix Rise [heavy metal]

31º Cosmic Lung – Drifting Further [stoner metal]

32º Astral Bazaar – Hypnosis Of The 12th Degree [psychedelic rock]

33º Victory – Circle of Life [heavy metal]

34º Arcane Tales – Until Where the Northern Lights Reign [symphonic metal]

35º Wrecked – Sleeping With Knives [hard rock]

36º Boogarins – Bacuri [psychedelic rock]

37º Dora Morelenbaum – Pique [MPB]

38º Ihsahn – Ihsahn [progressive metal]

39º Dool – The Shape of Fluidity [progressive rock]

40º Steel Wizard – Systematic Consumption [thrash metal]

41º Night in Gales – Shadowreaper [melodic death metal]

42º Álcool – Templo do Horror [speed metal]

43º Chrom – King of Nothing [speed metal]

44º Maximum Love – Apollo [synthwave]

45º A Circus – A Circus [prog/hard rock]

46º Ulver – Liminal Animals [synthpop]

47º Beautiful Machines – Singularity [synthwave]

48º TLF – The Lost Future [synthwave]

49º Firewind – Stand United [power metal]

50º Hurricanes – Back To The Basement [classic rock]

10 comentários sobre “Melhores de 2024: Por André Kaminski

    1. Não os ouvi quando montei minha lista, Mairon. Aliás, deixei vários discos até de bandas mais conhecidas de fora muitas por esta razão.

      Mas eu já fui atrás para ouvir depois.

  1. Das listas até agora é a que menos conheço as bandas, que dirá os discos… vou procurar essa Joey Buckley Band, fiquei curioso…

    1. Normal da minha parte, Marcello. Eu ouço bandas novas e velhas em igual proporção. Nesse ano curiosamente, as mais novas ou desconhecidas me sobressaíram mais.

      1. Cara, na boa, pois o gosto é seu, mas chamar as bandas que você citou de “novas”, mesmo que elas tenham sido formadas ontem, não tem sentido. O som que elas fazem é totalmente recalcado no passado e de “novo” ele não tem nada. Mal comparando, é a mesma coisa quando chamavam há alguns anos atrás o GRETA VAN FLEET de “novidade”, quando na verdade a banda era velha, muito velha, e já tinha quase 50 anos nas costas, ou, parafraseando o grande CAZUZA, o GRETA VAN FLEET era um “museu de grandes novidades”…De novo, não tenho nada contra essa atitude, mas vamos nominar as coisas como ela de fato são.

        1. Eu conheço essa tua visão porque já havia comentado sobre, mas discordo pelo fato de que eu posso utilizar esse mesmo conceito para qualquer música ou banda de qualquer estilo porque as bandas e cantores novos sempre fazem referência à algo feito no passado. Ou seja, até o novo pop/funk tal como Gloria Groove se encaixa nesse conceito.

          Se for apenas e unicamente “sonoridade”, o rock então já é pelo menos uns 30 anos velho e ultrapassado.

          E quando ouço várias das bandas que citei, claro que muitas delas vão referenciar o passado porque o rock já tem 70 anos e misturas de todos os estilos com outros gêneros e instrumentos já foram feitas há pelo menos 30 anos. A meu ver, é como dizer que não há novidades na música sinfônica quando algum novo compositor surge porque eles usam referências de coisas criadas há 200 anos.

          Mas enfim, eu entendo o seu lado embora eu tenha uma visão diferente.

  2. Com todo respeito, acho essa sua visão conservadora(rs)…Vamos pegar como exemplo o SLEEP TOKEN e bandas com menos de 10 anos de carreira que adoro como HARAKIRI FOR THE SKY, THE CHRONICLES OF MANIMAL AND SAMARA e DEAFHEAVEN, as influências delas são até óbvias, mas ninguém pode dizer que elas copiam alguém. E esse é o meu problema com as bandas que você citou, elas não são “influenciadas” e sim “copiam” artistas de décadas passadas sem dó nem piedade, não tentando acrescentar nada de contemporâneo ao som que fazem. PS.: Para mim não é surpresa nenhuma os “roqueiros tiozões” detestarem as bandas que citei, pois o que eles mais odeiam é qualquer som com o mínimo traço que seja de modernidade…Não que eu esteja dizendo que você seja um roqueiro tiozão, é bom esclarecer!!(rs)

  3. Talvez até seja consevradora embora eu ainda ache que muitas que citei aqui (não todas, algumas realmente reproduzem sonoridades antigas, mas com qualidade a meu ver) possuam qualidades próprias que as diferenciem.

    Porém, tua postagem teve uma outra utilidade muito melhor: eu ouvi Sleep Token e The Chronicles of Manimal and Samara no youtube, bandas que eu não conhecia, e adorei. Independente se o som for novo ou não, achei excepcional. Vou atrás.

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