Melhores de 2015: Por Leonardo Castro
Apresento aqui os álbuns que julguei serem os melhores no ano de 2015
1. Ghost – Meliora
Mesclando o melhor de seus dois discos anteriores, como a sonoridade clássica de Opus Eponymous e o apelo pop de Infestissuman, o grupo sueco lançou o seu disco mais completo até então. Contando com composições marcantes e performances fantásticas de todos os músicos, Meliora é uma coleção de canções fortes, e que apesar de bastante diferentes entre si, formam um álbum sólido e homogêneo. Todas as faixas tem um nível muito alto, mas é impossível não destacar a sensacional “Cirice”, candidata a melhor música do ano.
2. Black Star Riders – The Killer Instinct
Segundo trabalho da banda nascida das cinzas da ultima encarnação do Thin Lizzy, The Killer Instinct é ainda melhor que seu antecessor, All Hell Breaks Loose, de 2013. Movido a excelentes riffs de guitarra e a refrões marcantes, o grupo bebe diretamente na fonte setentsta do Thin Lizzy, mas também apresenta influencias do hard rock dos anos 80, como a excelente faixa título demonstra. Destaque ainda para a suingada “Charlie I Gotta Go” e para a épica “Soldierstown”, ambas espetaculares. Por que essa banda é totalmente ignorada pelas rádios rock do Brasil é um mistério para mim…
3. Cage – Ancient Evil
O Cage, apesar de ter lançado bons discos ao longo da carreira, sempre foi mais lembrado por utilizar todos os clichês do heavy metal do que pelas suas músicas. Andamento acelerado? Riffs e solos em profusão? Vocais agudos ao extremo? O grupo americano sempre apresentou tudo isso. Mas nunca com a eficiência apresentada em Ancient Evil. Seguindo a cartilha lançada pelo Judas Priest em Painkiller, a banda investe em um heavy metal pesado e agressivo, beirando o thrash, mas com uma classe invejável. Ancient Evil não vai mudar a vida de ninguém, mas para quem gosta de heavy metal, é um prato cheio.
4. Helloween – My God Given Right
Com a formação estabilizada há um bom tempo, o Helloween vem de uma sequência de bons álbuns, culminando com o mais recente, o excelente My God Given Right. A velha fórmula de unir bons riffs de guitarra a refrões fortes funciona mais uma vez, e Andi Deris, responsável por boa parte das faixas do disco, se mostra de novo um excelente compositor. Recomendado para os fãs da banda e de hard rock e heavy metal em geral.
5. Armored Saint – Win Hands Down
Depois de um hiato de 5 anos, o quinteto norte americano retornou com um dos seus discos mais fortes. Seguindo a linha do clássico Symbol Of Salvation, Win Hands Down tem um início avassalador com a excelente faixa-título, dona de um riff vigoroso e de um desempenho vocal espetacular de John Bush. O restante do disco segue a mesma linha, com destaque para as ótimas “Mess” e “Muscle Memory”.
6. Iron Maiden – The Book Of Souls
Depois do decepcionante The Final Frontier, um dos piores discos da carreira da banda, o Iron Maiden retornou com um álbum infinitamente superior, ainda que desnecessariamente longo. The Book Of Souls apresenta músicas mais interessantes e cativantes que seu anterior, como a excelente faixa de abertura, “If Eternity Should Fail”, uma das melhores músicas da carreira da banda em bastante tempo. Outros destaques são a épica faixa-título e as diretas “Death Or Glory” e “Shadows Of A Valley”, que remetem aos discos da fase clássica da banda. Algumas músicas mais longas acabam se mostrando desnecessárias, e um disco simples, mais enxuto, focando apenas nas canções mais fortes, talvez fosse ainda melhor. Mas ainda assim, The Book Of Souls se mostra digno de figurar entre os melhores de 2015.
7. Stryper – Fallen
Após retomar suas atividades em 2005, o Stryper lançou um disco lamentável, onde ignorava sua sonoridade clássica e apostava em tendências mais modernas. Reborn, o disco em questão, foi tão mal recebido que a banda voltou a apostar no hard rock e no heavy metal clássico de seus primeiros trabalhos nos álbuns seguintes, o bom Murder By Pride, de 2009, e o ótimo No More Hell To Pray, de 2013. E o último lançamento do grupo, Fallen, segue a linha dos últimos discos da banda, mas com resultados ainda mais impressionantes. A voz de Michael Sweet continua impressionante, assim como os backing vocals e refrões cantados em coro. O trabalho de guitarras também surpreende, com ótimos riffs, solos e duetos. Há ainda uma bela versão de “After Forever”, do Black Sabbath, que não destoa do restante do disco.
8. Cradle Of Filth – Hammer Of The Witches
O Cradle Of Filth costuma ser um daqueles casos de “ame ou odeie”, muito por causa do vocal incomum e inconfundível de Dani Filth. E apesar da reformulação de praticamente toda a banda antes da gravação de seu último disco, Hammer Of The Witches, a sonoridade do mesmo remete à fase mais clássica da banda, entre os discos Dusk And Her Embrace, de 1996, e Midian, de 2000, mais voltada para o trabalho das guitarras. Mas os climas e teclados góticos continuam em evidencia. Não vai mudar a opinião dos detratores do grupo, mas fará a alegria dos fãs mais antigos da banda.
9. Lamb Of God – VII
Impressionante álbum de uma das bandas mais comentadas dos últimos anos. Metal moderno, pesado, energético e com muito groove, mas com composições extremamente fortes e marcantes. Recomendado até para quem não curte os discos anteriores da banda.
10. Manilla Road – The Blessed Curse
Há alguns anos que os lançamentos do Manilla Road vinham decepcionando. Contudo, seu último lançamento, The Blessed Curse, é um passo na direção correta. Mais instrospectivo e melódico, o álbum mantém aquela aura de estranheza que o Manilla Road sempre teve, mas ainda assim é capaz de soar épico, agressivo e violento quando a música pede.
Menções Honrosas:
Slayer – Repentless
Jackdevil – Evil Strikes Again
Moonspell – Extinct
RAM – Svbversvm
Night Demon – Curse Of The Damned
Dark Avenger – Alive In The Dark
Satyricon – Live at The Opera