Direto do Forno: Steve Morse – Out Standing in Their Field [2009]
Por Micael Machado
Este, na verdade, é um “direto do forno de microondas”, pois vamos tratar de um disco lançado em 2009: Out Standing in Their Field, da Steve Morse Band, que a gravadora Hellion faz o grande serviço de lançar no mercado brasileiro agora em 2011.
Sabe quando você vai ouvir um disco sem muitas pretensões e acaba surpreendido por um som que vai lhe acompanhar por um longo período? Pois foi o que aconteceu comigo ao colocar este álbum no CD player. Há muito tempo eu não ouvia um conjunto de músicas tão bom quanto este!
Não que isso seja uma grande surpresa, vindo de um cara talentoso e competente como Steve Morse. Caso alguém ainda não saiba, este é o mesmo sujeito que passou pelo Dixie Dregs, pelo Kansas e por outras bandas de menor expressão, além de comandar as seis cordas no jurássico Deep Purple desde 1993. Mas sua carreira solo (que vem desde 1984) nunca foi deixada de lado, sendo este seu lançamento mais recente. O disco é totalmente instrumental, mas isso não é nenhum demérito para sua qualidade.
Algo que merece ser mencionado após ouvirmos Out Standing in Their Field é que, apesar de o trio levar o nome do guitarrista, o trabalho de grupo é bastante valorizado, sendo que Morse muitas vezes é um mero coadjuvante de seus comparsas, o competente baterista Van Romaine e o excepcional baixista Dave LaRue. Aliás, esse sujeito merece um aparte: já escrevi algumas vezes que sou um baixista frustrado, não por não saber tocar este instrumento, mas por não conseguir fazer nem metade do que meus ídolos fazem com as quatro cordas. E esse LaRue é de causar inveja até em quem acha que manja do riscado. O que ele faz com o baixo neste disco é brincadeira, em muitos momentos tomando a frente do grupo e assumindo para si todos os holofotes, como no solo de “Time Junction“, nos malabarismos de “More to the Ponit” ou na versão gravada ao vivo de “Rising Power“, que fecha o play. Simplesmente imperdível para quem curte esse instrumento tantas vezes injustiçado no mundo do rock.
Claro que Morse também demonstra sua técnica, que não se baseia na velocidade e em malabarismos circenses como tantos outros guitar heroes por aí. Morse joga para o time, a favor da música, valorizando a melodia e priorizando a composição em detrimento do exibicionismo. Há momentos mais “vejam como eu sei tocar”, como em “Brink of the Edge” ou “Flight of the Osprey” (que chega a enganar com seu início acústico, dando a impressão de ser uma balada, mas virando um rock agitado e empolgante). Mas, mesmo nessas, o que se destaca é a maneira como as linhas de guitarra se encaixam nas melodias, e não a técnica ou o virtuosismo do guitarrista americano.
Entre as demais faixas, a curta “Baroque N Dreams” já entrega no título o seu estilo: uma composição clássica, com Morse ao violão e mais um belo trabalho de LaRue no baixo. A faixa de abertura, “Name Dropping“, é um belo exemplo de que não é preciso ter vocais para uma música ser empolgante e emocionante. A divertida “John Deere Letter” lembra aqueles filmes que se passam no meio-oeste americano, cheios de perseguições de carros por estradas poeirentas e caipiras cantando e dançando em botecos cheios de gente. As demais faixas não deixam a bola do disco cair, completando um dos melhores trabalhos lançados nos últimos anos.
Mesmo que você não curta música instrumental, dê uma chance a Out Standing in their Field. Garanto que não irá se arrepender.
Não fiz as contas aqui, mas será que podemos dizer que o Steve Morse é o guitarrista que mais tempo ficou no Deep Purple?
Fiz as contas aqui:
– Ritchie Blackmore 1968-1975 e 1984-1993 (7+9=16anos)
– Tommy Bolin 1975-1976 (1 ano)
– Steve Morse 1993-2011 (18 anos)
Interessante Bueno, o melhor guitarrista ficou 1 ano, o pior, 18
Minha duvida é: ele entrou em 93 ou em 94 depois do Satriani?
E o Satriani ficou 4 meses né?
Bolin melhor que Blackmore? No mundo dos teus sonhos, seu fanfarrão!
Só o Mairon para a char o Bolin melhor que o Blackmore…
Que eu saiba o Morse entrou ainda em 93, quando o Satriani não quis ficar no grupo depois de uma excursão pela europa e Japão. Agora quanto tempo o Satriani ficou no Purple, aí já não sei precisar.
Vi a capa do disco e achei que fosse o emblema do Corinthians.. rs
E esse cara parece um pouco com o Humberto Gessinger, com bem menos talento do que nosso compatriota, óbvio! xD
Groucho, sem palavras quanto à sua comparação Morse/Gessinger!
Estou estupefato com tamanha fanfarronice!
Isso nem é mais fanfarronice, é molecagem mesmo!
O Satriani ficou uns tres ou quatro meses em 1993. Acho que é isso. É muito difícil comprar caras com nível tão alto, mas o guitarrista do Deep Purple é o Blackmore, não há dúvidas. Adoro os discos do Tommy Bolin e estou conhecendo a fase dele com o James Gang. Já as coisas do Steve Morse fora do DP nunca tinha me interessado. Quem sabe esse disco não é uma porta de entrada.
Somente os surdos podem não reconhecer o talento de Bolin. Ao lado de Glenn Hughes e David Coverdale, Bolin revolucionou a música do Deep Purple, tirando todo o couro e macheza das bibas enrustidas do Gillan e do Blackmore e adicionando a suavidade, malemolência e principalmente, a categoria vocal que os três tinham, que complementada pela versatilidade de Paice e Lord, culminaram no melhor disco do Purple disparado, Come Taste the Band. Uma pena Bolin não ter entrado em Stormbringer, por que dai sim, teriamos com certeza neste álbum um dos melhores de todos os tempos
Concordo contigo Grocuho. Apesar de não curtir Engenheiros, o Gessinger toca bem mais q esse engolidor de notas do Morse
Depois disso acho que gente pode passar a régua nos comentários desse post, não é?
hahasahhaahahahahauh
Se Bolin é melhor guitarrista que o Blackmore ou não, isso passa-me ao lado, agora que o "Last Concert in Japan" me arrepia todo (e como!!!) e o Made in Japan não (mesmo tendo eu os duplos originais em vinil e cd…) Bolin foi uma enormíssima perda no mundo do Rock, mas infelizmente esquecido.
Cheers pessoal
Hermes
Keep on Rockin'
m/