Podcast Grandes Nomes do Rock #14: U2
Por Mairon Machado
Continuamos homenageando os artistas internacionais que estão se apresentando pelo Brasil durante esse mês de abril. Desta vez, viajaremos para a Irlanda, de onde saímos com diversos clássicos da carreira do U2 em suas versões originais, bem como o U2 tocando covers, bandas e artistas homenageando o U2 e também um bloco com versões originais para canções que Bono e cia. registraram durante sua carreira como covers, seja em álbuns oficiais, seja em shows ao redor do planeta.
O embrião do U2 começou a ser desenvolvido em 1976, quando Larry Mullen Jr., um jovem baterista de apenas 14 anos, morador de Dublin, colocou um anúncio no quadro de sua escola, a Mount Temple Comprehensive School, procurando músicos para tocar com ele. No dia 25 de setembro daquele ano, seis pessoas responderam ao anúncio de Larry: Paul Hewson (Bono), vocalista, os irmãos Dik e David Evans (The Edge), ambos guitarristas, e um amigo de infância dos irmãos Evans, Adam Clayton, que se encarregaria do baixo. Peter Martin e Ivan McCormick também estiveram presentes no local indicado para a primeira reunião desse novo grupo.
Mullen batizou o projeto de The Larry Mullen Band, modificado posteriormente para Feedback. Depois do primeiro ensaio, Martin nunca mais deu as caras, e McCormick saiu do grupo após algumas semanas. O quinteto passou a compor algumas canções, mas o repertório das apresentações do jovem grupo irlandês consistia basicamente de clássicos do punk britânico, como The Clash, Buzzcocks, The Jam e Sex Pistols.
Em março de 77, o Feedback adotou um novo nome, The Hype, o que foi sucedido pela saída de Dik, que preferiu seguir seus estudos. Dik realizou seu último show com o The Hype em uma igreja presbiteriana da cidade de Howth. Ao sair do palco, o grupo já tinha um novo nome, U2, dado por um amigo de Adam, Steve Averill, que sugeriu diversos outros nomes no mesmo molde, mas U2 acabou sendo o escolhido. No dia de São Patrício de 1978, o U2 teve seu primeiro momento de fama, ganhando um show de talentos em Limerick, Irlanda, cujo prêmio consistia em 500 libras e mais algumas horas em estúdio para a gravação de uma demo, a ser produzida pela CBS irlandesa. O U2 gravou a demo em maio do mesmo ano. Em setembro de 79, saiu o EP Three, que foi um grande sucesso nas paradas irlandesas, e, em dezembro, o grupo fez suas primeiras apresentações na Inglaterra. Em fevereiro de 1980, lançaram o single “Another Day” apenas para o mercado irlandês, mas um contrato com a gravadora Islands permitiu ao grupo uma ampliação de sua carreira, começando com o single “11 O’Clock Tick Tock”, bem como o primeiro LP, Boy, lançado em outubro do mesmo ano.
As letras das canções do U2 nessa época versavam sobre os sonhos e desilusões adolescentes, e, entre essas canções, a de maior sucesso foi “I Will Follow”. O quarteto partiu para sua primeira turnê pela Europa e pelos Estados Unidos, e Bono começou a despontar como um grande frontman. Em 1981 saiu o segundo álbum, October, apresentando temas voltados para o lado espiritual e religioso, e que acabou não sendo tão bem sucedido quanto o álbum de estreia. Problemas internos contribuiram diretamente para a baixa repercussão de October, sendo que Bono quase saiu do U2 devido a conflitos religiosos com The Edge. Solucionados os problemas, em 83 chegou às lojas War, álbum que finalmente deu o norte para o grupo, com a guitarra de The Edge adquirindo uma sonoridade única e as letras pacifistas de Bono começando a surgir.
O grande sucesso de War foi “Sunday Bloody Sunday”, que narra o horror da guerra na Irlanda do Norte, focando principalmente no incidente conhecido como Domingo Sangrento, ocorrido em Derry, onde tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes dos direitos civis. Além de “Sunday Bloody Sunday”, “New Year’s Day” foi outro grande sucesso do LP, que foi o primeiro do U2 a atingir a posição de número um nas paradas britânicas. A “War Tour” contou com diversos shows que tiveram os ingressos esgotados, principalmente nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. O nome U2 crescia como um dos mais importantes daquela década, sustentado principalmente pelo carisma e pela performance de Bono dentro e fora dos palcos, sendo a imagem do vocalista com uma bandeira branca um símbolo desta fase inicial do grupo. Dessa turnê, saiu o primeiro álbum ao vivo da banda, Under a Blood Red Sky, bem como o vídeo Live at Red Rock.
Em 1984, Bono e Clayton participaram do festival Band Aid, a fim de conseguir dinheiro para os famintos da Etiópia. Desta iniciativa, surgiu o single “Do They Know it’s Christmas?”, a primeira de muitas colaborações beneficentes entre U2 e Bob Geldof. No mesmo ano, o U2 lançou o seu maior trabalho até então, The Unforgettable Fire. Produzido por Brian Eno, este álbum apresentava o U2 com uma temática mais ligada às experimentações, transformando o que ouvíamos em War em um rock próximo à new age. O disco veio recheado de lindos momentos orquestrados e também de um bom arranjo das guitarras de The Edge. Trazia também letras pensativas, que geravam diversas interpretações, revelando ao mundo clássicos do porte de “Pride (In the Name of Love)”, “MLK” e “Bad”. A “The Unforgettable Fire Tour” abriu as portas das arenas e estádios para o U2 abrigar o crescente e imcomparável número de fãs, apresentando sessões pré-gravadas e sequenciadores que auxiliavam na reprodução dos temas originais de canções como a faixa-título, “4th of July” e “Bad”.
O embrião do U2 começou a ser desenvolvido em 1976, quando Larry Mullen Jr., um jovem baterista de apenas 14 anos, morador de Dublin, colocou um anúncio no quadro de sua escola, a Mount Temple Comprehensive School, procurando músicos para tocar com ele. No dia 25 de setembro daquele ano, seis pessoas responderam ao anúncio de Larry: Paul Hewson (Bono), vocalista, os irmãos Dik e David Evans (The Edge), ambos guitarristas, e um amigo de infância dos irmãos Evans, Adam Clayton, que se encarregaria do baixo. Peter Martin e Ivan McCormick também estiveram presentes no local indicado para a primeira reunião desse novo grupo.
Em 85 lançaram o EP Wide Awake in America, e, em julho do mesmo ano, o U2 foi atração da versão europeia do Live Aid, tocando para 82 mil pessoas no Wembley Stadium. Quando tocavam “Bad”, Bono abandonou o palco e foi para o meio do público dançar com uma fã, o que aumentou ainda mais a boa imagem do grupo com relação aos seus fãs, culminando com o batismo da Rolling Stone, no mesmo ano, que os considerou “A BANDA DOS ANOS 80”. O sucesso no Live Aid levou o grupo a conhecer Bob Dylan e Van Morrison, que influenciaram na sonoridade do álbum seguinte. Tentando investir no folk, na música gospel e também no blues, começaram a compor o material de seu quinto LP, ao mesmo tempo em que eram a atração principal da turnê “A Conspiracy of Hope”, promovida pela Anistia Internacional em 1986. Naquele ano, Bono viajou para El Salvador e Nicarágua, trabalhando pela paz nesses países, que passavam por grandes problemas políticos.
Finalmente, em março de 87, foi lançado The Joshua Tree, o álbum do U2 que mais vendeu em menos tempo, permanecendo na primeira posição das paradas americanas durante nove semanas consecutivas. Clássicos como “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “With or Without You” tornaram-se número um tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, mas The Joshua Tree trazia ainda outras grandes canções, como “Bullet the Blue Sky”, “Exit” e “Where the Streets Have No Name”. The Joshua Tree ganhou dois prêmios Grammy no ano seguinte, e até hoje muitas publicações o elegem entre os melhores discos de rock de todos os tempos. Sua turnê foi a primeira na qual o grupo se apresentou somente em grandes estádios, fato que foi registrado no documentário Rattle and Hum, lançado também em vinil duplo, em outubro de 1988, apresentando covers e canções do U2 gravadas ao vivo.
Uma nova turnê foi feita, apresentando canções para o novo LP, e que foi batizada de “Lovetown Tour”, passando apenas por Austrália, Japão e Europa. Essa turnê apresentava o U2 com uma sonoridade diferente das duas fases anteriores, fato que seria comprovado no sétimo álbum de estúdio, Achtung Baby, lançado em novembro de 1991.
Novamente, as mudanças de direção musical quase levaram o grupo ao fim, já que The Edge e Bono estavam fortemente influenciados por música eletrônica, enquanto Clayton e Larry insistiam em manter o rock feito nos três álbuns anteriores. O que ouvimos em Achtung Baby é uma mescla de dance music influências eletrônicas e rock alternativo, sendo esse álbum o mais sombrio e introspectivo da carreira do U2. No entanto, ele revelou as canções “One”, “Mysterious Ways” e “The Fly”, que levaram novamente a mídia especializada a definir mais um álbum do U2 como um dos melhores da história.
Em 92, o grupo participou do concerto “Stop Sellafiel”, promovido pelo Greenpeace, durante a turnê que promoveu Achtung Baby. Batizada de “Zoo TV Tour”, foi a primeira a contar com palcos gigantescos e performances teatrais de Bono. Durantes os shows, um gigantesco telão tomava conta de quase todo o palco, ao mesmo tempo em que Bono debochava da televisão e de pessoas famosas, auxiliado por dezenas de vídeos e efeitos visuais que apareciam no telão.
No intervalo da “Zoo TV Tour”, em meados de 93, foi lançado Zooropa. Originalmente pensado como um EP, Zooropa virou um LP/CD com quase uma hora de duração, tendo a participação de Johnny Cash na canção “The Wanderer”, e destacando também as canções “Lemon” e “Numb”. A sonoridade pop chocou os fãs antigos e não agradou aos novos, mas mesmo assim o U2 não interrompeu seu relacionamento com os samplers e eletrônicos.
Para não manchar ainda mais a carreira do grupo, transformaram-se no projeto experimental Passengers, que também contava com a participação do produtor e músico Brian Eno como membro do grupo. O projeto gravou e lançou o álbum Original Soundtracks 1, em 1995, contando com a participação especial do tenor Luciano Pavarotti na canção “Miss Sarajevo”, outro grande hino da carreira dos irlandeses. Apesar do sucesso do single para a canção, o álbum vendeu muito pouco. Ainda assim, o U2 não pensou em desistir das influências eletrônicas.
Em março de 1997, o grupo chutou o balde e lançou Pop, talvez o pior disco da carreira do grupo, cuja adição de sequências rítmicas, programações, samplers, pré-gravações e batidas funk misturadas com eletrônicas não agradou nem a gregos nem a troianos. Apesar de ter começado muito bem nas paradas, alcançando a primeira posição em 35 países, Pop foi um fracasso de vendas em comparação com os álbuns anteriores.
A solução foi fazer mais uma gigantesca turnê, nascendo então “PopMart”, a mais ousada turnê de um grupo de rock até então, apresentando um gigantesco palco (ainda maior que o da “Zoo TV Tour”) onde estavam presentes um arco dourado, semelhante ao que forma a letra “M” da empresa McDonald’s, com quase 30 metros de altura, uma telão de 46 metros de altura e ainda um enorme limão de 12 metros de diâmetro, de onde o grupo saía durante a segunda parte do show. É com a “PopMart” que o U2 aterrissou pela primeira vez no Brasil, fazendo shows históricos em São Paulo e no Rio de Janeiro. O ponto alto da turnê foi a apresentação do grupo em Sarajevo, mas, no geral, a “PopMart” acabou se revelando um grande fracasso, causando prejuízos financeiros principalmente pelos elevados custos de montagem e manutenção do palco.
O U2 afastou-se dos palcos e dos estúdios durante alguns anos, voltando à cena em outubro de 2000, quando lançaram All That You Can’t Leave Behind, para muitos seu melhor álbum desde The Joshua Tree. Considerado a terceira obra-prima do grupo (ao lado de The Unforgettable Fire e The Joshua Tree), esse álbum estreou em primeiro lugar em 22 países, puxado pelo hit “Beautiful Day”, que recebeu três prêmios Grammy naquele ano. Outros três singles também fizeram muito sucesso: “Stuck in a Moment You Can’t Get Out Of”, “Elevation” e “Walk On”.
O grupo abandonou seu relacionamento com os eletrônicos, voltando para o rock que o consagrou nos anos 80 e para as grandes turnês, agora com a “Elevation Tour”, onde o palco, em formato de coração, possuía uma rampa que permitia o acesso do grupo ao seu público. No início de 2002, o U2 se tornou a atração principal do XXXVI Super Bowl, recebendo o prêmio de melhor show de Super Bowl da história.
Em 2003, Bono e The Edge participaram de um evento contra a AIDS na África do Sul. Já em novembro 2004, How to Dismantle an Atomic Bomb estourou nas paradas mundiais graças ao sucesso de “Vertigo”, que se tornou famosa principalmente por ser a canção da propraganda do primeiro iPod da Apple. Com “The Vertigo Tour”, o grupo apostava em um set list bem variado de show para show, passando novamente pelo Brasil e obtendo um grande sucesso comercial, ao mesmo tempo em que entrava na calçada da fama e participava do festival “Live 8” (2005).
O décimo segundo álbum de estúdio, No Line on the Horizon, foi lançado em fevereiro de 2009, sendo um pouco mais experimental que seus dois antecessores, estreando na primeira posição em 30 países. O grupo deu início à “U2 360° Tour” em 2009, com os shows apresentando a maior estrutura de palco da carreira da banda, com o mesmo sendo posicionado no centro dos estádios, permitindo uma visão 360° do show. A turnê já passou por Austrália, Nova Zelândia, América do Norte e Europa e agora está no Brasil, para três datas com ingressos esgotados na capital paulista. Mais um grande nome do rock a pisar em nosso solo nesse mês de abril.
“Planet Caravan” [do álbum Paranoid – 1970 (Black Sabbath)]
“Into the Void” [do álbum Master of Reality – 1971 (Black Sabbath)]
“Dirty Women” [do álbum Technical Ecstasy – 1976 (Black Sabbath)]
“Air Dance” [do álbum Never Say Die – 1978 (Black Sabbath)]
“Dee (edit Version)” [do álbum Tribute – 1987]
“Look in Any Window” [do álbum Quiet Riot – 1977 (Quiet Riot)]
“Joe’s Blues” [do álbum Voodoo Highway – 1991 (Badlands)]
“Silver Horses” [do álbum Voodoo Highway – 1991 (Badlands)]
“T. A. Z.” [do álbum Sonic Brew – 1999 (Black Label Society)]
“Peddlers of Death” [do álbum Sonic Brew – 1999 (Black Label Society)]
“Purple Haze” [do álbum Make a Difference Foundation: Stairway To Heaven Highway To Hell (1989)]
Esse podcast veio bem a calhar hein? Estou em uma pilha forte de escutar U2. Espero que eles retornem ao Brasil diversas vezes antes da aposentadoria e eu possa ter ao menos uma oportunidade de vê-los ao vivo. Se tocarem "Stay (Faraway, So Close!)" já poderei morrer feliz.
Interessante a inclusão do Anthrax, não fazia ideia que eles haviam gravado "Exit". Divertida também a versão do Pet Shop Boys para "Where the Streets Have No Name", apesar de manter apenas a melodia vocal da original.
Fala Diogo, fiel ouvinte dos podcasts. Teve dois sons especiais para teu gosto. Um já identificaste, o outro, acho que sabiamente sabes qual é. Qual a tua opinião sobre Beat on the Brat? Eu achei muito "moderna" perto da versão original.
Não gosto de Pet Shop Boys. A única coisa "boa" que eles fizeram foi a regravação para Always on my Mind.
Curti fazer esse podcast pois pude ouvir novamente os discos da fase pop, e constatar que o pop e o zooropa não sao tao ruins quanto muitos dizem por ai, e o achtung baby é um bom disco sim. Mas claro, nada bate War e Boy, os melhores do U2 na minha opinião. Essa fase nova é muito do mesmo, e eu não consegui achar muita coisa interessante.
Hehe, sobre "Beat on the Brat", há uma estranheza por o U2 soar para mim, ao menos atualmente, bastante sofisticado, enquanto o Ramones é exatamente o oposto.
Putz, você não curte nem "West End Girls" e "Domino Dancing" do PSB? São hits super legais!
O "Pop" e o "Zooropa" não são toda essa ruindade, não mesmo, mas há de se admitir que são álbuns menores na discografia do grupo, lançados entre dois registros muito marcantes, que foram "Achtung Baby" e "ATYCLB". No entanto, "Pop" traz boas músicas como "Gone" e "Staring at the Sun", enquanto "Zooropa", bom… esse conta com a minha provável favorita do grupo, "Stay".
Já ouvi muita gente sem o mínimo conhecimento falando muita bobagem sobre o U2, referindo-se a eles como "merda pop", o que é uma sandice sem tamanho. Não conquistaram seu status de uma das maiores bandas de rock da história à toa. O Thin Lizzy pode ser o melhor e mais influente grupo de rock da Irlanda, mas não dá para comparar com a grandeza do U2.
Eu ouço os podcasts também. Não comento muitas vezes porque os escuto durante o trabalho e não presto tanta atenção assim…..rs
Fiquei feliz em ver que só hoje tivemos um bom número de acessos aos podcast mais antigos como os do Metallica e Slayer…
Acho o Achtung Baby um dos melhores discos que já ouvi…. inclusive o considero o melhor trabalho do U2…. a trinca Even Better than the Real Thing, One e Until The End of World é de chorar de tão boa