História da Guitarra

História da Guitarra
Por Mairon Machado
Esse artigo é baseado em uma palestra que ministrei para o Projeto Memória em Foco, organizado pela Profa. Msc. Priscyla Cristine Hammerl no IF Farroupilha, Campus São Borja. A ideia principal é desmentir algumas ideias que temos sobre sua origem e mostrar que o local exato do surgimento, desse que é um dos principais instrumentos do rock, está na Mesopotâmia concentrando-se nos países árabes como Irã, Arábia Saudita, Iraque e Líbano.
O que é a guitarra? De onde ela veio? Quais são suas origens? Essa é uma pergunta que poucos roqueiros e headbangers fazem. Até por não se interessarem pela história, mas sim por curtir suas músicas e brincar de air guitar.
Os mais curiosos saem atrás de informações e acabam esbarrando em um grande muro que quase sempre nos mostra uma história muito mal contada. Basta ver que no nosso Brasil varonil, a Guitarra, como é reconhecida e tratada em quase todo o mundo (com exceção de Portugal, onde é conhecida como viola), é chamada de Violão. A foto que ilustra esse post mostra que Guitarra e Violão é o mesmo instrumento com algumas pequenas diferenças.
Começando pelas semelhanças. Ambos os instrumentos apresentam as seguintes características:
Características entre guitarras, com a acústica
 tendo a Boca como fonte ressonante
1. Mão 
2. Capotraste 
3. Tarrachas 
4. Trastes 
5. Alma 
6. Casas 
7. Braço 
8. Salto 
9. Corpo 
12. Ponte 
A Guitarra Elétrica apresenta mais três pequenas características não presentes na Guitarra Acústica (o Violão): 10. Captador; 11. Botões de volume e som; e 13. Palheteira. A Guitarra Acústica possui uma fonte ressonante (a Boca) que faz com que o som seja emitido de forma compacta, o que na Guitarra Elétrica é feito pelos captadores. Por isso, a diferença entre acústico e elétrico.
A definição geral de Guitarra é: Instrumento de seis cordas tendo um corpo que emite som através das cordas que estão presas a uma mão com afinadores (tarrachas) para afinar o som do instrumento. Essa é uma definição bem geral. Talvez não a ideal, mas que serve para distinguir esse instrumento de outros. Reparem que em nenhum momento há uma distinção se é elétrica ou não. Isso é fundamental para termos em mente que Guitarra e Violão são a mesma coisa!
Partindo desse ponto e desse consentimento, sigo para as origens da Guitarra. Existem duas teorias fortes espalhadas e divulgadas com o passar dos anos sobre qual é a origem do instrumento. A primeira delas sugere que a Guitarra é uma adaptação da Kithara, um instrumento grego utilizado naquela região aproximadamente 2000 a. C. e ainda comum no país nos dias de hoje.
Evolução da Khitara. Acima: a Khitara (esquerda) evolui para a Lira (direita);
Abaixo: a Lira evolui para a Harpa (esquerda) e para a Cítara (esquerda).
Nada de Guitarra saiu deste instrumento.
Essas teorias apoiam-se na similaridade entre as palavras e o fato de a Kithara possuir seis cordas. Porém, é difícil imaginar que esse pequeno instrumento de seis cordas tenha virado o instrumento de seis cordas idolatrado no rock. Na verdade, a Khitara era um instrumento de quatro cordas que evoluiu para as seis cordas e transformou-se na Lira. Posteriormente, a Lira virou o que hoje conhecemos como Harpa e também a Cítara (instrumento dos balcãs, que erroneamente é dito como sendo o instrumento indiano, chamado corretamente de Sitar).
Harpa-Bacia, instrumento praticamente pré-histórico.
Os verdadeiros ancestrais da Guitarra (talvez tataravôs do instrumento) foram a Harpa-Bacia e o Tanbur. A Harpa-Bacia é um instrumento praticamente pré-histórico com a caixa de ressonância feita ou de casco de tartaruga ou cabaças de árvores. Dentro dessa caixa de ressonância era embutida uma vara longa (geralmente feita de bambu) que era dobrada em sua ponta. Assim, esta ponta sustentava as cordas e, como havia a curvatura, essas cordas adquiriam sons (afinações) diferentes. Formava-se assim um conjunto de sons que poderiam ser ditos como sendo os primeiros “acordes”. 
O som era ressonado através de furos feitos nas cascas de tartaruga. Vale ressaltar que as cordas inicialmente eram feitas ou de tripas de animais ou de seda. As cordas de seda duravam bem menos do que as cordas feitas de tripa (que também não duravam mais do que sete ou oito semanas).
Os primeiros achados datam este instrumento com aproximadamente em 4000 a. C. Foram encontrados, principalmente, nas regiões da Suméria (parte sul da Mesopotâmia envolvendo países como Iraque, Kuwait e Arábia Saudita) e Egito antigo.
Tanbur: de duas a quatro cordas com corpo em formato de pêra

O outro instrumento tataravô da Guitarra é o Tanbur, instrumento possível de ser encontrado nos países árabes ainda hoje! Esse possuí um corpo em formato de pêra com um longo braço sustentando duas ou quatro cordas, afinadas distintamente por tarrachas preparadas para isso. Pequenos furos no corpo do instrumento permitiam a ressonância do som. Pinturas e achados arqueológicos registram o Tanbur como um instrumento que era comum em países como Irã, Iraque, Arábia Saudita, Turquia, Síria e Líbano (Mesopotâmia) aproximadamente a 3000 a. C. É possível vê-lo em pinturas, gravuras e achados egípcios.

O Tanbur de Har-Mose
É exatamente no Egito que o Tanbur sofre uma pequena e importante transformação. O luthier (fabricador de instrumentos) egícpio Har-Mose adapta o Tanbur de forma que suas costas tornassem planas. Além disso, Har-Mose fixou a ideia de apenas três cordas, que ressoavam através de um corpo feito de cedro e com mais furos, que amplificavam o som. 
Era a primeira vez que uma madeira mais maleável era utilizada para fazer o instrumento. O Tanbur de Har-Mose pode ser visto em museus do Egito e seu som era muito cru e baixo (como se a guitarra fosse tocada com as cordas abafadas).
O Tanbur de Har-Mose espalhou-se como um instrumento popular nos países arábes, principalmente pela facilidade de se construir o mesmo, apesar das dificuldades em encontrar uma afinação correta para tocar canções.
Aqui podemos voltar no início das teorias sobre a evolução da Guitarra e falar sobre a segunda delas que afirma a Guitarra ser uma evolução do Alaúde. O instrumento é um primo próximo da Guitarra, mas não tem interferência nenhuma no percurso genealógico. 
O Oud (esquerda) e o Alaúde (direita).
A principal diferença é a inclusão de trastes no segundo
Na Arábia Saudita, o Tanbur evoluiu para um instrumento chamado Oud (cujo significado é “Feito de Madeira”). O Cedro foi substituído por outros tipos de madeira. Principalmente por árvores típicas da região como a Acácia e a Palmacea. Os árabes modificaram o corpo do Tanbur tornando-o menor e adicionando uma mão dobrada que esticava mais as cordas e auxiliava na afinação do instrumento. Finalmente, é utilizado dez cordas, ressonadas por uma boca em formato oval e pequenos furos que assemelham-se aos furos do Tanbur e da Harpa-Bacia. O mais importante é que o Oud não possui trastes.
Com a invasão dos mouros na região da Espanha (711 d. C.), o Oud entra na Europa e é aperfeiçoado pelos espanhóis. A principal diferença é o fato de ganhar trastes, gerando as casas do instrumento. Nove trastes criam oito casas e o Oud torna-se o Alaúde (“Feito de madeira e cordas”). Os furos ao redor da boca foram retirados tornando-a circular.
O Alaúde estacionou sua evolução nesse ponto e tornou-se um dos instrumentos mais populares da era medieval. Logo surgiram as primeiras composições, especialmente para o Alaúde, feitas por nomes como Johann Sebastian Bach, Wolfgang Mozart e Sylvius Leopold Weiss. Uma bonita peça tradicional para Alaúde pode ser conferida aqui.
Primos próximos da Guitarra, evoluídos do Tanbur:
Acima: Saz e Panchtar. No centro: Tamburitza e Bouzoki. Abaixo, o Setar
Outros instrumentos foram criados a partir da evolução do Tanbur como o Saz (Turquia), Tamburitza (Albânia), Panchtar (Afeganistão), Bouzoki (Grécia) e o Setar (Irã). O Setar foi levado para a Índia, onde sofreu modificações influenciadas pela cultura daquele país. Mais cordas foram adicionadas, além de uma escala de afinação complexa e diferente dos demais instrumentos. Criaram um instrumento único, de timbre inigualável e que foi difundido mundo afora graças ao genial Ravi Shankar que mostrou o mesmo para o ocidente a partir da década de 60. O nome desse instrumento, uma pequena variação do Setar: Sitar.

A palavra “tar” em sânscrito (língua utilizada nos países árabes do lado leste da mesopotâmia) significa corda. Quando o Tanbur começa a ser transformado naquela região, os árabes passam a nomear os novos instrumentos a partir da quantidade de cordas do mesmo. Surgem então: o Dotar (duas cordas), usado principalmente na Arábia Saudita; o Setar (três cordas), utilizado no Irã; e o Chartar (quatro cordas, pronúncia correta Quiartar), que era bastante comum na Arábia Saudita, Iraque e Irã.

Chartar, o avô da Guitarra

O Chartar foi o principal instrumento para que chegássemos na guitarra. Com quatro cordas, foi o primeiro a trazer um corpo com curvas mais “femininas”, além de uma escala maior em relação aos outros instrumentos. Rapidamente virou um instrumento popular por todo o Oriente Médio. Não tardou para que mercadores e viajantes que chegavam na região levassem o instrumento para o Norte da África (Egito, Líbia e Marrocos) e também para o leste da Europa (Grécia, Turquia, Albânia e Bulgária). 

São os mouros que levam o instrumento para a Espanha durante a invasão ibérica. Na Espanha, os europeus modificam o Chartar, retirando as quatro cordas individuais que faziam parte do conjunto árabe e adicionando quatro pares de cordas uníssonas (oito cordas). O som fica cada vez mais amplificado e ocorrem pequenas alterações no formato do corpo. Essas pequenas modificações criam um novo instrumento: a Chitarra.

Mapa da evolução dos instrumentos de corda até chegarem na Europa (ver texto)

Agora, uma espécie de mapa das origens da Guitarra até chegar na Europa. Na figura acima, temos escrito em preto as regiões onde nasceram os primeiros instrumentos com cordas em formato similar com o que viria a ser a Guitarra. No caso o Egito, a Mesopotâmia e a Turquia. Nesses países, o Tanbur se consolidou como um instrumento popular, mas sofreu algumas modificações com o passar dos anos, o que ocorre nos países em vermelho (Índia e países árabes). Lá, os novos instrumentos são designados através da quantidade de cordas sobressaindo o Chartar (quatro cordas) que é levado para a Espanha através dos mouros (azul) e para o leste europeu por mercadores e viajantes (Grécia). Os Europeus criam a Chitarra e um novo país surge nesse mapa, de importância vital para que a Chitarra vire a Guitarra: a Itália.

A Chitarra vira um instrumento extremamente popular na Europa, principalmente pela facilidade de sua construção e preço mais acessível à população em geral, em comparação ao Alaúde. Durante os séculos XV e XVI, surgem as primeiras composições únicas e exclusivas para Chitarra. O corpo do instrumento ganha formas cada vez mais esculturais e é adotado o padrão de oito casas – ainda com quatro cordas uníssonas, padrão este estabelecido na Espanha. É possível ver alusões ao instrumento em diversas pinturas e esculturas do período medieval, principalmente em igrejas da Espanha, França e Itália.

A Quitarra italiana, com cinco cordas

Na Itália, a Chitarra é modificada mais uma vez. Os italianos adicionam, além de ornamentações ao instrumento, uma quinta corda individual ao conjunto de quatro pares de cordas uníssonas, formando um instrumento de cinco cordas. Como uma quinta corda é adicionada, os italianos batizam o novo instrumento de Quitarra. Este é o primeiro instrumento a trazer a afinação hoje padrão, ou seja, A, D, G, B e E (Lá, Ré, Sol, Si e Mi), mas com uma pequena diferença no formato, já que as costas da Quitarra são abauladas. 

Porém, o instrumento de quatro cordas continua existindo e, para diferenciar, os italianos criam as nomeações Quitarra (quatro pares de cordas uníssonas) e a Quitarra Batente (quatro pares de cordas uníssonas e uma única corda individual). Outra importante diferença entre a Quitarra e a Quitarra Batente é que esta última amplia o número de casas de oito para dez ou doze, dependendo da região que o Luthier se localizava.

Um desses Luthieres, Antonio Stradivari (1644 – 1737) readaptou a Quitarra. Famoso por causa do violino Stradivarius, Stradivari modifica o corpo da o Quitarra, tornando as costas planas e alongando o braço do instrumento, fazendo-o capaz de suportar cinco pares de cordas. Complementando, mais casas são adicionadas, totalizando agora dezesseis.

A Quitarra de Stradivari (à esquerda), com as costas planas (centro)
e a Quitarra de Thielke (direita), com cordas individuais

Gradualmente, a Quitarra evoluiu para seis pares de cordas (doze cordas), pela exigência na amplificação do som, melhoria da técnica  e aperfeiçoamento de obras compostas para outros instrumentos. Porém, como o transporte da Quitarra tornava-se cada vez mais complicado por causa das suas dimensões e de seu peso, cria-se uma Quitarra somente com cordas individuais. O alemão Joakim Thielke (1641 – 1719) é um dos primeiros Luthieres a fazer esse tipo de instrumento. 


A guitarra de Antonio Torres

O próximo passo foi dado pelo espanhol Antonio Torres, que no início do século XIX, alterou as proporções do instrumento aumentando o número de casas, o formato da mão, estabelecendo seis cordas individuais e fazendo a emissão do som através de uma boca circular. Nascia assim a Guitarra. Graças à essas mudanças sutis, aumentou drasticamente a forma como o som se propagava, ampliando o som e permitindo que espaços maiores pudessem receber o instrumento. Era o início dos grandes bailes e a Guitarra surgia como a salvação da lavoura para fazer as bases que a Chitarra e o Alaúde não conseguiam mais fazer nos espetáculos.


A forma como Torres criou a Guitarra virou o padrão e toda a Europa começou a fabricar o instrumento no mesmo estilo. Alemães, franceses, italianos e espanhóis especializaram-se na construção estudando madeiras, anatomias e até mesmo novos estudos para substituir as cordas de tripa que desgastavam-se facilmente.

Os alemães foram os responsáveis por levar a Guitarra para os Estados Unidos. Surgem os primeiros grandes Luthieres da guitarra como Christian Friedrich Martin (1796 – 1873), o criador da Guitarra de Doze Cordas, na qual ele usa seis pares de cordas feitas de aço, uma novidade para a época. O aço, além de durar muito mais que as tripas, amplificava o som e tornava a Guitarra facilmente audível em casas de concerto para até mil pessoas. Mas as mudanças de Martin afetaram o tamanho da Guitarra que ficou mais pesada e maior. A Guitarra de Doze Cordas continua a ser usada ainda hoje, mas não é a preferida da maioria dos músicos.

Com o crescimento da Guitarra, aparecem os primeiros músicos que se especializam no instrumento. Vários são os grandes nomes da Guitarra entre os séculos XIX e início do século XX, destacando os espanhós Fernando Sór (Espanha, 1778 – 1839), um dos primeiros criadores de técnicas como o dedilhado, escalas para solos e harmonização de acordes); Andrés Segóvia (Espanha, 1893 – 1987), responsável por transcrever peças clássicas do Alaúde, Violino, Violoncelo e piano para a Guitarra, uma revolução na época; e Francisco Tárrega (1852 – 1909), para muitos, o maior virtuose da Guitarra em todos os tempos.

Grandes guitarristas da história: Fernando Sór, Andrés Segóvia e Heitor Villa-Lobos (acima);
Agustin Barrios e Fernando Tárrega (abaixo)

Na América do Sul, dois nomes surgiram com força: Agustín Barrios (Paraguai, 1885 – 1944) consagrou-se por ter saído do meio dos índios e se tornar um dos maiores compositores para a Guitarra em todos os tempos, destacando a linda “La Catedral” e também a excelente “La Ultima Canción – Una Limosna por el Amor de Dios“. Outro grande nome da Guitarra na América do Sul foi o brasileiro Heitor Villa-Lobos. Apesar de não ser um exímio músico, suas composições são tratados no estudo da arte da Guitarra como primordiais, sendo o verdadeiro Be-a-Bá para o aprendizado de qualquer iniciante no instrumento.

Voltando aos Estados Unidos, no início do século XX o Luthier Orville Gibson (1856 – 1918) construiu a primeira guitarra com boca oval e o corpo mais próximo ao corpo do violoncelo, em dimensões menores. É por causa da semelhança com o violoncelo (muito parecido com a Viola clássica) que os portugueses passam a chamar a Guitarra de Viola e os brasileiros de Violão. Gibson é o primeiro também a criar formas diferentes ao instrumento, adicionando o que hoje conhecemos como guampas. Um funcionário de Gibson, Lloyd Loar (1886 – 1943) diminuiu as proporções da Guitarra de seu mestre, possibilitando o primeiro passo para a eletrificação do mesmo.

Na década de 20, o jazz surge com força nos bailes e teatros. A Guitarra, para sustentar o alto volume dos metais e da bateria, precisava ser ligada a um amplificador. A fábrica Gibson então constrói a primeira Guitarra Elétrica, na verdade uma Guitarra Semi-acústica modelo ES150, lançada em 1936 e usada posteriormente por nomes como Steve Howe (Yes).

Orville Gibson e o primeiro modelo com boca oval (acima);
Les Paul, Leo Fender e O. W. Appleton (abaixo)

A eletrificação da Guitarra tornou o instrumento um atrativo a mais nas casas de shows. Novos nomes surgem, aperfeiçoando a obra de Gibson e Loar. Les Paul, Leo Fender e O. W. Appleton (todos americanos) especializam-se na arte de construir Guitarras, cada um da sua maneira, empregando captadores elétricos de som e criando os famosos modelos Les Paul, Stratocaster e Telecaster. 

Com a chegada do rock ‘n’ roll na década de 50 e a expansão do estilo através da década de 60, nascem os primeiros heróis da Guitarra Elétrica. Jimi Hendrix trouxe os pedais que distorciam e davam peso ao instrumento. Eric Clapton adaptou as escalas de blues criando novas melodias. Jeff Beck mostra a virtuosidade com solos repletos de improvisos e a destruição do instrumento em pleno palco. Assim como Pete Townshed, outro criador de riffs imortais. Ainda no rock: Jimmy Page, Tony Iommi, Ritchie Blackmore, Vince Martell, Mick Box, Rory Gallagher, Jerry Miller, John Cippolina, Frank Zappa, Robbie Krieger, Carlos Santana… A lista é interminável de nomes que com a Guitarra na mão passaram a incentivar milhares de jovens mundo a fora e ajudar no momento do êxtase e alívio de uma geração que vivia no meio da incerteza do pós-Guerra, na Guerra Fria entre URSS e Estados Unidos e também no auge da Guerra do Vietnã.

No jazz e no blues: Wes Montgomery, Robert Johnson, B. B. King, Muddy Waters, John Mayall, Charlie Christian, Pat Metheny, Larry Coryell, Philip Catherine, John McLaughlin, Al di Meola, Paco de Lucia, John Abercombrie, Jim Hall e o mago Django Reinhardt são alguns exemplos que adaptaram a sonoridade elétrica a leveza de seus estilos também consagrando-se internacionalmente.

No final dos anos 70, início dos anos 80, aparecem os verdadeiros virtuoses. Capazes de tocar diversas notas por segundo, fazerem malabarismos com as escalas e inovar na forma de tocar, sendo não somente um Guitarrista, mas um artista em cima do palco: Eddie Van Halen, Steve Vai, Joe Satriani, Yngwie Malmsteen, Randy Rhoads, Jake E. Lee, Slash e muitos outros entram nesse balaio. Com eles, guitarras de dois, três e até cinco braços (como o caso do desconhecido Steve Puto) ajudam a mostrar o lado espalhafatoso do instrumento que havia começado apenas com quatro cordas e um único braço emitindo sons por uma caixa simples de madeira.

O jogo Guitar Hero, um dos maiores sucessos em games na atualidade


Hoje, a guitarra é o símbolo máximo do rock ‘n’ roll. Qualquer adolescente e criança que goste de rock, quer ser guitarrista. Basta ver o sucesso de vendas do game Guitar Hero, que encontra-se atualmente na sua décima sexta edição (tendo homenageado bandas como Aerosmith, Van Halen e Metallica), dando mais inspiração para uma nova geração de garotos e garotas que apreciam o instrumento para que, quem sabe um dia, possam se tornar um novo membro do ilustre hall de grandes Guitarristas da história!

5 comentários sobre “História da Guitarra

  1. Muito bom que este blog não fica só enaltecendo músicas, músicos e bandas e resolva prestar a devida homenagem ao maior astro do rock: a guitarra. Espero que esse texto maravilhoso sirva de motivação para a abordagem de outros aspectos do rock que não seja a idolatria pura e simples.Parabéns, Mairon!!!

  2. Bah, em quantos lugares se pode ministrar uma palestra sobre as origens da guitarra e seus desdobramentos? Parabéns pelo esclarecimento didático e também à professora Cristine pela oportunidade de ter aberto esse espaço!

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