Melhores de 2015: Por Eduardo Luppe

Melhores de 2015: Por Eduardo Luppe

Por Eduardo Luppe

O ano de 2015 foi prolífero em relação ao rock em geral, trouxe grandes álbuns, retorno de bandas as suas origens que há muito tempo estavam perdidas, esquecidas e desacreditadas, poucas decepções em relação aos lançamentos e muito, mas muito “mais do mesmo”, mas de certa forma eficiente e feito com muita qualidade sem destruir a reputação de outrora.

Posso dizer que estou feliz, pois algumas das minhas bandas preferidas lançaram bons álbuns e algumas delas inclusive figuraram no meu top 10 de 2015.


Iron Maiden – The Book of Souls

Após cinco anos desde o lançamento do controverso The Final Frontier, a Donzela resolveu nos brindar com uma obrar prima sem tamanhos. The Book Of Souls é um álbum grandioso, uma epopeia musical, ele veio com um tom mais orgânico e disposto a enfrentar riscos, deferente daqueles que ainda acham que a banda vem fazendo o mesmo tipo de som desde a volta de Bruce Dickinson à banda. Com composições fortes, melhores letras, melhor produção e com uma diversidade instrumental totalmente empolgante, a banda que atualmente está cada vez mais coesa e precisa, entrega o melhor trabalho do ano. Com as faixas “If Eternity Should Fail”, “The Great Unknown”, “The Book Of Souls” e a belíssima “Empire Of The Clouds” a Donzela mantém ativo o seu posto no alto escalão de bandas que sabem envelhecer de forma digna.


Queensrÿche – Condition Human

Finalmente o verdadeiro Queensrÿche está de volta! Posso afirmar que este é o melhor trabalho da banda desde o excelente Empire. Tudo aqui funciona muito bem, as composições, a letra, o ritmo, a produção, a capa e claro, as músicas que na sua totalidade surpreendem aqueles que estavam descrentes com a banda desde os anos 90. O self-titled de 2013 mostrou uma banda preocupada em resgatar o seu glorioso passado e conseguiu dar o primeiro passo em direção a este objetivo. Porém, em outubro de 2015 a pancada certeira veio com força total e “graças ao Dio”, a banda colocou a nossa disposição faixas do calibre de “Arrow of Time”, “Guardian” que em minha opinião é a melhor faixa do disco e comprova a superioridade de Scott Rockenfield em relação à maioria dos bateristas da atualidade. A banda toda que me perdoe, mas é ele quem dá a devida identidade à banda. “Hellfire” e “All There Was” nos remetem aos clássicos dos anos oitenta e para matar e fechar essa obra prima com chave de ouro, eis que surge a soberba faixa título “Condition Hüman”, progressiva e cheio de nuances com instrumentações pra lá de magníficas. Para os fãs old school, confiram sem medo, pois a banda se reergueu das cinzas e está voltando mais forte do que nunca.


Def Leppard – Def Leppard

Outra banda que decide retornar a velha fórmula com um disco inspirado e bem elaborado. O Def Leppard causou um trauma muito grande na maioria de seus fãs ao longo do tempo, mas acredito que este álbum veio para curar e quem sabe resgatar a identidade perdida lá nos anos oitenta. Algumas músicas fazem lembrar os áureos tempos, como a “Let’s Go” que mais parece uma irmã gêmea de “Pour Sugar On Me” do Hysteria, “Dangerous” e “All Time High” tem a mesma construção das músicas do mediano Adrenalize. Porém, as melhores são as animadas “Forever Young” e “Wings Of Na Angel”, a psicodélica e semiacústica “Battle Of My Own” que em alguns momentos faz lembrar o experimentalismo do Led Zeppelin e a “Man Enough” com uma pegada bem a la Queen. Por fim, um ótimo álbum de hard rock feito por quem sabe e conhece. Já para aqueles que vão dizer “mais do mesmo”, ótimo, adoro mais do mesmo feito com primazia.


Saxon – Battering Ram

Simplesmente Heavy Metal em seu estado bruto! Acredito que tanto o Saxon como o Accept são hoje bandas que vem crescendo musicalmente e fazendo um álbum melhor que outro, mantendo sempre uma regularidade aliada a criatividade e peso. Neste 21º disco de estúdio o Saxon consegue manter o mesmo nível de seu antecessor Sacrifice, guitarras rápidas e marcantes, bateria e baixo firme e a boa voz de Biff Byford dando vida às composições metálicas do grupo. A faixa título “Battering Ram”  já mostra isso, começa no talo, um verdadeiro soco na boca do estômago, já na sequência, “The Devil’s Footprint” atinge um peso absurdo, com riffs poderosos e um B. Byford cuspindo as letras de forma inspiradíssima. “Queen of Hearts”, “Destroyer” e “To The End” são destaques com as suas melodias que conquistam o ouvinte pouco a pouco. Confesso que a faixa “Kingdom Of The Cross” soa estranha na primeira ouvida, mas achei de uma criatividade e beleza ímpar. Enfim, deslizes não fazem parte da cartilha do Saxon.


Armored Saint – Win Hands Down

O Armored Saint é daquelas bandas que passam despercebidas pelo público em geral, pois com mais de 30 anos de estrada, não gravaram nada que pudesse ser um divisor de águas ou mesmo um clássico do heavy metal lembrado e glorificado por qualquer headbanger, talvez o Symbol Of Salvation, tenha chegado bem próximo deste feito. O surpreendente é que em 2015 a banda lançou um álbum empolgante e diversificado com uma exploração musical que faz lembrar o injustiçado “We’ve Come For You All” do Anthrax. Músicas como “Muscle Memory”, “Mess” e a faixa título “Win Hands Down” são composições certeiras,  grudentas, marcantes e que fazem você sair cantarolando na primeira ouvida. O Armored Saint conseguiu surpreender a todos positivamente com um dos melhores discos de 2015.


Helloween – My God Given Right

Os criadores do gênero heavy metal melódico estão de volta e desta vez com um álbum acima da média e que certamente ficou também acima das minhas expectativas. Posso afirmar que este é o melhor trabalho desde o ótimo Better Than Raw. Todos os clichês possíveis e imagináveis estão presentes neste álbum, com estrutura musical variada, solos por todos os lados e melodias cativantes e bem trabalhadas o resultado é totalmente positivo. Um álbum que não vai mudar a sua vida ou mesmo mudar o curso da história da música, mas vai garantir boas horas de diversão.


Amorphis – Under The Red Cloud

O Amorphis é uma daquelas bandas que crescem a cada álbum sem cometer um deslize qualquer, ou seja, mantém uma regularidade invejável com algumas pitadas evolutivas.  Mesclando o Death Metal Melódico com influências progressivas e às vezes trazendo alguns elementos experimentais criando toda aquela “atmosfera folk” oriunda da maioria das bandas finlandesas o Amorphis traz para nós um dos melhores trabalhos de sua carreira. Um álbum bem diversificado, empolgante e com ótimas músicas como as “Bad Blood”, “Death Of A King”, “Sacrifice” e a destruidora “The Four Wise Ones” com vocais alternados. Uma coisa é certa, desde a entrada do vocalista Tomi Joutsen a banda têm lançado discos no mínimo excelentes, e acredito também que com ele, há boas perspectivas futuras de evolução e criatividade.


Von Hertzen Brothers – New Day Rising

Confesso que não conhecia profundamente os trabalhos desta banda, mas fui surpreendido com esse viciante álbum que leva uma das capas mais belas de 2015. O sexto álbum do quinteto,  traz a tona o sempre usual rock progressivo do grupo com um temperinho do pop rock, uma mistura que vai render futuramente bons frutos para a banda.  As melodias são muito agradáveis de ouvir e as composições são bem criativas. New Day Rising tem ótimos momentos como as faixas “New Day Rising” que abre o álbum em grande estilo, “You Don’t Know My Name”, “Sunday Child” e as belas “Black Rain” e “Hibernating Heart”. No mínimo, obrigatório para quem gosta de boa música.


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Michael Schenker – Spirit On A Mission

Voltamos aos anos 70 e 80! Com boas composições e muita personalidade, Spirit On A Mission deixa aquela sensação de retomada dos saudosos tempos de rock n’ roll, ou seja, o álbum poderia tranquilamente fazer parte da continuação de Lovedrive ou mesmo do Animal Magnetism do Scorpions. Grandes faixas como “Vigilant Man”, “Communion” e “Rock City” são no mínimo divertidíssimas, pois remete o ouvinte ao bom e velho classic rock feito com muito esmero, deixando de lado aquele peso moderninho praticado pela maioria das bandas atuais de Hard Rock. Mr. Schenker acertou em cheio!


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 Paradise Lost – The Plague Within

Um álbum poderoso e forte! Aqui o objetivo do Paradise Lost é fazer um retorno sútil aos primórdios, trazendo todos aqueles elementos sombrios e profundos alternando melodias com peso ríspido e arrastado. É incrível a capacidade criativa da banda que mesmo depois de 14 álbuns ainda consegue nos surpreender com faixas do calibre “No Hope In Sight”, “Victim Of The Past” e a majestosa “Return To The Sun”. Simplesmente excelente!


Quase chegam:

– Stryper – Fallen

– Impelliteri – Venom

– Nightwish – Endless Forms Most Beautiful

– W.A.S.P. – Golgotha

– Black Star Riders – The Killer Instinct

4 comentários sobre “Melhores de 2015: Por Eduardo Luppe

  1. Os álbuns do Amorphis e Queensryche estão especialmente bons. 2015 foi um ano muito bom, bandas novas e antigas lançando álbuns acima da média.

  2. De fato, o Helloween fez um ótimo disco mas eu acho que eles também lançaram bons discos após o Better Than Raw tais como o The Dark Ride (2000) e o 7 Sinners (2010). Só não cito o Legacy (2005) porque é meu favorito e sei que sou o único no mundo que gosta dele.

    E concordo plenamente com a citação ao Paradise Lost, o disco deles está tinindo.

  3. Def Leppard marcou-nos tão que nem um hão eis de arca-a tão gloriosamente como a mesma fez nos significativamente áureos anos 80!!Julgo-a como a mais representativa em minhas reminiscências musicais que perdura às vezes por um tempo desagradavelmente confuso..’No’ mais,uma lista explicadamente interessante!

  4. Me chamou atenção na lista do Eduardo a presença do Von Hertzen Brothers. Para quem quiser conhecer mais essa banda sugiro o álbum Approach. A música Disciples of the Sun é LYMDA!!!!

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