Cinco Discos Para Conhecer: Jeff Pilson
Por André Kaminski
Nascido Jeffrey Steven Pilson em Lake City, Illinois no ano de 1959, falarei hoje do simpático e afável baixista e vocalista conhecido por ter integrado os anos de ouro do Dokken. Dentro do hard rock oitentista, Pilson é referência principal do instrumento. Seu estilo favorito de composição é o hard/AOR, porém este já tocou heavy metal por muitos anos com Dio gravando três discos com o baixinho. Segundo o próprio, sua maior influência do instrumento é, surpreendentemente, Chris Squire do Yes. Ele disse que conhece cada lick do falecido baixista em vários discos dos gigantes do prog. Além dele, há também John Paul Jones e Geezer Butler em suas preferências. Toda essa bagagem técnica o fez ser muito reconhecido no meio.
Apesar de ser mais famoso com o magnífico instrumento das quatro cordas, Pilson também canta, registrando vários discos como vocalista principal quase todos com a participação de seu inseparável amigo George Lynch. Segue abaixo uma lista de cinco discos em que Jeff participou e dos quais considero grandes trabalhos tanto como baixista quanto como vocalista (ao menos, naqueles em que aparece cantando) fora do Dokken.
McAuley Schenker Group – M.S.G. [1993]
Robin McAuley é um vocalista britânico que gravou três discos com a desconhecida banda hard rocker chamada Grand Prix. Michael Schenker é aquele guitarrista alemão invocado que dispensa apresentações. Juntando Pilson ao baixo e James Kottak nas baquetas, aquele mesmo daquela banda alemã com nome de aracnídeo, temos um belíssimo disco de hard rock clássico com direito a coraizinhos no refrão, solos enormes, exibição vocal e tudo mais que exige o estilo. Infelizmente, M.S.G. foi o terceiro e último do McAuley Schenker Group, visto que o vocalista britânico estava prestes a se casar e largar a música por um tempo (voltaria uns anos depois, tendo recentemente passado pelo Survivor) enquanto Schenker queria o foco em sua carreira solo. O disco tem belas canções daquele hard mais açucarado da linha do Skid Row e muitas baladas, sendo as melhores canções “Paradise” e “This Broken Heart”. Pilson mantém um baixo seguro e que pulsa bem nos momentos corretos, principalmente quando se destaca o peso que gera em “Crazy” por exemplo.
Lineup: Robin McAuley (vocais), Michael Schenker (guitarras), Jeff Pilson (baixo), Jesse Harms (teclados) e James Kotak (bateria)
01. Eve
02. Paradise
03. When I’m Gone
04. This Broken Heart
05. We Believe in Love
06. Crazy
07. Invincible
08. What Happens to me
09. Lonely Nights
10. This Night is Gonna Last Forever
11. Nightmare
Dio – Strange Highways [1994]
Pilson não pegou lá a melhor fase de Dio para tocar seu baixo. Independente disso, gosto muito de Strange Highways, álbum que soou um tanto mais lento e pesado se comparado com qualquer outro trabalho do senhor Padavona. A estreia de Jeff tocando com a lenda, este se sobressaiu muito bem no registro ainda mais considerando que esse estilo mais cadenciado – com uma influência do industrial e um certo jeitão doom que lembrava o velho Sabbath – não era lá muito a característica dele. Por aqui, curto destacar “Give Her the Gun” em que o baixo leva boa parte da canção e “Here’s to You” cuja velocidade lembra muito Holy Diver (1983) e que Pilson aqui toca com bastante precisão.
Lineup: Dio (vocais), Tracy G (guitarras), Jeff Pilson (baixo) e Vinny Appice (bateria)
01. Jesus, Mary and the Holy Ghost
02. Firehead
03. Strange Highways
04. Hollywood Black
05. Evilution
06. Pain
07. One Foot in the Grave
08. Give Her the Gun
09. Blood from a Stone
10. Here’s to You
11. Bring Down the Rain
Foreigner – Can’t Slow Down [2009]
Jeff entrou no Foreigner em 2004 e permanece até hoje. Aqui ele pode desenvolver melhor seu lado AOR/soft rock e com as guitarras mais leves ele faz seu baixo brilhar, além de contribuir com vocais de apoio. Não a toa, seu baixo dá um belíssimo grave no single “In Pieces” que entrou no top 20 das paradas da Billboard. Já em “Angel Tonight”, temos uma canção mais pop ao qual o baixista contribui bem dando o acento correto a este estilo que lembra muito os rocks leves dos anos 90. Can’t Slow Down (disco triplo, com o segundo cd sendo remixagens e o terceiro músicas de um dvd ao vivo, me concentrei apenas no álbum de estúdio) é um trabalho ótimo como um todo e Pilson só enriquece ainda mais seu currículo tocando com os talentosos Kelly Hansen e Mick Jones.
Lineup: Kelly Hansen (vocais), Mick Jones (guitarras, piano e backing vocals), Thom Gimbel (guitarras, saxofone e backing vocals), Jeff Pilson (baixo e backing vocals), Michael Bluestein (teclados), Martin Frederiksen (guitarras, teclados, percussão e backing vocals) e Brian Tichy (bateria)
01. Can’t Slow Down
02. In Pieces
03. When It Comes to Love
04. Living in a Dream
05. I Can’t Give Up
06. Ready
07. Give me a Sign
08. I’ll Be Home Tonight
09. Too Late
10. Lonely
11. As Long As I Live
12. Angel Tonight
13. Fool For You Anyway
T&N – Slave to the Empire [2012]
O Tooth and Nail do mais famoso e homônimo disco do Dokken nada mais é do que um projeto em que Jeff Pilson, George Lynch e Mick Brown (apenas nas covers, sendo Brian Tichy o baterista das inéditas) se reúnem para regravar algumas faixas famosas do Dokken e lançarem músicas inéditas com uma sonoridade mais focada no heavy metal. Pilson é o vocalista principal do disco, mas os covers também são cantados por convidados do calibre de Sebastian Bach (ex-Skid Row), Doug Pinnick (King’s X), Robert Mason (ex-Lynch Mob) e Tim “Ripper” Owens (ex-várias bandas). Entre as inéditas, destaco a acústica logo pesada “When Eagles Die” em que a voz de Pilson soa muito bonita e a blueseira “Jesus Train” em que baixo e guitarra sobressaem. Dentre as regravadas, destaco principalmente a nova versão de “Into the Fire”, clássica do Dokken em que Pilson arregaça na voz, soando até melhor do que Don Dokken a cantando hoje em dia. Se você tem curiosidade para rever essas velhas canções e conferir composições mais novas da dupla Lynch/Pilson, recomendo este álbum.
Lineup: Jeff Pilson (baixo e vocais), George Lynch (guitarras), Brian Tichy (bateria) e Mick Brown (bateria)
01. Slave to the Empire
02. Sweet Unknown
03. Tooth and Nail (Dokken cover)
04. It’s Not Love (Dokken cover)
05. Rhythm of the Soul
06. When Eagles Die
07. Into the Fire (Dokken cover)
08. Alone Again (Dokken cover)
09. Mind Control
10. Kiss of Death (Dokken cover)
11. Jesus Train
12. Access Denied
Lynch Mob – Rebel [2015]
O ano era 2011 e George Lynch ficou sem baixista. Adivinha quem ele chamou para assumir o instrumento? Infelizmente Pilson nem sempre consegue sair em tour com o Mob devido aos seus compromissos com o Foreigner. Mas Rebel possui seu baixo dando os grooves necessários para hard rocks pesados e modernos que George cria. As principais canções de destaque do baixista por aqui são “Jelly Roll”, lembrando aqueles o estilo daqueles rocks mais antigos contando com uma produção moderna, “Between the Truth and a Lie” que me lembra ótimas canções da atual fase do Europe e “The Hollow Queen” uma semi-balada em que o baixo de Pilson dá o ritmo e Lynch calmamente cria belas melodias e solos que geramm uma aura de romantismo até o fim da canção. As composições são simples, Pilson age com segurança e o disco é agradável do início ao fim.
Lineup: Oni Logan (vocais), George Lynch (guitarras), Jeff Pilson (baixo) e Brian Tichy (bateria)
01. Automatic Fix
02. Between a Truth and a Lie
03. Testify
04. Sanctuary
05. Pine Tree Avenue
06. Jelly Roll
07. Dirty Money
08. The Hollow Queen
09. The Ledge
10. Kingdom of Slaves
11. War
Não entendi a surpresa pelo fato do Jeff ser fã do Squire.
Talvez seja algo meu em ainda achar que o hard rock oitentista seja um mundo muito diferente do prog setentista.
Ele é de 1959. Era adolescente nos anos 70 quando o Yes reinava. É natural que os ídolos dele não fossem do hard rock oitentista.
Pensando por esse lado, você tem toda razão.
Vou aproveitar o 5 discos para conhecer o músico.
O disco do Dio deve cair mais ao seu gosto, Eudes, visto que considera-se Strange Highways o disco mais “sabbathico” da banda dele. Além disso, foi lançado logo depois de Dehumanizer, ao qual ele ainda tinha ideias frescas do seu recente contato com Iommi. Pilson aparece muito bem nele.