Haim – Days Are Gone [2013]

Haim – Days Are Gone [2013]

Haim Days are gone

por Ulisses Macedo

 

Alana, Danielle e Este.
Alana, Danielle e Este.

Se eu te pedir pra lembrar de uma banda formada por três jovens irmãos, de som pop rock, você provavelmente iria se lembrar do Hanson. Mas e que tal três irmãs? Apesar da inevitável comparação, as irmãs Danielle (guitarra e vocal), Este (baixo e percussão) e Alana (teclado, sintetizador, guitarra e percussão), junto a Dash Hutton (bateria), fazem um indie rock incomparavelmente melhor, dançante e de muito bom gosto, evidenciando a dinâmica vocal das irmãs em conjunto com elevada sensibilidade rítmica e melódica.

Uma pequena parte do disco é material já lançado em singles e EPs: “Falling” foi a canção pela qual me apaixonei – é a melhor do álbum e praticamente define o som do trio, com aquele refrão grudento, melodia de qualidade e percussão marcada. “The Wire” é outra maravilha, impossível não estalar os dedos ao ouví-la. “Forever“, primeira canção apresentada ao mundo pelas irmãs, fecha a trinca inicial e mais conhecida do play junto à deliciosa “Don’t Save Me”, que tem uma linha de baixo e umas batidas sensacionais. Esta enxurrada inicial de clássicos é audição obrigatória para conhecer o som das californianas.

Danielle costuma usar pequenas paráfrases com a guitarra ao longo das músicas, mas seus momentos solos não devem ser subestimados.
Danielle costuma usar pequenas paráfrases com a guitarra ao longo das músicas, mas seus momentos solos não devem ser subestimados.

Das novidades, destaco a destoante “My Song 5″ (bem pesadinha, até) e a percussiva “Let Me Go”, pacote completo de boa performance vocal da Daniella e suas guitarradas bem encaixadas.  É interessante como a segunda metade do registro mostra-se mais experimental do que a esmagadoramente pop primeira parte.

A maior surpresa de Haim, entretanto, é sua performance ao vivo. E não, eu não tô falando das bass-face da Este (tá, disso também). Sem os exageros sintéticos de estúdio, vê-se uma performance crua e cativante que, é impossível não pensar, deveria estar no disco. Afinal, quando o Haim começou a ganhar os palcos, era a mistura de rock setentista com pop oitentista e R&B que as tornou tão alardeadas, merecedoras de prêmios e mais prêmios de “Revelação do Ano” e similares. E como a dissonância entre o “Haim de estúdio” e o “Haim ao vivo” é perceptível (veja esta fantástica performance ao vivo de “Go Slow” e compare com a super-produzida versão do CD), espero que isto se estreite e elas (ou, melhor dizendo, os produtores) passem a assimilar melhor a graciosidade natural que possuem.

O fato é que, mesmo não sendo da minha natureza ir atrás dessa sonoridade Indie-pop-dançante-whatever, as garotas do Haim me impressionaram e possuem muito potencial. Não deixe que o hype e a descrição lhe assustem, corra atrás e fique ligado em qualquer lançamento ao vivo que aparecer no horizonte, pois é no palco que as gatinhas mostram as garras.

 

haim1
Dá-lhe bassface

Tracklist:

1. Falling

2. Forever

3. The Wire

4. If I Could Change Your Mind

5. Honey & I

6. Don’t Save Me

7. Days Are Gone

8. My Song 5

9. Go Slow

10. Let Me Go

11. Running If You Call My Name

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