Cinco Discos Para Conhecer: Gal Costa e Sua Fase Roqueira

Cinco Discos Para Conhecer: Gal Costa e Sua Fase Roqueira

Gal psicodélico 2

Por Eudes Baima

maxresdefaultEm 1965 chegou às hoje extintas boas lojas do ramo um compacto simples de uma nova e anônima cantora baiana, uma certa Maria da Graça. O disquinho trazia duas canções que ressoavam a bossa nova que fizera furor 5 ou 6 anos antes, “Eu Vim da Bahia” e “Sim, Foi Você”. Parecia um pouco extemporâneo num momento em que a bossa já derivara para uma encarnação politizada, tentando se aproximar do samba de morro e instrumentalmente mais próxima do jazz. Não por acaso, estas canções de frescor renovado passaram injustamente em branco e o disco se tornou item de colecionador, atingindo no mercado virtual cotação de astronômicos R$ 5.000,00.

Isso porque Maria da Graça viria a ser transmutar nada mais, nada menos do que em Gal Costa, musa e emblema da tropicália, depois, sonho molhado do rock nacional e, na maturidade, grande dama da música brasileira.

images (1)E é na fase em que a cantora encarnou nossa tradução da cantora de rock, numa época em que o mundo estava hipnotizado por Janis Joplin, Grace Slick, entre outras, que focamos este 5 Discos. Claro que a Tropicália, que ansiava uma música brasileira de exportação, no espírito da antropofagia oswaldiana, em oposição ao velho hábito da cultura nacional de se expressar na forma de “macumba pra inglês ver”, já havia deglutido o rock internacional e começava a recoloca-lo na circulação inserido na síntese universalista dos discos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes e, num registro ligeiramente mais radical, Tom Zé.

Assim, trafegar num contexto roqueiro não era exatamente estranho para Gal Costa, situada, desde o começo, no olho do furacão da colorida e barulhenta subversão tropicalista.

imagesDito isto, não há dúvida de que os discos enfocados aqui se colocam numa relação mais direta com o rock internacional do que aqueles lançados pelos demais artistas tropicalistas, nos quais a relação com a cena roqueira e da jovem guarda surgia mais no campo conceitual do que no som que saia efetivamente dos amplificadores.

Apesar disso, não me sinto muito à vontade para qualificar estes discos como discos de rock, sem mais. O caleidoscópio de elementos da esfera pop e da tradição que se atraem e se repulsam em cada faixa destes 5 LPs nos pedem mais atenção ao qualifica-las. Não há nenhuma dúvida, porém, quanto à voracidade roqueira com que a voz perfeita de Gal ataca cada uma das faixas.

As precárias descrições abaixo pretendem tão somente chacoalhar a roseira para os leitores mais jovens darem uma chance a estes discos de Gal. Nada substitui neste caso a audição. Música é feita de sons e não de mal traçadas linhas.


R-1234339-1264304166.jpegGal Costa [1969]

Na contracapa de sua estreia em LP, ao lado de Caetano Veloso (Domingo, 1967), este chamava, nas liner notes, Gal Costa de cantora de samba. Caetano não mentia. No disco, Gal se revelava uma moderna e refinadíssima sambista, mas, dois anos depois, em seu disco solo de estreia ela mostraria que a abordagem sofisticada do samba era só uma das facetas de Gal, ela mesma uma mixagem ambulante de sonoridades díspares. Neste disco de estreia vá direto ao iê-iê-iê romântico e espacial, “Não Identificado”, que hoje soa como uma contrafação tropicalista de Space Odissey. Pule para a sofisticada “Lost in the Paradise” e, depois emende a versão encharcada de soul de “Se Você Pensa”, de Roberto e Erasmo e caia no samba-rock clássico de “Que Pena”, dividida com Caetano Veloso. Se for ganho por estas faixas, percorra as pérolas dispersas no disco e seja feliz.

Gal Costa (voz), Lanny Gordin (guitarras) (demais músicos não creditados)

Participações especiais:

Gilberto Gil (guitarra e vocais em 2 e 4)
Caetano Veloso (vocais em 9 e 10)

  1. Não Identificado
  2. Sebastiana
  3. Lost in the Paradise
  4. Namorinho de Portão
  5. Saudosismo
  6. Se Você Pensa
  7. Vou Recomeçar
  8. Divino, Maravilhoso
  9. Que Pena (Ele Já Não Gosta Mais de Mim)
  10. Baby
  11. A Coisa Mais Linda Que Existe
  12. Deus é o Amor

Gal_Costa_Gal_coverGal [1969]

O título concentrado na força sonora e gráfica do monossílabo do nome da cantora já nos dá a dica do que é este disco: um petardo direto e sem maiores explicações, dirigido musicalmente pelo guitarrista Lanny Gordin. Trata-se do álbum mais radicalmente roqueiro e desgrenhado da carreira de Gal. O disco abre com o blues-rock “Cinema Olímpia”, uma melodia adorável movida a guitarras contundentes. “Cultura e Civilização” (“elas que se danem”, grita Gal!) é uma viagem barulhenta e experimental na forma de rock psicodélico, atingindo tonalidades pouco ouvidas no Brasil, antes ou depois do rebuliço tropicalista. Minha faixa predileta do álbum. “Com Medo, Com Pedro”, “Objeto Sim, Objeto Não” e sobretudo “Pulsars e Quasars”, na companhia de Gilberto Gil, formam uma sequência de viagens elétricas psicodélicas que dão cara ao disco. De quebra, temos aqui a versão primordial de “Meu Nome é Gal”, loa de Roberto e Erasmo como se adivinhando que a homenageada viraria uma lenda.

Gal Costa (voz), Rudolpho Grani Junior (baixo), Lanny Gordin (guitarras, baixo), Diogenes Burani Filho (bateria), Eduardo Portes de Souza (bateria)

  1. Cinema Olympia
  2. Tuareg
  3. Cultura e Civilização
  4. País Tropical
  5. Meu Nome é Gal
  6. Com Medo, Com Pedro
  7. The Empty Boat
  8. Objeto Sim, Objeto Não
  9. Pulsars e Quasars

Gal Costa - (1970) LeGalLeGal [1970]

Se Gal foi o disco mais descaradamente roqueiro da cantora, LeGal é o mais bem urdido e mais sintético dos álbuns desta fase. Sem abandonar a abordagem roqueira, Gal se afasta das tonalidades rústicas e estridentes do disco anterior para nos dar uma obra redonda, sintética e pop. Da abertura clássica, com uma versão furiosa de “Eu Sou Terrível”, mais uma faixa de Roberto e Erasmo num disco de Gal, movida a metais em brasa, à evocação dylaniana de “London, London”, de Caetano Veloso, ou ouvinte é levado por diferentes paisagens, que incluem a estranha e bela síntese de blues e samba de The Archaic Lonely Star Blues, de Jards Macalé e Duda, o lindíssimo blues da mesma dupla, “Hotel das Estrelas”, o jazz tradicional de “Love, Try and Die”, com um coro superstar que incluía Tim Maia e Macalé, o blues com órgão, “Minimistério”, de Gil, e a releitura de Luiz Gonzaga em “Acauã”.

Gal Costa (vocais), Norival (bateria), Lanny Gordin (guitarra), Cláudio (baixo), Chiquinho de Moraes (arranjos orquestrais)

Participações Especiais

Chiquinho de Moraes (piano em 3)
Erasmo Carlos
Tim Maia
Jards Macalé
Nana Vasconcelos

  1. Eu Sou Terrível
  2. Língua do P
  3. Love, Try and Die
  4. Mini-Mistério
  5. Acauã
  6. Hotel das Estrelas
  7. Deixa Sangrar (Carnaval 1971)
  8. The Archaic Lonely Star Blues
  9. London, London
  10. Falsa Baiana

R-2568386-1290880354.jpegFa-Tal/Gal a Todo Vapor [1971]

Este álbum duplo (o primeiro da música brasileira) é mais do que um disco. Marca um evento histórico no rock e na música brasileira. A temporada de Gal no Teatro Tereza Raquel (um espetáculo denominado “A Todo Vapor”) já rendeu descrições mirabolantes e atingiu o status de lenda. Em torno dele pululam histórias que transitam entre o fato de a imaginação, ainda mais misteriosas porque, como se diz, quem de fato esteve lá não se lembra como muita nitidez das coisas. Quanto ao disco em si, esqueça a gravação mequetrefe, retrato da indústria fonográfica da época, e a opção estética de manter ruídos e erros da apresentação, e caia de boca no repertório que se divide em uma parte despuglada, com Gal apoiada quase que somente em sua voz extraterrestre, onde se incluem grandes clássicos do samba, da música baiana tradicional e da música brasileira em geral, e outra, marcada pela eletricidade onde a cantora eterniza faixas definidoras do rock nacional da época. Aqui estão delírios elétricos como “Vapor Barato”, “Dê Um Rolê”, “Como Dois e Dois”, “Mal Secreto” e “Pérola Negra”, todas praticamente em primeiras audições. Se você não ouviu este álbum, vá desculpando, mais vai ter de repetir de ano na Escola do Rock.

Gal Costa (voz, violão), Novelli (baixo), Jorginho (bateria), Lanny Gordin (guitarra), Baixinho (percussão)Dê Um Rolê

  1. Pérola Negra 
  2. Mal Secreto
  3. Como 2 E 2
  4. Hotel Das Estrelas
  5. Assum Preto
  6. Bota A Mão Nas Cadeiras
  7. Maria Bethânia
  8. Não Se Esqueça De Mim
  9. Luz Do Sol
  10. Fruta Gogóia
  11. Charles, Anjo 45
  12. Como 2 E 2
  13. Coração Vagabundo
  14. Falsa Baiana
  15. Antonico
  16. Sua Estupidez
  17. Fruta Gogóia
  18. Vapor Barato

8_gCantar [1974]

Depois de um disco transitório, Índia, Gal claramente partia pra outra com um disco em que mantinha um pé no rock, mas apontava para horizontes mais variados. O disco seguinte, Caras e Bocas, ainda poderia ser classificado na fase roqueira, mas já inaugurava o momento mais MPB padrão que se seguiria na carreira da cantora. Cantar já não é tão contundentemente roqueiro como os comentados acima, mas tem momentos de alta tensão criativa, como a estimulante, embora curta, versão para “Lágrimas Negras”, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, sua interpretação para a meditativa “Barato Total”, canção de uma das melhores safras de Gilberto Gil, “O Céu e o Som”, do então desconhecido Péricles Cavalcante, e a parelha “Lua, Lua” e “Joia”, egressas de uma das últimas guinadas experimentais de Caetano Veloso.

Gal Costa (voz), Tuty Moreno (bateria), Chiquito (guitarra), Rubão Sabino (baixo), Milton Botelho (baixo), Luis Alves (baixo), Noveli (baixo), Enéas Costa (bateria), Hermes Cortesini (bateria), Ariovaldo Peninha (percussão), Bira da Silva (percussão),

Participações especiais

Gilberto Gil (violão em 1)
João Donato (piano em 2 e 11)
Caetano Veloso (efeitos em 3)
Aloísio Milanes (piano em 9)

  1. Barato Total
  2. A Ra
  3. Lua, Lua, Lua, Lua
  4. Canção Que Morre No Ar
  5. Flor De Maracujá
  6. Flor De Cerrado
  7. Jóia
  8. Até Quem Sabe
  9. O Céu E O Som
  10. Lágrimas Negras
  11. Chululu

Gal-docesbar

45 comentários sobre “Cinco Discos Para Conhecer: Gal Costa e Sua Fase Roqueira

  1. Em tempo, o disco Fa-Tal foi lançado com a ordem das músicas diferente do que foi apresentado no show…o show começava acústico e depois entrava a parte elétrica, que aliás é conduzida por um verdadeiro supergrupo da MPB.

  2. Numa época em que a suposta maior cantora do Brasil é uma tal de Veveta, rever a trajetória de Gal Costa só nos mostra que a tal música brasileira anda numa pobreza de meter medo. O que gosto em Gal, além da voz extraordinária, é a ousadia em trilhar caminhos outros. A fase do desbunde, principalmente com a presença de Lanny Gordin, se não é o rock como costumamos a ouvir, é o rock enquanto modo de encarar o mundo. Diria que Gal é uma cantora de samba (ou MPB, sigla que acho tendenciosa…) que canta como uma roqueira. Ela foi a personificação plena do que a Tropicália queria ser.
    Le-gal!

    1. Não concordo sobre a pobreza. Na grande midia os grandes novos artistas não aparecem…infelizmente. Consulte o blog Eu Ovo e veja como a música brasileira continua rica. Abração

  3. Gal foi musa e sonho de consumo de toda uma geração. E mesmo quando foi revelada sua preferência sexual, não houve decepção. Só me lembro foi de sentir uma puta inveja da Bethania. Ótimas análises e matéria do terror das cocotinhas do ASPABROMI, o sexy Eudes Baima.

  4. A estreia da minha coluna no blog do clube do vinil de Alagoas foi com o Gal, 1969. O meu favorito dela. A fúria e a loucura são contundentes. Essa foi sua melhor fase. Daí só me falta o Gal Costa, o Legal e o disco 1 do Fa-tal.

  5. Gal Costa “roqueira”? kkkkkkkkk Vou rir pra não chorar de críticos que adoram classificar os discos antigos dos medalhões ridículos e idiotas da nossa MPBOSTA como “rock”. Que lixo que é essa mulher. Nem a Joan Jett consegue me agradar e a acho um porre de chata com suas musiquinhas cheias de pose e pretensa atitude, não será essa baiana chata e sapatona que me fará admirar mulheres que cantam. Lugar de mulher é no fogão. kkkkkkk Desculpem a minha sinceridade, não aguentei.

    1. Falou o diferentão colonizado que só gosta do que vem de fora, mesmo que seja um pote de merda made in USA. Coitado

    2. Pela forma como esse bosta fala da Gal e das mulheres em geral, deve ser desses Bolsonetes que não podem ver macho fardado que o cu pisca.

  6. Essa sapatona aí nunca foi rock! É MPB cabeça e chata igual a um Chico Science da vida. MPB é uma música perfeita para quem sofre de insônia. São músicas que dão sono legal.

  7. Eudes Baima, você é igual alguns jornalistas medíocres da década de 70 que só por causa das letras “contestadoras” dessa baianada chata, vocês classificam como “rock”. Se Gal Costa é rock então Rolling Stones é thrash metal kkkkkkkkkkkk.

    1. Anônimo

      Tenho acompanhado seus posts em vários textos aqui e alguns colocam coisas políticas no meio (fiz um pedido em um post passado para evitá-los, visto querermos nos afastar o máximo possível desse tipo de coisa para nos focarmos na música, exceto é claro quando certos temas são impossíveis de dissociar, mas creio não tenha lido) que até deixamos de lado muitas vezes, mas esse tipo de ataque gratuito é algo que não vejo outro significado exceto o de ofender o autor.

      Já fomos criticados várias vezes, principalmente nas listas de melhores, e nem por isso tivemos que lidar com ataques pessoais. Peço, por gentileza, que evite este tipo de clima de conflito por aqui.

      1. Não é ataque pessoal não. Só acho um absurdo classificar uma cantora chatérrima de rock. rsrs

      2. Eu coloco coisas políticas pois não suporto a esquerda em geral. Muita demagogia e histerismo pro meu gosto. Tudo agora é considerado racismo e intolerância. Já encheu e agora é a vez da esquerda aguentar a oposição fazendo bullyng com eles. Quem começou agora vai ter que aguentar. rsrs

        1. Fique a vontade para fazer isso, mas em outros meios que não sejam nosso site. Aqui há esquerdistas e direitistas (eu me encaixo nesse segundo). E o que me faz gostar muito deste site é justamente o fato de que não envolvemos política nesse meio e por isso, conseguimos uma ótima harmonia entre nós. Preferimos colocar nossas posições políticas pessoais em nossos facebooks particulares. Aqui nos focamos em música.

          1. Valeu André! Eu vou tetar evitar esse tipo de comentário, você está correto. Pode deixar. Vou me focar somente na música. Além do mais, curto muito essa página e admiro todos vocês daqui. Essa página sem fazer média, é uma das melhores sobre rock.

          2. Tranquilo, Anônimo. As vezes surge umas discussões mesmo entre nós, mas nunca nos levamos muito a sério. Claro que essas posições aqui são as minhas, não falo em nome do site ou dos outros consultores.

            Fico feliz pela sua compreensão! Abraços e estamos aí com mais três semanas de matérias agendadas para escrever e novas ideias para textos surgem a todo momento!

      3. Uiiii, “ofender o autor”. Tá bom me desculpem a minha forma agressiva de criticar. Uma alfinetada de leve não faz mal. rsrs

          1. Me admiro do cara acima ainda tentar conciliar as coisas com um troll desse, que nem mostrar o nome mostra. Deve ser um fracassado babaca que se esconde sob essa pose de valentão da internet cheio de chiliques: “uiiiii! A sapatona não é rockeira! Que Sacrilégio!!!! Não pode citar MPB, que eu odeio!!uiiii! seus bobos, façam a minha vontade de babaca mimado”.

            Esse site deve estar muito carente de acessos mesmo para aturar uma criatura dessas. kkkkkkkkkk

          2. Sou obrigado a defender essa página. Nada disso. Essa página é excelente. Eles não tem culpa do que eu posto. Não culpe os donos dessa página.

          3. jonathan

            Talvez você esteja mais acostumado a grupos de facebook ou fóruns com moderação vasculhando tudo. Mas nós aqui adotamos uma postura dando preferência ao livre discurso, desde que respeitados certos limites universais. Não vou negar que já comentamos sobre certas declarações do Anônimo e para melhorar o ambiente aqui, prefiro o diálogo do que só usar o botãozinho de excluir. Mas claro que se o Anônimo ou qualquer outro que venha a surgir começar a prejudicar o ambiente do site, aí teremos que banir.

            Quanto ao carente de acessos, o site dentro de seus limites propostos, vai muito bem. Quase todos os textos com muitos comentários, sejam nossos, sejam de nossos leitores e muitas discussões produtivas surgem aqui. Perto de muitos sites de música muito mais conhecidos que o nosso, diria que conseguimos chamar uma boa atenção.

  8. Não entendo como alguém que não gosta do tema de uma matéria passa tanto tempo perdendo tempo escrevendo comentários aqui.
    Ainda bem que mamãe me ensinou a não falar com estranhos.

  9. Gal procura se manter atualizada sendo que dá umas derramadas vez ou outra, quando optou pelo pop by Sullivan e Massadas nos anos 80. Lançou músicas novas há pouco tempo com uma pegada mais moderna e interessante, que merecem ser ouvidas.

  10. Não sei se é o meu preconceito com a MPB ou se somente não gosto mesmo de Gal e pronto, mas, muito por influência do Mairon (que ama o “Fa-tal”, devo revelar), já tentei ouvir esta fase e não me “desceu” nada bem nos ouvidos, assim como não desce ainda hoje a fase mais “rocker” de Caetano Veloso. Mas devo confessar que prefiro “Vapor Barato” no “A Todo Vapor” do que a versão feita pelo Rappa, que acabou ficando mais popularizada, a ponto de eu já ouvir gente desta geração mais nova se referindo a ela como uma música do grupo carioca, e não algo com o peso de “clássico” que esta música já possui!

    De todo modo, belo texto, Eudes, mas não me estimulou a dar mais uma chance à conterrânea da Veveta!

  11. Gal sempre foi, e será, uma das cantoras de postura mais roqueira do Brasil. O Gal “1969” é blues Rock puro. Mas há outros discos de Gal com pegada bem rock: Caras e Bocas e Bom Bom são bons exemplos. Agora, um cara que se define como anônimo entrar num blog apenas para mostrar que é uma puta besta, é um verdadeiro soco em meu saco. Ainda bem que tenho culhões grandes e fortes. Abraço, pessoal do blog, e parabéns!

  12. Curioso ver “Cantar” entre os álbuns roqueiros da Gal, disco que ela mesma afirma como uma ruptura com o que ela vinha feito – ruptura essa que pra mim não é clara. Já “Caras & Bocas” me soa como o último aceno de Gal ao rock na época. Digo isso porque no recente “Estratosférica” Gal volta a se aproximar da sonoridade rockeira.

    1. Concordo contigo. E é mais curioso ver alguém dizer “fase roqueira”, sendo que a tropicália vinha fazendo esse fusion fazia tempo.

  13. Prefiro pensar que o site queira fazer conhecer a Gal pra um público mais jovem. Afinal, Lanny Gordin acompanhou por anos, gravou vários discos com ela. Não tem como categorizá-la como cantora de Rock, já que a proposta não se resume a isso. O disco psicodélico de 69 e o LEGAL mostra que ela passeia por tudo. Assim como Gil. Ele tem uma “fase rockeira”? Acho um barato ela voltar à formação de banda clássica, como no tempo de LEGAL (procurem no yt), com o Som Imaginário. Eles não eram rock??

  14. Gal Costa maravilhosa. O pessoal pedante da MPB é chato para carvalho, mas esse pessoal vira lata que odeia música brasileira é outra praga que assola esse país. O que importa é a música ser boa e pronto!

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