Podcast Grandes Nomes do Rock # 40: Postagem 666
Por Fernando Bueno e Mairon Machado
Excepcionalmente, o Podcast Grandes Nomes do Rock não será apresentado na segunda-feira como costumeiramente tem sido nos últimos meses, mas sim hoje, uma quarta-feira, já que exatamente hoje temos uma data mais que especial para o Consultoria do Rock.
Há exatamente uma semana, atingimos a incrível marca de 500 mil acessos, e na data de hoje, estamos colocando no ar a postagem de número 666. Em homenagem à esse número tão significativo e presente no rock, os consultores Fernando Bueno e Mairon Machado montaram um Podcast Especial somente com canções relacionadas à esse número, associado erroneamente com o Coisa-Ruim.
Não somente isso. Esse é o Podcast de número 40, uma marca muito importante para o Consultoria e para você leitor que permite-nos continuar com o programa mensalmente.
O número 666 aparece no Livro da Revelação (13:17-18) dentro do Novo Testamento, mais precisamente no Apocalipse de João, associado erroneamente à Lúcifer (o demônio). Porém, este número na realidade, como bem mostra o clássico “The Number of the Beast” (Iron Maiden) é o número do homem, sendo o homem a própria besta. Ainda na Bíblia, 666 aparece por diversas vezes como em referência ao número de talentos de ouro coletados pelo Rei Salomão a cada ano, e o judaísmo cabalístico, o número representa a criação e a perfeição do mundo que foi criado em seis dias e com seis pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste, Cima e Baixo).
Folha do Novo Testamento |
Tentando entender um pouco dessa história relacionada ao demônio, precisamos voltar nas velhas traduções (e interpretações) do texto citado e também do Velho Testamento (N. R. essa é uma interpretação livre do autor que segue vários livros e artigos especializados na área, mas que em nenhum momento tem a pretensão de desmistificar ou polemizar o assunto em termos das interpretações religiosas como o catolicismo, o evangelismo e outros).
Lúcifer era um dos principais anjos de Deus, com todos os poderes e forças que Deus possuía, mas com a incapacidade de racionalizar, obedecendo única e exclusivamente as ordens divinas. Seu nome significa “O Portador da Luz” e servia para descrever a estrela Vênus (a primeira estrela criada por Deus). O livro bíblico de Ezequiel, no capítulo 28, é o primeiro a tratar Lúcifer com relação ao mal, como sendo um anjo caído. A interpretação católica considera Lúcifer como sendo o próprio Satanás (o adversário) e aqui veio a ideia do Anjo Caído, que foi expulso do céu por ter se rebelado contra Deus, apesar de em nenhum momento isso aparecer na Bíblia.
Aqui começa o principal erro e a principal associação do número 666 com Lúcifer (e consequentemente ao Coisa-Ruim). Segundo a Igreja Católica, Lúcifer teria ficado revoltado por que Deus criou um ser a sua imagem e semelhança, mas com capacidade de agir independente dos desejos de Deus, apenas obedecendo alguns mandamentos.
O quadro 666, de William Blake |
Enciumado (ou com raiva), Lúcifer organiza uma reunião com os demais anjos e comenta que aquilo era uma injustiça com a classe. Exatamente um terço (33.3 %) dos anjos saem a favor de Lúcifer, enquanto os demais dois terços (66,6 %) são contra o mesmo, defendendo então a criação da nova criatura, que é o homem. Assim, 66.6 % dos anjos aprovam o nascimento do homem, caracterizando o número 666 como o número do homem.
Os 33.3% seguidores de Lúcifer são expulsos do reino dos céus, gerando um conflito entre eles e os demais anjos, tudo por causa do homem, a verdadeira Besta (causadora de problema em sua etimologia original) da história.
666, um dos principais discos do rock progressivo |
Essa seria a verdadeira origem do número 666 e sua associação como sendo o número da Besta, que com traduções diversas, e outras interpretações, acabou fazendo com que a associação contrária se consolidasse no mundo cristão.
De qualquer forma, muitos grupos passaram a dedicar canções para o Coisa-Ruim (e seus diversos nomes-sinônimos como Satã, Diabo, Leviatã, …), ao inferno e ao que quer que seja relativo ao mal. Esse Podcast resgata algumas das principais canções com esse tema, destacando um bloco especial ao disco do Aphrodite’s Child que carrega exatamente o nome do número de postagens que o blog atinge hoje: 666.
“Paint it Black” [do álbum Live Stockholm – 1968 (The Animals)]
Obrigado ao Fernando pela dica de diversos sons que eu não conhecia, e parabéns para todos nós por chegarmos em um número tão expressivo de postagens, todas elas sendo escritas, comentadas e pensadas, não apenas um simples vídeo ou uma sequência de fotos retiradas de sabe-se lá onde. Mesmo com as colaborações com o Progshine e o Van do Halen, 97% do que está no blog é material próprio, elaborado pelas mentes de nossos consultores, e creio que é por isso que atingimos mais de 500 mil acessos em pouco mais de um ano na atividade.
Vamos em frente, e que mais e mais postagens mantenham nossa chama e amor pela escrita sempre acesa!