DVD: The Moody Blues – Hall of Fame [2000]
Apesar da idade já ter pegado em Hayward, Lodge e principalmente Edge (com sua longa barba branca) e Thomas, que parece um tiozão dono de padaria, o estilo e imponência clássica do quarteto permanece em alta. Eis que surge “English Sunset”, do álbum Strange Times (1999), com um estilo AOR que ganhou pontos com o arranjo orquestral.
As cordas apresentam a bela “Words To Say”, também do álbum Strange Times, a qual é cantada por Lodge, que mantém o vozeirão em alta, seguida pela pesada “The Story In Your Eyes”, onde Hayward manda ver na guitarra neste clássico do álbum Every Good Boy Deserves Favour (1971). É muito divertido quando no solo de Hayward os três velhinhos – Howard, Lodge e Thomas – vão para a frente da plateia, que em delírio, aplaude o trio que se comporta como jovens metaleiros em início de carreira.
A partir de então, só clássicos, começando com “Your Wildest Dreams”, de The Other Side of Life (1986), e uma bela introdução que leva a esse clássico da época em que Patrick Moraz pilotava os teclados do grupo, com divertidas brincadeiras entre Graham e Gordon, bem como um cidadão doido que começa a fazer piruetas no meio dos corredores do teatro e que levanta o público.
Quem não mexer o corpo com essa canção é que não tem alma, já que o pique é avassalador, e as sessões de mellotron, originalmente feitas pelo melhor tecladista que passou na banda, Mike Pinder, ficaram ainda mais belas com a orquestra viajando nas notas dessa que para mim é a melhor faixa da banda nos anos 70. Destaque principal para o público, que acompanha de pé e com palmas os mais que pesados 6 minutos de uma verdadeira panela de pressão que se torna o Royal Albert Hall, e para o show particular de Hayward, o guitarrista e compositor que substituiu nada mais nada menos que Denny Laine (Ginger Baker’s Air Force, Wings…) e que junto com Lodge, que substituiu Clint Warwick, deu ao The Moody Blues o caminho para o sucesso.
É impossível não segurar as lágrimas no divino solo de flauta feito por Thomas, e o arranjo orquestral imitando o mellotron é fenomenal. Tudo perfeito para uma canção perfeita. Apesar de eu não achar a melhor canção do grupo, não posso negar que é uma das maiores canções de todos os tempos. E me perdoem os fãs de Beatles, mas já procurei em toda a discografia da banda e não encontrei nada que possa chegar perto de “Nights in White Satin”. Mesmo “Yesterday”,o maior clássico dos Fab Four, não consegue carregar a dramaticidade dessa incrível faixa.
Thomas assume os vocais em “Legend of a Mind”, de In Search of the Lost Chord (1968), o mais progressivo LP da banda, aqui em uma versão mais rápida que a original e contando com outro belo solo de flauta feito por Thomas, e chegamos a “Question”, do maravilhoso A Question of Balance (1970), onde novamente o público acompanha com palmas mais uma paulada criada pelos Moodies.
O DVD encerra com outra pérola de In Search of the Lost Chord, “Ride My See-Saw”, onde o Royal Albert Hall vira um salão de festas, com todos dançando e agitando as mãos para cada nota de mais um clássico da banda, e ao final, os músicos apertam as mãos dos presentes nas primeiras filas do teatro, que ensandecidamente aplaude de pé o quarteto.
1. Overture
2. Tuesday Afternoon
3. English Sunset
4. Words You Say
5. The Story in Your Eyes
6. I Know You’re Out There Somewhere
7. Haunted
8. Your Wildest Dreams
9. Isn’t Life Strange
10. I’m Just a Singer (In a Rock and Roll Band)
11. Nights in White Satin
12. Legend of a Mind
13. Question
14. Ride My See-Saw
NENHUMA, vou repetir, NENHUMA banda consegue brincar de orquestra tão bem quanto o The Moody Blues. Quem quiser amostras desse show conseguirá com facilidade no YouTube. Alguns diriam que é um espetáculo para velhos e outras coisas do tipo. Eu digo que é música de primeira em um belíssimo cenário.
Quem não gosta de Mody Blues não é meu amigo, rá!!!
Vou dar uma olhada , pra ter uma base da sonoridade , pois eu não conheço essa banda
Rafael, procura os vídeos de "Question" e "I'm Just a Singer (In a Rock and Roll Band)". Se essas não pegarem, acho difícil que gostes da banda… mas vamos lá!