Por Leonardo Castro
Como superar um álbum aclamado como clássico pela mídia e pelos fãs? Assim como outros dois discos lançados em 1986,
Reign in Blood do Slayer e
Pleasure to Kill do Kreator, o disco anterior do Dark Angel,
Darkness Descends, havia sido uma aula de brutalidade e agressividade, levando a intensidade do thrash metal a níveis inalcançáveis até então. E em
Leave Scars, lançado originalmente em 1989 e agora disponível no mercado brasileiro através da
Shinigami Records, a banda conseguiu o improvável: manter as principais características que fizeram do disco anterior um clássico, demonstrar uma evolução técnica impressionante e manter a qualidade das composições.
O disco abre com a sensacional
“The Death of Innocence”, que mantém a velocidade alucinante do disco anterior, mas apresenta riffs mais técnicos e variados. Tudo isso sem contar com o excepcional trabalho de bateria de Gene Hoglan e dos vocais do então novo integrante, Ron Rinehart, mais técnico e menos exagerado que seu anterior, Don Doty. Contudo, “Never to Rise Again” mostra que o álbum tem mais variedade que seu antecessor, com uma levada não tão rápida, mas cativante, e com direito a ótimos solos de guitarra.
“No One Answers” abre com uma clássica “paradinha” thrash metal, e na sequência tem um riff típico do Slayer, quando o ritmo acelera mais uma vez, tornando a música brutal, mesmo com seus mais de sete minutos de duração.
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Dark Angel em 1989: Eric Meyer (guitarra), Ron Rinehart (vocal), Gene Hoglan (bateria), Mike Gonzales (baixo) e Jim Durkin (guitarra) |
Outra música longa vem em seguida, a instrumental “Cauterization”. Com diversos riffs e mudanças de andamento, a faixa demonstra claramente o caminho mais técnico e complexo que a banda seguiria no disco seguinte, Time Does Not Heal, de 1991. A faixa seguinte é uma versão acelerada de “Immigrant Song”, do Led Zeppelin, que infelizmente não funcionou muito bem nesta roupagem thrash metal. Entretanto, na sequência temos “Older Than Time Itself”, uma das melhores músicas do disco. Após uma entrada soturna, que lembra a de “For Whom The Bell Tolls”, do Metallica, a música explode em um riff rápido e vigoroso, que lembra o material de Darkness Descends. Mais uma vez, é impossível não elogiar o trabalho das guitarras e o baterista Gene Hoglan.
Após a curta introdução “Worms”, temos outro destaque do disco,
“The Promise of Agony”. Menos extrema e com diversas mudanças de andamento, a faixa lembra a fase
South of Heaven (1988) do Slayer, e mais uma vez conta com excelentes riffs e solos. O disco se encerra com a faixa-título,
“Leave Scars”, outro clássico da banda. Mais direta e tradicional, a música tem um riff inesquecível e trechos perfeitos para o mosh.
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Contracapa do original em viinil |
Com Leave Scars, o Dark Angel mostrou que era capaz de fazer mais do que apresentou em Darkness Descends, evoluindo tecnicamente sem comprometer o peso e a velocidade apresentados no clássico disco anterior. A produção é típica de sua época, 1989, mas não compromete em nada a audição do álbum. Se você curte um thrash metal mais extremo e agressivo, mas ainda técnico com muitas variações, aproveite o lançamento deste disco em terras brasileiras e garanta já o seu! A nova versão traz ainda quatro faixas bônus, versões ao vivo retiradas do EP Live Scars, de 1990.
1. The Death of Innocence
2. Never to Rise Again
3. No One Answers
4. Cauterization
5. Immigrant Song
6. Older Than Time Itself
7. Worms
8. The Promise of Agony
9. Leave Scars
10. The Death of Innocence [Live] [Faixa bônus]
11. No One Answers [Live] [Faixa bônus]
12. Leave Scars [Live] [Faixa bônus]
13. Never to Rise Again [Live] [Faixa bônus]
Cara…
Eu achei esse disco fraco demais. Não gostei de quase nada e achei a produção ruim…
Aquela história de que gosto é algo totalmente pessoal é a mais pura verdade…