Datas Especiais: 50 anos do Quarto Álbum do Led Zeppelin
Por Mairon Machado
O ano é 1989. Gaspar Kundera, um surfista quarentão, pai de cinco filhos, passa por uma série de conflitos com o irmão mais novo, Alex, em uma trama que envolvia ainda Duda, uma jovem e atraente modelo. A trama acabou sendo um gatilho para a criação de programas voltados exclusivamente para a geração adolescente, o que se conheceu como Malhação. Para quem não sabe do que estou falando, trata-se da novela Top Model, a qual contava com Nuno Leal Maia (o Gaspar), Cecil Thiré (o Alex) e Malu Mader (Duda), e foi ao ar na TV Globo no horário das 19:00.
Mas o que que essa novela tem a ver com o Led Zeppelin? Simples, o tema que surgia para mostrar as cenas envolvendo Gaspar era nada mais nada menos que “Stairway To Heaven”. Sim meus amigos, a Globo por algumas vezes colocou velhos bons sons nas trilhas de suas novelas, e não à toa, com o passar dos anos, essas trilhas se tornaram itens para colecionadores fanáticos do exterior que desejam ter tudo o que seus artistas preferidos tem com seus nomes no Discogs. Eu tinha 6, 7 anos quando essa novela passou na TV, e ficava lá, brincando ou até mesmo vendo a mesma, sem entender o que ela tratava, mas uma coisa me encantava na novela: o som que vinha de “Stairway to Heaven”.
É daquelas coisas que não tem explicação. Por que gostamos de uma música é algo que tem a ver com várias circunstâncias, como letra, melodia, um determinado momento em que você ouve a música e ela bate …, mas amar uma música de cara, ainda mais quando se é criança, é um evento que eu realmente não sei explicar, e eu amei (e ainda amo) “Stairway To Heaven”. É a música que me formou como admirador de rock, e que foi a responsável por me levar a comprar meu primeiro disco, ainda com meus 8, 9 anos, que foi The Song Remains The Same, não só por “Stairway To Heaven”, mas também por conta da curiosidade de ouvir uma música de 26 minutos, chamada “Dazed and Confused”.
Na época, não tinha ideia de que “Stairway to Heaven” fazia parte de um disco sem título, mas que ficou mundialmente conhecido como Led Zeppelin IV, o que acabei descobrindo anos depois, quando o mesmo foi parar lá em casa via um amigo de meu irmão e colaborador do site, Micael Machado. Lembro que naquela feita, chegaram “IV“, Houses of the Holy e o VHS de The Song Remains The Same, e eu fiquei ainda mais fascinado não só por “Stairway to Heaven”, mas por que ali no quarto álbum também estava “Rock and Roll” (que abre The Song Remains the Same, e eu curtia bastante) e por que a magia que era exalada dos sulcos do vinil ao passar por faixas que eu nem tinha noção de como pronunciar (“When the Levee Breaks”, “Four Sticks”, “The Battle of Evermore”!!!!) mas que batiam na minha cabeça e no meu coração como aquela pessoa que vai te conquistando por suas atitudes e pensamentos que se destacam irresistivelmente mais que as já encantadoras beleza e elegância.
Era impossível eu não virar um fã de Led Zeppelin, e eu tive muita sorte deste ter sido o primeiro disco de estúdio que ouvi de Robert Plant (vocais), Jimmy Page (guitarra, violões), John Paul Jones (baixo, teclados, mellotron, mandolin, violões) e John Bonham (bateria, percussão). A fórmula condensada com precisão em “Stairway to Heaven”, unindo momentos acústicos suaves com pancadarias adimensionais da bateria, gritos dilacerantes e solo de guitarra para se brincar de air guitar sem nem lembrar que a guitarra tem 6 cordas, é diluída com uma precisão tamanha ao longo das oito faixas do álbum.
Mas antes de falar das oito faixas, vamos voltar no tempo e contar a história da gravação de “IV“. A banda flertou (ou melhor, teve um relacionamento forte) com o seu lado acústico em Led Zeppelin III, como tratei aqui, e decidiu levar isso adiante de uma forma mais centrada. No outono de 1970, Page e Plant voltaram para Bron-Yr-Aur, um chalé na região ao norte de Machynlleth, Powys (parte central do País de Gales) para compor as novas canções, acompanhados apenas de dois roadie, muitas ovelhas e tranquilidade para trabalhar. Dali, partiram para Headley Grange, junto de Jonesy e Bonham, um pouco de maconha, bebidas e o pessoal de apoio nos registros. A ambientação de Headley Grange foi crucial para a conclusão das ideias originárias em Bron-Yr-Aur. O local úmido e idílico foi o clímax daquilo registrado no quarto disco da banda. Como disse o administrador de turnês Richard Cole, “eles estavam brincando de serem senhores de terra … Tinha até um labrador preto correndo por aí”. O labrador deu origem a um dos grandes clássicos de “IV“, “Black Dog”. Page vai além: “Foi uma sorte que ninguém tenha contraído bronquite ou pneumonia”.
O grupo fez uma turnê de 12 shows em 17 dias pelo Reino Unido, na qual o quarteto optou por divulgar as novas canções em locais com público menores, ao invés das gigantescas arenas por onde estavam se apresentando até então. Nela, “Stairway to Heaven” foi apresentada ao público pela primeira vez em 5 de março de 1971, no Ulster Hall de Belfast, junto ao mais novo brinquedinho de Page, a linda e hoje famosa guitarra Gibson SG de dois braços. O grupo excursionou pela Europa, onde houve um grave incidente em uma apresentação em Milão (Itália) no dia 5 de julho, descrito por Plant da seguinte forma: “escapamos por um corredor de acesso e as tropas italianas atiravam bombas de gás na gente … entramos em um camarim, fiz uma barricada na porta com um gabinete de remédios … eles quebraram as janelas e jogaram mais algumas bombas da rua”, o que levou a banda a nunca mais se apresentar na Itália.
Após mais uma (a sétima) turnê pelos Estados Unidos, uma passagem de cinco shows pelo Japão, e ainda um erro estupidamente técnico na mixagem do disco, por conta da incompatibilidade entre as gravadoras de fitas com as quais as músicas haviam sido gravadas e mixadas, e de uma looooooooonga discussão por conta da capa do disco (tratarei adiante), o quarto álbum da banda foi lançado exatamente em 8 de novembro do mesmo ano.
Abrindo com “Black Dog” e seu riff forte, já somos socados na parede com as batidas de Bonzo e os vocais agudos de Plant, em uma canção cercada de mistérios sobre sua letra. “Rock and Roll” foi a faixa mais inesperada do disco. Enquanto a banda ensaiava “Four Sticks”, uma das canções mais complexas que Page já havia composto, Bonham , irritado por não pegar o tempo 5/6 daquele raga, foi relaxar. Ele tentou tocar a abertura de “Keep A-Knocking”, de Little Richard. Dali saiu uma das introduções de bateria mais conhecidas da história, e um rock de altíssima qualidade, para sacolejar o corpo e destacando a participação do piano de Ian Stewart (não creditado no disco). A canção foi lançada como single em alguns países, inclusive no Brasil, tendo “Four Sticks” no lado B (algumas edições americanas trazem as versões estéreo e mono em cada lado da bolachinha). Como diz Mike Wall, “‘Rock And Roll’ é um número retrô-mas-futurista que olha para trás enquanto avança para frente impetuosamente”.
“The Battle Of Evermore” vem na sequência. Deixamos Page explicar como a canção surgiu: “Eu e Plant descemos uma noite, e o bandolim de Jonesy estava lá. Eu nunca tinha tocado bandolim, peguei o instrumento, comecei a mexer, e então ela saiu”. A letra é baseada em trechos do Senhor dos Anéis (livro que Plant estava devorando à época) e também em um livro sobre a guerra de independência da Escócia, que perambulava na cabeceira de Plant. É a única canção do grupo a contar com uma voz além da de Plant. A escolhida foi Sandy Denny, então vocalista do Fairport Convention, que com sua voz cristalina, fez o contraponto harmônico perfeito para as vocalizações de Plant. Uma linda faixa acústica, onde o mandolin é a base para os contrapontos vocais, em uma ampliação magnífica daquilo que já havia sido explorado em “That’s The Way”, em Led Zeppelin III. A colaboração de Sandy foi tão crucial que ela recebeu uma runa no encarte do álbum, no caso, três triângulos invertidos.
Chegamos no momento máximo do disco, a obra que deu origem a este texto, “Stairway To Heaven”. É daqueles momentos que uma entidade baixa na Terra e diz :”faça isso!”, e sai algo realmente sobrenatural. O próprio Plant afirma que, ao escrever a letra, estava sendo “guiado por alguma coisa”, que não era realmente ele quem estava controlando a caneta. Antes do lançamento, Page já informava um pouco sobre “Stairway to Heaven”: “É algo começando com uma guitarra nua, sem efeitos de pedal … Bonham entra para dar um efeito, deixar a coisa correr, e então, há um grande orgasmo no final”. Não há descrição mais perfeita para o que ocorre em “Stairway To Heaven”.
Difícil tentar falar de uma música tão importante e conhecida, mas vamos lá. O lindo dedilhado inicial ao violão (que causou problemas por conta da similaridade com “Taurus”, do Spirit), a entrada das flautas, o vocal doce de Plant, quase que chorando, só essa vasta introdução já arrepia. A cada “u-u-uh, and it makes me wonder” de Plant, a canção vai crescendo, com Page sendo o responsável por comandar esse crescimento, lentamente. Na segunda estrofe, Page sai do violão e vai para a guitarra, entram os teclados, e o ritmo só acelera, de forma controlada. Mais uma série de “u-u-uh, and it makes me wonder”, e entra o baixo, timidamente, na terceira estrofe da letra.
A bateria entra na quarta estrofe, e a canção já está em outro patamar. As cinco batidas de Bonzo são suficientes para catapultar “Stairway To Heaven”, e um ouvinte que nunca ouviu a canção, já fica percebendo que a canção está sendo elevada cada vez mais para níveis estratosféricos. Com todos os instrumentos fazendo sua parte, Plant canta a última estrofe em cima da melodia original, e assim, vem a mais famosa série de variações em Am que a música já ouviu, para então Page demolir no seu solo, sobre a base daquela que é a sequência de acordes mais copiada da história da música (Am, G, F), e que arranca lágrimas, faz você criar bolhas nos seus dedos de tanto tocar a sua air guitar, e ainda vem mais. Complementando essa sensação de êxtase, Plant surge cantando a berros as lindas frases finais da canção, e não há outro sentimento para o cérebro e o corpo de um orgasmo inesquecível e acachapante, quando Plant lança a penúltima frase da canção, “To be a rock and not rooooooooooooooooooll”. O Led ainda nos brinda com mais 5 segundos, só com a voz de Plant, dizendo, “and she’s buying a Stairway to Heaven”, e pronto, caímos diante desta gigante obra-prima da história da arte.
Tentando se recuperar (se possível) de algo tão impactante como “Stairway To Heaven”, voltamos para Tolkien em “Misty Mountain Hop”, faixa que abre o lado B com o predomínio do piano elétrico de Jonesy, em uma faixa dançante e bem em anti-clímax ao que encerrou o lado A. Mas mesmo sendo uma faixa aquém das demais, é uma faixa bem legal para “voltar a vida” e recobrar as energias depois de tudo que aconteceu em “Stairway To Heaven”. “Four Sticks” foi uma das músicas mais difíceis de serem criadas, como dito acima. Baseadas em um raga indiano, com andamento intrincado que varia entre cinco e seis compassos, só foi concebida no dia 2 de fevereiro de 1971 em definitivo. Após uma noitada de Bonham, na qual, após ver um show da Ginger Baker’s Airforce no Lyceum de Londres com a participação especial do gigante baterista Elvin Jones, já pela manhã, ele chegou, pegou quatro baquetas e construiu o ritmo avassalador do raga pensado por Page. O riff de baixo e guitarra é pesado e forte como os agudos de Plant, e a entrada dos violões e dos sintetizadores dá mais tensão para a canção. Impressionante os vocais de Plant aqui. Essa faixa é daquelas que ficou perfeita quando dos arranjos que Page e Plant fizeram anos depois em No Quarter, a segunda vez que ea foi apresentada ao vivo, já que com o Led, somente uma vez “Four Sticks” foi aos palcos, em 3 de maio de 1971, devido a sua imensa dificuldade.
Chegamos em “Going To California”, uma homenagem de Plant para Joni Mitchell, a garota com amor nos olhos e flores no cabelo: “quando você se apaixona por Joni Mitchell, você realmente precisa escrever a respeito agora e sempre”, disse Plant certa vez. Outra obra de arte genial, com Page mudando a afinação do violão para D, o mandolim de Jonesy serpenteando as notas dedilhadas pelo violão, e Plant mais contido, apaixonado por sua musa inspiradora e cantando de forma ebriante. Linda faixa, e que mostra mais uma vez como Page estava iluminado nessa época.
Por fim, a versão Zeppeliana de “When The Levee Breaks”, original de Memphis Minnie e Kansas Joe McCoy , e que aqui teve boa parte da letra reaproveitada por Plant, mas convenhamos, essa versão do Led é arrasadora, e muito diferente do original. Enquanto Memphis e Kansas criam um blues tradicional de pouco mais de dois minutos, o Led nos traz uma paula brutalmente pesada de 7 minutos. Bonham surge já socando seu kit, e então entra a banda fazendo o riff enquanto Plant esfola seus lábios na harmônica em um solo gigante, que raramente se encontra em um disco de uma banda de rock (lembro apenas de Keith Relf fazer algo parecido em “Buzzard”, do Armageddon). São exatamente a harmônica e a bateria os diferenciais centrais em relação a versão do blues de 1929. A faixa passa por diversas variações, sempre pesadíssimas, alternando o brilho central entre a guitarra, a harmônica e o vocal dilascerante de Plant. Faixa grandiosa, pouco lembrada as vezes pelos fãs da banda, mas que eu também curto demais.
A capa do álbum apresenta apenas quatro símbolos, as runas, e trouxeram uma sensação de mistério que ajudou ainda mais o disco a vender. Os símbolos estiveram em outdoors, jornais, e claro, nos palcos do Led, e foi totalmente intencional. Page foi quem deu a ideia para a capa, baseado no livro The Book of Signs, de Rudolph Koch: “No início eu queria apenas um símbolo, mas como era o quarto disco, e éramos quatro, cada um escolheu o seu próprio”. Assim, Jones olhou o livro e escolheu um símbolo de um círculo trespassado por três arcos semicirculares interligados (símbolo usado para manter o mal longe). Bonham escolheu três anéis sobrepostos (símbolo da família). Já Page e Plant encomendaram seus símbolos. A de Plant, uma pena dentro de um círculo, representa coragem. Já a estranha “Zoso” não é uma palavra, mas segundo o próprio Page, um desenho sem sentido.
Nos Estados Unidos, também foi lançado (1972) um EP promocional com “Rock and Roll”, “Black Dog” e “Stairway To Heaven”, canção que também saiu como single em alguns países (inclusive em uma versão pirata brasileira). A capa do EP é uma versão preto e branco do quarto álbum, apresentando também as quatro runas.
O fato de não haver o nome da banda ou qualquer sinalização ao Led na capa foi um empecilho gigante entre a gravadora Atlantic e o desejo de Page, por medo de que o público não iria comprar um disco sem saber de quem era, e assim o álbum naufragaria. A Atlantic acabou cedendo, e fez muito bem. O quarto álbum chegou ao topo das paradas britânicas rapidamente, e alcançou o segundo lugar nos Estados Unidos, onde ficou nos charts por mais de dois anos. Hoje, é o quarto disco da história da música, com mais de 35 milhões de cópias vendidas (23 milhões apenas nos Estados Unidos), e completa 50 anos como um verdadeiro clássico que você ouve pela primeira vez e parece ter ouvido antes, mas quando vai ouvir a milésima vez, parece que é a primeira.
Track list
1. Black Dog
2. Rock and Roll
3. The Battle of Evermore
4. Stairway To Heaven
5. Misty Mountain Hop
6. Four Sticks
7. Going To California
8. When The Levee Breaks
Clássico obrigatório em qualquer coleção de respeito! A banda está nos devendo um ao vivo oficial dessa época, os piratas mostram shows sensacionais, todos estavam no auge. Será que o Page um dia abre os cofres?
Dos discos da fase clássica do LED ZEPPELIN, que para mim vai do primeiro até a colcha de retalhos PHYSICAL GRAFFITI, VOL. IV é o álbum pior produzido, sem contar que foi muito porcamente gravado. Page dá umas engasgadas na guitarra tão constrangedoras que envergonhariam qualquer outro produtor. Alguns podem alegar que esses “defeitos” dão charme ao disco, mas para mim eles revelam apenas desleixo e desconexão da realidade por parte do guitarrista, que nesta época ouvia apenas o empresário PETER GRANT e estava em guerra declarada com a imprensa. Ainda bem que a maioria absoluta das músicas do trabalho é excelente e os outros integrantes da banda seguram as pontas. Com o sucesso estrondoso e a consequente canonização do disco ele virou uma “vaca sagrada” imune à críticas, mas, apesar de excelente, VOL. IV tem defeitos evidentes…Quando comparado à produção e ao repertório do HOUSES OF THE HOLY, por exemplo, para mim o melhor disco da banda, VOL. IV leva uma baita surra!
Surpreso com esse comentário Cleibsom. Quais as engasgadas que você cita?
Mairon, BLACK DOG e ROCK AND ROLL estão repletas de engasgadas, principalmente a primeira. Isso não tira os méritos das músicas, clássicos absolutos, mas sou da opinião de que VOL. IV é o disco do LED que PAGE produziu e gravou com a cabeça mais “feita”, se é que você me entende…
ah, nesse ponto de cabeça feita eu acho que o Presence é bem mais forte, hehehe. Mas entendo sim. Obrigado
Não sei nem o que dizer… Quando eu queria ouvir o som do dirigível, era esse álbum que eu colocava para tocar, mas hoje em dia prefiro mais outros álbuns da banda (antes e depois do Led IV). Mas um trabalho que se tornou um clássico da música, vendeu muito (é um dos três mais vendidos do rock), trouxe ótimas canções, influenciou e influencia até hoje muita gente (seu único defeito é a capa do quadro do velhinho camponês pregado na parede), merece com certeza todas as homenagens neste mês em que completa 50 anos de lançamento.
Inclusive este álbum entrou em uma lista feita pela Consultoria no ano passado, focalizando os melhores álbuns dos anos 70 (em que Physical Graffiti foi eleito o primeiro colocado e Led IV ficou em segundo lugar), e eu afirmei que Led IV devia ser dispensado da lista e no lugar dele entrasse o Breakfast in America do Supertramp, lembram? Não havia necessidade de dois discos do Zeppelin naquela lista (ou Led IV ou o Graffiti ocupariam facilmente a primeira colocação dos anos 1970), mas como a voz do povo é a voz de Deus… O que hei de fazer, né?