Cinco Discos Para Conhecer: Manito

Cinco Discos Para Conhecer: Manito

Por Mairon Machado

Antonio Rosa Sanches nasceu no dia 3 de abril de 1943 em Vigo, Ponte Vedra (Galícia), Espanha. Estaria portanto, hoje, completando 81 anos. Manito, como ficou conhecido, faleceu em 9 de setembro de 2011, em casa, na capital paulista, vítima de um câncer na laringe, contra o qual lutava desde 2006. O corpo está enterrado no Cemitério Horto Florestal, na Zona Norte de São Paulo.

Desde pequeno, revelou inclinação para a música, tocando diversos instrumentos. Vindo ao Brasil, em 1962 formou o The Clevers, onde era saxofonista, ao lado de Netinho (bateria), Mingo (guitarra-base), Risonho (guitarra-solo) e Nenê (baixo). Na sequência, a banda mudou o nome para Os Incríveis, começando então uma carreira fantástica e emblemática em terras brasilis. Com participação em diversos álbuns, é difícil selecionar apenas cinco obras que representem a categoria e o talento de um multi-instrumentista. Mas, dentre tantas opções, tentei selecionar aqui aqueles que julgo constiuirem ser suas obras mais relevantes.


Os Incríveis – Para os Jovens que Amam os Beatles, Rolling Stones e… Os Incríveis [1967]

Os Incríveis possuem uma obra fantástica, concretada sobre versões para canções de artistas internacionais. Nesse álbum, terceiro da banda, podemos conferir toda a diversidade de estilos e instrumentos de Manito em estado bruto. Ele é o centro das atenções no saxofone nas instrumentais “Minha Oração (My Prayer)”, “Não Resta Nem Ilusão” (bonito arranjo vocal nesta), “O Homem do Braço de Ouro (Delilah Jones)” e “You Know What I Want”, todas ótimos rocks anos 50/60, e é o cerne ao órgão farfisa durante a balada rock “Nosso Trato (Se Giá D’Un Altro)”, além de bases para diversas outras canções, como a bonita “Perdi Você” e a clássica “O Milionário (The Milionaire)”, ambas instrumentais e principais canções da carreira do guitarrista Risonho. Mas a escolha de Para os Jovens que Amam os Beatles, Rolling Stones e… Os Incríveis estar aqui é “Czardas”. O trabalho virtuoso de Manito no órgão nessa linda canção de Vittorio Monti é extremamente complexo, valendo cada segundo de audição, seja pela introdução singela, com longas notas, seja pela peça central, onde os dedos de Manito sobem e descem o órgão com uma agilidade e velocidades únicas. Linda faixa, e uma obra atemporal!

Mingo (voz e guitarra), Risonho (guitarra), Manito (teclados, vocal e saxofone), Netinho (bateria), Nenê (baixo)

1. Minha Oração

2. Vai, Meu Bem

3. Nosso Trato

4. Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones

5. O Homem do Braço de Ouro

6. O Milionário

7. Molambo

8. You Know What I Want

9. Czardas

10. Perdi Você

11. Nosso Abraço aos Beatles e Rolling Stones

12. Não Resta Nem Ilusão


Manito – O Incrível Manito [1970]

Estreia solo do músico (que curiosamente só lançou dois discos em carreira solo), aqui ele faz adaptações com muito groove para um repertório bastante versátil. É um grande disco de soul music e rock’n’roll, que se circulasse entre o pessoal dos Panteras Negras, com certeza teria fácil aceitação. Assim, admire “Na Baixa do Sapateiro” (Ary Barroso), com o baixão delirante e muito groove, destacando o vozeirão rouco de Dom (da dula Dom & Ravel), cantando em inglês (que swing), único single da bolacha, e também os rockaços com as vozes do grupo Som Beat, Carlinhos e Haroldo, em “Shake, Rattle & Roll” e “Judge Baby, I’m Back” (Carlinhos) e “The Funky Judge” (Haroldo). Mas é no instrumental que o bicho pega, vide a excepcional versão de “Kool and the Gang”, ou o espetáculo sonoro de “The Gangs Back Again” e “Sock It to ‘Em J. B.”, ambas com Manito mandando ver no solo de saxofone. Queria muito descobrir quem é o baixista neste disco, infelizmente não consta nos créditos da contra-capa. cara toca demais. E duvido que seja Manito, mas vá saber. O piano e o órgão são os instrumentos centrais de “Tuck’s Theme” e “Samuray”, e claro, Manito está tocando muito em todas elas. Destoam somente a Santaniana “Bailamos Boogaloo”, que não é uma faixa ruim, mas é bem abaixo das demais, e a baladaça “Raindrops Keep Fallin’ On My Head”, com Manito brilhando ao saxofone e uma bela orquestração a cargo de Chiquinho de Moraes. Um disco que deveria ser mais conhecido e citado entre as grandes obras da música nacional.

1. Na Baixa Do Sapateiro

2. Shake, Rattle & Roll

3. Kool And The Gang

4. The Funky Judge

5. Bailamos Boogaloo

6. Sock It To ‘Em J.B.

7. Samuray

8. Judge Baby, I’m Back

9. Tuck’s Theme

10. Raindrops Keep Fallin’ On My Head

11. The Gangs Back Again

12. You’ve Made Me So Very Happy


Som Nosso De Cada Dia – Snegs [1974]

Antes de gravar esse álbum, Manito fez brevemente parte dos Mutantes de Sérgio Dias, substituindo nada mais nada menos que Arnaldo Baptista. Os dias como mutante foram poucos, e logo ele retomou uma parceria com Pedrão Baldanza e Pedrinho Batera, gravando talvez o disco mais versátil da sua carreira, e também o mais cultuado dentre os aqui apresentados. Snegs é uma aula de rock progressivo a ser descoberta pelo mundo. Em especial, nosso homenageado está endiabrado nos mais diversos instrumentos, vide o ápice com os solos de moog, sintetizadores e violino da Maravilha Prog “Sinal da Paranóia”, sendo que o solo de violino é para abrir um sorriso de ponta a ponta na face de Jean Luc-Ponty. Ao longo dos 45 minutos do álbum, Manito desfila sua arte principalmente nos teclados, mas também chama a atenção o casamento vocal perfeito com o de Pedrão em faixas como as delicadas “Snegs de Biufrais” e “Direccion de Aquarius”. Destaco ainda o experimentalismo de sintetizadores, moog e hammond na complexa seção instrumental de “Massavilha”, onde Manito é um espetáculo a parte, a participação essencial do moog e do hammond em “Bicho do Mato”, e principalmente “O Som Nosso De Cada Dia”, com uma fantástica introdução levada pelos ágeis dedos de Manito, assim como um belo solo de saxofone e bases viajantes de hammond, o que acontece também na introdução e nas bases emotivas ao hammond para “A Outra Face”, com mais um grande solo de hammond e também de saxofone. Um dos melhores discos do rock nacional, e para mim, a obra prima de Manito.

Manito (saxofone, teclados, violino), Pedrão (viola, baixo e vocal), Pedrinho (bateria e vocal) e Marcinha (coro)

1. Sinal da Paranóia

2. Bicho do Mato

3. O Som Nosso de Cada Dia

4. Snegs de Biufrais

5. Massavilha

6. Direccion de Aquarius

7. A Outra Face


Zé Ramalho – Força Verde [1982]

Depois de sair do Som Nosso de Cada Dia, Manito fez registros junto com Rita Lee e a Tutti Frutti (Fruto Proibido e Babilônia) e se afastou da música durante um tempo, até ser redescoberto por Zé Ramalho em 1982, neste discaço. Apesar de não participar de todas as músicas, Manito faz o trabalho crucial de Midas naquelas onde ela toca. Assim, o cara vem com seus dois principais instrumentos, saxofone e órgão, em apenas três faixas, o suficiente para colocar este álbum aqui. Com o saxofone barítono, faz importantes inserções e um emocionante solo na polêmica faixa-título (veja por que aqui), da qual destaco também o belíssimo arranjo de cordas, assim como as bonitas passagens do alto-saxofone durante “Visões de Zé Limeira Sobre O Final Do Século XX”. Porém, o ápice vai para o incrível solo de hammond de “Eternas Ondas”, relembrando a virtuosidade de “Czardas” acompanhando um magistral arranjo vocal (que inclui, entre outras, a voz brilhante de Jane Duboc), e que faz desta canção facilmente um Top 3 de toda a obra de Manito. Com o bardo paraibano, ainda gravou Orquídea Negra (1982) e Por Aquelas Que Foram Bem Amadas Ou Pra Não Dizer Que Não Falei De Rock (1984), mas sem ter o status que atingiu em Força Verde, um dos melhores discos do paraibano (se não o melhor).

Zé Ramalho (violão, voz, arranjos); Luiz Paulo Simas (Órgão em 3, 8, piano em 1, 2, 4, 5, 6, 9); Chico Julien (baixo); Rui Motta (bateria); Herman Tôrres (viola de 12 cordas em 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9), Manassés (viola de 12 cordas em 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9)

Coral Do Joab (Backing Vocals em 2 e 7)
Cordas em 1, 5, 7, 9:

Cello – Alceu de Almeida Reis; Jaques Morelenbaum; Marcio Mallard

Viola – Arlindo Penteado; Frederick Stephany; Hindemburgo Pereira; Nelson Macedo Baptista

Violinos – Aizik Geller; Alfredo Vidal; André Charles Guetta; Carlos Eduardo Hack; Paschoal Perrota; Giancarlo Pareschi; Jorge Faini; José Alves; José Dias de Lana; João Daltro; Virgílio Arraes; Walter Hack

Marinês (vocal principal em 5)

Claudinha Telles; Jane Duboc; Miram Perachi (Coral em 1, 4, 6)

Sivuca (Sanfona em 3, 5, 8, 9)

Ubiratan Silva (Congas em 5, 6)

Waldemar Falcão (Flauta em 3, 4, 5, 6, 8)

Ubiratan Silva (Ganzá em 2, 3, 7);

Zé Gomes (Pandeiro em 3 e 6, Ganzá em 1)

Cícero (Percussão em 3, Zambumba em 5 e 6)

Aurélio (Saxofone em 3, 6)

Zé Nogueira (Saxofone em 3, 6)

Zé Leal (triângulo em 3, 5, 6, 9)

Moisés (trombone em 3, 6)

Bidinho (trompete em 3)

Marcio Montarroyos (trompete em 3)

Rafael Baptista (violão de 7 cordas em 10)

Geraldo Azevedo (violão em 10)

Braz Limongi (Oboé em 7)

Celso Porta (flauta em 9)

Franklin (flauta em 9)

Paulo Guimarães (flauta em 9)

Ricardo Pontes (flauta em 9)

Bruno (Fagote em 10)

1. Força Verde

2. Eternas Ondas

3. O Monte Olímpia

4. Visões De Zé Limeira Sobre O Final Do Século XX

5. Banquete De Signos

6. Pepitas De Fogo

7. Beira-Mar – Capítulo II

8. Os Segredos De Sumé

9. Amálgama

10. Cristais Do Tempo


Camisa de Vênus – Duplo Sentido [1987]

O disco de (então) despedida do Camisa de Vênus conta com a mão de Manito em diversas faixas. Em especial, ele surge em um estilo totalmente diferente do que acostumamos antes no punkzaço “Após Calipso”, onde usa saxofone, fazendo um solo quase free jazz, flauta, com dois solos bem virtuosos, e violino, com um breve e violento solo final, mostrando que um cara que tem talento consegue colocar instrumentos de sopro e cordas até no punk. Ao mesmo tempo, Manito usa o saxofone no solo de encerramento do rock “Chamam Isso Rock And Roll”, no solo da introdução e central do bluezão “Me Dê Uma Chance”, importantes passagens no clássico “Muita Estrela, Pouca Constelação”, com a eterna participação de Raul Seixas, que acabou alavancando bastante o álbum, no solo/dueto com a guitarra do Post-Punk “O Suicídio Parte II”, outro estilo bem “estranho” ao que conhecemos na carreira de Manito, e órgão hammond em “A Canção Do Martelo (Hammer Song)”, faixa de Alex Harvey e sua Sensational Alex Harvey Band, ícone da Glam Rock, e que aqui ganha tons dramáticos. Entra justamente pelos estilos inusitados aos quais Manito está incubido de tocar, e o faz com maestria.

Marcelo Nova (vocais), Gustavo Mullen (guitarras), Karl Hummel (guitarras), Aldo Machado (bateria), Robério Santana (baixo)

Vera Natureza, Maria Aparecida de Souza (Cidinha), Rita Kfouri e Nadir: vocais de apoio

Manito: Saxofone, Hammond, flauta e violino

Sérgio Kaffa (piano)

Chiquinho Brandão (serrote)

Luiz Carlos Batera (percussão)

Mica Griecco (harmônica)

1. Lobo Espiatório

2. O País Do Futuro

3. Ana Beatriz Jackson

4. Vôo 985

5. Após Calipso

6. Me Dê Uma Chance

7. Deusa Da Minha Cama

8. Chamam Isso Rock And Roll

9. Muita Estrela, Pouca Constelação

10. O Último Tango

11. O Suicídio Parte II

12. Chuva Inflamável

13. Enigma

14. Farinha Do Desprezo

15. A Canção Do Martelo

16. Aluga-se

17. Canalha

* Bônus Track: Como um bônus, fica também esse inacreditável duelo percussivo de Manito e Netinho, gravado para um especial da TV Cultura de 1972.

13 comentários sobre “Cinco Discos Para Conhecer: Manito

  1. Bela homenagem a um multi-instrumentista versátil e inteligente que pouca gente fora do circuito dos colecionadores conhece… Tive meu primeiro contato com o trabalho dele por meio do “Snegs”, ainda nos anos 80, porque um amigo tinha uma coleção de LPs invejável e, dentro dela, muitas pérolas do rock brasileiro setentista. Não sabia desse álbum-solo dele, e nem me lembrava da participação no Camisa de Vênus (muito tempo sem ouvir a banda, mais ainda sem ouvir o “Duplo Sentido”), preciso ir atrás!

    1. Obrigado Marcello. Esse álbum solo dele que citei aqui é indicado para quem curte funk na linha James Brown e Kool & The Gang. É bem diferente do que já se ouviu na carreira do Manito. Se curtir esse estilo musical, ouça de ouvidos abertos. É um discaço. Abraços

  2. Bela homenagem, Mairon! Manito é um sujeito que, se tivesse feito carreira “lá fora”, seria exaltado como um dos grandes músicos do século passado! Como preferiu ficar por “terras brasilis”, acaba sendo reconhecido e aclamado apenas por uns poucos nomes mais ligados à música de verdade, sendo praticamente um desconhecido do “povão” que só quer saber de enfiar música descartável nos ouvidos!

    Conheci Os Incríveis ainda criança, graças a uma coletânea em vinil da coleção de meu pai, e as músicas citadas na matéria fizeram parte de muitos momentos de minha infância e juventude, especialmente o virtuosismo de “Czardas”, que me chamava muito a atenção, numa época em que eu ainda não era familiarizado ao rock progressivo. Quando entrei mais “a fundo” neste estilo, foi que fui saber quem “realmente” era Manito, ao conhecer o cultuado Snegs, e meu queixo cair ao ouvir a clássica “Sinal da Paranoia” e as barbaridades musicais (no bom sentido, claro) que Manito comete ali! Dos demais citados, conheço apenas o disco do Camisa (sobre o qual já escrevi aqui para o site, inclusive, deixando minhas opiniões sobre ele), mas gostaria de citar que Manito foi parte importante também do disco/DVD/especial Acústico MTV do Ultraje A Rigor, onde abrilhanta as músicas da banda com vários instrumentos de sopro e algumas percussões!

    Um dos muitos músicos que realmente faz falta na música atual! Que descanse em paz!

    1. Valeu mano, ouvimos juntos essa coletânea muitas vezes hein? Eu pensei em citar o acústico, mas como não eram músicas “originais” ali, preferi focar em discos onde as canções são “originais” (coloco as aspas por conta d’Os Incríveis, que como são rearranjos, não dá de se dizer que são originais sem aspas né)?

      Em tempo, a versão original de “Czardas”, feita para violino, é muito bela e virtuosa.

  3. Ótimo texto, Mairon, justíssima homenagem. Não enho muito mais a acrescentar a não ser ressaltar a quem nunca ouviu conhecer o Snegs, que disco maravilhoso!

    1. Valeu Daniel. Aproveitando, o que você acha do Som Nosso, o disco sem o Manito, assim como o ao vivão A Procura da Essência?

        1. O ao vivo de 1994 é muito ruim por conta dos arranjos, mas o que traz o show de 75 é altamente recomendável.

          Som Nosso é um disco chocante ao meu ver, principalmente para quem só ouviu o Snegs e não sabe do que se trata. Mas é um baita disco, Vlw

  4. Sobre o disco d’Os Incríveis aqui citado, destaco uma canção muito bonita chamada “Molambo”, canção antiga imortalizada definitivamente pela veterana banda, e que anos depois seria gravada por outros grandes intérpretes como Nelson Gonçalves, Jair Rodrigues e Tânia Alves. E a respeito do disco do Zé Ramalho aqui citado, a versão de “Eternas Ondas” – com o Manito fazendo misérias no órgão – é, na verdade, uma releitura do próprio autor de uma canção escrita originalmente para o Roberto Carlos (que recusou grava-la), mas que virou um hit nacional na voz do Fagner.

    1. Obrigado Igor. Roberto Carlos sempre aprontando das suas. Mas que bom que acabou não gravando ela. A versão do Zé Ramalho é incrível, e mesmo a do Fagner vale a pena

      1. Valeu, patrão… O Zé Ramalho é um Rei Midas da MPB, e o que Roberto não conseguiu com “Eternas Ondas”, o Fagner conseguiu com honras e gratulações!

  5. Que postagem maravilhosa! Eis um músico excepcional, como vários outros que temos, que recebe uma justíssima homenagem aqui no Consultoria do Rock. Achei interessante a referência à participação dele no disco do Camisa de Vênus (que eu não ouvia há séculos) e o destaque para o álbum d’Os Incríveis de 1967, e não ao que seria mais óbvio, o de 1969 – que é psicodélico desde a capa e abre com a poderosíssima versão de “O vendedor de bananas” do Jorge Ben. Muito obrigado pelo texto, Mairon.

    1. Obrigado Marcello. Você sabe que eu acho o disco de 69 não tão bom quanto este que citei? Gosto bastante do disco dos raios-x, mas esse de 67, por conta de “Czardas”, é o que para mim mostra quem era Manito de verdade. Abraços

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