Stratovarius – Elysium [2011]
Por Leonardo Castro
Em meados dos anos 90, o Stratovarius estava na crista da onda da então nova safra do power metal melódico. Unindo a influência do Helloween e dos primeiros discos de Yngwie Malmsteen ao talento para compor do guitarrista e mastermind Timo Tolki, os discos Episode e Visions caíram nas graças do público e da mídia, catapultando a carreira da banda. Entretanto, apesar de manter a alta popularidade, os discos seguintes foram perdendo impacto, e o grupo foi passando por diversos problemas com seu guitarrista e principal compositor. Após inúmeras indas e vindas, acusações de todos os lados e até factóides criados para manter o nome da banda na mídia, Tolki saiu da banda e deixou o nome para seus ex-companheiros, que recrutaram o guitarrista Matias Kupiainen e seguiram em frente, lançando o disco Polaris em 2007.
Em 2011, foi lançado o segundo disco desta nova encarnação da banda, Elysium. E os fãs podem se alegrar, pois é certamente o melhor disco da banda desde Destiny, de 1998, e apesar de apontar novos caminhos para o som da banda, nos remete bastante para sua fase clássica.
“Darkest Hours” abre o disco com um belo arranjo de teclado e tem um excelente refrão, além de uma pegada deliciosamente pegajosa. “Under Flaming Skies” remete ao som clássico da banda, com um riff mais pesado e refrão com andamento acelerado.“Infernal Maze” revisita ainda mais esta fase. Apesar de ter um início mais épico, com o vocal de Timo Koltipeto a capela, a música possui um riff bem típico do grupo, que lembra o material dos clássicos Episode e Visions, incluindo os duetos entre guitarra e teclado nos solos.
É importante ressaltar como o novo guitarrista Matias Kupiainen se destaca no disco, não apenas com composições fortes, mas com uma performance bem superior à do disco anterior. “Fairness Justified” é mais lenta, mas não pode ser considerada uma balada devido a sua atmosfera pesada. “The Game Never Ends” acelera o ritmo mais uma vez, mais direta e pesada, e tem outro bom refrão. “Lifetime In A Moment” também é lenta e soturna, mas tem uma certa influência do AOR oitentista de bandas como Journey, influencia esta que se apresenta diversas vezes durante o disco.
“Move The Mountain” é uma típica balada da banda, e assim como as outras, um tanto desnecessária e repetitiva. Entretanto, “Event Horizon” mais uma vez nos remete à sonoridade dos discos Episode e Visions, com direito a belos floreios do novo guitarrista, e é um dos melhores momentos do disco. O disco se encerra com a longa faixa-título, também repleta de influências oriundas do AOR, e que apesar de ter diversos belos momentos, também tem vários desnecessariamente cansativos. Se ao invés de ter 18 minutos, tivesse 9, talvez fosse mais eficiente e convincente.
Em resumo, Elysium pode não ser comparável ao que o Stratovarius fez de melhor nos anos 90, mas revisita com sucesso esta fase, apresentando algumas composições bem inspiradas, e apresenta novos caminhos que a banda pode seguir, evitando assim cair na mesmice que alguns de seus discos se tornaram em meados dos anos 2000.
Leonardo, achei um disco de médio para bom. Mas, sem dúvida, tem exatamente aquilo que os fãs do grupo esperam da banda.
Abraço.
Depois do Infinite eu perdi o interesse. Ouvi muitas críticas negativas do Polaris falando que a falta do Timo Tolki era muito sentida. Vou ouvir esse para ter uma opinião…
Minha opinião é semelhante à do Fernando: desde "Infinity" perdi o interesse pelo grupo. Até "Destiny" a banda fez coisas bem legais que podem ser apreciadas até por quem não curte heavy metal melódico (ô rótulo danado!). Depois que o Timo Tolli saiu da banda, aí sim perdi o interesse totalmente. Sequer passei os ouvidos pelos discos sem ele. Quem sabe uma hora dessas… mas passa longe de ser prioridade.