20 Anos de The Neon God – Part II: The Demise

20 Anos de The Neon God – Part II: The Demise

Por Mairon Machado

* Fotos retiradas deste site 

Hoje encerro a saga de Jesse James através da segunda parte de The Neon God, álbum que ante-ontem, 28 de setembro, completou 20 anos de seu lançamento. Na primeira parte fomos apresentados a história do menino que perdeu o pai, sofria abusos psicológicos da mãe e acaba em um orfanato, onde lá passa a ser abusado por uma das irmãs. Em busca de escapar daquele sofrimento, ele pula em um poço, tentando suicídio. Porém, acaba sobrevivendo, e mandado para uma enfermaria, onde conhece o mundo das drogas e percebe que talvez tenha poder de persuasão sobre as demais pessoas. Com 14 anos, Jesse foge do orfanato e vai viver nas ruas, onde conhece Judah Magic, um mágico capaz de ler as mentes das pessoas. Ambos se tornam os melhores amigos, criam uma espécie de seita (ministério) na qual Jesse torna-se o novo messias, o Neon God, com seguidores por todo o mundo. A história da primeira parte encerra-se justamente quando Jesse começa a se confrontar se ele realmente deveria estar fazendo suas falsas messianidades, iludindo as pessoas, e continuando com aquilo, ou seja, por que ele estava no mundo.

W. A. S. P. na The Neon God Tour *

The Neon God: Part 2 – The Demise conclui a saga de Jesse em busca deste sentido da sua vida. Na formação, Blackie Lawlees (voz, guitarra, baixo, teclados e percussão), Darrell Roberts (guitarra, vocais, percussão), Mike Duda (baixo) e Stet Howland (bateria e percussão). Frankie Banali, que havia participado na primeira parte, acaba ficando de fora aqui. Diferentemente de The Rise, The Demise não tem músicas que se passam por vinhetas. São nove canções, sendo oito delas entre 3 e 4 minutos, e uma com mais de 13 minutos que faz todo o gran-finale da história. Antes de começarmos a destrinchar as canções, vamos novamente adentrar no encarte do CD.

Começamos com a fala do próprio Lawless, o idealizador de tudo aqui: “Em meu questionamento para fazer as duas partes de Neon God, tive muito da busca pela alma. Eu estava muito crítico nos últimos anos nas minhas visões de religiões ‘organizadas’. Parecia que minha única (alma) proposta para gravar discos era fazer as pessoas a pensar por elas mesmas. Não é importante o que eu penso ou acredito, mas o que você pensa de você mesmo. As pessoas me perguntam ‘por que você tem estado tão crítico sobre religião organizada, você não acredita em um ser supremo?’. Eu creio em Deus, mas o que eu creio não é o assunto aqui, porém eu seria hipócrita em expandir minhas crenças pessoais por que seria culpado de fazer as mesmas coisas que eu critíco nos outros.

Nessa história, Jesse, embora seja uma vítima, serve como um grande símbolo de humanidade na qual ELE É a humanidade, tentando achar sentido em sua vida e, em resumo, buscando por redenção. Jesse conta a seus seguidores que é ‘perigoso pendurar sua face (imagem) nas paredes’, o que significa que nenhum homem está acima de outro, e que nenhum homem é Deus, e que ninguém deve ser enganado como tal. Se você sentir que não tem nenhuma proposta real em sua vida, então sirva aos outros. Você irá encontrar sua verdadeira proposta nisto. Se você já sabe onde está indo, então mostre ao resto de nós o caminho! Isto é tudo o que estamos trilhando … O destino só depende de você!!!

Palavras de Lawless sobre Neon God, no encarte do mesmo

Tendo então a apresentação por Lawless, vamos à sequência da história via encarte. Desta feita, são apenas três páginas para nos dizer o que irá acontecer na próxima uma hora de audição. Novamente, a tradução é livre. Tudo começa com uma citação ao livro da revelação: “Da minha boca veio o poder de mudar – Nosso ministério do amor pagão era agora a idolatria de mim“. Vamos ao texto:

Estávamos no meio do nosso maior avivamento mundial. Na Time-Square, no meio de Nova Iorque. Eu olhei para cima e lá, em uma tela gigante, estava eu. Meu rosto milhares de vezes maior do que minha vida. Irradiando eletronicamente como um grande cometa atravessando o céu. Brilhando como um grande farol. Lá estava eu. Sem mais fenômenos de culto, o dia do reconhecimento havia chegado. Eu era o Neon God. Minha mensagem estava sendo transmitida para televisões ao redor do mundo. O poder da mídia eletrônica está além da compreensão, especialmente quando você pode vender às pessoas a ideia de amor e imortalidade. Isto tudo parece uma droga com poder monstruoso que dopa as massas, e uma vez que você os fisga, você os têm pelo resto da vida. É verdade que ‘o poder absoluto corrompe absolutamente’. Então eu era o Rei de todas as coisas corruptas.

Não era tanto a mensagem como mensageiro. Tudo estava na entrega. Era uma ideia simples realmente. Dê às massas falsas esperanças e retorne às massas dando amor … e poder. Basicamente viciados em drogas negociando drogas. Eu dava para todos os discípulos novos nomes, com uma proposta dual. Primeiro, levá-los a acreditar que eram mais importante do que realmente eram, mas também dar a eles um sentido de renascer por um novo pai … eu!

Texto com a parte final da história no encarte do álbum (Página 1)

Foi o pico do meu ministério! Mas em uma de nossas celebrações noturnas, alguma coisa capturou meu olho. Com a luz do palco diretamente onde eu estava, algumas vezes era difícil de ver a congregação, mas existia uma imagem metade na luz, metade na esuridão, que eu não podia claramente reconhecer. A imagem manteve-se atraindo minha atenção em sua direção. Parei de falar e foquei na imagem. Perguntei se poderia vir à frente e se apresentar. Lentamente, três homens e uma mulher, nús, vieram para a luz. Tinhamos uma nova seguidora. Eu não tinha visto sua face a aproximadamente 28 anos, mas ainda a conhecia. A última vez que vi seu rosto eu estava histérico, com medo e quando vi ela, o mesmo sentimento brotou sobre mim novamente. O rosto era da minha mãe. Ela tinha me abandonado todos aqueles anos, e agora voltou para clamar por seu filho. Eu era o pedaço rompido de seu filho. Um pequeno coração inocente, quebrado em dois, e deixado para curar-se por si mesmo. Nunca pensei que poderia ter minhas terminações nervosas expostas novamente. Mas elas tornaram-se vivas com cada pulsação. Foi o sinal de ver ela naquele estado pagão, ou apenas ver ela, que me enfureceu.

Aquele estranho rio de emoções opostas, ódio e amor, repulsão e atração, queria tocar seu rosto, mas apagá-lo para sempre de minha mente. Eu estava em um lugar seguro por muito tempo, mas mais uma vez ela veio e destruiu completamente meu mundo. Ela tentou colocar seu caminho novamente na minha vida. Após o choque inicial de ver ela novamente, eu vi ela pelo que realmente ela era … lixo sem esperança de redenção. Perdida numa auto-estrada imaginária. Era uma visão precária de qualquer maternidade. Ela estava morta para mim por muitos anos, mas não mais do que agora. Ela me adorava como seu Deus? Oh mamãe, por que você veio? Ela deu-me a vida ao mesmo tempo. As vezes eu fantasiava de como iria reagir ao vê-la novamente, mas nunca é como você pensa que irá acontecer. Existem poucas emoções puras na vida … ódio!

Após ela ir embora, nada parecia mais importar para mim. Por muito tempo eu soube que não era filho de Deus. Não era um profeta. Eu era uma farsa, um vigarista, um mentiroso que tinha medo de cada coisa no mundo.

Texto com a parte final da história no encarte do álbum (Página 2)

Passei semanas tentando fazer algum tipo de sentido na minha vida. Chamei meu círculo interno, Judah e os discípulos juntos, para falar que eu estava deixando aquilo e não era o Messias que eles acreditavam ser. Podia ver o olhar de descrença em seus rostos. Todos, exceto Judah. Ele foi o único cara que me sustentou por anos pelo mundo. Mas agora existia um problema. Esta coisa de ‘nós’ havia se tornado um grande negócio, e uma vez que você está nisso, está pelo resto da vida. Sua raiva comigo era enorme, e eles me apelidaram Neon Dion para expressar seu desprezo por mim. Uma espécie de zombaria sarcástica para exaltar um líder que fora idolatrado. Existia um problema, e o problema era eu.

Como eu não estava mais disposto a ser seu fantoche, eu representava um grande risco para o culto. Expôr a mim mesmo de qualquer forma derrubaria nosso castelo de cartas. Mas eu deveria saber que Judah era esperto para me deixar seguir muito à frente dele. Muito inteligente para deixar este império Neon se ir. Sua inquietação era grande. Eles planejaram minha morte para o mundo inteiro ver, mas não acreditavam que eu tinha conhecimento disso. Não era apropriado que tudo termine assim!

Há muito tempo desci a montanha onde a tormenta violenta trovejou. Ao contrário do arbusto ardente de Abraão, eu não recebi nenhum sinal. Eu perguntei a Deus: ‘O que você quer de mim?’ O silêncio foi ensurdecedor. Então, meu caminho estva claro. O grande caminho da montanha para agora. Por que então este conlito eterno ainda enfurece minha alma? Começo minha descida ao poder embriagante ainda atormentado com a pergunta eterna, em busca da Trilha Sagrada. Existe algo lá fora maior do que nós? Existe um Deus? Eu espero que sim … por que eu não sou ele …

Texto com a parte final da história no encarte do álbum (Página 3)

Este é o texto que abre o livreto de Neon God, e diretamente vamos para a voz de Blackie Lawless entoando o nome de “Never Say Die”, apresentando a segunda parte da história, em uma música pesadíssima, e claro, com grande destaque para o refrão, nas quais os discípulos clamam por Jesse, assim como Judah pergunta para Jesse qual será o caminho a ser seguido em busca do Sol de Neon (Neon Sun), ao paraíso. É o auge do ministério e do endeusamento de Jesse.

“Ressurector” é uma faixa mais hardeira, na qual Jesse se comunica com o ministério, pedindo para seus discípulos mostrarem seu amor submisso, que pintem o nome dele em suas faces, e dizendo que ele é o Deus que eles precisam. “Fall before me and bring me love in here we are all pagan naked celebrations … show me your blind submissive love, paint my name accross your face in everlasting blood” (“Caiam diante de mim e tragam-me amor aqui somos todos pagães em celebrações nuas … mostreme seu amor submissivo, pinte meu nome em seus rostos em sangue perpétuo“). Chamo atenção para a melodia vocal desta parte, pois ela irá retornar mais adiante, mas com uma temática diferente, e que fará um sentido muito interessante. Outro destaque vai para o belo solo de Roberts, bastante “fritado”, e o andar cavalgante na euforia final da congregação, implorando por mudança em suas vidas.

O ministério está consolidado, e então, com acordes que ouvimos na abertura de The Rise, “The Demise” é o apogeu de Jesse. Diante da congregação, ele abençoa seus discípulos, dizendo ser o novo Messias, e retomando às falas já exaltadas na primeira parte através de Judah, mas agora por toda a congregação “Dying for you … Our God is you … Falling for you … Our God is you” (“Morremos por você … Nosso Deus é você … Caímos por você … Nosso Deus é você“). Musicalmente, o instrumental tem na bateria e nos teclados o centro das atenções, mas claro, os vocais de Lawless aterrorizam no papel de Jesse, carregados de peso “Come to me and see me in you can you feel it, oh I’m running through you … Your new God, I feel it, believe it … (Venham à mim e vejam-me, você pode sentir isso? Estou correndo através de você … seu novo Deus, eu sinto isto, acredite nisto …“).

Blackie Lawless *

Chegamos então no momento de maior tensão da história, “Clockwork Mary”. Durante sua fala para a congregação, eis que sua mãe aparece entre os discípulos, sendo reconhecida por Jesse. O dedilhado da guitarra é lindo, lembrando momentos de The Crimson Idol, enquanto Jesse fala para sua mãe “Oh mama where you gone … claim me your son … mama why’d you come … you gave but taken my life” (“Ó mamãe onde você foi … clame por mim, seu filho … mamãe você veio … você deu-me e tirou-me a vida“). Camadas de teclados entram, dando mais amargura para a voz de Lawless, e assim, Jesse desabafa “I born in your sin, Mary’s lie cause I know all that you hide … here in your naked grace” (“Nasci do seu pecado, mentirosa Maria, por que sei que tudo o que você esconde … aqui em sua graça nua“), e então, repentinamente, guitarra, baixo e bateria estouram as caixas de som, para Jesse expurgar sua raiva contra a mãe “I’ll kill the beast so to free my soul and smash the tears … I curse the darkness impassioned plea … to satisfy the vengeance in me” “Matei a besta e liberei minha alma, e esmaguei as lágrimas … amaldiçoei a escuridão com um apelo apaixonado … para satisfazer a vingança em mim“). Mais um belo solo de Roberts, e a faixa encerra-se com a dramática lembrança que Jesse queria apenas alguém para amá-lo “All I need was someone to love me” (“Tudo o que eu queria era alguém para me amar“).

“Tear Down The Walls” é mais uma faixa veloz, muito boa, com a pancadaria comendo solta na bateria, e onde Jesse volta-se para a congregação, após o re-encontro com sua mãe, tentando convencê-los de que ele não é o Todo-poderoso. Percebendo o que estava acontecendo, Judah entra em ação durante “Come Back to Black”, para manter Jesse como líder. Uma canção pesada, rocker, que chama a atenção novamente os vocais de Lawless mudando totalmente para interpretar o papel de Judah. Outro refrão poderoso aqui, relatando as falas dos discípulos e de Judah para Jesse, que se faz ausente de falas nessa bela faixa.

“All My Life” é uma espécie de confrontação de Jesse com ele mesmo. Ele percebe que perdeu toda a sua vida, vivendo num mundo de dor, sem ninguém para amá-lo ou ouvi-lo “all my life lost in a dream … All my life no place for me … I can’t take it no more … my pain is too much, no one hears me, there ain’t no love” (“Toda a minha vida perdido em um sonho … toda minha vida e nenhum lugar para mim … Não posso seguir adiante … minha dor é enorme, ninguém me ouve, não existe amor“), e volta ao passado, renegando aqueles que fizeram parte de sua vida dizendo para não tocá-lo (Sister Sadie, sua mãe, Judah e os discípulos), com a frase “please don’t touch me” sendo balbuciada entre lágrimas. Novamente a guitarra surge limpa, apenas com efeitos de eco, e os vocais dramáticos de Lawless tomam conta, nessa que é certamente a faixa mais carregada de emoções de ambos os álbuns. O solo de teclado ao final é arrepiante (com uma sequência de notas que me lembra algo de The Crimson Idol), e “All My Life” funciona como “Hold on to My Heart” funciona para The Crimson Idol. Uma bela preparação para o grande finale que virá.

Darrell Roberts *

A pancadaria retorna em “Destinies To Come (Neon Dion)”. Judah confronta Jesse, dizendo que há um novo mundo, mudanças, um novo tempo, e que Jesse não pode acabar com isso, chamando-o de cego, e que nada pode mudar os destinos das pessoas. Chegamos então aos 13 minutos de “The Last Redemption”, a mais longa faixa da carreira do W. A. S. P. , e onde Jesse finalmente fala ao mundo. Tudo começa com exatamente os mesmos acordes que iniciaram “Overture” lá na parte I, e com Jesse gritando “Take me, shame me, I made you to lay my name on your tongues”  (“Tomem-me, envergonhem-me, eu fiz vocês colocarem meu nome em suas línguas“) seguindo “Hate me, slay me, it’s danger to hang my face on your walls” (“Odeiem-me, matem-me, é perigoso colocar meu rosto em suas paredes“). O desabafo é forte, e a canção vai ganhando força junto com os gritos de Lawless, até Jesse dizer “If I die for you will my life have counted, give me the truth, would it mean anything” (“Se eu morrer por vocês minha vida irá ter servido, dê-me a verdade, iria signigicar algo?”).

Enquanto o ministério não acredita no que Jesse está dizendo, que quer morrer pelos discípulos, e ele segue, dizendo que mentiu para milhares, sendo um enganador, um Senhor para ninguém, um Messias de milhares mas com sangues aos pés, Messias de nada. A congregação grita incrédula “We’re dying for you … our god is you … falling for you … give us the truth” (“Estamos morrendo por você … nosso Deus é você … caímos por você … dê-nos a verdade“), na melodia que citei anteriormente.

Um pouco mais de Blackie Lawless *

O desabafo de Jesse segue “I am no God of all your lost religions, prophet for love … I was the chosen one” (“Eu não sou um Deus de todas as religiões, profeta do amor … Eu era o escolhido“). É Jesse jogando na cara dos discípulos toda sua falsidade, sob um ritmo avassalador. “Take my name in vain … I Messiah of nothing … I wanna die” (“tome meu nome em vão … eu sou um messias do nada … quero morrer“), para então vir a emblemática estrofe “No don’t came to me no don’t believe in your God of love … I can’t deceive no more no don’t believe … Your God you see’s all make believe Neon” (“Não venham a mim não acreditem no seu Deus do amor … eu não posso enganá-los mais, não acreditem … O deus que vocês veem é tudo um Neon de faz-de-contas“).

Os discípulos se rebelam, e o clima fica tenso musicalmente, com acordes pesados. “You’re fucked for life, die for us a Messiah please … die so we’ll all believe” (“Você fudeu pra vida, morra por nós um messias por favor … morra e então acreditaremos“). O ritmo cavalgante retorna para a fala de Jesse “I Messiah nothing, why would you remember anymore if I die” (“Sou um messias do nada, por que vocês não irão lembrar de mim nunca mais se eu morrer“), e assim temos um curto trecho onde os teclados marcam presença, com um riff bem no estilo Iron Maiden feito pela guitarra. É um trecho épico, que leva para as falas finais de Jesse. Primeiro, sobre um dedilhado emocionante, ao mundo: “all I need was someone to love me … there’re no one who cares” (“Tudo o que eu necessitava era alguém para me amar … aqui não tem ninguém que se importe“), repetindo vocalmente a melodia do dedilhado da guitarra, com uma voz chorosa. Depois, com a guitarra mandando ver em acordes abertos, grita para Deus: “tell me my Lord why am I here, surely not to live in pain and sorrow … are we to hide inside and fear forever never ending road of tears” (“Diga-me meu Senhor por que estou aqui? Certamente não para viver em dor e desgraça … escondendo-se com medo para sempre em uma estrada de lágrimas sem fim“).

Mike Duda *

Retornando ao ritmo cavalgante, começa a discussão entre Judah e Jesse, num crescendo fantástico. O jogo de vozes aqui é arrepiante, com Lawless fazendo o papel de ambos os personagens, onde Judah tenta ainda persuadir Jesse, que fala agonizantemente. É um longo trecho, tenso, empolgante, épico, um dos melhores da carreira do W. A. S. P., que acontece aos 11 minutos da faixa (nem vimos que se passaram isso), para explodir na última fala de Jesse ao mundo, repetindo “no don’t came to me no don’t belive in your God of Love … I can’t deceive it no more … no don’t belive don’t die for me, you’re all deceived for love” (“Não venham à mim não acreditem em seu Deus do amor … Eu nao posso enganar mais … não acreditem não morram por mim, vocês todos foram enganados por amor“), fechando a história com uma belo solo de guitarra e longos acordes de teclados e guitarra, enquanto os pratos estouram as caixas de som. Fantástico!

Concluo estes dois textos com uma opinião pessoal. Ambos os álbuns não são meus favoritos do W. A. S. P., quiçá Top 5 (até me deu uma ideia para um Do Pior Ao Melhor da banda), mas é inegável que a criatividade de Blackie Lawless estava voando alto aqui. A história se desenrola muito bem entre as canções (com o auxílio do livreto), e musicalmente, há grandes momentos em ambos os álbuns. Depois de Neon God, o W. A. S. P. lançou bons discos, Dominator (2007), Babylon (2009) e o destaque para Golgotha (2015), além da recriação de The Crimson Idol no álbum Reidolized (The Soundtrack To The Crimson Idol) (2017). Nenhum dos três álbuns de inéditas consegue chegar ao nível musical e teatral realizado há 20 anos atrás. Os Neon God são discos para serem, ao menos, conhecidos por aqueles que apreciam Heavy Metal e álbuns conceituais!

Contra-capa do CD

Track list

1. Never Say Die

2. Resurrector

3. The Demise

4. Clockwork Mary

5. Tear Down The Walls

6. Come Back To Black

7. All My Life

8. Destinies To Come (Neon Dion)

9. The Last Redemption

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