Discografias Comentadas: Free
Por Diogo Bizotto
Cinco anos. Foi apenas desse tempo que o Free precisou para deixar sua marca no rock mundial, indelével para muitos, especialmente para pessoas como eu, que tenho Paul Rodgers, Paul Kossoff, Andy Fraser e Simon Kirke como uma de minhas formações favoritas desde que comecei a desbravar o caminho trilhado pelo jovem quarteto. Tão jovem que, quando a banda encerrou suas atividades, em 1973, o mais velho deles ainda não havia completado 24 anos. A trajetória do Free, apesar de curta e cercada de alguns problemas entre seus integrantes, foi intensa e rendeu seis álbuns de estúdio, a respeito dos quais comentarei neste artigo. Esqueça suas preocupações por um tempo, relaxe e acompanhe-me neste passeio pela discografia da banda, que é muito mais que o grupo que gravou “All Right Now”.
A estreia do Free, cuja gravação foi iniciada apenas seis meses após a realização do primeiro show do quarteto, estabelece um agradável paradoxo. Ao mesmo tempo em que exala crueza na execução do blues rock levado a cabo pela jovem banda (o baixista Andy Fraser tinha apenas 16 anos), demonstra que a capacidade do time como compositores (especialmente do vocalista Paul Rodgers e de Fraser) fazia frente aos outros artistas do gênero que pipocavam pela Grã-Bretanha no final da década de 1960. O guitarrista Paul Kossoff, dono de uma sonoridade quente e caprichada no vibrato, passeia com desenvoltura sobre os grooves sensuais criados pelo baterista Simon Kirke e por Fraser, enquanto Rodgers manifesta suas influências soul em performances cheias de entrega. O disco desenvolve-se com solidez invejável e, mesmo contando com ótimos covers para “Goin’ Down Slow”, um standard do cantor norte-americano St. Louis Jimmy Oden, e “The Hunter”, gravada dois anos antes pelo bluesman Albert King, também dos Estados Unidos, os maiores destaques ainda são composições próprias do grupo, caso de “Walk in My Shadow” e da lenta “Moonshine”. A provocante “Wild Indian Woman” é minha favorita do álbum, mas a verdade é que todo o track list de Tons of Sobs esbanja qualidade e tem muitas características que o destacam em comparação com outros registros de artistas semelhantes que surgiam na mesma época. O desempenho nas paradas pode não ter sido dos melhores, mas o primeiro passo dado foi firme e ajudou a conquistar o apoio de Chris Blackwell, chefe da gravadora do grupo, a Island.
O álbum que leva apenas o nome da banda é o favorito de muitos daqueles mais chegados em psicodelia, em grande parte devido ao clima viajandão e relaxado que impera na maior parte do track list, fato que se nota logo na abertura, com a excelente “I’ll Be Creepin’”. A capa do disco, que ilustra uma silhueta feminina formada por estrelas com um céu parcialmente nublado como fundo, ajuda a transmitir ainda melhor o astral que habita seus 36 minutos de música. A parceria entre Fraser e Rodgers como compositores solidificou-se ainda mais, gerando nada menos que oito das nove canções presentes no disco. O baixista, em especial, destaca-se ainda mais, mostrando porque tornou-se um dos meus favoritos nas quatro cordas em faixas como “Songs of Yesterday”, por ele conduzida e recortada pelas intervenções certeiras de Kossoff, e “Trouble on Double Time”. Em Free, o quarteto também começou a demonstrar seu gigantesco talento para escrever baladas, que ocupam boa parte do álbum, destacando a sutileza de “Mouthful of Grass”, o andamento lento e carregado da quase sombria “Free Me” e o bonito encerramento com “Mourning Sad Morning”, raro caso em que uma música do grupo conta com vocais de apoio em maior evidência. De volta ao lado mais roqueiro, não posso deixar de citar “Woman”, encarregada de dar conta da combinação de letras cheias de referências ao sexo oposto com grooves tão sinuosos quanto as curvas das mulheres que Paul Rodgers exaltava. Assim como “I’ll Be Creepin’”, a boa “Broad Daylight” foi lançada como single, mas não obteve retorno digno nas paradas da época. O primeiro racha na banda surgiu durante as gravações deFree, especialmente devido às cobranças de Fraser e Rodgers em relação a Kossoff, cuja espontaneidade acabava sendo tolhida em favor daquilo que a dupla de compositores julgava melhor para cada música. O responsável por aparar algumas arestas foi justamente Chris Blackwell, que dessa vez foi o responsável pela produção do disco.
Escrever sobre um de meus discos favoritos em todos os tempos é, ao mesmo tempo, fácil e difícil. Fácil, pois conheço todas as suas músicas de trás para frente e vários detalhes que cercam sua criação, gabaritando-me para essa tarefa. Difícil, porque a necessidade de fazer jus a uma obra tão importante acaba impondo-se com força e gera uma grande responsabilidade. Do primeiro toque que Simon Kirke dá em um de seus pratos, introduzindo a faixa-título, até a pequena virada que decreta o final da última canção presente no álbum, o clássico-mor “All Right Now”, Fire and Water exala perfeição em todos os seus aspectos. Como compositores, Fraser e Rodgers estavam no auge, calibradíssimos, dosando a experiência que já haviam adquirido nos lançamentos anteriores e cunhando obras originais, menos calcadas no blues e mais roqueiras. Instrumentalmente, o grupo também estava na ponta dos cascos. Na estrada desde a formação, a banda moldou suas habilidades e atuava em uma simbiose admirável, destacando as linhas deliciosamente displicentes de Kossoff e as os grooves cada vez mais maliciosos de Fraser. Rodgers então, confirmava cada vez mais seu status como um dos grandes vocalistas britânicos da época, algo que melhoraria ainda mais com o passar do tempo, colocando sua alma em cada palavra e pondo em prática as lições aprendidas com os célebres cantores da soul music norte-americana. Isso fica evidente logo na faixa-título, que abre o disco majestosamente e mostra quão entrosados estavam os quatro músicos, que pesam a mão de maneira mais forte que em Free, também beneficiados por uma produção mais certeira, conduzida pela banda ao lado de John Kelly e de Roy Thomas Baker, que se tornaria célebre por sua parceria com o Queen. “Oh I Wept”, coescrita por Kossoff, é mais uma a engrossar a lista de belas baladas levadas a cabo pelo grupo, assim como “Don’t Say You Love Me”, que fisga o ouvinte pela emoção. Em se tratando de explorar o que de melhor o blues tinha a oferecer e transformá-lo em algo com a cara do Free, “Remember” cumpre a tarefa com louvor. Melhor ainda é “Heavy Load”, conduzida pelo piano de Andy Fraser e candidata ao posto de uma das melhores canções já cunhadas pelo quarteto. Ainda mais absurda é “Mr. Big”, que consegue a façanha de ser o destaque principal de um disco que prima pela perfeição. Tudo nessa canção soa transcendental, desde a bateria simples de Kirke e das palhetadas displicentes de Kossoff aos vocais soberbos de Rodgers. Melhor ainda é a performance deslumbrante de Fraser, que dá uma verdadeira aula ao longo dos quase seis minutos da faixa, inclusive com direito a um solo de baixo em uma época em que isso não era exatamente algo corriqueiro em se tratando de bandas de rock. Como fã, o álbum poderia se encerrar com “Mr. Big” que o estrago já estaria feito, mas felizmente a última faixa reservava aquela que se tornaria a música responsável por alavancar o nome do Free para o resto do mundo, “All Right Now”. Sem frescuras, a canção cativa de imediato e faz jus ao sucesso obtido, que levaria o quarteto a se apresentar para um público de 600 mil pessoas no festival da Ilha de Wight de 1970. Se existe um disco que representa para mim o que é o rock, que eu utilizaria para apresentar esse gênero musical para um visitante de uma galáxia distante, esse disco é Fire and Water.
Se em Free a banda já havia ocupado grande parte do track list com baladas, em Highway essa característica foi potencializada. A qualidade que exala das canções que integram seu track list é tão grande que quase iguala o insuperável Fire and Water, fato que, infelizmente, não se traduziu em sucesso comercial para os rapazes. A gigantesca repercussão de “All Right Now”, mesmo que involuntariamente, colocou o fardo de ao menos repetir a dose no álbum seguinte sobre os ombros do quarteto, algo que definitivamente não ocorreu em Highway, disco que, apesar de ter sido registrado pouquíssimos meses após o lançamento do antecessor, soa descompromissado e transmite uma tranquilidade ímpar na carreira do Free. A banda até tentou emplacar mais um hit single na forma da boa “The Stealer”, mas infrutiferamente. Pior para quem deixou de conferir o trabalho, pois a parceria entre Fraser e Rodgers seguiu avassaladora, vide a brilhante “Ride on a Pony”, que Chris Blackwell preferia ter visto lançada como single, atitude que talvez chamasse mais a atenção do público. Sobre as baladas, que ocupam seis das nove faixas de Highway, todos os elogios do mundo são insuficientes. “On My Way” traz um dos belos timbres extraídos por Kossoff, mais limpo que o habitual; “Sunny Day” expressa melancolia e sensibilidade, além de linhas de baixo e bateria sutis e musicais; “Love You So”, com delicadas intervenções de Kossoff e de órgão, traz Rodgers em uma interpretação de beleza rara e deveria ter se tornado uma espécie de hino para casais que se prezem; “Bodie” é quase bucólica; e “Soon I Will Be Gone”, por sua vez, fecha o disco em alta, unindo violão, piano e órgão aos instrumentos habituais do quarteto em uma progressão que exalta as emoções trazidas à tona pela canção. Sobre “Be My Friend”, é necessário abrir um aparte, pois trata-se de uma forte candidata ao título de melhor música da carreira do Free. Tanto é que Rodgers segue executando-a em seus shows solo com alguma frequência, consistindo em um ponto altíssimo do set, muito devido à sua interpretação magistral. A grande quantidade de músicas absurdamente belas presentes em Highway não evitou, porém, seu fracasso comercial, questão que potencializou as rixas do grupo e o vício de Kossoff, especialmente em sedativos.
Ainda no início de 1971, o quarteto se separou. Rodgers formou o trio Peace, que não registrou nenhum trabalho em estúdio. Fraser criou outro trio, o Toby, que chegou a entrar em estúdio, mas não lançou material. Kirke e Kossoff formaram o quarteto Kossoff, Kirke, Tetsu and Rabbit ao lado do baixista japonês Tetsu Yamauchi e do tecladista norte-americano John “Rabbit” Bundrick, editando um álbum autointitulado no início de 1972. Após esse período, o Free resolveu realizar mais um esforço e trabalhar em um novo disco, motivados em grande parte pela necessidade de ajudar Paul Kossoff a superar seus vícios fazendo aquilo que mais gostava: música.
Dizer que Free at Last é um álbum ruim soa como um grande exagero, mas ao mesmo tempo é impossível deixar de considerá-lo uma decepção em meio a até então impecável discografia do grupo inglês. O quarteto soa como se tivesse reunido suas forças novamente a contragosto, mais como uma forma de apoiar Kossoff a superar seus vícios do que pelo tesão de tocar juntos. Não à toa, todas as canções foram creditadas aos quatro integrantes, não importando quem realmente fosse o responsável pelas composições, uma clara tentativa de satisfazer os desejos do errático guitarrista, responsável direto pela sonoridade da banda, mas bem menos pela apresentação de material novo para integrar os lançamentos. Outro fator que pesa contra Free at Last é o fato de sua produção, responsabilidade do próprio grupo, ser consideravelmente mais “magra” que a de seus antecessores, fazendo com que as ardidas guitarras de Kossoff esquentem menos as caixas de som e as linhas de Fraser não recebam o mesmo destaque presente em outros álbuns. É claro que, apesar dessas críticas, muito material encontrado em seu tracklist apresenta qualidades, como é o caso de “Magic Ship”, cujo refrão é interessante, “Travelling Man”, que poderia ser muito melhor com arranjos mais “cheios” e uma dose extra de peso, “Child”, que retoma o lado mais melancólico de Highway, e “Little Bit of Love”, apresentando novamente a malícia de um passado próximo e que obteve bom desempenho nas paradas. Sobre esse fato, é necessário lembrar que, apesar de ser claramente um disco de menor qualidade, Free at Last foi melhor sucedido comercialmente que Highway. Isso não foi suficiente, porém, para evitar que Fraser decidisse abandonar o grupo definitivamente, decepcionado com a incapacidade de Kossoff em livrar-se do vício em drogas e com a triste reação provocada no público devido à luta aparentemente perdida pelo guitarrista. Em seu lugar, duas adições familiares foram feitas à formação: Tetsu Yamauchi tomaria conta das quatro cordas, além do tecladista John “Rabbit” Bundrick também ter sido introduzido ao line-up, ambos tornando-se logo membros oficiais do Free.
A perda de Andy Fraser, baixista fenomenal e compositor de mão cheia, poderia ter colocado o Free em um abismo criativo, carente de ideias e perdido no estúdio. Felizmente, foi justamente o oposto que ocorreu, pois Heartbreaker é o melhor disco do grupo após o fenomenal Fire and Water. Paul Rodgers cresceu ainda mais como escritor de canções carregadas de emoção e acertou a mão a ponto de ainda ter a generosidade de creditar duas faixas ao grupo todo, apesar da nebulosidade que envolve Heartbreaker indicar que elas podem ser obras solo do vocalista. Ainda em relação à confusão nos créditos do álbum, fica pouco claro quem tocou guitarra nas músicas. Paul Kossoff acabou sendo creditado, para surpresa de muitos, como “músico adicional”, apesar de, a princípio, ter registrado suas ainda belíssimas performances na maior parte das faixas. Snuffy Walden, do Stray Dog, tocou em ao menos três canções, além de Rodgers e Kirke também terem participado ativamente desse processo. Muitas das dúvidas ocorrem justamente em relação ao grande sucesso do disco, “Wishing Well”, que ajudou a elevar novamente o Free nas paradas, obtendo reconhecimento mais que merecido. Enquanto alguns afirmam que seu solo de guitarra foi gravado por Walden, outros garantem que seu autor foi Kossoff. O que vale, no final das contas, é que sua pegada mais hardeira logo na abertura do álbum serve como uma bela apresentação do novo Free, mais direto e menos trabalhado nos grooves, mas tão excitante quanto aquele que havia sido sepultado com a saída de Fraser. A faixa seguinte, “Come Together in the Morning”, entra facilmente no rol das melhores obras cunhadas pelo grupo, além de constituir o melhor desempenho de Kossoff em Heartbreaker, exalando tristeza e melancolia através das cordas de sua Les Paul ainda mais do que nas melhores baladas de Highway. “Travellin’ in Style” é, ao mesmo tempo, deliciosamente pop e atípica para o Free, revelando que não eram apenas o blues e a soul music os gêneros vindos dos Estados Unidos que inspiravam o grupo, evidenciando um interessante toque country. A faixa-título então, é avassaladora, elevando o blues rock a um patamar superior, injetando-lhe mais peso e agressividade (para os parâmetros do Free), além da interpretação magistral de Rodgers e das ótimas intervenções de Bundrick, uma adição acertadíssima ao line-up, especialmente levando-se em consideração que o tecladista cunhou, sozinho, a balada “Muddy Water”, totalmente alinhada com o que a banda costumava fazer nesse tipo de composição, e a excepcional “Common Mortal Man”, outro exercício em dor e melancolia para fazer muitas bandas góticas que surgiriam anos depois corarem de vergonha. “Easy on My Soul” e, especialmente “Seven Angels”, encerram Heartbreaker e a carreira do Free da mesma maneira que ela começou: em alta, salientando talento muito acima da média e inspiração de sobra para cunhar clássicos que serão ouvidos por mim até o fim de meus dias.
Após o lançamento de Heartbreaker, o Free não durou muito mais. Kossoff, que àquela altura já havia se tornado um caso perdido, foi subtituído por Wendell Richardson (Osibisa) para uma turnê que se revelou mais curta que o planejado. O Free chegou a um ponto em que era melhor que tudo fosse encerrado com dignidade, ao invés de se arrastar por mais tempo e procurando novos rumos que afastariam demais a banda de sua proposta inicial. Kossoff lançou o álbum Back Street Crawler (1973) e depois formou o grupo de mesmo nome, morrendo em 1976, derrotado pelos seus hábitos autodestrutivos. Rodgers e Kirke enveredaram por um caminho muito diferente e conquistaram muito mais do que haviam conquistado com o Free ao se juntarem com o guitarrista Mick Ralphs (Mott the Hoople) e o baixista Boz Burrell (King Crimson), formando o supergrupo Bad Company, um dos mais bem sucedidos da década de 1970, estreando com um fantástico disco autointitulado (1974). Quanto a Fraser, que já havia abandonado o barco anteriormente, chegou a lançar um álbum com a banda Sharks e alguns trabalhos solo sem muita repercussão, preferindo focar-se posteriormente na composição de músicas para outros artistas, lançando seu material muito esporadicamente. O músico faleceu em 16 de março de 2015, vítima de Aterosclerose.
Ótima matéria. Uma das minhas bandas de cabeceira. Sensacional, a voz de Paul Rodgers, os riffs e solos do Paul Kossoff, uma cozinha azeitada… enfim, o Free é excelente.
Obrigado, Daniel! Como tentei deixar claro na publicação, o Free é, para mim, a epítome do que é o rock.
Eu sou um fã de Free há alguns anos, mas não o suficiente para enaltecer a banda como Diogo fez. Free e Highway são para mim os melhores discos da banda, e o ao vivo Free Live! é um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tempos, principalmente com as versões de “Be My Friend” e “The Hunter”.
Fire and Water e Heartbreaker eu acho em um patamar abaixo, e Tons of Sobs é daqueles discos que tem que serem ouvidos dias e dias para sentir o “clima”.
Já Free at Last é o mais fraco da banda, mas longe de ser um disco ruim.
E patacaparéu, como o Rodgers cantava. Para mim ele é O CARA do Free.
Em tempo, apesar do sucesso do Bad Company, eu levaria um disco do Free para uma ilha deserta.
Dizer que “Fire and Water” está um degrau abaixo é a cara do sr. Mairon Machado!
Tenho um caso de amor com o Free…foi uma das primeiras bandas que conheci além das mega famosas dos anos 70, o começo do meu aprofundamento no rock dos anos 60 e 70…ouvi “Woman” num programa de rádio FM e fiquei estatelado com aquela pegada, aquela voz, tudo foda…daí peguei uma cópia de uma coletânea dupla e quase furei o troço de tanto ouvir. As músicas dessa banda ajudam a contar uma boa parte da minha história. “Broad Daylight” era sempre um refresco depois de um dia cansativo, “Walk in my Shadow” era pra levantar o astral, “Don’t Say you Love Me” embalou amores platônicos e decepções amorosas…enfim, demais! O segundo álbum é o meu favorito…deixei a banda de lado por algum tempo, mas recentemente tornei a ouvi-los e lembrei o quanto aprecio o som dos caras. Paul Rodgers no Free cantava mais que no Bad Company, é um dos melhores daquela época, sem dúvida. Ótimo texto!
Pensando aqui, também acho que, com exceção das bandas de heavy metal fora do mainstream, falando de rock mesmo, o Free também foi uma das primeiríssimas bandas que eu pude explorar com mais afinco, percebendo que ela inclusive é melhor que a grande maioria daquelas tidas como incontestáveis. Valeu!
O Uriah Heep entra em qual status?
Segundo escalão, sem dúvida alguma. Teve lá seu sucesso, suficiente para construir uma carreira sólida e criar uma gordura para queimar em épocas menos favoráveis, mas jamais foi de primeiro escalão. Claro, isso tem uma carga de subjetividade, não há um limite bem definido, até porque não estamos usando a frieza dos números.
Engraçado que eu não gostava muito de Heavy Load quando conheci a banda…tinha uma certa repulsa por músicas muito melancólicas…mas hoje essa música desce maravilhosamente bem!
Por ser a música mais conhecida do Free, devo dizer que “All Right Now” é (sem ofender ao Boss Diogo, responsável por este texto) uma das piores canções do rock que eu já tive a curiosidade de conhecer: enjoativa e com um refrão repetitivo e chato ao extremo. E é uma pena que o bom ouvinte do estilo que conhece o Free só se lembra de “All Right Now” e mais nada… Desculpem-me pela minha ranhetice ou chatice (como queiram chamar) neste meu comentário, mas é que eu herdei tudo isso do Régis Tadeu e também do Pedro Bial. Por favor, desculpem-me!