Melhores de 2024: por Marcelo Freire
E hoje encerramos as listas individuais dos Melhores Discos de 2024. Em dois dias lançaremos a lista final, bem como nossa playlist com canções dos 10 Melhores de 2024.
Agradeço a generosidade de vocês ao permitirem que os leitores pudessem contribuir. Defendo que 2024 é um dos melhores anos em termos de lançamentos dos últimos 12, 13 anos, sem sombra de dúvidas! Dessa forma, minha seleção (tanto dos 10 melhores quanto das menções honrosas) traz álbuns que não foram mencionados em nenhuma das listas até então publicadas. Um grande abraço do fã de vocês!
1º – Jerry Cantrell – I Want Blood
Se ainda havia alguma dúvida sobre a origem da magistral sonoridade do Alice In Chains, o 4º disco solo de Jerry Cantrell deixa claro de onde ela vem. É inevitável imaginar as belas composições do guitarrista na voz de Layne Staley (duvido não pensar nisso ao ouvir “Off the rails”), morto por overdose em 2002, mas rapidamente entramos nas densas e sombrias paisagens de Cantrell, que revela-se um dos maiores compositores de sua geração, vide as pequenas obras-primas “Afterglow”, “Echoes of laughter” e “Let it lie”. É um pecado não ouvir este álbum inteiro, do começo ao fim, na ordem e sem pular nenhuma faixa.
2º – Brant Bjork Trio – Once Upon a Time in the Desert
Com pouco mais de três décadas em intensa atividade (Kyuss, Fu Manchu, Mondo Generator, Vista Chino e, mais recentemente, Stöner, além de sólida carreira solo), o mestre do stoner rock Brant Bjork nos brinda com seu mais novo projeto, em uma aula de desert rock, psicodelia e a pegada de quem parece que não vai parar tão cedo. Há quanto tempo não víamos uma sequência de abertura de álbum tão boa quanto “U.R. Free”, “Backin’ The Daze” e “Higher Lows”? Escolha sua rota em um deserto americano (Mojave, Sonora, Chihuahua) e esta é a trilha perfeita.
3º – Myles Kennedy – The Art Of Letting Go
Mais um cinquentão (55 anos, Bjork 51 e Cantrell, 58) no pódio! Esse é um daqueles discos que, se você não ouviu ainda, vai logo de cara, após os 2 minutos iniciais da primeira música (que dá nome ao álbum), querer cantar junto o refrão e pensar “Como assim ainda não o tinha ouvido?!”. Em seu terceiro trabalho solo, o também vocalista da banda Alter Bridge e parceiro em vários trabalhos com Slash apresenta uma faceta diferente do bom e velho rock and roll em cada uma das 10 músicas do álbum, seja nas mais lentas ou nas mais pegadas, como ele próprio disse em recente entrevista: “Com esse novo álbum, quis que fosse uma coleção de músicas e com uma narrativa que mudasse de música para música.” Difícil destacar uma faixa, mas “The art of letting go”, “Mr. Downside” e “Dead to rights” devem estar na sua próxima playlist de rock na estrada.
4º – Valley Of The Sun – Quintessence
5º – The Chronicles of Father Robin – The Songs & Tales of Airoea – Book III
6º – The Luna Sol – Vita Mors
7º – Texas Hippie Coalition – Gunsmoke
8º – Pobre Orfeu – Duas Recompensas Sem Nome
9º – Gavial Haze – Gavial Haze
10º – Von Hertzen Brothers – In Murmuration
Menções honrosas (arquivo, ao vivo e regravações)
1º – Mombojó – Carne de Caju
Se constasse na lista oficial, seria pódio
2º – Jethro Tull – The Jethro Tull Christmas Album (Deluxe Box Set)
3º – Zakk Sabbath – Doomed Forever Doomed Forever
4º – Trapeze – Lost Tapes Vol. 2
5º – Stöner – Hittin’ the Bitchin’ Switch
Sim, Brant Bjork novamente, o homem não para!
6° Paul McCartney and Wings – One Hand Clapping
7° Slash – Orgy Of The Damned
8° Rival Sons – Pair of Aces – Pt. 1 & Pt. 2
Os melhores que ficaram de fora dos 10 melhores
– Phil Mogg – Moggs Motel
– Judas Priest – Invincible Shield
– David Gilmour – Luck and Strange
As 10 melhores menções honrosas
1º – Lyndethal, Provenance
2º – Nestor, Teenage Rebel
3º – The Cure, Songs Of A Lost World
4º – Pearl Jam, Dark Matter
5º – Rotting Christ, Pro Xristoy
6º – Liam Gallagher & John Squire, Liam Gallagher & John Squire
7º – The Quill, Wheel of Illusion
8º – House Of Lords, Full Tilt Overdrive
9º – The Black Crowes, Happiness Bastards
10º – Magnum, Here Comes the Train
Os 44 ótimos e bons lançamentos que ficaram de fora…
Beardfish, “Songs for the Beating Hearts”
Big Big Train, “The Likes of Us”
Black Country Communion, “V”
Black Pantera, “Perpétuo”
Blues Pills, “Birthday”
Blackberry Smoke, “Be Right Here”
Boogarins, “Bacuri”
Brittany Howard, “What Now”
Bruce Dickinson, “The Mandrake Project”
Collective Soul, “Here To Eternity”
Corey Glover’s Universe, “Corey Glover’s Universe”
Deep Purple, “= 1”
Demon, “Invincible”
DeWolff, “Muscle Shoals”
Donavon Frankenreiter, “Get Outta Your Mind”
Eclipse, “Megalomanium II”
Empire of the Sun, “Ask That God”
Fjordheksa, “Ashlad”
Gatecreeper, “Dark Superstition”
Gary Clark Jr., “JPEG RAW”
Hatefulmurder, “I Am The Power”
High on Fire, “Cometh the Storm”
Jack White, “No Name”
Jupiter Cyclops, “Age Of The UFOnaut”
King Gizzard & The Lizard Wizard, “Flight b74”
Kingfisher Sky, “Feeding The Wolves”
Lenny Kravitz, “Blue Electric Light”
Lucifer, “V”
Marjana Semkina, “Sirin”
Marty Friedman, “Drama”
Mdou Moctar, “Funeral for Justice”
Mind Control, “This Present Darkness”
Motorpsycho, “Neigh!!”
Myrath, “Karma”
Nightwish, “Yesterwynde”
Oath of Persistence, “Fear of the Unknown”
Opeth, “The Last Will and Testament”
Piah Mater, “Under the Shadow of a Foreign Sun”
Praying Mantis, “Defiance”
Richie Kotzen, “Nomad”
Saxon, “Hell, Fire and Damnation”
Sebastian Bach, “Child Within The Man”
Sergeant Thunderhoof, “The Ghost of Badon Hill”
Sweet, “Full Circle”
The Black Keys, “Ohio Players”
The Jesus And Mary Chain, “Glasgow Eyes”
The Troops of Doom, “A Mass to the Grotesque
The Warning, “Keep Me Fed”
U2, “How To Dismantle An Atomic Bomb (Re-Assemble Edition)”
Warlord, “Free Spirit Soar”
Da lista principal eu só ouvi os do Jerry Cantrell e do Myles Kennedy, ambos muito bons. Os outros tenho que explorar, muita coisa aí eu não conheço. E nos discos mencionados também tem muita coisa legal que preciso conhecer ao lado de outros bons lançamentos do ano passado. Valeu pelas recomendações, Marcelo!
Fico feliz que tenha gostado! E espero que curta alguns dos demais também, coloquei tudo na postagem para dar uma ideia do volume de coisas boas do ano passado!
Ótima lista Marcelo!
Que tal um desafio? Eu vou atrás de todos os discos que recomendou aqui dos estilos que eu gosto e você vai atrás de todos da minha lista dos estilos que você gosta?
Desafio aceito, até porque a inspiração para mencionar tantos lançamentos veio da sua lista hahahahehaheha! Da minha parte, vai ser fácil, pois eu já tinha feito essa lição de casa e ouvido muita coisa da sua lita (pode ver que vários apareceram nos álbuns que mencionei…), mas irei rigorosamente ouvir todos. E que bom que gostou da lista, fico feliz!
Já fui atrás aqui de Jerry Cantrell, Brant Bjork Trio, Valley of the Sun, Pobre Orfeu e vários outros que não tinha ouvido. Tirando os que eu já ouvi, deu uns 14 álbuns entre a lista que citou e da lista grande dos que ficaram de fora.
E eu já estou aqui numa imersão no metal que colocou nas suas listas e não mencionei na minha, estou com uns 19 álbuns que ainda não ouvi da sua lista.
E se curte stoner rock, vai se amarrar tanto no Valley of the Sun quanto no Brant Bjork Trio da lista principal.
Já o Pobre Orfeu é uma escolha personalíssima: trata-se de um projeto musical de um prolífico músico sorocabano, Victor Fortes. Com um catálogo de mais de 100 músicas lançadas nos últimos 10 anos entre bandas e outros projetos, ele criou o Pobre Orfeu em 2021 para ampliar sua expressão artística sem se limitar a um gênero ou estilo específico. “Duas Recompensas Sem Nome” é o primeiro álbum conceitual do Pobre Orfeu, inspirado pelo western spaghetti de Sergio Leone e pelas trilhas icônicas de Ennio Morricone, e uma de minhas maiores paixões na vida é o faroeste! O álbum traz 9 faixas instrumentais ambientadas nos EUA do século XIX, durante a conquista do oeste, e o disco conta uma história ficcional que se desdobra por meio dos títulos e das melodias. A decisão de não incluir vocais, ao meu ver, reforça o caráter de trilha sonora e valorizar o instrumental, que já se destaca com riffs e melodias marcantes. Se não curte trilhas sonoras e, sobretudo, faroeste, pule-o.
muito boa essa lista. brant bjork é fenomenal e um detalhe : eu não sabia que o Von Hertzen Brothers – In Murmuration tinha lançado o album. mas deve ser bom Também. na próxima postagem vou soltar a minha lista.
Que massa que curtiu a lista, Gugu; confesso que foi uma luta decidir entre Jerry Cantrell e Brant Bjork para o alto do pódio…
Von Hertzen Brothers é para ouvir com calma, sem pressa e sem dividir as atenções com outras atividades – se assim o fizer, logo estará de joelhos, as harmonias dos caras são sublimes…