Entrevista Exclusiva: Gus Monsanto

Entrevista Exclusiva: Gus Monsanto

 

Por Thiago Reis

Fotos do facebook oficial do cantor

Nosso entrevistado de hoje é o petropolitano Gus Monsanto. Com passagens pelas bandas Adagio, Revolution Renaissance e Symbolica, o vocalista lançou no final do ano passado o álbum Karma Cafe, começando uma carreira solo que vem recebendo críticas positivas no Brasil e no mundo.

Abaixo, Gus conta um pouco de sua carreira, seus principais trabalhos e sobre a produção de seu primeiro álbum solo.


1- Obrigado pela oportunidade de entrevistá-lo, Gus. Conte primeiramente aos nossos leitores como surgiu o seu interesse pela música e particularmente pelo rock’n’roll.
Muito obrigado pelo espaço e pelo interesse pelo meu trabalho. Comecei a me interessar por música aos oito anos, quando o Kiss veio ao Brasil e se tornou uma epidemia! Passei a sonhar em ter uma banda e ganhei uma guitarra quando completei 10 anos. Logo depois vieram as primeiras bandas e comecei a cantar aos 16 anos.

2- Quais são as suas principais influências como músico e claro, como vocalista?
Gosto de ouvir bastante coisa diferente, mas o rock e o peso realmente são o que mais me emocionam. Cresci ouvindo Kiss, Van Halen, AC/DC, Iron Maiden e os grandes ícones me marcaram bastante. Sou grande consumidor de discos até hoje e meu hobby e colecioná-los, logo acho que tudo de bom que acabo ouvindo acaba refletindo no meu trabalho de certa forma. Muitos músicos profissionais param de acompanhar o que os outros estão fazendo, mas eu curto bastante estar antenado com o que vai sendo produzido de bom.

3- Você teve passagens pelas bandas Adagio e Revolution Renaissance, que tem um estilo bem levado para o prog metal e Power metal. Foi fácil se adaptar a esses estilos?
Estes estilos fazem parte da minha formação. Gosto do heavy metal basicamente em todas as suas vertentes. Aliás, meus trabalhos preferidos são bandas e discos que não sejam lineares, que tenham dinâmica, luz e sombra, contraste. Queen, Zeppelin e coisas do tipo, onde o som acaba sendo uma autêntica viagem, você nunca imagina como será a próxima faixa, disco ou arte.

4- Quais foram os maiores aprendizados pessoais e profissionais que você levou ao trabalhar com músicos de diferentes culturas e estilos, como por exemplo, Timo Tolkki no Revolution Renaissance?
Uma realidade profissional totalmente diferente da que sempre encontrei no Brasil. Muito mais disciplina, exigência e foco. E trouxe isso na bagagem para as coisas que acabei realizando depois. O Tolkki é um cara referência no metal melódico, um dos grandes compositores do estilo. O Adagio uma das maiores bandas de metal progressivo do mundo, em minha opinião. Não dá para passar batido disso.

5- Uma banda que se destacou muito com você nos vocais é o Symbolica, que tinha Marcelo Moreira na bateria, Diego Bittencourt e Zeca Junior na guitarra e Lucas Pavei no baixo. Logo no álbum de estréia mostraram ao que vieram. O álbum Precession causou ótimas impressões tanto na crítica quanto nos fãs. E neste álbum em particular, você explorou um lado mais pesado de sua voz. Como foi a gravação desse disco para você em termos de vocais?
O Symbolica foi uma experiência interessante. Não sabia se a minha voz iria funcionar naquele trabalho, porque achei as demos mais pesadas do que eu costumava fazer normalmente. Mas, imediatamente rolou. Fizemos quatro clipes do CD e curti muito! Ainda houve o desafio de regravarmos a “Innuendo”, do Queen.

6- Existe a possibilidade de o Symbolica retornar com um segundo álbum?
Espero que eventualmente consigamos estar juntos e realizar o Symbolica II.

7- Mostrando mais uma vez a grande variação de estilos nos quais você consegue cantar, neste ano foi lançada o álbum “Karma Cafe”. Conte-nos sobre o processo de composição do mesmo e como foi lançar seu primeiro álbum solo.
Sempre achei fazer música uma coisa de coletividade e nunca tive esse sonho de fazer um álbum solo. Só que sou compositor e fui trabalhando nessas músicas, convidando amigos para gravá-las comigo e a coisa foi tomando forma. Eram músicas que tinham realmente que ser lançadas junto. O meu nome é o que está na capa do disco, mas tem muito da alma de todos os músicos que escolhi para participar. Foi um disco para o qual não busquei uma gravadora nem nenhum compromisso, porque ao contrário de todos os meus outros trabalhos, queria trabalhar sem deadlines, sem estilos pré-determinados, quis apenas fazer a música que tivesse afim, escolher o artista gráfico, a fotografa, o diretor do clipe, etc. Tem sido uma grande realização o lançamento do Karma Café.

8- Você contou com grandes participações especiais em Karma Café, como por exemplo, Bruno Sá (teclados), Jaime Monsanto (baixo), William Belle e Rogério Percy (guitarras). Como você chegou nesses nomes? Eles tiveram participações nas composições do disco ou você já entregou tudo pronto nas mãos dos participantes?
Como o meu nome é bem conhecido no universo do metal, acho que se esperaria que eu fizesse um disco tradicional dentro do estilo, convidando músicos com renome dentro do cenário nacional e internacional. Resolvi fazer tudo diferente. Chamei alguns músicos de Petrópolis, minha cidade natal, que considero tão talentosos quanto todos os gringos que eu já trabalhei e escuto no caso os guitarristas Percy e Wiliam Belle, além do meu irmão Jayme Monsanto. O co-produtor é o Celo Oliveira, que ficou conhecido pelo seu trabalho com o Hydria. Outro cara com quem sempre quis trabalhar é o Bruno Sá, multi-instrumentista que acabou de trabalhar com o Angra na sua última tour.

Ainda menino, ao lado de Janick Gers e Adrian Smith, em 2001

9- Karma Cafe é um disco de fácil acesso a diversos tipos de público, um som muito agradável, com muita influência de rock clássico no geral e sua voz sendo explorada de diferentes maneiras. Foi algo proposital ou foi surgindo durante as composições?
Na verdade, o que eu realmente quis mostrar foi o meu lado compositor, trazendo a tona as minhas influências, clássicas e modernas e fazer um álbum realmente super variado. Acho que como cantor, tenho trabalhos já reconhecidos em diversas estilos e uma vasta discografia, mas a estrela do disco na minha opinião são as canções, não o cantor. Como vocalista, tentei apenas fazer jus a qualidade e espírito das canções e deixá-las brilhar.

10- Todo músico tem as suas preferidas em seu álbum solo, o que não deve ser diferente em seu caso. Muitas faixas se destacam, em minha opinião, como “Karma Cafe”, “Elephant in the Room”, “A Girl I Know”, “Going Insane” e “After the Storm”. Quais são as suas preferidas? Qual música Gus Monsanto mostraria a uma pessoa que não conhece o seu trabalho solo?
Não tenho uma faixa preferida mesmo… Mas, apesar da faixa título ter sido composta na segunda metade do processo, foi aquela que estabeleceu o direcionamento do disco, criou um template do que eu queria mostrar com esse trabalho.

11- Já existem planos para um segundo álbum? Já que este debut vem recebendo ótimas críticas e percebe-se claramente você mais à vontade nas músicas.
Já tenho algumas músicas, muitos riffs, melodias, letras, mas é um processo de imersão muito grande. Ainda não estou pronto para ele, mas certamente vai chegar!!!

12- Existem planos para a gravação de um vídeo-clipe para promover o álbum?
Ele está na boca do forno. Foi produzido pelo incrível Eduardo Kurt e teve a visão de um amigo meu de longa data, Rodrigo Sabatinelli. Aguardem!!!!

13- Uma turnê para promover o disco está nos planos para 2017?
Tenho algumas datas, mas não uma tour propriamente dita.

14- Gus gostaria de agradecer novamente a oportunidade de entrevistá-lo. Mande um recado para os leitores da Consultoria do Rock.
Gostaria de convidar todo mundo a conhecer o Karma Café. Um exercício enorme realizar um trabalho autoral nesse segmento em nosso país. Espero que a galera que está lendo compre o CD, pinte nos shows pra que a gente dê continuidade a essa trajetória!

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