Black Sabbath – Os anos obscuros com Tony Martin parte 2 (1993-1996)

Black Sabbath – Os anos obscuros com Tony Martin parte 2 (1993-1996)

Por Thiago Reis

Capítulo 4: Cross Purposes e a manutenção da dupla dinâmica (1994)

Ao final da turnê de promoção para o já clássico álbum Dehumanizer, foram agendadas duas datas nos dias 14 e 15 de novembro de 1992 em Costa Mesa, nos Estados Unidos, na despedida da carreira de Ozzy. Dio se recusa a participar de tal evento e o Black Sabbath se vê novamente sem vocalista. Mais uma vez Tony Martin é chamado às pressas para cumprir as duas datas, mas por problemas no visto de trabalho, sua ida aos Estados Unidos ficou inviabilizada. Para os dois shows, Rob Halford foi chamado e cumpriu com grande classe o papel de front man do Sabbath.

Após mais um ciclo se encerrando era a hora de entrar no estúdio e compor mais um álbum, algo que Tony Iommi sempre fez com grande rapidez e objetividade. Para esse novo projeto, Tony Martin foi chamado novamente (!) e juntamente com Geezer Butler, que desta vez decidiu ficar ao lado de Iommi, começam a composição do novo álbum, que ainda conta com grande participação de Geoff Nicholls e o estreante nas baquetas Bobby Rondinelli. Cross Purposes demorou seis semanas para ser criado e gravado e o lançamento é datado de 31 de janeiro de 1994 no Reino Unido, enquanto que nos Estados Unidos o lançamento ocorreu em 08 de fevereiro de 1994.

Para Cross Purposes, Tony Martin decidiu abordar temas atuais em suas letras, ao contrário dos temas históricos e mitológicos que encontramos em Headless Cross e TYR. “I Witness” que abre o disco fala sobre o estilo de vida do povo amish, um grupo cristão ultraconservador. Já “Cross of Thorns” aborda os diversos conflitos políticos que ocorreram ao longo dos séculos na Irlanda, enquanto que “Psychophobia” fala sobre o cerco de Waco, Texas que ocorreu em 1993 (seita religiosa comandada por David Koresh), que culminou com a morte de 75 pessoas durante um incêndio. Outras letras de destaque são “Dying for Love” que aborda tema relacionado aos conflitos na antiga Iugoslávia e “The Hand That Rocks the Cradle” (também escolhida como single e vídeo clipe de divulgação) que fala sobre uma enfermeira serial killer que mata bebês. Como bônus para o mercado japonês encontramos a excelente faixa “What’s the Use?” que poderia muito bem fazer parte do tracklist mundial do disco e além disso, estar presente no set list da turnê.

A turnê de promoção de Cross Purposes começa com uma extensa turnê norte-americana, a primeira de Tony Martin na banda. A esse fator podemos dizer que a presença de Geezer Butler contribuiu muito. No dia 08 de fevereiro a banda se apresenta no The Sting, em New Britain já apresentando um Tony Martin com certas dificuldades para se apresentar ao vivo, diferentemente do que foi visto em suas três primeiras turnês com o Black Sabbath. Todavia, em alguns shows como em San Jose (03 de março) e em Los Angeles (04 de março) mostravam um Martin mais confiante e tentando mostrar ao público americano quem ele era. Tanto que nos shows da perna americana o vocalista sempre fazia questão de se apresentar à plateia. Ao todo, foram 26 datas entre Estados Unidos e Canadá, com destaques para as já citadas datas de 03 e 04 de março, além dos shows em Montreal, Canada (12 de fevereiro), New York (15 de fevereiro) e Sunrise, Florida (13 de março). Logo em seguida a banda seguiu para o Japão para cumprir cinco datas (Yokohama, Tokyo – 2 vezes, Nagoya e Osaka) e mais uma vez a voz de Tony Martin oscila entre bons e maus momentos, com destaque positivo para o show em Yokohama e o show em Tokyo apresentando problemas.

Para a tour pelos Estados Unidos, Canadá e Japão, a banda escolhe quatro músicas do mais recente álbum para compor o set list: “I Witness”, “Cross of Thorns”, “Pshycophobia” e “Immaculate Deception”. A única outra faixa dos álbuns com Tony Martin a estar presente nos shows foi “Headless Cross”. Uma outra curiosidade da turnê foi a volta de músicas que não eram executadas há muito tempo, como “The Wizard”, “Into the Void”,”Symptom of the Universe” e “Sabbath Bloody Sabbath”. E as curiosidades não param por aí, pois a faixa de abertura em todos os shows foi “Time Machine” de Dehumanizer, que realmente caiu muito bem na voz de Tony Martin.

Desta vez, a passagem pela terra natal da banda foi bem menor do que nas turnês passadas. Para promover Cross Purposes, foram realizados shows em Manchester, Wolverhampton, Newport e Londres. Destaca-se o show em Londres, no Hammersmith Apollo que se transformou no ao vivo Cross Purposes Live, lançado no formato VHS + CD, que hoje em dia é raríssimo e mesmo naquela época a sua divulgação não foi das melhores. Para a gira pelo Reino Unido, a banda tirou do set list “Immaculate Deception” e incorporar a já clássica “Anno Mundi” que funcionou muito bem ao vivo com essa formação.

A banda então parte para a sua já costumeira gira pelo restante da Europa, que contou com shows na França, Holanda, Bélgica, Alemanha (17 shows), Itália, Áustria, Hungria, República Tcheca e Finlândia. Para tais shows, a banda trocou “Anno Mundi” por “When Death Calls” e neste caso Geezer Butler não executou ao vivo a belíssima introdução de baixo, a mesma ficou a cargo dos teclados de Geoff Nicholls. A turnê européia que ocorreu entre 16 de abril (início em Paris, França) e 11 de junho (final em Seinajoki, Finlândia) teve 32 shows.

No final de agosto o Black Sabbath chega à América do Sul para shows na Argentina, Chile e Brasil com mudanças em sua formação. Sai Bobby Rondinelli e entra o saudoso Bill Ward. O primeiro show ocorre no Monsters of Rock em São Paulo no dia 27 de agosto e além de um Bill Ward totalmente fora de forma, a banda encontra diversos problemas técnicos ao longo da apresentação. Para colaborar com a apresentação abaixo do esperado, Tony Martin não estava em um de seus grandes dias. Os shows na América do Sul consistiam dos grandes clássicos da banda e de algumas poucas músicas da fase Martin, como “I Witness”, “Cross of Thorns” (apenas no Chile) e “Headless Cross”. As apresentações seguintes ocorreram em Santiago, no dia 01 de setembro e em Buenos Aires nos dias 03 e 04 de setembro, encerrando assim a turnê de promoção do álbum Cross Purposes. Mais uma vez desiludidos com toda a situação da banda e mais algumas tentativas frustradas de reunião com Ozzy nos bastidores não se concretizarem, Geezer Butler e Bill Ward saem mais uma vez da banda, deixando Iommi sozinho novamente e se vendo na situação de precisar dos serviços do já confiável Tony Martin e querendo reviver as glórias do passado, recruta novamente Neil Murray e Cozy Powell, para junto de Geoff Nicholls iniciarem mais um capítulo na história do Black Sabbath.


Capítulo 5: Forbidden e o retorno de um time entrosado (1995)

O ano é 1995 e a gravadora I.R.S propõe a Tony Iommi a entrada do Black Sabbath à sonoridade dos anos 1990. Por algum motivo Iommi topa a presença de Ernie C, guitarrista do Body Count para a produção do disco, que recebe inúmeras críticas. Para quem tem a curiosidade de saber como o instrumental do disco soa nas demos, tais gravações são facilmente encontradas na internet. A verdadeira proposta de Forbidden era a de resgatar a essência do Black Sabbath dos três primeiros discos de estúdio, ou seja, chegar no estúdio e gravar o disco praticamente ao vivo. E foi exatamente o que aconteceu, já que Forbidden foi gravado em aproximadamente 10 dias e lançado no dia 12 de junho de 1995 na Europa e 20 de junho do mesmo ano nos Estados Unidos. Outro fato que comprova a “pressa” para o lançamento de Forbidden reside no fato de Tony Martin ter afirmado em entrevista na época do lançamento que ele não trabalhou nas letras como nos discos anteriores. Simplesmente cantou de improviso e segundo o vocalista “letras que vieram do coração”, cantadas em cima das guias instrumentais. Um reflexo disso é que percebemos uma abordagem mais centrada nas relações humanas, evidenciadas em faixas como “Can’t Get Close Enough”, “I Won’t Cry for You”, “Guilty as Hell”, “Sick and Tired”, “Forbidden” e “Kiss of Death”. Apesar das críticas, pode-se identificar bons riffs e composições em faixas como “The Illusion of Power” (com a polêmica presença de Ice T tanto dividindo os vocais com Tony Martin como as letras), “Get a Grip” (vídeo e single de trabalho), “Guilty as Hell”, “Rusty Angels”, “Forbidden” ,“Kiss of Death” e a excelente bônus japonesa “Loser Gets it All”.

A turnê de promoção do disco começa com dois shows pela Europa em festivais, sendo eles: Esbjerg Rock Festival na Dinamarca (04 de junho) e Karlshamn Rock Festival (16 de junho), sendo neste último a única vez que a faixa “I Won’t Cry For You” foi tocada ao vivo. A turnê de fato começa pelos Estados Unidos e Canadá no Toad’s Place em New Haven no dia 29 de junho. No set list encontramos músicas clássicas como “War Pigas”, “Sabbath Bloody Sabbath”, “The Wizard”, “Black Sabbath”, “Children of the Grave”, mas também podemos conferir uma bela mistura de canções da fase Martin, com “The Shining”, “Headless Cross”, “When Death Calls” e as novas “Get a Grip”, “Can’t Get Close Enough” e “Rusty Angels”. Outro fator de destaque na turnê é que Tony Martin estava bem mais à vontade em relação à turnê de Cross Purposes, tanto em sua performance quanto com relação à interação com o público. Nesta parte da turnê destacam-se os shows em Tinley Park 07 de julho, New York 10 de julho, Hampton Beach (14 de julho) e Portland (29 de julho). Ao todo, a turnê pela América do Norte passou por 25 cidades e sua última data foi agendada para 03 de agosto em Universal City, California. Apesar das boas performances da banda, nem tudo são boas notícias para a banda. Alegando cansaço mental e físico, Cozy Powell decide se afastar, muito em função também do desgaste causado pelo descontentamento com as suas partes de bateria que não ficaram de seu agrado.

 

Para o seu lugar foi chamado o já conhecido Bobby Rondinelli e com isso a perna européia da turnê se iniciou em Gmund, Alemanha em 19 de agosto. Mesmo com a mudança de última hora na formação, podemos conferir um Black Sabbath ainda muito entrosado e as músicas de Forbidden funcionando muito bem ao vivo e muitos fãs compartilhando a opinião de que tais músicas soam melhor ao vivo do que no estúdio. A turnê pelo Velho Continente teve aproximadamente 50 datas, com grande destaque para a Alemanha (17 datas), Suécia (cinco datas) e Itália (quatro datas). Mais especificamente alguns shows como o de Gzira, Malta, realizado no dia 25 de agosto ficou bem conhecido dos fãs dessa fase do grupo, já que foi filmado para TV e é facilmente encontrado no youtube. Outros shows de destaque nessa perna da turnê são Poznan, Polônia, realizado em 09 de setembro Hamburgo, Alemanha, realizado em 02 de outubro, Hannover, Alemanha, realizado em 07 de outubro, Dudelange, Luxemburgo, realizado em 12 de outubro Gotemburgo, Suécia, realizado em 19 de outubro e Umea, Suécia, realizado em 25 de outubro. Destaca-se o fato de que a partir dos shows realizados na Alemanha em setembro e outubro, a música “Kiss of Death” foi incluída no set list no lugar de “Get a Grip” e funcionou muito bem ao vivo, mostrando ser uma das melhores músicas não só do disco, mas também de toda a fase Tony Martin.

A banda então parte para a turnê pelo Reino Unido, com datas por Cambridge, Manchester, Bristol, Londres e Wolverhampton, antes de embarcar por uma turnê na Ásia que traria novidades em algumas de suas datas: a inclusão da música “Changes”. Foram quatro datas, sendo uma na Coréria do Sul (Seul) e três no Japão (Tokyo, Nagoya e Osaka), entre 16 e 22 de novembro. A banda iria fazer uma turnê de oito datas por Austrália e Nova Zelândia entre 25 de novembro e 09 de dezembro, mas as datas foram canceladas para que Iommi fizesse uma cirurgia no pulso. Mais tarde, em dezembro a banda volta à Ásia para mais dois shows, Singapura no dia 12 e Bangkok no dia 14, sendo este o último show de Tony Martin com o Black Sabbath.


Capítulo 6: The Sabbath Stones e o fim de uma era (1996)

O ano de 1996 começa cheio de rumores sobre a volta de Ozzy ao Black Sabbath, mas Iommi insistentemente diz que a banda continua com a formação com Martin, Rondinelli, Nicholls e Murray. Planos para um novo álbum de estúdio começam a ventilar, juntamente com uma última parte da turnê de Forbidden que passaria pela América do Sul. Se vendo cheio de problemas e se afundando cada vez mais no ostracismo, Tony Iommi decide encerrar o contrato com a IRS Records não com um álbum de estúdio como o esperado, mas sim com uma coletânea chamada The Sabbath Stones, lançada no Brasil contento 14 faixas, incluindo a bônus do álbum Forbidden, “Loser Gets it All”.

Assim, Iommi se vê livre do contrato com a gravadora e pode armar uma reunião com Ozzy e os antigos membros de Sabbath. Tony Martin nunca recebeu uma carta de demissão ou um até logo. Simplesmente foi colocado em stand by por praticamente um ano, até que no início de 1997 foi anunciada a volta da formação original do Black Sabbath, dando um fim à fase Tony Martin na banda. E assim Tony Martin se despede dos grandes palcos, do mainstream, das notícias e do spotlight. De forma silenciosa. Como diz o final da letra de “Kiss of Death”, última faixa de Forbidden: “This is no ordinary soul, that you’re destroying, not just another life that drifts along with the sands of time”, com um som de relógio em tique-taque, anunciando o fim de uma era.

29 comentários sobre “Black Sabbath – Os anos obscuros com Tony Martin parte 2 (1993-1996)

  1. É uma pena, Tony Martin é um cara esforçado e possui uma voz bacana, mas nunca teve um reconhecimento e uma consideração que eu acho que deveria ter. É um injustiçado do rock, assim como o Blaze Bayley.

    Parabéns pelas matérias, Thiago. Essa é uma fase obscura e carente de detalhes da banda que merecia uma cobertura maior, ao menos com textos em português de alguém com conhecimento do período.

    1. Valeu André! A intenção do texto foi essa mesmo, de dar uma geral em uma fase que é meio esquecida pelos fãs e pela mídia especializada também.
      abraços!

  2. Tony Martin sempre foi um Dio de 3 escalão , respeito todas as opiniões contrárias , mas infelizmente é a verdade !

  3. A distância do tempo pode “amansar” algumas opiniões e tornar o feio não tão feio assim, mas para a fase Tony Martin no grande Sabbath não há distância de tempo que ajude…O cara é um péssimo vocalista e sua era no Black Sabbath é a página mais constrangedora na história desta banda seminal, mitológica e fundamental. As pessoas são livres para fazerem a reavaliação histórica que quiserem, mas neste caso o que era ruim continua ruim, se não pior.

    1. Nada é preto no branco assim. Cada um tem a sua opinião a respeito do tema. Tecnicamente o que o faz pensar que ele é péssimo, sendo que vc idolatra uma fase da banda que teve o “extraordinário” e “super técnico” Ozzy, então isso já traz uma certa incoerência em sua “opinião” que está mais parecendo uma cagação de regra de “isso é bom” é “isso é ruim”. Se foi uma página constrangedora na história da banda eu não sei, mas que deixou Discos que admiro muito independente da opinião alheia ou a “Polícia do metal” que insiste em apontar o que é bom ou ruim sem apresentar nenhum tipo de argumento. Esse tipo de opinião imposta nunca afetou meu gosto, não é agora que vai afetar.

      1. “Tecnicamente” não me interessa se Tony Martin canta mais do que Ozzy e deixo isso para os vocalistas de conservatório discutirem, pois não é a técnica que faz o som o BLACK SABBATH ser fundamental na história da música, aliás é justamente a pretensa falta de técnica do som da banda que os críticos “inteligentes” usavam como desculpa para detoná-la e ironizá-la em seu início, chamando Geezer, Ozzy, Tony e Ward de “analfabetos musicais” para baixo…Não quero mudar a opinião de ninguém sobre Tony Martin e desejo àqueles quem gostam de seus dotes vocais que sejam felizes para sempre, mas eu quero é distância de seus trinados afetados, forçados, pretensiosos e exagerados. PS.: O estilo de vocal do Tony Martin é tão antiquado que quando o ouço cantar me vem à cabeça imediatamente a figura espalhafatosa do finado Cauby Peixoto.

  4. Tony Martin estava em desvantagem desde o início. Um cantor praticamente desconhecido chamado de última hora para cantar em uma banda histórica que criou um estilo musical, substituindo um fora de série como Ray Gillen, e ainda competindo com o trabalho passado de lendas como Ozzy Osbourne, Dio, Ian Gillan e Glenn Hughes, até que se aguentou bem. Gravou ótimos discos ( eu inclusive descobri o Sabbath na fase Tony Martin ) mas infelizmente é isso, mais um dos muitos injustiçados do rock.

  5. O “Forbidden” foi um álbum que demorei a curtir realmente. Lembro quando comprei o CD, mas ainda não tinha o ouvido maduro suficiente para entender a sonoridade do disco. Então deixei ele na prateleira por uns tempos, depois de multas voltas musicais, dei aquela chance e foi surpreendente. Realmente podemos ouvir o Tony Martin recitando as letras de forma genial, com um instrumental com uma das mais puras essências sabbathicas e aquele experimentalismo que deu certo. Martin mandou muito nesse álbum. Excelente!

    1. Bem isso mesmo, Líbia. Cada um com sua experiência com determinado álbum e nesse caso um pouco de tempo é sempre importante para sentir o que aquele disco representa.

  6. Exatamente Cleibsom, não te interessa. Então é algo que não é uma regra. É algo que vc acha e ponto final. E não pode ser tomado como verdade. Agora, pq sera que o idiota, burro, analfabeto musical, dentre outros subjetivos para o grande Iommi por que sera que ele insistiu tanto no Tony Martin entre tantas idas e vindas? O cara então é mais um que se junta aos burros e desprovidos de gosto musical, pois só a fase Ozzy importa.

  7. Gostaria que você indicasse em que ponto de meu comentário alego que minha opinião seja a “verdade”…Veja, certamente existem pessoas que gostam da fase Tony Martin no Black Sabbath, e estas pessoas têm todo o direito de terem essa opinião, mas o consenso é de que esta fase é a pior da banda e isso é fato e não uma invenção minha, basta você ler qualquer biografia dela. Tony Iommi insistiu em Martin porque na época estava totalmente perdido e ele sabe que a fase com este vocalista é uma mancha na história do grupo. Alguém tem dúvida de que Dio canta muito mais do que Ozzy? Mas alguém duvida de que a formação da banda que está no imaginário da maioria esmagadora dos fãs é a que conta com Ozzy? É por isso que penso que utilizar o argumento “técnica” para analisar qualquer coisa com relação ao Black Sabbath é perda de tempo.

    1. Concordo plenamente sobre discutir “técnica” ser desperdício de tempo, provavelmente a segunda maior perda de tempo dentre os debates Sabbathicos. E na maioria esmagadora das ocasiões onde existe uma “maioria esmagadora” sobre uma situação qualquer a técnica não é levada em consideração porque os leigos são justamente (adivinhem só?) a “maioria esmagadora”. E também convenhamos que “técnica” acaba exercendo uma relação estreita com “teoria”, como por exemplo tomar como verdade o que foi escrito em um livro e desconsiderar a prática onde o cara grava 3 álbuns com uma banda, dai vem o fulano e grava um disco faz todo tipo de mimimi desde a chegada até a saída e volta o cara pra gravar mais 2 albums… Realmente uma perda de tempo…uns 10 anos no caso. Agora, a maior perda de tempo é comparar, avaliar ou rankear vocalistas de uma banda onde todos eles foram contratados pelo mesmo cara no decorrer de décadas onde ele pode alterar e alternar a sonoridade e o próprio rumo da sua banda por que era exatamente isso que ele estava a fim de fazer.

      1. O que o fato do DIO ter o ego do tamanho de um bonde tem a ver com sua competência como vocalista? Que importância tem Tony Martin ser um cara “bacana” em sua evidente falta de qualidades vocais? Você está misturando as coisas, meu caro…James Brown, Prince, John Lennon, Jimmy Page e tantos outros foram ou são completos imbecis, mas fizeram arte que transcende seus “defeitos” pessoais. Não quero que o artista seja “legal”, quero apenas que ele faça arte que me comova. Se Tony Martin canta mais afinado do que Ozzy, Dio ou qualquer outro, tem um alcance vocal que “quebra um copo de vidro” e é um cara que eu gostaria de ter como genro eu quero mais é que se dane. Sugiro às pessoas que se preocupam com essas presepadas que vão assistir aos THE VOICES da vida e sejam felizes para sempre!

  8. Sensacional Thiago!
    A qualidade e franqueza de suas informações sempre surpreendem e cativam o leitor.
    O que não surpreende são alguns comentários patéticos que tem presença confirmada seguindo os passos do mais completo musicista de toda a história do Sabbath.
    Mas não é um problema, muito pelo contrário, temos ciência de que o Ronnie James Dio estaria orgulhoso da arrogância prepotência de suas viúvas que por falta de percepção e inteligência se prestam ao ridículo de correr atrás de toda e qualquer menção ao nosso amigo Tony Martin para prestar sua ode postmortem ao gigante que era no palco e minúsculo em seus atos do dia a dia e sem fundamentos (costa mesa, Live Evil mix, pré dehumanizer… se não conhecem as histórias qq dia o Thiago conta pra vcs). A e sobre quem fala ainda do Ozzy também não acredito em simples coincidência e assim se torna irrelevante qualquer sinal do estado de demência que é peculiar a quem sempre será uma lenda mesmo que se arrastando no palco e balbuciando nos microfones por ai
    Gosto musical não se discute mas Dio, Ozzy, Martin, Gillan e Hughes todos foram fantásticos vocalistas e coadjuvantes no Black Sabbath de Tony Iommi, até porque como brincam os fas que já passaram dessa fase pré-mirim de discutir quem tem é mais bonito e charmoso: “Minha avó tocando sanfona com o Tony Iommi ainda é Black Sabbath!”

    1. A quantidade de episódios que mostram o caráter duvidoso de certos membros da banda é enorme e vc citou apenas alguns dos exemplos. E com certeza, se tem Iommi é Black Sabbath, pois ele é a alma da banda.

      1. Pois é…espetacular o cara começar dizendo que não importa o cara “bacana” se não canta bem e terminar mandando a galera ver o The Voice se gosta de técnica… aí já mete um lithium e vida que segue…. estamos no nível Big Brother e descendo.
        Agora realmente Dio sabia das coisas.. “it’s a long way to nowhere…”

    2. Há muito tempo Tommy Iommi sabe que perdeu o controle sobre o seu filho Black Sabbath, assim como Jimmy Page perdeu sobre o Led Zeppelin e Steve Harris sobre o Iron Maiden. O mito Iommi, inteligente que é, sabe que se sua guitarra sozinha um dia representou a banda, hoje não é mais assim. Ainda bem que enquanto Jimmy se tornou amargurado e Steve Harris engole diversos sapos aturando Bruce Dickinson, Tommy segue com sua vida muito bem fazendo excelentes trabalhos paralelos. O Black Sabbath para o mundo é Iommi, Ward, Ozzy e Buttler e se não tiver um desses integrantes na formação que tiver tocando na banda não será o Sabbath “verdadeiro”, independente da excelência dos trabalhos lançados. Inclusive é sabido que quando Dio entrou no grupo o nome BLACK SABBATH só não foi alterado por questões contratuais e que o guitarrista seguiu em frente “manchando o nome sagrado de seu filho” pelos mesmos motivos. O curioso é que a questão se inverteu e Iommi teve de renomear a banda de HEAVEN AND HELL com medo de levar um baita processo nas costas de Sharon Osbourne…Mas entendo perfeitamente os fãs de Tony Martin, pois se estamos vivendo em uma época que muitos acham que a Terra é plana, não me surpreende que alguns achem o cara o máximo e queiram reescrever a história da banda dando um destaque à sua fase no Black Sabbath que não condiz com a realidade…Não vou entrar no mérito se o gosto pessoal de alguém diz que Martin é o máximo e que sua fase na banda é excelente, afinal tem gente que acha BTS melhor que Beatles, mas tentar reescrever a história do Black Sabbath transformando fracasso em sucesso não tem sentido algum…

  9. Realmente Paulo. Não consigo entender isso. Se o cara é tão ruim e não tem nada a oferecer pra banda, porque será que Iommi contou com ele para 5 discos de estúdio e mais um ao vivo? Deve ser porque Iommi não entende nada de música mesmo é fez isso só pra irritar os fãs.

  10. E continuo com a opinião de que Tony Iommi não é burro nem idiota, a ponto de deixar o cara por duas fases, 5 álbuns de estúdio, 1 ao vivo, 5 turnês mundiais etc. Prefiro pensar que ele queria o cara ali para aquele posto por algum motivo, seja por ser um vocalista “the voice”, “gente boa”, “comportado”, musicalmente compatível ou o que seja. Ninguém fica 10 anos numa banda apenas por ser gente boa. É muito dificil reconhecer a qualidade e capacidade de um vocalista que teve a difícil tarefa de substituir ozzy, dio, gillan e hughes? O cara foi la, assumiu a bronca e conseguiu se manter, entre idas e vindas por 10 anos na banda, em um papel muito importante de letrista/vocalista, e isso ninguém irá apagar da história.

    1. Se é pra dar uma de louco então vamos dar as pistas e que se virem pra descobrir a verdade por aí….
      Baita disco do Sabbath foi aquele que o Iommi fez com o Geoff Nicholls
      Baita disco do Sabbath foi aquele que foi feito com os arquivos do Geezer e com outro cara no quarto dos fundos.

      Se ficar difícil chegou a hora de partir porque daqui a pouco vão falar que o Ozzy também era um baita compositor que começou a escrever em 1980.

  11. Parei de ler quando vc disse que a banda se chamou Heaven and Hell para evitar processos. Então porque a coletânea The Dio Years com 3 músicas inéditas tem o nome de Black Sabbath na frente? Iommi e Dio entraram em consenso sobre o nome porque Dio não queria cantar músicas da Fase Ozzy ao vivo. Queriam se desvincular disso. Basta ler entrevistas da época. Ao invés disso, vc prefere criar verdades dentro de sua cabeça. O Black Sabbath pertence 50% a Iommi e 50% a Ozzy representado por Sharon. Se fosse verdade o que vc disse nenhum disco entre Heaven and Hell e Eternal Idol teria sido relançado em versão deluxe. A Sharon não tem nada a ver com isso. Ficar profanando fake news é feio ein

  12. Cara, não crio verdade nenhuma, o que eu faço é não basear minhas opiniões em press releases. Vamos aos fatos: a coletânea DIO YEARS, de 2007, é anterior ao disco THE DEVIL YOU KNOW, de 2009, e neste espaço de dois anos uma batalha sanguinolenta foi travada nos bastidores pelo nome BLACK SABBATH entre Iommi e Ozzy, sendo Ozzy, gagá do jeito que está, apenas um “laranja” para Sharon Osbourne, que define tudo, mas tudo mesmo, na carreira do marido. Iommi, por mais injusto que isto seja, não é mais dono da marca sozinho. Se o mundo fosse justo Ozzy não teria direito há nada do nome, porque quando ele saiu queria mais que o BLACK SABBATH se fodesse e foi Iommi, que bem ou mal, manteve a banda em evidência. Exatamente como o Andreas, Paulo e Igor em relação ao SEPULTURA, mas enquanto os integrantes remanescentes da banda brasileira foram espertos e “obrigaram” Max à assinar documentos abrindo mão de qualquer direito ao nome SEPULTURA após sua saída, coisa que o Igor também fez no ato de seu abandono dos Jungle Boys, Iommi não teve o cuidado de fazer algo semelhante, no que estava em seu pleno direito, quando Ozzy foi chutado do BLACK SABBATH. E foi justamente por essa falta de percepção que Iommi, infelizmente, se fodeu depois! Acreditar neste papo de “desvincular” é de uma ingenuidade impressionante! É fato que Dio nunca gostou de cantar as músicas da fase Ozzy, mas se quando entrou no grupo pela 1ª vez teve que se sujeitar ao nome BLACK SABBATH por imposições contratuais, em seu último retorno teve que utilizar o nome HEAVEN AND HELL pelos mesmos motivos, mas creio que o baixinho até tenha gostado disso, pois assim ele e Iommi uniram o “desagradável” à conveniência e decidiram tocar só músicas da fase Dio…O que os fãs têm de entender é que os músicos são “empregados” das gravadoras, sempre têm contratos à cumprir e são raríssimos os casos de um fulano “dono” de sua carreira e até de sua própria obra. Finalmente, quanto aos relançamentos que você citou, eles independem da briga pelo nome e são coisas de gravadoras, as verdadeiras donas dos fonogramas, e pode acreditar que mesmo se eles quisessem, tanto Iommi, Ozzy, Sharon ou quem quer que seja não poderiam evitá-los…PS.: Se você pensa que algum músico revelará podres de sua carreira em entrevistas previsíveis, entediantes e super-vigiadas por gravadoras e assessores de imprensa está muito enganado e caso se queira saber além da superfície é necessário ler nas entrelinhas e fuçar em diversas fontes, por mais trabalhoso que isso seja.

  13. Até onde me recordo, a razão deles utilizarem o nome Heaven and Hell foi o seguinte. O Black Sabbath vinha se reunindo de tempos em tempos. E haviam realizado novas reuniões no Ozzfest Tour de 2004 e 2005. Contudo, em 2006, o Ozzy teve que entrar em estúdio para gravar um novo álbum solo (questões contratuais). Esse álbum seria lançado, em 2007, com o nome de Black Rain.

    Ainda em 2006, a gravadora decidiu lançar a coletânea The Dio Years e surgiu a ideia de se reunirem para gravar algumas músicas para o álbum. Satisfeitos com o resultado, decidiram que seria interessante fazer uma tour com a tal formação. O resultado disso seria visto ainda em 2007, mesmo ano do lançamento da coletânea, com um álbum ao vivo intitulado de Live From Radio City Music Hall. CD e DVD lançados já sob a alcunha de Heaven And Hell.

    E a razão de não utilizarem o nome Black Sabbath dessa vez, está aí. A banda não estava acabada, estava pausada. E não seria inteligente mandar o Ozzy embora, renegociar contrato (sim, segundo a Sharon, o Ozzy é dono da trademark junto com Iommi) para voltar o Dio, uma vez que Black Sabbath com o Ozzy sempre gerou mais estardalhaço e rendeu mais grana. Para não matar sua galinha dos ovos de ouro, Tony Iommi colocou a banda na estrada com o nome de Heaven and Hell, e com isso ele poderia cair na estrada, sempre que quisesse, com sua galinha dos ovos de ouro (Sabbath com Ozzy) ou sua galinha dos ovos de prata (Heaven and Hell).

  14. Davi, promete que essa será minha última intervenção sobre o assunto, pois não quero ficar com a alcunha de “chato”…Vamos lá: na época, dada a questão da propriedade do nome, não havia como Iommi “mandar o Ozzy embora”, porque o nome BLACK SABBATH desde então só pode ser usado com o guitarrista e o Ozzy na formação da banda, se não um dos dois tem de “autorizar” sua utilização pelo outro. Você acha que nessa situação Sharon autorizaria a utilização do nome BLACK SABBATH pelo Iommi com o Dio como vocalista? É óbvio que não! Por isso que digo que Iommi e Dio uniram o “desagradável” à conveniência, e isto foi uma sacada muito inteligente deles…PS.: Quem quiser pensar que o Ozzy apita alguma coisa em sua carreira que pense, mas, infelizmente, o mito está meio lesado e só faz o que Sharon “ordena”.

    1. Opa!! Estou meio na corrida aqui, mas só dois apontamentos isolados: Ozzy deu entrada em 2009 no processo relativo aos direitos do nome etc. Iommi registrou/renovou (no brasil são dez anos de validade…) em 2000. Ou seja, obrigação legal só dai em diante mas quem tem … tem medo
      E Cleibson você está certissimo: Tudo se resuma a Sharon socando a jeba a torto e direto em todo mundo de todas as formas imagináveis desde 1980. O Iommi (ou seja o Sabbath) levou pirocada dupla desde sempre pq o pai dela era quem ela queria quebrar as pernas e assim vai tanto que provavelmente ela deve estar pregando a vara em algum pobre diabo no submundo da música .hahahh

      1. Não creio que uma pessoa que fez o que fez com o próprio pai teria “pena” do Tommy Iommi ou de quem quer que seja…A carreira da Sharon está aí e quem quiser se informar basta dar um google. Ela faz parte de uma linhagem de empresários tipo Peter Grant e esse pessoal se espelha na máfia. Seus métodos de ação para os negócios são mafiosos, não há outra definição. Nos anos 1980 e em parte dos anos 1990 o BLACK SABBATH estava tão por baixo e capengando, e a fase Tony Martin na banda que alguns querem reescrever como “boa” é justamente dessa época, que a grana gerada pela marca não interessava à ninguém, muito menos à Sharon. Bastou a marca se valorizar para o cheiro dos milhões atrair os “abutres”. Mas se as pessoas querem acreditar nos “desígnios do destino” e que Tommy Iommi não levou pernada nenhuma de Sharon Osbourne, quem sou eu para zombar disso? PS.: Sharon é tão casca grossa que não teve receio de jogar o nome do festival do marido, que na verdade era dela, na lama, e com isso gerar um prejuízo de muita grana para ela e para o Ozzy, apenas por uma questão de vingança pessoal contra o Iron Maiden. E há tantos casos notórios vinculados à sua “fúria vingativa” que me surpreende as pessoas pensarem que com relação a luta pelo nome BLACK SABBATH ela tenha agido de maneira diferente. Para ela a vida é dura e o jogo é sujo e quem quiser chorar que procure a mamãe…

  15. Então não resta dúvidas, é o que tinha escrito acima. O cara nomeou a banda de Heaven and Hell para não atrapalhar os shows do Black Sabbath com o Ozzy, onde ele ganhava rios de dinheiro. Se a briga pelo nome foi em 2009/2010, o mistério acabou pq o Heaven and Hell foi formado em 2006. Ou seja, 3 anos antes do processo do Ozzy. Fui pesquisar as datas aqui e eles só entraram num acordo após Julho de 2010. O Dio morreu em 16 de Maio de 2010. Ou seja, quando o acordo entre Iommi e Ozzy foi selado, o Heaven and Hell já tinha acabado e o Dio já estava morto.

    1. Davi, se você acredita que a história verdadeira seja essa, tudo bem! Siga em frente e despreze minhas “bobagens”…

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