O Podcast Grandes Nomes do Rock dessa semana homenageia uma das principais bandas de metal do Brasil, o grupo paulistano Viper. Em uma hora e meia de programa, apresentamos canções e raridades do grupo com e sem Andre Mattos nos vocais, versões originais para covers que o Viper interpretou ou gravou durante sua carreira, e também canções de Andre Mattos pós-passagem pelo Viper.
O início do Viper tem suas origens no bairro paulistano de Santa Cecília. Lá, Felipe Machado (guitarras), Yves Passarel (guitarras) e seu irmão Pit Passarel (baixo, voz) eram vizinhos e amigos desde pequenos, tendo “trabalhado” como donos de jornal, fliperama e construtores de bicicletas. Como nenhum dos “empregos” anteriores deu certo, começaram a construir suas atividades musicais, mesmo sem ninguém ter um instrumento sequer. Daí surgiu a Dragon, com Pit na bateria. O nome acabou não durando muito, assim como os posteriores, Pruckles e Rock Migration.
Com o passar do tempo, conseguiram uma guitarra e uma caixa antiga de escola de samba. Com instrumentos, passam a surgir as primeiras composições, ganhando destaque “H. R. (Heavy Rock)”, bem como os primeiros shows. O irmão de Felipe, Nando Machado, passou a integrar a Rock Migration tocando baixo. Com o dinheiro dos shows, cada integrante foi conseguindo um instrumento melhor. Sem grana, Pit passou a tocar o baixo de Nando, que havia desistido da carreira musical. A bateria foi assumida então por Markus Kleine, e assim, influenciados por Kiss, Black Sabbath, Deep Purple, Uriah Heep e Judas Priest, passaram a ver seu nome crescendo na região. Markus não durou muito no posto, sendo substituído por Cássio Audi.
Uma das primeiras fotos do grupo: Cassio Audi, Pit Passarel, Andre Mattos, Yves Passarel e Felipe Machado
Ao mesmo tempo, outras bandas surgiram entre os amigos e também entre os membros da Rock Migration, com destaque maior para a Nephtuno, que tinha como vocalista Andre Matos. Foi com a mescla de diferentes bandas que acabou surgindo o Viper. No final de 1984, o Viper fez uma de suas primeiras aparições ao público, tocando em um festival de talentos. Na apresentação, interpretaram “H. R.” e “Paranoid” (Black Sabbath), conquistando o terceiro lugar do evento, ficando atrás de um grupo que ninguém lembra o nome, mas que interpretou “Bandolins” de Oswaldo Montenegro.
Sem dinheiro, os irmãos Passarel arranjam um serviço como entregadores de pizza, onde conseguem dinheiro para comprar instrumentos melhores. Nessa altura do campeonato, Felipe já possuía uma guitarra Giannini, o que era considerado um grande avanço pelos garotos.
Em 1985, vendo o crescente sucesso das performances de Andre Matos, convidam o mesmo para fazer parte da banda. Ele topa e, como por muita sorte, conseguem dinheiro para gravar a primeira demo, que posteriormente levou-os a assinar contrato com a gravadora da Rock Brigade. Vale a pena ressaltar que a idade média dos guris era 15 e 17 anos na época.
Em 1987 então é lançado o álbum Soldiers of Sunrise, com influências diretas de Judas Priest, Helloween e, principalmente, Iron Maiden. O disco é uma pauleira atrás da outra, destacando as clássicas “Knights of Destruction”, “The Whipper”, “H. R.”, “Soldiers of Sunrise” e a ótima instrumental “Killera (Princess of Hell)”.
Foto da contra-capa de Soldiers of Sunrise
O álbum acabou vendendo bem, garantindo então um contrato com a gravadora Eldorado. Nessa época Andre começou a frequentar mais assiduamente as aulas de música, indo parar na Faculdade de Artes Santa Marcelina, onde passou a dedicar-se ao canto lírico, o que viria a influenciar fortemente o segundo trabalho do grupo, Theatre of Fate, o qual já contava com o baterista Guilherme Martin no lugar de Cássio Audi.
Lançado em 1989, esse álbum mostrou o Viper para o mundo, conquistando mercados principalmente na Europa e no Japão, sendo que no país do sol nascente venderam mais que bandas como Van Halen, Nirvana e Firehouse. O álbum é composto por diversas pérolas, e traz um Viper diferente do primeiro disco, mais influenciado pelas bases melódicas de Iron e Judas, bem como o peso do Black Sabbath e, principalmente, a participação da música erudita, seja através dos violinos, como por citações a Beethoven, Mozart e Vivaldi. Além disso, Andre tocou teclados e sintetizadores na maioria das canções.
Os grandes de Theatre of Fate são “At Least A Chance”, “To Live Again”, a lindíssima “A Cry From the Edge”, “Living For the Night” e “Prelude to Oblivion”, além da linda peça clássica “Moonlight”, uma recriação para “Moonlight Sonata”, de Beethoven.
Os integrantes, com exceção de Andre, não curtiram muito a virada no som, e preferiam seguir um caminho mais pesado, ao estilo do primeiro álbum. Então, mesmo com o sucesso de Theatre of Fate, Andre decide terminar sua faculdade de música ao invés de retomar os sons mais pesados e seguir carreira com o Viper, seguindo uma extremamente bem-sucedida carreira ao lado de Angra, Shaman, e também solo.
Além disso, Guilherme também pulou do barco, sendo então substituído por Renato Graccia. A solução foi voltar as origens, com Pit assumindo novamente os vocais, e assim, abriram para o Black Sabbath quando os mesmos estiveram no Brasil pela primeira vez, em 1992. Graças a Theatre of Fate, partiram para a Alemanha, onde gravaram o terceiro álbum, Evolution, em 1992. Ali, abandonam as influências da música clássica e do metal melódico, partindo para rumos novos, como o hard rock de bandas como Guns N’ Roses, e também o peso de nomes como o Metallica. Com muito peso, temos um disco que contém no mínimo mais dois hinos da carreira do Viper, “Rebel Maniac” e “The Shelter”, além da cover para a versão rápida de “We Will Rock You”.
Formação de sucesso internacional: Felipe Machado, Yves Passarel, Pit Passarel e Renato Graccia
Aproveitando-se da gravação na Alemanha, a banda partiu para uma pequena turnê pelo país e também por Hungria, Croácia, Áustria, Suíça e Japão, onde foi registrado o ao vivo Maniacs in Japan, o qual tem como destaques maiores o acompanhamento tipo Rob Halford de Pit em “Evolution”, o longo solo de bateria em “Still the Same”, bem como a engraçada apresentação da banda em japonês, com os integrantes Felipe Son e Ives Passarell Son. Além disso, temos o ótimo público japonês participando nas faixas “We Will Rock You” e “Living For the Night”, mostrando como os nipônicos realmente são um povo de respeito.
Andre Mattos
Por lá, lançam o EP Vipera Sapiens, com músicas inéditas que ficaram de fora do álbum Evolution, como “Acid Heart”, “Killing World” e uma versão acústica para “The Spreading Soul”. Em 1994 a banda foi uma das atrações principais no Monsters of Rock de São Paulo, e também abriu a turnê do Metallica por nossas terras.
Em 1995 a mesma formação deEvolution lançou Coma Rage. O álbum traz um Viper ligado aos novos sons que estavam surgindo pelo mundo, muito próximo ao punk rock, destacando as paulada “Coma Rage” e “Straight Ahead”, além da cover para”I Fought the Law” (Sonny Curtis and the Crickets) e a ótima “The Last Song”.
Em 96, lançamTem Pra Todo Mundo, que não agradou com a sua sonoridade “abrasileirada”. Com todas as canções cantadas em português, os maiores destaques foram as covers par “Dinheiro” (Tim Maia) e “Mais do Mesmo” (Legião Urbana)”. No ano de 1999, é lançada a coletânea Everybody Everybody – The Best of Viper, que apresenta os grandes sucessos do grupo desde seu primeiro álbum até Tem Pra Todo Mundo.
Em 2002, Yves ingressou no Capital Inicial, com quem gravou os álbuns Rosas e Vinho Tinto (2002), giGante! (2004), MTV Especial: Aborto Elétrico (2005), Eu Nunca Disse Adeus (2007) e Das Kapital (2010), enquanto Pit fundou o Pit Passarell and the Lucratives.
Ricardo Bocci, Renato Graccia, Felipe Machado, Val Santos e Pit Passarel
Em 2005, o grupo voltou a ativa, com Ricardo Bocci (vocais), Val Santos (guitarra) e Guilherme Martin (bateria), além de Pit e Felipe. Nesse ano, sai o DVD Living for the Night – 20 Years of Viper, com imagens de toda a carreira da banda, e a demo-tape Demo 2005. Guilherme foi substituído por Renato Graccia, e o grupo voltou aos estúdios para em 2007, lançar All My Life, voltando ao metal melódico e destacando a participação de Andre Mattos em “Love is All” e de Yves Passarle em “Violet”.
O grupo fez uma pequena turnê, seguida de uma longa pausa. Nesse meio tempo, Felipe passou a se dedicar ao jornalismo, enquanto Pit e Ricardo estão com suas bandas solo e Renato trabalha com um grupo de blues.
Vinis lançados pelo Viper
EPs, CDs e o DVD com imagens raras
Track List Podcast # 23 – Pet Sounds
Bloco 01
Abertura: “Woudn’t it be Nice” [do álbum In Concert – 1973]
“Woudn’t it be Nice” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“You Still Believe in Me” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“That’s Not Me” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“Don’t Talk (Put Your Head on My Shoulders)” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“I’m Waiting for the Day” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“Let’s Go Away for Awhile” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“Sloop John B” [do álbum Pet Sounds – 1966]
Bloco 02
Abertura: “You Still Believe in Me” [do álbum In Concert – 1973]
“God Only Knows” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“I Know There’s an Answer” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“Here Today” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“I Just Wasn’t Made for These Times” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“Pet Sounds” [do álbum Pet Sounds – 1966]
“Caroline No” [do álbum Pet Sounds – 1966]
Bloco 03
Abertura; “Sloop John B” [do álbum In Concert – 1973]
“Woudn’t it Be Nice (Highlights from Tracking Date)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“You Still Believe in Me (Highlights from Tracking Date)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“You Still Believe in Me (Stereo Backing Track)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Don’t Talk (Put Your Head on My Shoulders) (vocal Snippet)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Don’t Talk (Put Your Head on My Shoulders) (Brian’s Instrumental Demo)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Here Today (Highlights from Tracking Date)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Hang On to Your Ego” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“God Only Knows (Sax Solo)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Caroline No (Promotional Spot # 1)” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Caroline No (Original Speed Mono Mix) [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
“Dog Barking Session” [do álbum The Pet Sounds Sessions – 1997]
Bloco 04
Abertura: “Pet Sounds” [do álbum Pet Sounds Live – 2002]
“Skulle de’ va’ skönt” [do álbum Frida Ensam – 1975 (Anni-Frid Lyngstad, vocalista do ABBA)]
“Sloop John B” [do álbum Graffiti Soul Deluxe Edition – 2009 (Simple Minds)]
“God Only Knows” [do álbum Tonight – 1984 (David Bowie)]
“I Know There’s an Answer” [do álbum Goo Deluxe Edition – 2005 (Sonic Youth)]
“Hang On to Your Ego” [do bootleg The Rough Diamonds Studio Sessios 1987 / 1991 – 1995 (Pixies)]
Encerramento: “Caroline No” [do álbum In Concert – 1973]
A música “Dinheiro” do álbum “Tem pra Todo Mundo” é uma música própria do Viper e não um cover do Tim Maia, porém no disco ao vivo “Live Maniacs in Japan” eles regravaram a música “Não Quero Dinheiro”. Essa sim e do TM.
Grande Viper! Finalmente nesse mês consegui um Theatre of Fate em cd para a minha coleção.
Parabéns pela escolha desse podcast, mairon!
abrass
Vlw Thiago
Abrasssssssss
Na primeira foto os nomes estao trocados na legenda.
O primeiro é o Cassio e o ultimo é o Felipe.Não tenho o Killera Sword,onde eu acho pra baixar?
Obrigado pela correção Marcio, e sobre o Killera, vc pode baixar ele aqui
http://bootlegsangrashaman.blogspot.com/2011/03/viper-killera-sword-demo-1985.html
A música “Dinheiro” do álbum “Tem pra Todo Mundo” é uma música própria do Viper e não um cover do Tim Maia, porém no disco ao vivo “Live Maniacs in Japan” eles regravaram a música “Não Quero Dinheiro”. Essa sim e do TM.
Obrigado pela correção Wanderson. Abraços