Melhores de 2024: por Libia Brigido
Não explorei tantos lançamentos recentes, mas mergulhei novamente nos clássicos que, de alguma forma, deixei de apreciar como mereciam, 2024 foi um ano de revisitas e correções. Ainda assim, ouvi o suficiente de novidades para compor essa lista com muito orgulho. As bandas que selecionei realmente me acompanharam ao longo do ano, algumas até em loop. A lista é predominantemente de metal, mas inclui uma banda não metal que considero excepcional e amplamente conhecida. Além disso, me dediquei a descobrir singles e EPs de bandas promissoras do metal brasileiro, o que me levou a criar uma pequena lista de surpresas do ano. Quanto a decepções sonoras, diria que não tive nenhuma. No entanto, fiquei um pouco triste por não conseguir ir a muitos shows e festivais devido aos compromissos da vida. Perdi praticamente todos os eventos considerados imperdíveis, e alguns, como o show do Riot V, ainda me deixam um gostinho amargo. Faz parte, e vida que segue.
Por outro lado, tive dois momentos especiais que compensaram essas ausências. Em junho, assisti ao New Model Army, em Curitiba, e o show foi impecável. Foi incrível presenciar uma casa cheia, com o público cantando cada música a plenos pulmões. Essa banda foi um marco na minha formação musical, provavelmente o primeiro pós-punk inglês que ouvi, então essa noite foi muito simbólica para mim. Já em novembro, tive o prazer de ver o Picture ao vivo, também em Curitiba. Essa foi uma daquelas primeiras bandas que marcaram minha vida, mas, apesar de terem vindo ao Brasil diversas vezes, eu nunca conseguia ir, sempre algo me impedia. Finalmente, desta vez deu certo! Foi mágico. Cheguei a vê-los do lado de fora da casa de shows enquanto pegava um pouco de ar, mas minha timidez me impediu de pedir uma foto ou autógrafo (risos). Mesmo assim, o momento foi único e ficará guardado para sempre. Por isso, não consigo eleger apenas um show como o melhor de 2024, esses dois foram verdadeiros destaques. Sem mais delongas, vamos às listas!
10. The Cure – Songs Of A Lost World
Ele é bem característico do The Cure em sua fase mais sombria. A produção é tão boa quanto, mas, nesse lançamento, a pegada é mais monótona de forma proposital. A melodia mantém essa monotonia intencionalmente, criando um transe sonoro e construindo um caminho que não se desvia muito de sua base, sem muitas quebras rítmicas. A faixa “Endsong” exemplifica perfeitamente essa característica e, para mim, é o ponto alto do álbum. Não é um álbum melodioso, sua proposta é diferente. Não são músicas para serem cantadas ou ovacionadas em estádios, mas para desligar-se do mundo e entrar em contato consigo mesmo. Achei a arte da capa incrível, com uma história muito interessante relacionada ao artista, que envolve uma coincidência. Na minha interpretação, a escultura abstrata retrata as várias características e mistérios que podemos ter. Ela parece incompleta e me faz pensar que sempre há algo a descobrir sobre nós mesmos, como perfeito e imperfeito, sombra e luz. Perdido no tempo, no espaço, algo a ser encontrado, algo a ser perdido. Já dizia o grande Miles Davis: “Pintura é música que se pode ver, música é pintura que se pode ouvir”.
9. Riot V – Mean Streets
Esse álbum marca o retorno do Riot V após seis anos de espera e é o 17º trabalho da banda. Mean Streets traz melodias que remetem à fase inicial do Riot, com sua veia melódica e hard rock, mas sem abandonar o peso e a energia do power metal que consolidaram a banda nas últimas décadas. Ou seja, une o melhor de suas diferentes fases, que tem como divisor de águas o Thundersteel. Assim nos leva a uma viagem no tempo. Para mim, Open Road é o grande destaque. A melodia dessa música é emocionante, e a entrega vocal de Todd Michael Hall é essencial para que ela funcione tão bem. Sem sua técnica e versatilidade, acredito que a faixa não teria o mesmo impacto. Dos meus vocalistas favoritos em uma das minhas bandas favoritas. Todd brilha ao interpretar músicas de estilos variados, e isso é uma das maiores forças do álbum. Ele consegue captar todo o espírito do Riot, alternando entre o vigor do power metal e a sutileza melódica do hard rock. Este é um daqueles álbuns que posso continuar ouvindo por muitos anos. Riot com V ou sem V, sempre é emocionante e vitoriosa em seus lançamentos.
8. Crystal Viper – The Silver Key
Das vocalistas do cenário atual, Marta Gabriel é minha favorita, e The Silver Key certamente foi um dos álbuns que mais ouvi desde seu lançamento. Dando continuidade ao conceito de The Cult (2021), ambos inspirados pela obra de H.P. Lovecraft, o álbum mantém uma conexão temática e sonora com seu antecessor. Em seguida a um desses álbuns quase sempre ouço Defenders of the Magic Circle: Live in Germany (2010) para encerrar o dia, só pra constar. Além de seu vocal vibrante e energético, Marta também assume o baixo e o piano, o que reforça a sua versatilidade. O piano, em especial, ganha destaque na faixa Wayfaring Dreamer, onde são apenas voz e piano. É um álbum incrivelmente técnico, onde a rapidez de execução desempenha um papel fundamental. A produção é impecável, revelando detalhes sonoros com clareza e um grupo em sintonia. A banda tem como uma grande assinatura, as guitarras gêmeas, sempre envolventes e com melodias marcantes. Talvez muitos sintam falta do baixo de Marta em maior destaque, já que sabemos que ela é muito boa nisso também. The Silver Key é um álbum que comprova a grandiosidade de Crystal Viper.
7. Demon – Invincible
Demon é uma lenda dos anos 80 que nunca teve longos hiatos, ela se manteve ativa, sempre surpreendendo. Hoje, o vocalista Dave Hill, com 76 anos, é o único membro fundador remanescente. Conheci essa banda no final da minha adolescência e, antes de ouvir, pelo nome, imaginei algo demoníaco com uma sonoridade death/black (risos). Para minha surpresa, era uma banda que fundia perfeitamente o heavy metal com o hard rock. Com quase 50 anos de carreira, a banda lançou o incrível Invincible, que mostra uma forte diversidade de estilos e uma produção de tirar o chapéu, que valoriza a qualidade das composições. Além disso, mantém um alto nível de intensidade e originalidade ao longo de todo o disco. Um dos destaques para mim é “Ghost From The Past”, com uma energia contagiante. Já “Beyond the Darkside” apresenta uma atitude mais brutal e agressiva, com riffs pesados. Outra faixa que recomendo ouvir com atenção é “Hole in the Sky”, que muda para uma pegada doom, lembrando o Forbidden do Black Sabbath. Foi nesse momento que o disco me ganhou completamente. Conclusão: ouça o álbum inteiro, pois está repleto de hits, quase falta espaço no meu coração.
6. Flotsam And Jetsam – I Am the Weapon
Flotsam and Jetsam é uma banda que passei a ouvir muito, especialmente nos últimos meses. Apesar de sempre falarem dela, negligenciei-a por muitos anos… Um arrependimento profundo. Recentemente, comecei a incluir seus álbuns na minha coleção, iniciando pelo clássico No Place for Disgrace. Finalmente estou consertando meu erro. Nesse relacionamento mais sério no trabalho da banda, deparei-me com este excelente lançamento de 2024. A produção de I Am the Weapon é refinada e destaca a técnica de alto nível que a banda entrega desde seus clássicos. A faixa “A New Kind of Hero” abre o álbum com força, definindo o tom de toda a obra. A performance técnica dos guitarristas é estelar, com arpejos e riffs combinados aos bumbos rápidos da bateria. O que chama atenção imediatamente na banda é sua capacidade de mesclar estilos como thrash metal, metal tradicional e até toques de power metal, sem perder a identidade. Essa versatilidade está muito presente neste trabalho. “Primal” é uma das faixas que exemplificam isso, sendo, sem dúvida, um dos grandes destaques do álbum. Eric “AK” Knutson, por sua vez, entrega vocais poderosos, corajosos e cheios de personalidade. Sua performance é um dos pontos altos do disco, transmitindo confiança e emoção.
5. Cloven Hoof – Heathen Cross
Cloven Hoof, como muitos dos grandes nomes do glorioso NWOBHM, tem uma história conturbada. Apenas o baixista Lee Payne permanece com o grupo desde sua fundação, enquanto a maioria dos outros membros se juntou à banda nos últimos anos. No entanto, o destaque deste belo lançamento é: Harry “The Tyrant” Conklin, do Jag Panzer. Com esse vocalista, você pode esperar uma dose extra de metal épico nessa banda que foi parte fundamental do movimento NWOBHM. Neste álbum, a banda combina riffs de power metal com um órgão oscilante atingindo um novo patamar, com a banda se reinventando, sem recorrer a repetições de feitos passados. Há uma fluidez muito boa entre todas as excelentes faixas, quando menos espero já estou na faixa “Darkest Before The Dawn” que se tornou a mais cativante para mim, tem um tema motivacional, trazendo toda a luz do glorioso Power Metal. É um lançamento marcante, nos arranjos, temas, tudo… A banda evoluiu, e nós fãs também. Vale a pena ouvir incansavelmente.
4. Warlord – Free Spirit Soar
A lenda do metal épico, Warlord, é uma daquelas bandas especiais para mim. Sempre marcante com letras críticas e complexas, além do estilo de guitarra épico que entrega uma atmosfera característica criada pelo saudoso e principal guitarrista e compositor William J. Tsamis. A primeira faixa, “Behold a Pale Horse”, começa com uma bateria que evoca uma espécie de suspense, como se anunciasse: “o que está por vir?”. Este álbum foi descrito pela banda como uma homenagem a William J. Tsamis, que infelizmente faleceu em 2021. Na época de sua morte, a banda praticamente decretou seu fim, afirmando que continuar sem ele não fazia sentido. Nós, fãs, ficamos sem chão. Em 2023, veio a notícia de que a banda estava trabalhando em um álbum de homenagem com composições inéditas, inspiradas em materiais deixados por Tsamis em demos antigas. A banda considerou essas composições mais do que
dignas de serem finalizadas e apresentadas ao público. A produção conseguiu resgatar trechos dessas gravações, mantendo a essência de Tsamis viva no álbum. Para isso, usaram técnicas semelhantes às aplicadas pelos Beatles ao recuperar a voz de John Lennon em antigas fitas demo, garantindo que o legado de Tsamis fosse respeitado. O guitarrista Eric Juris (ex-Crystal Viper) foi o escolhido para esta empreitada, e ele entregou um trabalho espetacular. Sua execução é extremamente profissional, trazendo um som refinado e polido, como se Tsamis ainda estivesse presente. Free Spirit Soar combina técnica, emoção e o espírito épico que sempre marcou a história de Warlord, deixando claro que o legado de William J. Tsamis continuará a ecoar. O álbum apresenta consistência do início ao fim, uma característica notável. Além disso, oferece uma composição cativante, com uma clássica combinação de heavy/power metal nos moldes tradicionais dos EUA. As músicas são edificantes e energizantes, com riffs pesados, melodias envolventes e sintetizadores épicos. Se eu fosse compartilhar apenas uma música para convencer alguém a ouvir este álbum, seria “Conquerors”. Ela é memorável já na primeira audição, com um poder de empolgar que nos faz balançar a cabeça e viajar nos riffs e solos. A performance de Mark Zonder na bateria é impressionante, como sempre, adicionando uma camada extra de dinamismo a todas as faixas. No final, o álbum alcança seu objetivo principal: oferecer uma despedida digna a William J. Tsamis. Além disso, apresenta uma nova formação impressionante e entrega um trabalho de qualidade que equilibra respeito pelo passado e potencial para o futuro.
3. Angel Sword- World Fighter
A banda Angel Sword surgiu em 2010, na cidade de Helsinque, Finlândia. Desde o momento em que comecei a ouvir, senti como se estivesse em um dos terrenos mais poderosos possíveis. O álbum carrega a magia épica do Manowar e a atitude rock ‘n’ roll crua do Motörhead, especialmente na voz. É um território em que eu poderia morar para sempre. “Powerglove” é um dos grandes destaques, sendo a faixa mais veloz do álbum. As guitarras gêmeas, brilhantes e levemente sobrecarregadas, evocam o estilo clássico do Judas Priest no Stained Class. É uma pedrada atrás da outra. Já a faixa-título traz um toque espiritual com coros de apoio que refrão “World Fighteerrr!! Come save our souls…”, seguido por guitarras poderosas que parecem desafiar o mundo. Excelente fechamento. É áspero, direto e pesado, mas ao mesmo tempo tem momentos de suavidade e melodia que equilibram perfeitamente sua força.
2. Blitzkrieg – Blitzkrieg
Blitzkrieg é uma influência definidora para inúmeras bandas ao longo de décadas. Agora, com mais de 40 anos de estrada, a banda permanece tão vital, poderosa e feroz quanto no dia em que foi fundada. A formação atual é fortemente conectada, tanto nas ideias quanto na execução das músicas, com guitarras e bateria que sustentam um som bem definido. Um elemento que continua chamando atenção, seja de antigos ou novos fãs de heavy metal, é a voz de Brian Ross. À frente de seu tempo, sua performance é ainda mais impressionante hoje, aos 70 anos, mostrando-se um verdadeiro mestre em seu ofício, pois entrega uma performance impressionante. O guitarrista e produtor Nick Jennison trouxe uma produção primorosa ao som da banda. Ele revisitou elementos característicos da sonoridade clássica do Blitzkrieg, enquanto incorporou aspectos modernos, resultando em um som imponente, destrutivo e fiel às raízes do heavy metal. A ordem das faixas foram escolhidas da melhor forma possível, então a audição ganha ainda mais qualidade. Uma faixa que se destacou logo no início para mim foi a “Dragon’s Eye” que apresenta uma vibe de power metal que o faz largar tudo para se imaginar tocando uma guitarra imaginária. Outro que destaco aqui é a “Vertigo” que tem uma pegada clássica de thrash metal. Outra que achei espetacular é a “Above the law” que tem uma introdução estilo anos 80, com um rádio ligado, algo assim, depois começa uma viagem sonora tão especial, tem momentos introspectivos e energéticos. Este, sem dúvida, um álbum indispensável.
1. Leprosy – Reborn in Yourself
Direto de Goiânia/GO, a Leprosy faz história no death metal desde o final dos anos 80, hoje uma grande referência no metal nacional. Como o próprio nome sugere, uma de suas principais inspirações é a lendária banda Death. A formação original permanece intacta: Allan Paulino (vocais), Rinaldo Macedo (guitarra), Remus Silva (baixo) e Lord Biula (bateria). Cheguei a entrevistar Remus Silva e Rinaldo Macedo e conheci mais sobre a trajetória da banda. Conversamos sobre as composições, o cenário goiano e suas influências. Além disso, o que mais me chamou atenção foi a amizade de irmãos indestrutíveis, refletida na sonoridade que constroem juntos. Mesmo enfrentando muitas dificuldades nos primórdios, com recursos limitados tanto em financeiro, equipamentos e comunicação, eles montaram seu próprio estúdio (utilizado até hoje) por questões de logística e pode ensaiar por mais tempo. Gravaram demos e se tornaram populares através dos shows. Após Rinaldo deixar a banda em 1991, devido ao serviço militar obrigatório, a Leprosy passou por reformulações até entrar em hiato no ano de 1995. O retorno veio em 2019, com os dois pés na porta: lançaram o compacto em vinil 7’’ do EP F.A.E.P. e, no ano seguinte, o CD Death, que reúne as demos de 1991 e 1994, totalizando 13 faixas. A faixa-título, “Death”, tem pegada death doom, com um som cortante e arrastado, riffs dinâmicos e uma “cozinha” infernal – baixo e bateria sincronizados com qualidade impressionante. Outro destaque é o vocalista e guitarrista Allan Paulino, cujos vocais violentos e teatrais fazem visualizar pesadelos e desesperos. Recomendo o documentário Leprosy – Sobreviventes de Uma Era, disponível no YouTube, onde os integrantes compartilham histórias, desafios e reflexões sobre sua jornada no metal.
Tenho acompanhado a Leprosy desde o seu retorno, acompanhando cada single, cada conquista, cada camiseta lançada e as notícias sobre shows importantes. Estava ansiosa pelo lançamento do Reborn in Yourself. Na época do lançamento, no meio do ano, muitos fãs do estilo estavam compartilhando a música de forma independente e espontânea, e isso é muito positivo, confirma o quanto a banda é boa. Com toda a qualidade desse lançamento e minhas expectativas superadas, sem pensar muito a coloco como a primeira da minha lista. A faixa-título que abre o álbum Reborn in Yourself é um manifesto brutal e sombrio, abordando temas como ganância, hipocrisia e a natureza destrutiva do desejo humano. A letra, assim como todas as faixas do álbum, foi composta por Remus Silva, um escritor nato que revelou em entrevista que umas das suas inspirações é Augusto dos Anjos. A introdução é marcada por um trabalho de guitarras intenso e técnico, com baixo e bateria em perfeita sincronia, criando uma tonalidade mórbida e uma atmosfera de desespero. Passagens melódicas sutis emergem ao longo da faixa, adicionando profundidade e enriquecendo o peso geral da composição. Uma faixa que merece destaque é “God of Clay”, originalmente composta em 1993 e parte do repertório dos shows da banda naquela época. Agora registrada em estúdio, a música apresenta várias camadas que transitam entre influências. Nos primeiros minutos, há uma forte pegada de metal tradicional, evidenciada pelas melodias marcantes e estruturadas. No entanto, a faixa evolui, incorporando momentos de introspecção que preparam o terreno para um solo ousado. Em seguida, o som se torna mais cortante, com uma cadência pesada e brutal, reafirmando as raízes death metal da banda, mesmo diante de outras influências. O álbum é uma pedrada do início ao fim, com faixas cuidadosamente selecionadas e organizadas, o tornando fácil repetir várias vezes a audição. Destaques como “Insurrection”, “The End of Times” e “Killer Sickness” são pura pancadaria, enquanto o encerramento com o instrumental atmosférico “Harmonic Melancholy of Sadness (M.C.A.)” traz um toque sombrio e melancólico que fecha o disco com maestria. A construção sonora deixa evidente a sinergia entre os integrantes. A banda honra suas raízes no death metal old school, mas com equipamentos modernos e toda a bagagem acumulada ao longo dos anos, entrega um som pesado, técnico e autêntico, mostrando que continuam firmes na missão de devastar ouvidos com qualidade e verdade em cada lançamento.
SURPRESAS DE 2024:
2024 foi um ano repleto de lançamentos marcantes no cenário do metal nacional, e aqui compartilho cinco bandas que, para mim, foram verdadeiras surpresas. Cada uma delas trouxe algo único ao gênero, seja pela qualidade da produção ou pela originalidade das composições. São promessas do metal que, sem dúvida, têm muito mais a oferecer no futuro.
1. Blades Of Steel – “Vengeance Is Mine” (Single)
Este foi o último single lançado pelo Blades of Steel, banda de heavy metal paulista liderada pela vocalista e compositora Yara Haag. Ele faz parte de uma sequência de lançamentos desde o primeiro single, “Blades of Steel”, lançado em julho de 2024, seguido por “Ruler of the Waves”. Acompanho a trajetória da banda desde sua idealização, e Yara Haag tem como uma das suas maiores influências a Jutta Weinhold, vocalista dos clássicos do Zed Yago nos anos 80. Estava ansiosa para ouvir esses singles, já sabendo das temáticas de luta, superação e influências vocais. Além disso, Yara respira metal, vivendo o estilo entre tantas batalhas da vida. Uma verdadeira guerreira da vida real que eu conheço. “Vengeance Is Mine”, o terceiro single, carregado de vocais imponentes, guitarras poderosas e uma base de baixo e bateria que traz o peso da batalha, foi lançado no final de 2024, confirmando que a banda veio para ficar. Todas as músicas foram lançadas com videos clipes no canal oficial da banda no YouTube.
2. Yellow Fever – Death Star (Single)
A banda paranaense Yellow Fever foi outra banda que conquistou meus ouvidos com sua sonoridade épica e envolvente. O single “Death Star” exemplifica essa abordagem, mesclando elementos de ficção científica e fantasia com temas universais de luta contra a opressão, resultando em um hino poderoso no estilo heavy metal. E o contexto é inspirado no universo Star Wars.A produção da faixa é impecável, fruto do excelente trabalho realizado no Heavytron Studio por Arthur Migotto (ex-Haze Hamlet), conhecido por sua expertise na produção de diversas bandas de heavy metal, incluindo a excelente Grey Wolf.
3. Phantom Star – “Touch of a Curse” (single)
Phantom Star é uma banda paranaense que tem conquistado a atenção dos fãs de Heavy Metal, formada por músicos experientes que já passaram por outras bandas de destaque. “Touch of a Curse” começa com um baixo forte e ritmado, acompanhado de uma bateria estilosa, antes de dar espaço a guitarras poderosas que preparam o terreno para o vocal cheio de personalidade de Matheus Luciano. Ao ouvir essa faixa, é impossível não lembrar de características de bandas do metal norte-americano, como Crimson Glory. A Phantom Star tem um futuro promissor e um estilo único. Aqui está outra produção da Heavytron Studio (Arthur Migotto) que fez um trabalho refinado aqui, dando destaque a todas as qualidades da banda. Após o lançamento deste single, a banda já teve a oportunidade de abrir para Vandenberg e Picture. Inclusive, tive o privilégio de presenciar o show deles quando abriram para o Picture em Curitiba-PR. A presença de palco da banda é impecável, tanto no visual quanto na segurança.
4. Cascos – Cascos (EP)
Cascos é uma banda paulista formada em 2023. Para quem é fã de stoner/doom metal com riffs pesados, uma atmosfera densa e uma vibe melancólica e psicodélica, essa banda é uma excelente escolha. O EP conta com quatro faixas excepcionais: “Piece of Hate”, “Hazy Fog”, “Cronos” e “Nightmare”. A banda apresenta uma sonoridade pesada e melódica, com influências do doom clássico, um toque de heavy metal tradicional e vocais de tom grave, que complementam perfeitamente a sua proposta. Se você gosta da banda Ashbury, vai adorar Cascos.
5. Górgona – Górgona (EP)
Conheci a banda Górgona quando ela abriu para a Picture em novembro de 2024 e fiquei surpresa com a qualidade excepcional de sua apresentação ao vivo. Formada em 2019 em Cascavel-PR, a banda se destaca pela sonoridade única e pela forte presença de palco. A primeira faixa do EP, “Intro (Coffin Joe)”, é uma homenagem ao saudoso cineasta Zé do Caixão, com o monólogo A Meia Noite Levarei Sua Alma. O teclado desempenha um papel fundamental, adicionando uma camada extra às músicas, seja criando atmosferas sombrias ou oferecendo uma textura única que as distingue de outras bandas. Ao vivo, essa característica se destaca ainda mais. Além disso, os riffs de guitarra, as melodias, e a combinação de bateria e baixo proporcionam consistência e peso, tornando as composições ainda mais impactantes. Se você gosta de Witchfinder General, esse álbum é imperdível.
Parabéns pelas escolhas, em especial, pelo The Cure, seguramente um dos melhores lançamentos de 2024.
Muito obrigada, Marcos! Esse álbum com certeza vai se tornar inesquecível com o passar dos anos.
Uma lista de peso, hehehe! Desses todos só ouvi o The Cure (que é bom, mas não é para mim, não adianta…) e o Flotsam and Jetsam, que preciso revisitar porque quando ouvi não me chamou muito a atenção, agora tenho motivo para ouvir de novo e ver se perdi algo! Não sabia que o Demon tinha lançado disco novo e vou ter que correr atrás; mesma coisa o Riot, que pelo jeito manteve o padrão dos lançamentos anteriores.
Espero que você curta ouvir esses lançamentos, Marcello! Tem umas bandas que precisamos de um tempo para entender a proposta ou ouvir mais um pouco, acho que Flotsam é desse tipo. Agora tem umas que não rola heheh
Grande abraço!!
Parabéns pelas escolhas certeiras, Cliven Hoof, Riot V, Demon , Leprosy e The Cure tbm estão na minha lista de melhores de 2024, as demais vou ouvi….grande abraço.
Muito obrigada, Vidal!
Muito obrigada, amigo 🤘👏
Que lista, parabéns! E os textos para cada álbum estão primorosos, boas reflexões.
The Cure, Riot V, Cloven Hoof e Demon são os que eu já tinha ouvido e concordo contigo quando os destaca entre os 10 melhores de 2024! Minha tese permanece: há muitos anos, muitos mesmo, eu não via um saldo tão positivo de lançamentos quanto em 2024…
Fiquei curiosíssimo para ouvir a banda Cascos, por conta da referência que fez ao Ashbury, mas confesso que não encontrei em canto nenhum… A mesma coisa ocorreu com a banda Górgona (pela referência ao Witchfinder General)…
E a grande supresa para mim de sua lista foi a descoberta da Angel Sword com o seu “World Fighter”! Discaço! Nunca ouvi falar dessa turma e já virei fã hahaheuahaha, valeu demais pela escolha!
crystal vipers está no meu top 10. é o melhor album dessa banda. já conhecia há um bom tempo. parece que a banda é lá da Polônia.
Escutei pouca coisa da sua lista Líbia. Apenas o Crystal Viper e o Blitzkrieg. Como eu julgo discos pela capa, me interessaram bastante estes novos do Cloven Hoof e do Flotsam and Jetsam.