Chairlift – Moth [2016]
Por Alisson Caetano
Nos render à evolução, ou contentarmo-nos com o que já está consagrado? Pergunta muito frequente e que gera discussões acaloradas dentre apreciadores, nerds musicas e até entre críticos e especialistas no assunto. Mas porque não podemos, ao invés de brigar por uma ou outra causa, dar-nos as mãos e sermos felizes juntos?
Sabiamente é o que o Charilift tenta fazer em seu novo disco de estúdio, Moth, lançado no fim de janeiro pela Columbia. Recentes desbravadores da selva musical — estão na estrada a meros 10 anos –, o Chairlift é um duo norte-americano composto por Caroline Polachek, responsável pelos vocais e sintetizadores, e Patrick Wimberly, que dita as rédeas das percussões e teclados.
Em seu terceiro registro oficial de estúdio, este simpático duo promove algo que é muito difícil de se obter, mas quando o é, geralmente resulta em discos especiais. Me refiro à mescla sábia de elementos clássicos com baldes de modernidade. O som é centrado por referências de R&B — especialmente na voz aveludada de Caroline — e disco setentista — nos samples sacanas –, além de flertes espertos com synthpop e new wave.
Para contrabalancear com tanta influência retrô, a banda traz para essa mistura muitos elementos modernos que dão o tom agradável do registro. A produção mostra-se fluida, cristalina e pontual. Cada instrumento é facilmente notado, especialmente as linhas de baixo, orgânicas, mas ao mesmo tempo, com certo tempero pop. Pop que, aliás, também é algo bem utilizado aqui. Muito do que várias cantoras pop da atualidade vem fazendo em seus discos atualmente, como Taylor Swift e Carly Rae Jepsen, foi mesclado às composições. Isso cria um alcance musical muito interessante, chamando a atenção de ouvintes mais jovens e, porque não, menos exigentes.
Esbanjando melodias agradáveis, sonoridade refrescante e convidativa e um bom gosto musical impressionante, Moth mostra-se uma ótima pedida para os que estão meio perdidos com o que anda rolando de bom musicalmente falando em 2016. Isso, claro, se você não possui amarras musicais. Se não for o seu caso, caia de cabeça.
Tracklist:
- Look Up
- Polymorphing
- Romeo
- Ch-Ching
- Crying in Public
- Ottawa to Osaka
- Moth to the Flame
- Show U Off
- Unfinished Business
- No Such Thing as Illusion
Lineup:
Patrick Wemberly – produção
Caroline Polachek – produção
Robin Hannibal – produção
Gostei da vocalista e dos sintetizadores com inspiração claramente oitentista. Porém, o que me impediu de gostar da banda foi essa marcação rítmica com palmas que na maioria das vezes me incomoda muito. Ainda prefiro muito mais a bateria eletrônica.