Entrevista Exclusiva: Gerson Conrad (ex-Secos & Molhados)
Por Mairon Machado
Hoje, temos uma entrevista especialíssima com um dos maiores nomes do rock nacional, Gerson Conrad. Um dos fundadores e principais vozes do grupo Secos & Molhados, Gerson conta-nos abaixo detalhes de dois grandes projetos em que está participando, o 70 De Novo e o Grandes Artistas Interpretam Beatles, além de repassar a sua carreira solo e claro, contar fatos relacionados ao seu período ao lado de João Ricardo e Ney Matogrosso.
Olá Gerson, obrigado por nos conceder essa entrevista. Gostaria de que você começasse falando um pouco sobre o projeto 70 De Novo, que estará apresentando-se nos palcos no próximo dia 27 de maio. Como foi a a primeira edição do projeto, e o que haverá de novo na nova edição do dia 27, no SESC-Belenzinho.
O movimento 70 de Novo, começou com a ideia de um projeto idealizado por Zé Brasil com o intuito de reunir grupos e artistas que haviam feito sua história na década de 70. O nome do movimento, foi sugerido por Nico Pereira, parceiro/letrista de Zé Brasil. _ Logo no primeiro encontro fui convidado por Amarilis Gibeli, uma amiga comum ao Zé e à mim para conhecer a proposta. Apesar de particularmente achar o nome 70 de Novo negativo e não apropriado, acabei por entender que a proposta era uma celebração aos músicos/artistas pertinentes à época e quando me dei conta, passaram 10 anos desses encontros, festejados anualmente.
Quais serão os músicos convidados para essa nova edição, e como tem sido os ensaios para esse grandioso espetáculo?
Para essa comemoração de 10 anos, os convidados são: Oswaldo Vicchione (Made in Brazil), Mario testoni Junior (Casa das Máquinas) e, eu.
O que você destaca como principal nesse evento?
É a celebração à época, que acaba por ser uma grande festa no encontro de músicos, grupos e ou, artistas que muito contribuíram para a história cultural em nosso país.
Há a possibilidade de esse evento ser registrado em um DVD ou CD?
Acredito que sim, mesmo porque já foi lançado um DVD com a participação da chamada primeira turma do movimento que participaram: Zé Brasil e Silvia Helena (Apokalypsis), Pedro Baldanza (O Som Nosso de Cada Dia) Cezar de Mercês (O Terço) e eu. Certamente deverá ser registrado um novo DVD com os novos convidados.
Você também está envolvido em outro grande projeto, o Grandes Artistas Interpretam Beatles, que irá apresentar um Tributo aos Beatles em um espetáculo na cidade de São Paulo ainda nesse semestre. Como surgiu a oportunidade desse projeto?
Estamos ainda na fase de ensaios. A princípio a data estava marcada para abril, mas soube que alguns problemas tiveram que adiar o espetáculo. Tem orquestra junto com o grupo de apoio, que é a formação clássica. Mas, é um projeto interessante. Estarão participando nomes como Tavito, Robertinho de Recife, Pedro Baldanza, César de Mercês, eu, entre outros, no total de 7 (sete) participantes desse espetáculo. O projeto é muito legal, e surgiu através do convite do produtor e empresário Roberto Oka, que está cheio de grandes ideias e, tomara que ele consiga acertar na mosca (risos). A gente torce por isso, por que ele é muito be m intencionado, cheio de ideias e boas intenções. Mas, como diz o velho ditado: de ‘boas intenções” o inferno está cheio (risos). Mas a gente está dando esse voto de credibilidade para o Oka e, vamos tocar a coisa em frente. Já houveram ensaios, inclusive com orquestra, e está muito interessante. Vai ser um projeto bastante significativo.
Qual foi o motivo principal que o levou a aceitar o convite para participar de um Tributo aos Beatles?
Acredito que a minha história não é diferente da de nenhum dos outros participantes. A gente vem de uma geração com uma diferença de idade muito pequena dos Beatles originais. Então, essa moçada toda no início dos anos 60, quando o mundo conheceu os Beatles, eram adolescentes entre 12 a 16 anos de idade e, todo mundo sonhou um dia ter o sucesso da turma de Liverpool. Acabou que alguns conseguiram fazer carreira, como é o meu caso, o do Tavito, enfim, acho que de todos os nomes que estão envolvidos. Foi por esse motivo que aceitei o convite. Achei uma coisa interessante, de verdade, mesmo porque alimentava uma certa vontade de ter feito, ao longo da minha carreira, um Tributo nesse sentido, já que os Beatles tiveram uma importância tão grande na minha formação musical e, o que me fez acreditar que era isso o que eu queria fazer em termos de vida.
E o repertório que será apresentado, abrange toda a carreira dos Beatles ou concentra-se apenas em uma fase da banda?
Não, é geral. Cada um, à princípio, escolheu duas, três canções, com as quais se identificavam, e o repertório foi montado mais ou menos em cima disso. Mas abrange todas as fases. Está bonito. Nós fizemos um ensaio com orquestra, e a abertura está muito bonita. A gente começa com a música que tem a Marseilesse, “All You Need Is Love”, daí, segue com “Sgt. Pepper’s”, convidando as pessoas para o show em si, depois começa a rolar as interpretações individuais, porque no início, estamos todos no palco, cantando juntos, com um belo arranjo vocal.
Fantástico. E você sabe dizer se isso irá ficar limitado a São Paulo, ou se chegará em outros locais, como Porto Alegre, por exemplo?
O Roberto, evidentemente, tem vontade de levar o espetáculo para outros lugares. Parece que já existe uma possibilidade de, na sequência, fazer no Rio de Janeiro, mas daí você teria que conversar com o Oka ou com o seu assessor Erick Tedesco, que com certeza poderão lhe dar essa informação.
Eu morei em Porto Alegre durante minha adolescência. Morei de 1959 a 1966 na capital. Lá eu estudei, e fiz minha iniciação toda de estudo de violão por lá.
Poxa, que legal. Mas chegou a fazer música por lá?
Não, não, só estudei. Eu tinha, uns 8, 9 anos, era um menino, e foi um período legal. Eu tenho um carinho muito grande pelo Sul por causa disso. Eu costumo brincar, que todas as sacanagens de adolescente, foi lá que eu aprendi (risos). E é verdade, por que foi uma fase que era muito diferente dos dias de hoje. Porto Alegre hoje é uma tremenda metrópole, não tem lá muita diferença do que as demais metrópoles como São Paulo e outras capitais, mas naquela época, ela era mais interiorana, sabe. Então, você tinha uma liberdade de brincadeira de rua, com a gurizada, e por isso me lembro disso: a malandragem toda que a vida podia me ensinar eu aprendi, como moleque, nas ruas de Porto Alegre (risos).
(Risos). Já que você tocou nessa questão de Porto Alegre, como você sai do sul para chegar ao Secos & Molhados?
Então, eu sou natural de São Paulo, e meu pai era um executivo, diretor de empresas, e com isso, acabamos morando em vários lugares do Brasil, desde que eu era molequinho de colo. A gente morou em Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, por que meu pai era transferido por essas empresas como diretor, para essas regiões. Mas o foco de Quartel General era São Paulo. Então, a gente ficava nesse período, que variava de seis meses, as vezes de um ano ou mais, em várias cidades do Brasil, e voltava para São Paulo. A última moradia que tivemos, relacionado com o trabalho do meu pai, foi Porto Alegre, que foi o período mais longo que comentei. Quando terminou o contrato em Porto Alegre, voltamos para São Paulo, e coincidentemente fui morar na rua em que o João Ricardo acabou vindo morar também. Nós éramos vizinhos de mesma calçada no bairro da Bela Vista. O meu prédio, naquela época, foi um dos primeiros a reunir salão de festas, quadras poliesportivas, piscina, e como era meio novidade, a molecada do bairro que tinha amigos que moravam no prédio, acabava frequentando o edifício em que eu morava. E foi ali que conheci o João Ricardo, jogando ping-pong, lá no edifício (risos).
E como veio a ideia de criar uma banda?
Bom, logo no primeiro encontro a ideia surgiu. A gente começou a bater papo, e ele falou que era apaixonado por música, começamos a falar de Beatles, e a coisa foi amadurecendo. Eu conheci o Ricardo em 67, e em 69 a gente já deu o primeiro pontapé inicial ao que nos levaria ao Secos & Molhados. Primeiro foi um grupo inexpressivo, mas que chegou a ter umas matérias em jornais, chamado Eric Expedição, que não queria dizer absolutamente nada o nome. Era E de Eduardo, que era um vizinho nosso percussionista, Ri de Ricardo e o C tinha sobrado do Conrad. Era um trio. E a partir daí a gente desenvolveu para Secos & Molhados, dando os primeiros passos na direção para um trabalho autoral, que era uma proposta desde o nosso primeiro encontro. A gente não queria fazer, como era comum aqui em São Paulo, virar mais um grupo de covers, pois sabíamos que tinhamos um potencial para fazer um trabalho autoral, e acreditamos nisso para seguir em frente.
Inclusive, vocês faziam para época um som diferente de tudo aqui no Brasil, principalmente pela mistura do acústico com guitarras.
Isso. Essa coisa do acústico inclusive foi muito em função de meu aprendizado todo de violão, eu estudei em Porto Alegre com um exilado político espanhol que era discípulo de Segóvia, que estava morando lá nessa época, chamado Juan Mateo. Inclusive, ele tinha o mesmo nome do pai, que era um luthier que veio da Espanha renomado e, meu pai, acabou encomendando um violão para ele, que se tornou o meu primeiro violão e, que eu guardo até hoje, um autêntico Juan Mateo. Mas, por causa dessa escola espanhola, eu tinha uma mão muito pesada, por causa das características do flamenco e da música espanhola, e não conseguia me adaptar com a guitarra. Exatamente por que eu tinha uma mão direita pesada. Eu pegava qualquer instrumento que não fosse acústico e era um horror, mas não por que eu não soubesse tocar,o problema estava no peso da minha mão direita, que eu não conseguia dosar para o instrumento eletrônico. E aí a gente saiu com essa proposta acústica. Assim, os primeiros sons do Secos & Molhados eram violões, no máximo um microfone na frente com amplificação, flauta doce que eu arriscava tirar umas notinhas, o João Ricardo com a gaita dele, e quando incorporou a banda, que depois ficou conhecida no Brasil inteiro, e mundialmente, a gente tentou manter o máximo possível dessa sonoridade acústica.
E isso foi um grande diferencial, Junto com as máscaras. Mas haviam influências no trabalho da banda, por exemplo: Crosby Stills & Nash, Beatles …
Claro, a gente teve uma série de influências, mas acho que inserimos isso em um processo de criação, dando ênfase a um trabalho autoral. Algumas coisas que eu particularmente acho meio marcante, inegavelmente. Tanto que se você escutar com muita atenção você percebe uma escola de Beatles atrás, um Crosby Stills & Nash nos vocais, por que essas eram nossas referências na época. A gente curtia, por exemplo, Rolling Stones, mas não era o que nos chamava atenção.
E depois do Secos, você acabou gravando com Zezé Motta. Como surgiu esse projeto?
Então, quando acabou o Secos & Molhados eu fui contratado pela Som Livre, e por uma questão de insegurança da minha parte, e eu falo isso sem o menor constrangimento, gravei com Zezé. Explicando: Durante todo o processo do Secos & Molhados, eu fui responsável pela harmonização vocal do grupo, então, eu não estava acostumado a me ouvir cantar como primeira voz, como solista. Quando me vi a frente do meu próprio trabalho, eu entrei em pânico. Eu falei: “Meu Deus!Eu jamais gravei como primeira voz”. Então surgiu a ideia de convidar a Zezé Motta, o que foi muito legal, mas confesso honestamente que hoje, com a experiência de vida que eu tenho, talvez eu não repetisse esse tipo de coisa. Mas na época foi válido, por que eu me senti mais confortável, na verdade, com ela. Eu vinha de um trabalho de grupo e quis trazer esse espírito de trabalho de grupo para o meu trabalho.
Depois disso, por que demorou tanto tempo para chegar no Rosto Marcado?
Aí é uma história longa. Eu fui, se não o primeiro, um dos três primeiros contratados para o cast da Som Livre, e ela não era uma gravadora que tinha experiência de trabalhar com cast próprio. Eu acabei me indispondo com a direção deles, e de uma certa forma, a Som Livre me fechou as portas para o mercado. Daí, até que eu conseguisse botar panos quentes no mal entendido, por que saíram algumas coisas na imprensa, que houve bate-boca da direção comigo, a Continental entendeu, por bem, que não tinha nada a ver e, que tinha que me dar uma chance para continuar minha carreira, e fui para a Continental fazer o Rosto Marcado. O problema todo é que aí já era início dos anos 80, e daí a culpa não era da Continental, e sim propriamente minha, de eu não ter gravado mais nada. É que os anos 80 foram invadidos pelos chamados “produtores” que a gente acabou conhecendo, que eram contratados por essas gravadoras, que na verdade eram caras estavam com uma cabeça muito voltada para uma coisa muito imediata. Eles não acreditavam naquilo que eu levava como proposta, que era um trabalho de continuidade. E também, depois da experiência com o Secos & Molhados, nós ficamos estigmatizados como grandes vendedores de discos.
E na verdade, cara, as vendas foram muito inexpressivas nos primeiros trabalhos de cada um de nós, tanto do Ney, quanto do João Ricardo, quanto do meu. Se não me engano, esse disco com a Zezé Motta, foi o que teve mais vendas. Foram, 46 ou 48 mil cópias, o que para a expectativa das gravadoras, era muito pouco mediante o 1 milhão de discos que havíamos ultrapassado com o Secos & Molhados. Então, quando encontrei esses produtores imediatistas, que queriam o consumo rápido, a gente bateu de frente de novo por que eu falei: Eu quero um trabalho de continuidade. De repente, você pode estourar uma ou duas músicas de sucesso, em um primeiro trabalho, mas em dez meses, eu quero estar em estúdio de novo, gravando de novo”. Mais ou menos como aconteceu com a carreira do Guilherme Arantes. Ele é um exemplo que costumo dar, por que ele só tem a importância que tem por que teve o trabalho de continuidade. O Guilherme ficou gravando, sequencialmente, ano a ano, e as pessoas se habituaram a conhecer o trabalho dele. E esse tipo de oportunidade, infelizmente nem eu nem o João Ricardo tivemos. O Ney ainda conseguiu fazer, não exatamente anualmente, mas conseguiu dar uma certa continuidade em termos de marcar seu trabalho solo na mídia, e ele foi acompanhando de certa forma o que acontecia no mercado fonográfico.
Isso acabou o afastando da música…
Sim, quando eu me aborreci com isso nos anos 80, eu voltei totalmente para a Arquitetura, por que eu sou formado em Arquitetura, e precisava sobreviver. A música não estava respondendo a contento e eu falei chega!”Vou me dedicar a arquitetura e deixar a música um tempinho em segundo plano”. O problema é que quando eu abri os olhos, haviam se passado mais de 11 anos, e voltei a atuar com música em 1992. De 81 a 92 eu fiquei totalmente fora, recusando convites e tal. Mas daí eu comecei, muito timidamente, a aparecer de novo no mercado, e de lá para cá eu não parei mais. O que acontece com a minha carreira, eu costumo sempre brincar com isso, é que eu sou um desses casos de extremada sorte por ter sido um profissional de um grupo que foi o maior sucesso desse país. E isso me permitiu, por exemplo, quando retomo a minha carreira em 92, apesar de não circular na chamada grande mídia por razões óbvias, fiquei muito tempo afastado, sem nada de novidade de disco no mercado. Eu sempre tive um público muito significativo em shows, e que mantenho isso até hoje. E isso, tem sido uma constante desde a década de 90, e veio a se firmar muito a partir de 2007, quando começo esse trabalho que estou fazendo até hoje com a Trupi, que é o grupo com o qual eu tenho me apresentado.
Para encerrar esse assunto sobre o Secos & Molhados, já houveram contatos para vocês voltarem como trio, e realmente, convites para se apresentar no Rock in Rio?
Bom, isso começou a surgir já desde o primeiro Rock in Rio, em que o Ney participou da abertura, com “Rosa de Hiroshima” e uma revoada de pombos brancos voando pelo local. Houve interesse até de reunir a formação original para o Rock in Rio desse ano, mas houveram empecilhos. Só que o Ney está lá, mais uma vez representando Secos & Molhados com a Nação Zumbi. O João detém a marca do grupo e se recusa terminantemente a trabalhar comigo e com o Ney. Reunir os três é meio uma utopia, nunca vai acontecer. Mas de qualquer forma, o contato ocorre sempre primeiro comigo, não sei por que. Foi com o Rock in Rio, convites da Europa, de uma televisão alemã, enfim.
Mas quem sabe uma ideia entre vocês dois, Ney e Gerson.
Olha, eu falei já tem um tempinho com o Ney, e ficou uma pulga atrás da orelha, por que a gente recebe muitos convites, e disse: “Ney, se o João Ricardo não quer fazer, o nome Secos & Molhados é João Ricardo, a gente pode fazer um tributo, né?”. E aí isso, balançou um pouco a cabeça do Ney, mas não tem nada concretizado nesse sentido não. Vamos ver se pelo menos isso acontece.
Haverá um lançamento seu com a Trupi?
Então, eu estou terminando de gravar um CD, depois de anos relutando, até pelo fato de que tem o seguinte. Como a maioria dos meus amigos sabe, fazer uma produção independente para vender 10 ou 15 CDzinhos em cada apresentaçãoao vivo , isso jamais me passou pela minha cabeça. Não entenda isso como megalomania, nem algo semelhante, mas acho que a minha contribuição para o cenário artístico, cultural e fonográfico dentro desse nosso país foi tremendamente significativa. Então, essa história de que as gravadoras hoje já não existem mais, essa balela, pois a Warner está aí com cast próprio, a Sony Records está aí com cast próprio, eu acho que essa gente teria no mínimo obrigação de escutar aquilo que estou fazendo. Quando eu entrei em estúdio, no final do ano passado, para começar a gravar, entrei sem pressa nenhuma de colocar o trabalho no mercado. Vamos terminar em um mês e meio todas as gravações, mixagens e tal e, já pensei em levar esse disco para uma grande empresa dessas, para que eu tenha uma distribuição em termos de Brasil, seja através desse novo formato digital, já que o CD, propriamente dito, hoje em dia está ultrapassado. Eu estou muito confiante pelo que eu faço. Aliás, eu tenho um histórico de N reportagens de quando lancei o meu disco de 1981, com críticas de Maurício Krubusly e outros críticos renomados no país, que falaram que meu som, naquela época, estava 20 anos à frente do próprio tempo, e quando escuto esse disco hoje, continuo vendo que ele é atual, percebo que era bem mais de 20 anos, são mais de30,desde a década de 80 para cá (risos).
(risos) Sim. Eu conversava com o Pedro Baldanza esses dias e ele dizia que quando a música é boa, não importa o ritmo, o estilo, ela será eterna.
Exato. E com isso, estou muito confiante naquilo que faço, e sei que estou vindo com um trabalho totalmente inédito, atualizado dentro daquilo que a música evoluiu, digamos assim, no nosso planeta.
Ainda mais hoje em dia, onde temos tanta porcaria rolando na mídia, terríveis. Precisamos de música boa.
Sim. Eu sou muito crítico. Eu deixei de ouvir rádio há pelo menos 9, 10 anos, por que me cansava. Você não ouvia nada de novo, e cada vez mais, com uma qualidade péssima. Letras sem o menor cuidado, nenhum tipo de informação que pudesse te cativar de alguma forma. Então, decidi continuar ouvindo em casa aquilo que seleciono, aquilo que acho ser mais sensato para minha pessoa. E na verdade, esse trabalho que estou fazendo atualmente em estúdio, ele reflete exatamente isso, nas composições. É um resultado de tudo aquilo que eu ouvi e assimilei durante esses anos, e um exercício diário enquanto compositor, que venho fazendo há muito tempo. Tenho ouvido muitas coisas interessantes, não só dos ingleses, mas de outros países.
Para encerrar, espero encontrar você em breve aqui no sul.
Então cara, eu devo estar indo aí em Porto Alegre em breve . É o seguinte:Tem um grupo aí no sul, chamado El Rey – Secos & Molhados, que eu apadrinhei esses meninos em 2010 ou 2011, e já estive aí com eles fazendo shows. São um grupo cover dos Secos & Molhados e, de todos os grupos que já me procuraram, eles são os mais criativos e mais fiéis em termos da sonoridade daquilo que o mercado conhece como Secos & Molhados. Volta e meia eles me convidam para tocar. Eles vão começar uma série de shows a partir do final de maio, e eu devo estar em Porto Alegre entre maio e junho, participando de um evento desses.
Puxa, será legal demais. Agradeço novamente sua atenção, desejando-lhe muita saúde, paz e muito sucesso para você.
Imagina, muito obrigado. Um grande abraço à todos da Consultoria do Rock, e obrigado pelo espaço. Sorte para vocês e sorte para todos nós.
Maravilha. A Consultoria virou gente grande nos meios. Não tem mais volta!
Valeu Eudes, obrigado. Agradeço também a Erick Tedesco pelo contato, assim como ao Gérson, pela simpatia de ter-me atendido no dia de seu aniversário, e pela mensagem especial enviada aos colegas
“Eu conversava com o Pedro Baldanza esses dias…”. Olha o nível que a coisa chegou, Eudes!
Tipo, “um papo comum, coisa de amigos…”
Hehehehe
Muito bom poder ver um artista de tanta importância no cenário nacional nas “páginas” da Consultoria, ainda mais de forma tão completa, indo muito além da óbvia menção ao seu tempo no Secos & Molhados. Gerson transparece muita simpatia e temos a sorte (e o conhecimento do Mairon ao conduzir a conversa) dele ter oferecido informações tão completas, honestas e até e curiosas sobre sua carreira. A parte em que ele conta a respeito de sua dificuldade em transpor seu conhecimento do violão para a guitarra é especialmente interessante.
Valeu Diogo. O Gerson é muito simpático mesmo. E afinal, poucos abrem espaço para ser entrevistado exatamente no dia do aniversário.
Sou fã do entrevistado e do entrevistador! tiro certeiro da CR, parabéns aos envolvidos!
Obrigado Ronaldo. Abração!!
Excelente entrevista, que, sabiamente, escapa dos clichês abordados quando se fala de Secos e Molhados, para se focar em outros aspectos interessantes e atuais da carreira do entrevistado! Claro que contou também a (aparente) simpatia de Gerson, que parecia à vontade para dar as respostas solicitadas, como num verdadeiro bate papo entre amigos! Parabéns de novo, Mairon! Grande trabalho!
Valeu mano. Extremamente gente fina. Uma raridade nos dias de hoje.