James Gang – Miami [1972]
Por Daniel Benedetti
Miami é o sétimo álbum de estúdios da banda norte-americana James Gang, lançado em julho de 1974. Após Joe Walsh deixar a James Gang, o baixista Dale Peters e o baterista Jim Fox continuaram a banda, trazendo o vocalista Roy Kenner e o guitarrista Domenic Troiano (ambos ex-membros da banda canadense Bush). Com esta formação, o grupo lançaria mais dois álbuns, Straight Shooter e Passin’ Thru, ambos em 1972.
Mas, em entrevistas recentes, Fox afirmou que as coisas não funcionaram musicalmente com Troiano como era esperado, então, Troiano deixou a banda em 1973 (e futuramente se juntaria ao Guess Who). Troiano foi substituído pelo futuro guitarrista do Deep Purple, Tommy Bolin, depois que Joe Walsh ligou para recomendá-lo à banda. Bolin se juntou à banda em agosto de 1973 e apareceu em dois álbuns, Bang! e Miami, que viu a banda mudar da ABC Records para o selo Atco, da Atlantic Records.
Durante a gravação de Miami em 1974, Kenner teve problemas legais após uma apreensão de drogas e inicialmente não estava disponível para a gravação. Outros vocalistas teriam sido testados, mas eventualmente Kenner conseguiu retornar para completar o álbum. Não satisfeito com a direção musical e frustrado com a indiferença de Bolin em relação ao novo material, Kenner avisou, dizendo a Fox e Peters, que permaneceria até que um substituto fosse encontrado. Então com uma formação que contava com o vocalista Roy Kenner, o guitarrista Tommy Bolin, o baixista Dale Peters e o baterista Jimmy Fox, o grupo entrou no Criteria Studio, em Miami, para gravar o álbum que traria o nome da cidade. Tom Dowd, que foi o produtor do disco (creditado com a banda), toca teclados e piano no disco, junto a Albhy Galuten.
A capa é uma versão preta da capa do seu segundo álbum, James Gang Rides Again, com o novo título e um flamingo rosa adicionado na parte inferior. “Cruisin’ Down the Highway” abre o álbum com vigor e ótimas intervenções da guitarra de Bolin. O swing de “Do It” é contagiante, com ótimos vocais de Kenner. “Wildfire” tem um
toque bluesy muito bem-vindo, com a bateria de Fox bem acentuada. “Sleepwalker” é uma boa balada, com Kenner e Bolin se destacando. “Miami Two-Step” e “Praylude” são duas pequenas faixas instrumentais que não acrescentam muito ao álbum.
“Red Skies” é um ótimo Blues Rock. “Spanish Lover” traz Bolin fazendo os vocais, sendo mais contida e intimista. A festiva “Summer Breezes” é simples, mas contagia. O disco é encerrado com outra boa canção, a balada “Head Above the Water”. O grande destaque de Miami é a forma com que Tommy Bolin traz as guitarras, com muito talento e muito feeling. Kenner também é um vocalista com seus predicados, entretanto, é notável que, apesar de possuir algumas boas canções, Miami prova que a James Gang nunca verdadeiramente se recuperou da saída do grande Joe Walsh.
Ciente da insatisfação de Kenner, Tommy Bolin, desiludido, decidiu sair da banda também, embora de uma maneira um pouco diferente: sem aviso prévio e simplesmente não aparecendo para um show. Bolin passou a trabalhar com Dr. John e Alphonse Mouzon e tentou formar outro grupo com o futuro tecladista de Crosby, Stills e Nash, o Mike Finnigan, antes de aceitar a oferta do Deep Purple em 1975.
A James Gang, em 1975, lançaria seu penúltimo álbum de estúdios, Newborn, com uma formação diferente.
Track list
- Cruisin’ Down The Highway
- Do It
- Wildfire
- Sleepwalker
- Miami Two-Step
- Praylude / Red Skies
- Spanish Lover
- Summer Breezes
- Head Above The Water
Muito legal a resenha, sobretudo por destacar o belo trabalho do Bolin nesse álbum, na minha opinião o melhor que ele gravou com a James Gang (aliás, que seção rítmica fantástica que Fox e Peters formavam! Joe Walsh nunca teve uma tão boa novamente). Só dois detalhes que gostaria de chamar a atenção: Troiano já tinha colaborado com o Guess Who antes de se juntar à James Gang, embora só se tenha tornado membro da banda depois de sua passagem pela gangue, e o Bolin, entre sua passagem por este grupo e o Purple, participou do álbum do Moxy, que foi inclusive destacado aqui na Consultoria.
Valeu por complementar o post, amigo. Acabei não citando o Moxy (acabei me esquecendo mesmo), embora o disco e a banda sejam ótimos, mas é só mesmo uma participação.
Ótima resenha, obrigado por compartilhar! James Gang é obrigatório em qualquer boa discoteca de rock – abraços!
Valeu, Marcelo. Muito obrigado.
Abraço!