Eric Clapton – Slowhand [1977]
Por Daniel Benedetti
Slowhand é o quinto álbum de estúdio da carreira solo de Eric Clapton. Ele foi lançado originalmente em 25 de novembro de 1977 pelo selo RSO Records com produção de Glynn Johns.
Glynn Johns havia trabalhado com nomes como Rolling Stones e Eagles e, na opinião de Clapton, ele sabia trabalhar com “músicos ingleses e americanos”. Johns era conhecido por exigir extremo profissionalismo dos músicos com quem trabalhava e por, também, não gostar de jams e improvisações que poderiam acabar com importante tempo de gravação.
Apesar de lidar com um Clapton (e banda) quase sempre bêbados, o trabalho fluiu bem e Johns conseguiu extrair o melhor de cada músico, segundo o próprio Eric. O álbum foi intitulado com o apelido de Clapton, que lhe foi dado por Giorgio Gomelsky, e se refere à forma como Eric tocava guitarra. Em sua autobiografia, de 2007, Clapton lembrou que o nome “Slowhand” parecia ligado ao seu nome real, pois seria bem recebido por seus amigos e fãs americanos os quais pensariam no Velho Oeste ao ouvir o apelido.
A arte do álbum foi feita pelo próprio Clapton com a ajuda de Pattie Boyd e Dave Stewart, creditados no álbum como “El & Nell Ink”. A arte acabou se tornando uma imagem icônica associada a Clapton.
“Cocaine”, uma versão para a canção originalmente composta por J.J. Cale é um evidente destaque do disco, com suas letras claramente antidrogas. O single “Cocaine” alcançou a 30a posição da Billboard Hot 100 e vendeu mais 200 mil cópias no Reino Unido.
“Wonderful Tonight” é uma balada a qual Clapton compôs sobre Pattie Boyd. As harmonias vocais femininas na música são fornecidas por Marcella Detroit (então Marcy Levy) e Yvonne Elliman. Em 7 de setembro de 1976, Clapton escreveu “Wonderful Tonight” para Boyd enquanto esperava que ela se arrumasse para participar da festa anual Buddy Holly, de Paul e Linda McCartney. O single atingiu a 16a posição da Billboard Hot 100 e vendeu mais de 1 milhão de cópias no Reino Unido e Estados Unidos. Outro single de muito sucesso, retirado de Slowhand, foi “Lay Down Sally”, uma espécie de Country/Blues Rock que atingiu a 3a colocação da Billboard Hot 100 e vendeu mais de 1 milhão de cópias apenas nos Estados Unidos. Marcy Levy também canta na canção.
Variando entre o blues, o pop, o country e, claro, o rock (em faixas menos lembradas, mas igualmente incríveis como “Next Time You See Her” e “The Core”), as 9 músicas de Slowhand apresentam uma banda focada em apresentar boas canções e não apenas em fornecer base para o inegável virtuosismo de seu astro central. O resultado é fascinante.
“Cocaine”, apesar de seu conteúdo antidrogas, chegou a ser banida da versão argentina do disco pelo governo militar daquela época. Supostamente, a letra foi interpretada em sentido oposto ao da composição. O banimento caiu em 1984. Slowhand foi um grande sucesso comercial atingindo os 2o e 3o lugares nas principais paradas norte-americana e britânica de álbuns, respectivamente. O disco vendeu mais de 3 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e permanece como um dos melhores álbuns solo de Eric Clapton.
Faixas:
- Cocaine
- Wonderful Tonight
- Lay Down Sally
- Next Time You See Her
- We’re All the Way
- The Core
- May You Never
- Mean Old Frisco
- Peaches and Diesel
Gosto muito deste álbum, e não somente por causa dos hits querle tra. O dueto com Marcy Levy em The Core é muito bom, e uma das melhores músicas de Clapton nessa época, embora não esteja entre as mais conhecidas dele. O show no CD 2 da versão deluxe é fantástico!
Realmente, Marcello, “The Core” é uma música incrível.