Pentral – What Lies Ahead of Us [2021]
Por Thiago Reis
O power trio originário de Belém – PA, Pentral lançou recentemente o seu primeiro álbum de inéditas. O trio formado por Victor Lima (vocal e guitarra), Vagner Lima (bateria) e Joe Ferry (baixo), explica em seu bandcamp que a palavra Pentral significa espírito em latim. Além disso, destacam que sua música engloba diversos estilos, incluindo o groove e harmonias únicas da música brasileira. O álbum, chamado What Lies Ahead of Us, foi gravado entre setembro e outubro de 2020 no NaCena Recording Studios. A música e as letras ficaram a cargo de Victor Lima, com a produção a cargo da própria banda e de Tim Palmer.
O disco ainda conta com as participações de Tim Palmer (guitarras adicionais, tamborim e teclado), Ivan Teixeira (teclado), Yaniel Matos (violoncelo), Isabella Andrade e Ivan Teixeira (vozes em “Silent Trees”). Destaque também para a bela capa do álbum, que esbanja bom gosto, realizando conexão direta com as músicas apresentadas. Com um panorama geral a respeito do disco, podemos nos aprofundar nas canções.
Começamos com “Silent Trees”, com um emblemático som de chuva e os belos vocais de Isabella Andrade. Riffs pesados e cadenciados apresentando influências de bandas como Pain of Salvation entram em cena, além de Victor Lima, com vocais muito bem colocados, porém sem melodias marcantes, ao menos na presente faixa. A bateria também é destaque, sendo o suporte necessário para que os riffs brilhem ainda mais. Um solo de violão aparece para complementar de forma bem interessante a parte instrumental. “All My Wounds” é a próxima e começa bem mais pesada que a faixa anterior, com riffs complexos, mas sem perder o já citado peso. Os vocais já estão mais bem colocados no contexto da música, em comparação à “Silent Trees”, apresentando inclusive um refrão de maior destaque. A quebradeira do baixo também é um dos pontos altos da parte instrumental, mostrando a versatilidade e habilidade dos músicos.
Seguimos com “Disconnected”, que já apresenta uma introdução bem interessante na bateria, lembrando em alguns momentos o material apresentado por Lars Ulrich em Master of Puppets. As melodias vocais se encaixam bem novamente com o instrumental. O solo de guitarra também se destaca e após mais alguns riffs, voltamos por um breve momento para as linhas de bateria já citadas anteriormente, uma sacada inteligente por parte dos músicos. “Letters from Nowhere” apresenta uma linda introdução ao violão, nos brindando com um belo clima de paz e tranquilidade. Os riffs, intrincados e cadenciados, são o próximo destaque, juntamente com vocais cheios de efeitos. O refão funciona bem e a volta logo em seguida aos riffs do início da canção são uma boa forma de fazer com que o ouvinte consiga entender o que se passa. Podemos conferir mais um ótimo solo de guitarra, com uma participação de destaque da bateria ao fundo.
“Aiming for the Sun” começa com riffs mais diretos que em alguns momentos lembram o heavy metal clássico e linhas vocais mais simples, de forma que possa ser bem absorvida pelos fãs, além de uma boa pedida para shows. “A Gift From God” apresenta uma introdução muito bonita e já percebemos que é uma música mais intimista, com potencial para ser uma música de divulgação do material. Feeling, belos acordes e melodias dão o toque perfeito para que “A Gift from God” seja uma das faixas mais pedidas em shows. “No Real Colour in Sould” apresenta uma introdução com um excelente groove de baixo e bateria, nos remetendo até a passagens do álbum “Holy Land” do Angra. Os riffs possuem um toque “brasileiro” e de muito bom gosto. Os vocais carecem de melodias mais marcantes que acompanhem as ótimas passagens instrumentais.
A próxima é “The Shell I’m Living In” com um início bem diferente na guitarra e vocais que o acompanham, de forma a parecer algum tipo de perseguição. O refrão dessa vez funciona muito bem, sendo o claro destaque da música. “Are you Satisfied?” volta com os riffs mais cadenciados e diretos, entretanto após alguns momentos podemos conferir linhas de bateria bem diferentes. Os vocais com efeito funcionam bem para a ocasião e o refrão novamente funciona. “Are You Satisfied?” também é uma candidata a música que possa funcionar muito bem ao vivo, ainda mais com o belo solo de guitarra que abrilhanta ainda mais as variações instrumentais que seguem ao longo da faixa.
“The Law” finaliza a parte principal do álbum, com uma introdução apresentando linhas de bateria de extremo bom gosto, além de riffs de muito bom gosto. A calmaria aparece, com dedilhados na guitarra. Em seguida aparecem riffs quebrados e um solo de guitarra que é o destaque da música. Sem dúvida o álbum se encerra de forma positiva. Ainda contamos com duas faixas bônus, sendo elas “Silent Trees (radio edit)” e “Aiming for the Sun (radio edit)”.
What Lies Ahead of Us demonstra claramente a capacidade de composição da banda Pentral e a habilidade dos músicos também é um destaque. A banda tem a capacidade de crescer no cenário do metal nacional com a sua proposta, entretanto recomenda-se um maior carinho com as melodias vocais, para que as músicas consigam atingir todo o seu potencial.
Track list
- Silent Trees
- All My Wounds
- Disconnected
- Letters From Nowhere
- Aiming For The Sun
- A Gift From God
- No Real Colour In Souls
- The Shell I’m Living In
- Are You Satisfied?
- The Law
- Silent Trees (Radio Edit)
- Aiming For The Sun (Radio Edit)