Enforcer: Por Que Ouvir?
Por Fernando Bueno
Nessa nova onda de ótimas bandas que estão surgindo nos últimos anos é inegável a influência trazida direto dos anos 70 fazendo com que alguns fãs e publicações já começarem a reclamar de alguns excessos. Porém não é apenas a década de 70 que vem influenciando as novas bandas. O heavy metal característico do início dos anos 80 ainda faz a cabeça de muito headbanger e não só daqueles que apresentam cabeleiras ralas. A molecada sempre foi ávida em resgatar aquele som até porque muitas das bandas clássicas surgiram naquela época.
O Enforcer além de representar essas bandas que parece ter surgido nos anos 80 é também mais uma força que surgiu na Suécia, país que nas últimas décadas tem sido o berço de muitas das bandas legais que todos nós estamos conhecendo. Pense aí em dez bandas novas que você gosta e você vai perceber que uma boa fatia delas é proveniente da fria Peninsula Escandinávia.
O primeiro registro do Enforcer foi a demo Evil Attacker em 2005, mas seu primeiro full-lenght saiu apenas em 2008 com o título de Into the Night. Assim como as bandas que criaram o thrash metal, o Enforcer vai na linha do que o Iron Maiden fazia em seus primeiros lançamentos, acrescentando um pouco mais de velocidade em seus riffs. Porém não podemos dizer que essa é uma banda thrash, talvez speed metal seja o rótulo mais representativo. Claro que a grande diferença entre o Enforcer, e todas essas bandas recentes, e as bandas clássicas é que a produção aqui é de alto nível. Quem nunca ouviu um Court in the Act do Satan e pensou que se a produção fosse um pouco melhor esse disco teria estourado? Tenho que frizar que quem só busca originalidade e inovação passe longe do grupo. Lembrem agora daquele seu amigo fanático pelas bandas de metal dos anos 80? Lembrem-se que qualquer elemento diferente nos com das bandas que desviasse o caminho que ele achava correto era algo imperdoável. O Enforcer parece saber disso e entrega ao fã da música daquela época exatamente o que ele quer.
A formação atual da banda é: Olof Wikstrand no vocal, Jonathan Nordwall nas guitarras, Garth Condit no baixo e Jonas Wikstrand na bateria, piano e teclados. Porém durante seus primeiros anos – até o lançamento de Diamonds – a banda era um quinteto com Adam Zaars na segunda guitarra. Parece que o posto de baixista é um problema para o grupo já que Joseph Tholl e Jonas Wikstransd deixaram seus instrumentos para assumir o baixo durante um período. Em 2013 veio o aclamado Death By Fire, após assinarem com a Nuclear Blast. A banda lançou mais três álbuns de estúdio: From Beyond (2015), Zenith (2019) e Nostalgia (2023), este levando novamente a banda para o Speed Metal. Também saíram os ao vivos Live By Fire (2015) e Live By Fire II (2021). Fizeram dois shows no Brasil ano passado, e atualmente, estão excursionando pela Europa.
Por onde começar?
Seus três primeiros álbuns são bem nivelados. “Midnight Vice” abre Diamonds mostrando como uma faixa de abertura tem que ser feita. Rápida, ganchuda e com refrão para cantar junto. “Walk With Me” tem um bom trabalho de baixo e a faixa título instrumental vai fazer você lembrar de “Transilvania” do Iron Maiden. O vocalista Olof é destaque durante todo o álbum, as vezes subindo tons que parecem impossíveis. Diamonds tem um heavy metal com muita melodia e bastante divertido, sem parecer com as bandas de power metal. Se você gosta do metal dos anos 80 e daquela atmosfera cheia de couro, tarrachas e calças coladas não deixe de ouvir.
Enforcer
Gênero: Heavy Metal, Speed Metal
Origem: Estolcomo – Suécia
Atividade: 2004 – Atualmente
Discografia:
Into the Night (2008)
Diamonds (2010)
Death By Fire (2013)
From Beyond (2015)
Live By Fire (2015)
Zenith (2019)
Live By Fire II (2021)
Nostalgia (2023)
Para quem gosta de: Saxon, Diamond Head, Riot e Iron Maiden (dos dois primeiros discos).
Esse texto já tem um bom tempo e foi legal de reler. Podíamos explorar mais o formato. A coincidência é que nessas últimas semanas eu tenho ouvido muito o Enforced, com D no final. Uma banda de thrash bem na linha do Sepultura e Soulfly. E toda vez que eu vou fazer a busca pela banda eu fico confuso se é com R ou com D…
Também gostei muito da ideia, acabei me abstendo de comentar porque não conheço a banda e não fui atrás para conhecer – ainda não, mas o texto deixou-me curioso.